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O Vício de Amor

1.0M · Finalizado
Débora Rodrigues
1074
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20.0M
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9.0
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Resumo

Para levantar dinheiro para as despesas médicas, Natália foi obrigada a se prostituir, mas quando ela recebeu o dinheiro, seu irmão já morreu e ela lutou para viver por sua mãe. Depois, ela foi arranjada por seu pai a se casar com Jorge, que fingiu aleijado, no lugar de sua meia-irmã. Natália e Jorge assinaram um acordo e concordam em se divorciar após um mês. Natália estava grávida e Jorge soube disso. Mas Jorge não se importava, pois ele amava Ester, que se ofereceu quando Jorge esteve envenenado e precisou de uma mulher em Atalaia. No entanto, no convívio após o casamento, o casal nominal gradualmente desenvolveu amor um pelo outro. Jorge também descobriu que Natália falava atalaico, e então descobriu que foi Natália com quem teve a relação sexual em Atalaia. Quando as mentiras de Ester foram desvendadas, Jorge e Natália finalmente se reconheceram o amor mútuo.

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Capítulo 1 Não me Arrependo

- É sua primeira vez, está com medo?

O corpo quente se aproximou por trás, um sussurro úmido molhou sua orelha.

A respiração desconhecida continuava ali, fazendo-a tremer, mas sem dizer nada.

O homem pausou por um momento, e então a voz disse novamente:

- Você ainda pode se arrepender.

- Sr., não me arrependo... - Natália Ribeiro cerrou os punhos e balançou a cabeça.

Dezoito anos. Ela estava na sua idade de floração, mas...

Que dor!

Uma dor insuportável fez-a tremer, as lágrimas encheram os olhos.

Para reservar a última dignidade, Natália mordeu seu lábio, mantendo em silêncio. Esta foi sua primeira experiência sexual.

Ela estava assustada e tinha medo desse homem. Sentiu seu corpo musculoso, forte incrivelmente.

Ele parecia não se cansar, conquistando constante corpo dela para satisfazer seu desejo nessa noite longa e dolorosa.

Depois de terminar tudo, o homem se levantou para ir ao banheiro. Natália apoiou seu corpo exausto, vestiu-se suas roupas e saiu do quarto.

No lobby do hotel, estava de pé uma mulher de meia idade que apresentou esse negócio a Natália. Viu Natália sair, passou uma bolsa preta para ela.

- Este é o seu dinheiro.

Natália pegou a bolsa sem demora e saiu correndo, ignorando a dor em sua vagina, apenas querendo chegar ao hospital rapidamente.

O céu ainda estava escuro, o corredor do hospital era muito silencioso. Duas macas estavam deixando em frente à sala de cirurgia, não foram enviados para dentro porque a tarifa não tinha paga.

Natália parecia magoada, disse na voz chorosa:

- Tenho dinheiro, tenho dinheiro para salvar minha mãe e meu irmão... - Sem fôlego, entregou o dinheiro em sua mão ao médico, que deu uma olhada e deixou a enfermeira conferir antes de chamar a equipe para enviar os feridos para a sala de cirurgia.

Não os vendo empurrar Nicolas para o quarto, Natália correu, agarrou o médico e implorou:

- E o meu irmão, salve ele...

O médico suspirou:

- Desculpe, é tarde demais...

Como assim?

Natália sentiu uma dor súbita e sua vista escureceu...

A realidade como um pau pesado, destruiu todas as esperanças de Natália.

Oito anos atrás, quando ela tinha dez anos, seu pai traiu e abandonou sua mãe que estava grávida, ela e sua mãe foram deportadas para este país estrangeiro desconhecido.

Então Nicolas nasceu, e quando ele tinha três anos, descobriu-se que tinha autismo. A vida que já era difícil ficou ainda mais árdua. Ela e sua mãe conseguiram se manter com uns bicos, mas um acidente de carro, em um país estrangeiro e sem família, sem dinheiro e sem solidariedade, fez com que ela percebesse como era estar sem saída.

Sem opções, foi obrigada a oferecer seu corpo, mas nem assim conseguiu salvar Nicolas.

Mas ela não se perdeu no sofrimento. A vida é cruel, mas ela tem que aceitá-la e ainda sim sorrir, porque ela ainda tem sua mãe para cuidar.

A mãe precisava dela.

Fernanda Santana melhorou após o tratamento, mas depois de saber da morte de seu filho, sentiu-se devastada.

Natália abraçou-a, chorando e dizendo:

- Mãe, você ainda tem a mim, viva bem por mim.

Durante esse mês no hospital, Fernanda costumava se sentar na borda da cama, atordoada. Natália sabia que ela estava pensando em Nicolas. Se não fosse por ela, temia que sua mãe teria ido com seu irmão. Por ter que cuidar de sua mãe, Natália foi expulsa da universidade, mas os ferimentos de sua mãe melhoraram.

Ela entrou no hospital com seu almoço e, quando chegou à porta da ala, ouviu uma voz lá de dentro.

Era uma voz que ela conhecia bem, mesmo após oito anos, ela ainda se lembrava bem de como ele tinha forçado sua mãe a aceitar o divórcio.

Ele ainda não tinha feito uma única visita depois que vieram para cá. O que ele quis dizer aparecendo aqui hoje, do nada?

- Fernanda, você e a Sra. Terezinha eram tão boas como irmãs verdadeiras. Quando os filhos eram crianças, vocês já decidiram um casamento entre duas famílias. Desse jeito, deve ser sua filha que se casa com...

- O que quer dizer com isso, Santiago? - Fernanda tentou juntar suas forças para bater nele, apesar dos machucados. Como ele se atrevia?

Ele as colocou neste lugar desconhecido, nunca se importou com elas, e hoje ele veio pedir que sua filha se casasse?

- O Sr. Jorge é filho de sua amiga, ele é um gato. Você conhece a família Marchetti. Se Natália casar com ele, terá muita prosperidade... - disse, enquanto sua voz embargava.

O Sr. Jorge era honrado, um homem de boa aparência, mas há um mês ele foi para o exterior a negócios e acabou paralisado ao alimentar uma fruta desconhecida. Além de ter uma disfunção erétil devido a este acidente.

Se casasse com ele, viveria como viúva.

- Eu vou me casar.

Natália de repente abriu a porta.

- Concordo com o casamento, mas eu tenho uma exigência.

Santiago Ribeiro olhou para a porta e reparou a filha que ele não via há oito anos, ficou em transe por alguns segundos. Ela ainda era uma criança quando veio para cá, agora ela se tornou adulta. Era branquinha mas bem magra, um rosto pequeno não era muito maior que a palma da sua mão, com pele seca, nada brilhosa, como se estivesse malnutrida.

Nada amável como Larissa, a filha dele com Fátima Lima.

Pensando nisso, sentiu-se menos culpado. Uma garota comum não mereceu mais do que um marido deficiente.

Santiago não mais achou inadequado, perguntou:

- Qual seria sua exigência?

- Quero voltar para Santa Cruz com minha mãe e você precisa devolver todas as coisas que pertencem a ela. Assim eu vou concordar no casamento. - Natália cerrava o punho, tentando se acalmar.

Ouviu falar da família Marchetti de Belo Mato quando era criança, embora não estivesse no país o tempo todo. A família era enorme, com uma fortuna de bilhões de dólares, nem precisava mencionar o jovem senhor nobre. Natália achou bom demais para ser verdade. Ele devia ser feio ou deformado.

Mas mesmo assim, seria uma boa oportunidade para regressar ao país, além de recuperar a propriedade que sua mãe havia perdido.

- Nati... - Fernanda queria convencê-la de que o casamento não era brincadeira.

Ela já havia sofrido muito, não podia deixar que seu casamento também desse errado.

Assim que Santiago ouviu isso, receou-se que Natália estava convencida por Fernanda e que ela não queria aceitar, então disse com ansiedade:

- OK, desde que você esteja disposta a se casar, deixo vocês retornar a Santa Cruz.

- E quanto ao dote da mãe? - Natália olhou para seu pai, que só era pai de acordo com a lei. Sua voz era fria.

Quando Fernanda se casou com ele, havia mesmo um dote de uma quantidade considerável, no entanto Santiago não gostava da ideia de perder essa propriedade.

- Pai, minha irmã deve ser uma garota linda. Ela merece algo melhor. A vida dela vai ser horrível se ela for se casar com um homem com defeitos físicos. Aliás, você e minha mãe divorciaram, você deve devolver o dote que ela trouxe para a família Ribeiro.

Santiago desviou o olhar por consciência culpada, sem coragem de encarar com ela.

Como ela poderia saber que o jovem senhor da família Marchetti era uma pessoa fisicamente incapaz quando ela estava no exterior o tempo todo?

Santiago não sabia que Natália estava apenas tentando adivinhar.

Sabendo que ela iria se casar com um homem deficiente, Santiago esboçou um sorriso.

- Quando você se casar, vou fazer a devolução.

Como sua Larissa estimável pode casar com um homem impotente?

A nobreza não trouxe definitivamente as felicidades.

Santiago não ficou tão incômodo por pensar o bem para sua filha.

Porém, odiou um pouco mais Natália, que só pensou em roubar o dinheiro dele.

Santiago olhou friamente para ela, disse:

- Sua mãe não a criou bem, não sabe de respeito!

Natália gostaria de dizer:

“Você não tem nenhuma responsabilidade como pai?” Ele a deixou aqui e não se importou.

Mas ela não poderia dizer isso neste momento, não teria vantagem alguma de irritar Santiago.

- Prepare-se, voltamos amanhã. - Santiago deixou a ala sem olhar para trás.