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O Chefe e Eu

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Vicfigueiredo
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Resumo

Sophie é uma jovem do interior que acaba de terminar a faculdade de contabilidade, mas seus pais que são donos de uma pequena loja de roupas na cidade e querem que ela assuma a contabilidade da empresa, porém Sophie sonha em sair da pequena cidade e ir para a Capital. Então, em um rápido surto, ela acaba se inscrevendo escondido para uma vaga de emprego na Diamond, uma das maiores empresas de marketing da Coreia do Sul. E o CEO desta emprega é Jackson, um homem frio e que não aceita erros no trabalho, e principalmente, nunca aprendeu a amar de verdade. Jackson possui uma irmã chamada Aimee que está grávida e tem um tipo sanguíneo raro, mas por coincidência, Sophie também possui este tipo sanguíneo, e quando começa a trabalhar na Diamond, é chamada ao hospital sem conhecer a família Wang, e ajuda Aimee. Após isso, nasce uma relação entre Jackson e Sophie, que sem perceber estão totalmente envolvidos. Como será que irá acabar essa relação entre o chefe autoritário e a sua funcionária do interior?

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Capítulo 1

"Se chover felicidade, feche o guarda chuva e vá dançar na rua."

— Um girassol entre as flores.

Hoje tinha tudo para ser o pior dia do mundo em uma das maiores empresas de tecnologia da Coreia do Sul, e você deve estar se perguntando, por quê?

Bom, hoje era dia de entregar todos os relatórios semestrais de contabilidade para a diretoria e acionistas da empresa, pois era com isso que eles começavam a planejar o próximo semestre e isso dependia de nós, os gastos, onde estava indo o dinheiro, tudo dependia da contabilidade.

- Vamos pessoal, ainda há muitas coisas que não foram organizadas, e eu sei que já se passou da meia noite e todos estão cansados, mas vamos conseguir! - Incentivou a nossa gestora, mas no fundo, todo mundo sabia que ela estava surtando.

E eu, em uma iniciativa rápida, peguei os últimos 10 relatórios restantes e comecei a preencher, eu iria conseguir entregar isso até meia noite e meia, que era o prazo estipulado para nós.

- Time!! - Chamei a atenção de todos para mim. - Não se preocupem! - Pedi e todos se olharam estranhos, como se pensasse, o que está louca está dizendo? - Eu acabei de enviar o último relatório semestral ao presidente! - E logo em seguida ouvi uma salva de palmas para mim, mas de repente, comecei ouvir uma voz me chamando e essa voz foi ficando cada vez mais forte e quando percebi, era a minha mãe me que estava me chamando, então, percebi que tudo isso não se passou de um sonho.

Eu era uma menina do interior, filha de uma professora aposentada e de um pequeno comerciante da cidade que vendia roupas, eu havia acabado de me formar na faculdade de contabilidade e tinha o sonho de trabalhar na capital em Seul em alguma empresa grande, mas não tinha sido convidada até agora para nenhum processo seletivo, pode ser também, por que eu ainda não havia criado coragem e tinha me inscrito em algum, pois sabia que meus pais nunca deixariam eu ir para Seul, principalmente pela dificuldade em achar pessoas com o sangue compatível com o meu.

- Sophie, Sophie ... - Acordei com a minha mãe me chamando.

Apesar de eu ser coreana, minha mãe é filha de imigrantes brasileiros, sendo assim sou a mistura de brasileira com coreano, por isso meu nome é estrangeiro e foi minha vó materna do Brasil que escolheu.

- Oi mamãe! - Respondi me levantando com a pouca coragem que me restava.

- Vem tomar café, já está na hora! - Respondeu ela antes de sair do quarto e eu suspirei, tudo que queria era continuar dormindo.

Comecei ajeitando a minha cama e depois descendo para tomar um café reforçado pois o dia prometia.

- Bom dia Vô, pai e mãe. - Cumprimentei a todos e logo em seguida sentei na mesa.

- Querida, você pode nós ajudar na loja hoje? - Perguntou mamãe, apesar dela ser professora, ela havia se aposentado a pouco tempo e estava ajudando meu pai em sua loja de roupas, e para ocupar seu tempo ela começou a costurar e fazer suas próprias roupas também e com isso, começou a criar nome no pequeno vilarejo que morávamos.

- Claro, posso ajudar sim. - Sorri pegando enquanto me servia.

Depois do café, eu fui direto para a loja, mas não precisaria andar muito, já que a loja e a minha casa ficava tudo junto, no mesmo terreno, o que dividia elas era apenas a sala de jantar, ou melhor, era uma área coberta que não tinha porta, então tecnicamente era nosso quintal, e lá sentávamos todos juntos para comer.

Nossa manhã foi baseada em limpar a loja, já que meu pai e minha mãe fazia isso apenas 2x por semana, e como não tinha nenhuma encomenda a ser feita ou entregue neste período, o tempo até que passou rápido

- Gente, vem, vamos comer já está no horário. - Gritou vovô dos fundos, e eu respondi apenas um "já vou" e continuei o que estava fazendo.

- Venha filha, vamos!! - Pediu mamãe desta vez tirando a vassoura da minha mão.

- Hummm. - Ouvi minha tia chegando pela lateral da pequena loja e dizendo. - Que cheiro bom é esse? Está tão cheiroso que dá pra se sentir de toda a rua, e como não queremos passar vontade, Bora e eu viemos almoçar.

Minha tia era daquelas mulheres que só pensam em uma coisa: Dinheiro.

Sim, isso mesmo, ela se movia a isso, e era capaz até mesmo de vender sua filha para conquistar isso, apesar dela não ser filha do meu avô que morava conosco, ela se auto denominava isso, pois meu tio, pai de Bora, faleceu em um acidente de carro e deixou as duas um bom dinheiro, mas com a vida de luxo, elas voltaram a ser pobres, eu não culpo minha prima, ela tinha a alma bondosa igual meu tio, e vivia sofrendo com as ambições da mãe dela.

- Hummm... Sophie, você começou a procurar emprego? - Perguntou minha Tia, e eu apenas neguei com a cabeça não dando muito bola para o que ela falava. - Então tem que se apressar, pois olha minha Bora, não se passou nem um mês e já começou a trabalhar, não é de se espantar já que ela sempre teve notas altas.

- Mãe, por favor, menos! - Pediu minha prima. - É apenas uma pequena empresa perto de casa, qualquer um pode se candidatar. - Respondeu sem graça.

- Não fale isso minha filha! - Suspirou. - Afinal, qual foi sua pontuação na graduação? - E eu apenas encarei sem graça meu pai.

- Isso não é importante para mim! - Respondeu ele. - Minha filha não precisa ter pressa para procurar um emprego, pois ela tem a nós e o negócio da família. - E riu com a cara de desespero da minha tia.

- Você está me dizendo da loja de roupas? - Perguntou ela espantada.

- Sim e não se esqueça que tem o aluguel delas também! - Complementou mamãe.

- Mas quanto dinheiro isso pode render? - Perguntou minha tia incomodada. - Você não tem ambição Sophie? - Me encarou e aquilo parecia me atingir em cheio, e me fazer questionar, qual era a minha ambição afinal?

- Que isso, Ha-Jun? Não precisamos de dinheiro, apenas precisamos ter o que comer todos os dias na mesa. - Respondeu minha mãe curta e grossa. - Basta que a vida seja saudável e calma.

- Eu realmente não consigo entender a cabeça de vocês. - Suspirou minha tia. - Vocês falam isso por que não tem ambição na vida, já se estagnaram com esse modo.

- Eu realmente penso que servi de inspiração ao meu filho mais velho, ele tinha tanta ambição e então, ele se casou com você minha nora, e tudo bem ele morreu antes de você, não teve tempo em ter desgosto com a pobreza. - Retrucou vovô e todos demos risadas, menos minha tia que ficou com um bico enorme durante o almoço.

Após o almoço, subi até meu quarto e peguei o notebook para enviar alguns currículos, e me sentei na pequena varanda que tinha e nem percebi que minha prima estava se aproximando.

- Sophie? O que está fazendo? - E eu sorri sem graça pra ela como se tivesse sido pega no flagra.

- Procurando um emprego. - Respondi quase sussurrando para meus pais não ouvirem.

- Você está vendo vagas de emprego na capital? - Ela perguntou animada com a ideia.

- Shiuuu, por favor. - E olhamos ao redor para ver que tinha alguém perto.

- Bora, eu não posso viver para sempre neste vilarejo, eu quero conhecer o mundo, e para isso, eu preciso trabalhar fora daqui. - Expliquei.

- Mas se você for pra Capital ficará tão longe de nós, e seus pais iriam surtar com essa possibilidade.

- Eu sei disso, mas a Capital não é tão longe daqui de Boseong, se for de carro dá quase 3 horas e se for de avião fica apenas 50 minutos. - Sorri. - Mas, não vamos nos preocupar com isso agora, vou me concentrar em achar o primeiro emprego e aí se der certo, eu encaro eles e conto a verdade, combinado?

- Combinado. - E ela suspirou fundo. - Eu queria ir pra capital com você. - E me encarou. - Viver da forma que eu quiser e não ter que enfrentar minha mãe e suas ideias malucas. - Sorriu sem graça. - Tudo pra ela se baseia no dinheiro e eu não aguento mais isso.

- Então, procure um emprego comigo também!! - Respondi animada com a ideia. - Posso te ajudar a procurar e quem sabe, não conseguimos até na mesma empresa? - E ela concordou ficando de pé ao meu lado para olhar as vagas.

- Olha Bora. - Mostrei pra ela. - Achei uma para nós inscrever. - E cliquei na vaga. - É para contabilidade na Diamond Company. - Me assustei com a quantidade de informações que eles pediam para se cadastrar. - Caramba, quanta coisa eles pedem, até o tipo de sangue, acredita?- E ela me olhou assustada. - Eu vou me inscrever e depois você, pode ser? - E ela concordou.

Preenchi tudo que precisava e pronto, enviado, seja o que Deus quiser, e não posso negar que eu não estava animada com a ideia de ir para a capital, ainda mais nessa empresa gigante.

O dia se passou rapidamente, e toda noite como de costume, eu gostava de sentar no meu quarto e jogar uma partida de jogo online com alguns amigos da internet, eu amava esses jogos de luta.

- Eu preciso te ensinar box também Nong? - Nong era minha amiga virtual que morava na capital, e eu sabia que poderia contar com ela caso eu fosse pra lá, pois teria um lugar para ficar temporariamente.

- Se eu tivesse tudo isso de equipamentos, e principalmente, se eu gastasse dinheiro com isso, certamente seria bom também.

- Não seja otimista. - Retruquei. - Eu ganhei por causa da tecnologia e minhas habilidades.

- Sophie, não se pode ganhar sempre, um dia eu irei te vencer!

- Nong, pode ser que não venhamos mais jogar ... - Ela não me deixou terminar de falar.

- Não fale uma coisa dessas, eu preciso de você para jogar comigo, você precisa continuar jogando Sophie.

- Calma, deixa eu terminar ? - E ela suspirou dizendo sim a cabeça. - Eu quis dizer, que logo iremos nos encontrar. - E ela sorriu. - Nós nos encontramos pessoalmente, fora da internet.

- Sério? - Ela ficou animada com a ideia - Se você vier mesmo, irei te levar para conhecer as lojas mais tops da capital, você irá amar, e também, te levar para comer nos melhores restaurantes, ahhhh eu estou tão feliz com essa possibilidade.

- Então, escolha um restaurante que goste e me espere, que logo estaremos juntas. - Respondi sorrindo com sua animação.

E depois de um certo tempo desligamos a chamada e fui dormir, porque o amanhã me espera, e Deus quiser, com uma notícia boa.