Prólogo
Natália - 3 anos atrás
Tava em casa fazendo o almoço, bastou eu terminar quando alguém entra quebrando tudo, Aghata tava na creche, morri de medo quando vi que era o Matarindo o sub dono do morro, tremi na base.
- O que ac-aconteceu ? - gaguejei
- Tu tem que vim comigo, suave? - nem tive a oportunidade de responder
Saiu me puxando e me jogou dentro do carro, não sabia o que estava acontecendo mas com certeza era dívida do meu pai, aquele drogado do caraí, a única responsabilidade que eu tinha era a Aghata pois minha mãe me deixou ela e somente ela pra cuidar.
Ele me levou para a boca e me puxou do carro e saiu me empurrando e me puxando, quando entrou numa salinha e vi o Muralha tremi na base bonito esse homem era o cão porém lindo.
- Cadê teu pai ? - pergunta grosso e com uma arma à vista
- N-não sei - gaguejei novamente
- Tá querendo me fazer de otário, pô ? - se levantou e puxou meus cabelos
- Não, eu não sei onde ele foi parar, faz três dias que não aparece em casa.
-Pois manda o papo que ele tem só dois dias pra descolar minha grana, agora vai embora daqui.
Ele me empurrou da sua sala e eu sai daquele lugar, estava muito nervosa, cheguei em casa e aquele drogado estava jogado no sofá, depois de me envolver nas tretas dele, ele volta.
- Ei bora levanta - falo puta da vida
- Que foi? tem respeito mais não? - fala querendo meter mó marra
- Muralha quer que tu suba lá e eu não vou resolver B.O teu
- Tu é uma puta menina, pq não ajuda o papai e vai dar meia hora de buceta pra me dar dinheiro.
- Vai dar tu, teu cu meia hora e me respeita que respeito é bom e eu gosto - ele me encara com fogo nos olhos
Sabia o que era perigo e o que não era e ele não me fazia medo, não igual muralha, com aquele eu nem me metia, sabia do que ele era capaz.
- Vou nem discuti contigo- saiu de casa batendo nas coisas com certeza drogado e bêbado.
Vi as horas e fui buscar Aghata na creche....
Passou os dias e estava arrumando a casa quando Matarindo entra em casa com cara de enterro.
- O que aconteceu ? - pergunto nervosa
- Arruma tuas coisas morena, tu vem comigo. - fala me puxando
- O que ? não posso, tenho minha irmã - me soltou dele num puxão, o que não adianta muito
- Não pode um caraí, tu vem comigo. - me puxou e mandou eu arrumar minhas coisas.
Botei minhas roupas na mala e mandei uma mensagem pra Gabi, para ela cuidar da Aghata até eu voltar, se eu voltar.
Matarindo me jogou no carro de novo, e me levou para uma casa que não tinha nem ideia de quem era.
- De quem é essa casa? - mais essa agora
- Tu vai morar aí - quê??
- Porquê ? - falei nervosa
- Teu pai te vendeu em troca de dívida, tu é do Muralha agora - me olhou com pena
Eu chorei naquela hora não me aguentei, comecei a chorar e Matarindo me botou pra dentro.
- Muralha chega mais tarde arrumar teus baguio e quer que eu pegue tua irmã? - neguei com a cabeça limpando as lágrimas
- Não, mas pode fazer um favor pra mim? - pergunto num fio de esperança
- Posso tentar- deu um sorriso amarelado
- Vai até Gabriella e explica a ela o que aconteceu e pedi pra ela cuida da Aghata pra mim - podia acontecer tudo comigo, menos com ela
- Que Gabriella? - pergunta com uma cara de "quem?" na cara
- A nega dos cabelos cacheados da rua 17 - ele parece pensar
- acho q sei quem é, faço isso pra tu - dou um meio sorriso
- Obrigada mesmo - ele apenas acena com a cabeça saindo da casa
Ele saiu sem falar nada e fui pra um quarto que estava vazio e arrumei minhas coisas, era 21:30 da noite quando Muralha entra no quarto e eu me encolhi na hora, ele vem até mim e puxou meu cabelos.
- Mais é uma rapariga mesmo, por isso teu pai não te quis - ele estava com os olhos vermelhos, droga com certeza.
Ele começou a me dar chutes e mais chutes, quando me puxou e me jogou na cama, eu tinha apenas 15 anos.
Ele rasgou minha roupa e tirou as suas, logo vi ele tirando seu membro, não sabia o que fazer.
- Por favor não faz isso comigo - falei chorando e ele me olhou com mais raiva e me deu um tapa tão forte que minha cabeça virou na hora
Ele logo penetrou em mim com força e rápido, eu gritava, chorava e ele me batia enquanto me "comia".
- Fica de quatro pra mim vadia - não fiquei e ele puxou meus cabelos - fica de quatro se não vou matar tua irmã porra.
Mexa comigo mas não mexa com ela, fiz o que ele mandou e ele logo me penetrou mais um grito se transformou, minha virgindade estava indo embora com um monstro e junto com ela minha vontade de viver.
Ele me fodeu de tudo quantos ele queria e me batia, e quando gozou ele jogou na minha cara e começou a me dar chutes e mais chutes, eu não tinha mais forças pra grita, só as lágrimas desciam e ele começou a me dar socos e mais socos, sei que desmaiei com tantos socos e chutes.
- P.....Para - ele me olhou nos olhos negros parecia estar possuído
Me bateu muito, me dava socos não aguentei e acabei desmaiando....
Acordei com uma enfermeira que estava cuidando em mim mas ainda estava naquele quarto, sentia o cheiro de sangue e o gosto de ferro nos meus lábios
- Você está péssima...- como se eu não tivesse noção de como seria minha vida aparti daquele instante
Me virei e vi uma marca de sangue no lençol e foi ali que começou o terror que eu chamava e chamo até hoje de vida...
Aprendi a sobreviver e que a vida nem sempre é justa e bela como nos contos de fadas, a vida real é dolorosa e quanto mais a gente acha que tá bem, mais a vida mostra que não temos finais felizes.