Capítulo 3 Edith Donato
Quando saíram para o parque, depararam-se com uma enorme área de churrasco e um grande e confortável grelhador.
Depois de alguns metros, viraram-se e começou a tocar música pop, daquelas que as mulheres costumam ouvir, pelo menos era o que Lorenzo pensava.
Aproximam-se da piscina, quando Facundo grita alto, assustando a mãe.
-Mãe, estou contigo! Porque estás a apanhar sol nua?
Lourenço olhou para a mulher bonita e marcante, que, devido ao grito de Facundo, se sentou um pouco, deitando-se sobre um pequeno pedaço de pele, a apanhar sol... com os seios no ar.
-Perdão! Eu estava sozinha e tu devias estar a trabalhar.
disse ela cobrindo o peito com um braço, mas Lourenço já tinha visto algo que o tinha encantado e não fez qualquer esforço para deixar de olhar para ela, mas estando meio passo atrás do seu empregado, o jovem não reparou como o patrão devorava a mãe com o olhar.
-Estou com o meu patrão, viemos buscar uma coisa específica ao escritório do pai.
-Com licença, filho, prazer em conhecer-te....
-O prazer é meu, chamo-me Lorenzo Roma Marquez.
-Eu sou a Edith Donato, a mãe do Facu.
Estava prestes a fazer um elogio sedutor, mas o filho estava presente e ele conteve-se, embora a tenha delineado com o olhar e depois tenha pousado os olhos num pequeno anel que ela tinha no umbigo.
Imediatamente imaginou passar a língua por ele e depois descer até ela....
-Mamã, por favor, veste-te.
Facundo pediu-lhe, envergonhado da mãe, quando estava com ela, ela cuidava de si e não tomava banhos de sol em topless, mas ele sabia que quando estava sozinha, por vezes, o fazia, sentia-se estúpido por não ter pensado nesse pormenor, estava demasiado preocupado com o pai.
O seu patrão era frio e até déspota, embora com ele não o fosse, mas não queria abusar da sorte.
A mãe estava a passar-lhe um mau bocado.
-Sim, Facu... estou a vestir-me, desculpa.
-Não te preocupes, eu percebo que estás em casa e que estavas a apanhar sol, não é nada de mais, na praia... eles olham....
A boca dela caiu porque ela ia continuar a frase dizendo que há mulheres com mamas, mas nenhuma delas é tão deliciosa.
Virou-se para pegar na parte de cima do biquíni, sem deixar de se tapar com o braço, principalmente porque não gostava que o filho a visse assim e, como estava com o patrão, percebia que o Facundo estava a passar um mau bocado.
O que ela não sabia era que, quando se virou, Lourenço ainda a estava a devorar com os olhos e comprimia os lábios para não dizer nada sobre a cauda e as pernas dela.
Era preciso muito para chocar Lourenço, mas Edith Donato tinha-o conseguido e com distinção.
Facundo viu como os olhos do diretor executivo não tiravam os olhos da cauda da mãe e sentiu-se muito desconfortável, se fosse outra pessoa teria dito alguma coisa, embora estivesse habituado a que, quando saía com a mãe, para tratar de papelada ou para jantar, ela fosse alvo de todos os olhares.
Não tinham ido de férias desde que o pai morrera, por razões económicas não tinham podido fazê-lo. Tinham viajado várias vezes pelo mundo, sempre os três juntos, eram muito unidos.
Lourenço tinha até perdido a noção de onde estava quando sentiu o olhar do seu empregado.
Mostra-me esses documentos, Facu.
Disse repetindo a forma como a mãe o chamava.
O rapaz não disse nada e Lourenço esteve quase a sorrir, mas teve o cuidado de não o fazer.
Os dois entraram no escritório de Paolo Simone e, mais uma vez, ele pensou que o gosto do homem era requintado, tal como a sua bela mulher.
Olhou para o local com aparente indiferença, até que os seus olhos caíram numa pilha de fotografias, onde estava um homem muito parecido com Facundo, em todas elas estava com Edith ao seu lado, em muitas estava também Facundo e havia mais de uma dúzia em que ela estava sozinha, em diferentes momentos da sua vida, mesmo quando era jovem e estava grávida do filho de Facundo.
Fiquei impressionado com a beleza desta mulher, ela era simplesmente perfeita.
Os seus seios eram perfeitos, de tamanho generoso, sem serem grotescos, a sua cintura era pequena, as suas ancas seriam a ruína de qualquer homem, as suas pernas seriam o seu hábito e aquele anelzinho no seu umbigo....
Obrigou-se a parar de pensar, porque iria procurá-la para a convidar para jantar e terminar uma noite inesquecível.
Ele tinha-se dedicado a outra coisa.
Mas aquela mulher...
Facundo, alheio aos pensamentos pecaminosos do patrão, enquanto o via olhar para as fotografias, faz alguns comentários sobre o pai.
-Parece mesmo impossível que ele se tenha suicidado.
diz Facundo, pegando em alguns documentos e examinando-os.
Posso levá-los comigo? Prometo que to devolvo.
-Sim, só te peço que tomes conta deles, sei que um dia vou encontrar algo que me diga o que aconteceu ao meu pai.
-Sim, de certeza que se pode encontrar alguma coisa.
-Por favor, não digas à minha mãe que te dei esses documentos, é que ela....
-Fica calmo, Facundo.
respondeu ele, guardando os documentos no seu atelier.
Quando entraram na sala, encontraram Edith já mudada.
Estava definitivamente muito atraente, sedutora, inebriante.
Calçava umas sandálias confortáveis mas de salto alto, com plataforma, e um vestido laranja simples, não muito justo, que realçava a sua beleza e o seu bronzeado.
Lourenço olhava para as pernas dela e não conseguia esconder o quanto gostava do que estava a ver.
Havia uma pequena mesa no meio dos cadeirões, onde Edith já tinha colocado um tabuleiro com café e alguns bolos para acompanhar, tudo servido em loiça muito elegante.
-Bebe café preto ou café preto?
perguntou Edith ao patrão do filho.
-Só preto, obrigada.
Ela serviu-lhe o café, serviu-o também ao filho, e cortou-o com muito leite, bebeu partes quase iguais das duas bebidas.
Conversaram sobre dois ou três assuntos sem importância.
Edith sente o olhar intenso do homem sobre ela, apercebe-se de que ele a está a despir com os olhos, para além do facto de já a ter visto com os seios no ar, e até sente como a sua pele arde pouco a pouco com o brilho que Lourenço liberta nos olhos, mais do que um brilho, é um fogo intenso.
Ele também estava a arder por dentro quando olhava para ela, pensando em tudo o que poderia fazer com aquela mulher, estava chocado com a sua presença, a sua beleza e a sua sensualidade.
Ambos sentiam uma atração profunda, que tentavam esconder, Edith não estava disposta a mostrar o que sentia e não estava interessada em sentir tal atração, simplesmente não estava nos seus planos incendiar-se por um homem qualquer.
Olhou para Facundo, pensando que ele tinha reparado como o patrão olhava para ela, e
Sabia que, assim que ficassem a sós, o filho ia censurá-lo por a ter encontrado quase nua.
Lourenço despediu-se à pressa, aquela mulher dava-lhe mais vontade do que estava habituado, era apaixonada e sedutora, estava habituado a ter qualquer mulher que quisesse, talvez um pouco menos agora porque tinha uma namorada e fazia quase sempre sexo com ela, embora de vez em quando saíssem com Orlando e um casal amigo.
Às vezes precisava de uma mudança, de alguém diferente, para evitar que a rotina se apoderasse dele.
Facundo tinha-lhe dado também os documentos que continham o erro que acabou em tragédia.
Lourenço pôs-se a estudar tudo, tinha regressado ao seu gabinete, sobretudo porque queria que Orlando participasse na situação.
Começaram a olhar para a primeira planta, a que tinha o erro, e depois de a verificarem várias vezes, aperceberam-se que tinha sido resolvida antes de chegar ao último arquiteto, que a incluiu sem razão, porque tudo estava resolvido.
-Vamos tirar fotocópias de tudo, porque eu prometi-lhe que amanhã devolvia tudo.
Depois de algum tempo a tirarem eles próprios as fotocópias, porque era um assunto delicado e não queriam envolver ninguém, nem nenhuma secretária para ver aqueles documentos, voltaram ao primeiro plano.
-Este projeto foi sabotado, aproveitando o erro do início.
-Eu pensei a mesma coisa.
O primeiro passo estava resolvido.
Olharam para as horas e aperceberam-se de que eram quase 21 horas, guardaram tudo e foram jantar.
Ambos estavam obcecados com o assunto, por isso continuaram a falar durante o jantar.
-Tinhas razão.
disse Lorenzo.
Orlando levantou uma sobrancelha, não sabia porque é que o amigo estava a concordar com ele.
-A mulher.
-Quem?
-A mulher de Paolo, a mãe de Facundo.
-E ela? Achas que está envolvida?
-O quê? Não!
-Então não sei o que é que ela tem a ver com isso.
-Só a conheci hoje.
-¿Y?
-E depois? E depois? É a mulher mais bonita e sexy que já vi na minha vida!
-Ela é linda, sim.
-Não.
-Não?
pergunta Orlando, pensando que o seu parceiro o estava a foder.
-Ela é mais do que bonita, ela é... boa, ela é... merda, eu quero tê-la.
Orlando riu-se, porque sabia que ela era uma mulher bonita, mas parecia que Lourenço estava fascinado por ela.
-Ela bateu-te com força.
-Estava a apanhar banhos de sol nua quando chegámos.
-Nua?
perguntou Orlando, espantado.
-Não, ela estava de biquíni, sem colaless e sem sutiã, aquelas mamas são inesquecíveis.
-Se alguém te ouvisse, duvidaria da tua idade.
-Juro que ela é perfeita, não fui mais longe porque o filho estava lá, mas porra... não sabes o cu que ela tem.
Orlando pensava que se lembrava assim da ex-mulher, sempre pensou como a sua primeira mulher era linda e sensual, para ele não tinha igual e no entanto perdeu-a, por nada, por uma infidelidade sem sentido e depois de ela o ter deixado, na altura nem lhe pediu desculpa e continuou a sua vida, até que começou a sentir a falta dela e mais tarde casou, porque a namorada estava grávida e ele pensou que só precisava de uma mulher que o esperasse em casa, sem perceber que o que ele precisava não era de uma mulher qualquer, mas da sua mulher, a mãe da sua filha.
Mónica era sensual, com um corpo deslumbrante, com um calor único e era a mãe da sua filha, aquela que pegou na sua menina quando se separaram, aquela que suportou a sua dor, para que a sua menina não sofresse tanto.
No final, aquele caso, que lhe tinha passado ao lado, arruinou a sua vida e também a vida da sua mulher.
Passaram muitos anos e todos seguiram com as suas vidas, mas ele estava condenado para sempre, porque a tinha perdido para sempre.
Abanou a cabeça, tinha de a esquecer.
Continua a ouvir o amigo a falar, parece que aquela mulher o tinha encantado.
-Que idade é que ela tem?
-Acho que tem 36, porque o Facundo disse-me que ela o teve quando tinha 17 ou 18, mas ela nem parece ter 30, deve estar a treinar ou assim, é ....
Lourenço não terminou a frase, estava zangado, só estava à espera, com qualquer desculpa, de a voltar a ver e depois convidava-a para uma bebida, o resto descontava.
