
O Cliente Oculto e Seu Filho Tentador
Resumo
Quando Zoé se vê desempregada e despejada, retorna a casa da mãe, que se casou com um empresário bem de vida. Ao se deparar com a nova família da mãe, Maya descobre conhecer muito bem o filho de seu padrasto, o rapaz com quem já teve diversas noites de amor ardente. Orgulhosa a ponto de pedir abrigo e não dinheiro, Zoé se inscreve num site erótico, onde pela webcam, usando uma máscara de cisne negro e com o apelido Swan, se exibe para homens em troca de dinheiro. Num certo dia, a jovem recebe uma proposta tentadora: cem mil por um encontro real e sexual com seu melhor cliente. O que Zoé não esperava, é que seu melhor cliente também é seu padrasto, cabendo a garota decidir: se tornar rica e impura traindo sua mãe, ou se manter na mansão onde dois homens a desejam.
Prefácio
Antes de sair do carro, a mulher olha seu reflexo pelo espelho do retrovisor, forçando um sorriso para si mesma. Os lábios carregavam um batom vermelho e os olhos uma sombra preta. O cabelo, originalmente longo, cacheado e castanho, havia sido escovado na intenção de esconder a verdadeira curvatura e parecer distante da verdadeira imagem de Zoé, que pagou a corrida e finalmente saiu, recebendo um golpe de vento gelado; sua roupa justa e provocante não acompanhava a estação, mas certamente cumpriria seu propósito.
O coração da jovem estava disparado e as mãos geladas feito pedra, nunca havia feito algo daquele tipo antes, mas a proposta era tentadora demais para ser recusada. 100 mil reais resolveria todos os seus problemas atuais, já que exatamente todos eles envolviam dinheiro. Ninguém mais ficaria sabendo daquilo e ocorreria apenas uma vez.
O Cliente, como o homem se identificava, havia alugado uma propriedade um pouco distante da cidade, onde poderiam se encontrar apenas com um endereço, sem jamais saberem seus nomes reais. Zoé sentiu medo por um tempo, mas a proposta era realmente tentadora e acabou indo até aquele encontro.
Seus passos até a entrada da casa moderna foram vacilantes, com seu salto fazendo barulho na calçada fria; ao seu redor, o bairro familiar parecia alheio a toda sua ação de perversidade, e torcia para que o mundo todo continuasse assim. Como O Cliente havia instruído, a porta da frente estava aberta, com a chave na maçaneta na parte de dentro; ao entrar, com as mãos tremendo, Zoé trancou a porta.
— Alguém? — questionou com a voz contida, mas não obteve respostas.
Por alguns instantes Zoé pensou em retornar, pedir um novo Uber e fingir que nada daquilo havia acontecido, mas parecia não controlar completamente o corpo e seguiu o caminho conforme as ordens d'O Cliente, subindo as escadas até o segundo andar e adentrando o quarto no fim do corredor. O homem alto e grisalho estava de costas para a entrada, usava um terno cinza e assoviava uma canção clássica.
— Boa noite. — a jovem disse com a voz vacilante, o homem parecia extremamente ameaçador.
Quando O Cliente se virou, foi como se o coração de Zoé parasse de bater por alguns segundos, de todas as situações que esperava, aquela certamente era pior. Zoé conhecia muito bem aquela pele morena, os cabelos grisalhos, os olhos verdes e o corpo alto, extremamente bem conservado e atlético para a idade. O homem também a encarou com surpresa. A tensão no quarto parecia palpável. Zoé mal podia acreditar na coincidência cruel que o destino havia lhe reservado. Seu olhar não conseguia se desviar dos olhos verdes do homem que, até pouco tempo, ela chamava de padrasto. O silêncio se estendia de forma angustiante, até que ele decidiu quebrá-lo.
— Zoé? — A incredulidade e o horror em sua voz eram evidentes. — O que você está fazendo aqui?
— Eduardo? Bom, eu...
— Você é Swan? — ele a interrompeu, tentando descobrir se estava tendo um flagra ou também descobrindo um terrível segredo.
Ela tentou recuperar a compostura, lembrando-se da razão pela qual estava ali. 100 mil reais, lembrou-se. Isso resolveria todos os seus problemas, todos os seus pesadelos financeiros. Mas a presença dele fazia tudo parecer ainda mais irreal e perigoso.
— Eu... eu precisava do dinheiro — respondeu, a voz trêmula. — Eu não sabia que seria você.
Ele passou a mão pelos cabelos, num gesto nervoso que ela nunca havia visto nele antes. Sempre tão controlado, tão seguro. Mas ali, naquele quarto, ele parecia tão vulnerável quanto ela.
— Isso não pode estar acontecendo! — ele disse finalmente, a voz firme mas com um toque de desespero.
Mas ao ver a jovem ali, dentro da roupa sensual que ele havia escolhido, usando sua cor favorita de batom e o Scarpin que ele também havia comprado e que havia prometido que seria a única coisa que ela usaria enquanto ele a fodia, ainda era muito tentadora. Zoé sentiu uma onda de frustração e desespero ao notar o olhar do padrasto.
— Zoé, ou melhor, Swan — ele começou, usando o nome que ela havia adotado para aquela noite. — Podemos manter isso entre nós. Ninguém precisa saber.
Zoé sentiu um calafrio percorrer sua espinha. A ideia de continuar com aquilo, agora sabendo quem era O Cliente, parecia insuportável. Ela deu um passo para trás, desejando poder simplesmente desaparecer.
— Não, isso está errado — ela murmurou, a voz quase inaudível. — Eu não posso fazer isso.
Eduardo deu alguns passos à frente, sua presença dominando o espaço entre eles. Sua expressão era uma mistura de desejo e determinação.
— Zoé, pense no dinheiro. Pense em como isso vai resolver seus problemas. Eu também preciso disso. É uma vez só, ninguém vai saber.
Ela olhou para ele, seu corpo tremendo. O medo e a repulsa lutavam dentro dela, mas a promessa do dinheiro ainda era tentadora. Mesmo assim, ela sabia que aquilo era errado em tantos níveis.
— Por favor, Eduardo, eu não consigo — implorou, as lágrimas começando a escorrer por seu rosto. — Não posso fazer isso.
Ele se aproximou ainda mais, sua mão tocando levemente o braço dela. Seu toque, que antes parecia familiar e seguro, agora era carregado de uma tensão assustadora.
— Zoé, só uma vez — ele insistiu, sua voz suave, mas firme. — Eu prometo que vai valer a pena.
Ela fechou os olhos, tentando reunir forças para resistir. Cada fibra de seu ser gritava para ela sair correndo daquela casa, mas a necessidade do dinheiro a mantinha ali, presa naquela situação horrível.
— Eu... não sei se consigo — sussurrou, a voz falhando.
Eduardo se inclinou, seus lábios quase tocando o ouvido dela.
— Você consegue. Só pense nos 100 mil. Depois, tudo isso será apenas uma lembrança distante.
O som da promessa ecoou em sua mente. Ela sabia que estava prestes a cruzar uma linha da qual talvez nunca pudesse voltar. Finalmente, com um último olhar desesperado para Eduardo, ela tomou sua decisão.
— Está bem. Só... acabe com isso rápido — disse, a voz mal contendo o terror que sentia.
Eduardo assentiu, seu sorriso misturando satisfação e urgência. Enquanto ele se preparava para prosseguir, Zoé sentiu seu coração se apertar, sabendo que aquela noite a marcaria para sempre.
