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A desgraçada morreu?

RÔMULO GUIMARÃES

Estava olhando tudo ali da janela. Quando Sérgio chamou a molambenta para conversar, ela empacou entre os portões e depois caiu no chão, pra piorar a situação.

Será que essa desgraçada vai morrer?

Os meus seguranças a pegaram do chão e a carregaram para dentro da minha casa.

Se essa desgraçada morrer aqui, com tantas testemunhas do que fiz, vou acabar levando a culpa.

Meu advogado estava demorando para me dar uma boa notícia. A boa notícia que eu queria era que nada disso tivesse chegado a público.

E se ela contou para alguém?

Ela disse que a única pessoa que tinha era esse pai, mas ela pode conhecer outras pessoas... Eu não vou deixar essa menina sair da minha casa e manchar a minha reputação. Ela só sai daqui com a língua cortada.

Sérgio não apareceu na minha sala, o que me deixou pensando que a garota poderia estar tão mal que todos estavam fazendo algo para resolver o problema. Se ela morrer também... será um problema a menos.

Sentei no sofá do meu escritório e tentei me distrair com alguma coisa. Sei que Sérgio logo voltará com notícias da infeliz. Só espero que não demore tanto a ponto de eu precisar verificar pessoalmente.

20 minutos depois...

Eu já estava sem paciência. Sérgio não apareceu e a única coisa que via da janela eram as empregadas lavando o sangue da garota que sujou a calçada. Resolvi ir ver por mim mesmo, mas assim que abri a porta, Sérgio apareceu.

— Senhor.

— Por que demorou tanto?! — impaciente, voltei para o meio da sala impaciente e sentei no sofá.

— A garota desmaiou. Nós estávamos tentando despertá-la.

— E ela morreu?

— Ela está viva, senhor.

Não sei se isso é motivo de lamento ou alívio.

— Nós também fizemos um curativo e agora ela descansa no quarto dos fundos.

Eu assenti. — Quando ela acordar, diga que lhe pagarei pelo acidente do pai e também a convença a fechar o bico antes de mandá-la embora.

Quem sabe não é dinheiro que ela quer mesmo?

— Sim, senhor. Farei isto. O senhor quer alguma coisa?

— Um chá. De preferência de camomila. — sentei no sofá e tentei relaxar um pouco. Aja chá para tanto estresse. Ele assentiu e saiu do escritório.

Espero que isso tudo se resolva o mais rápido possível. Se a justiça se mete numa coisa dessas, pode não acabar bem para mim.

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