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A amiga de Wolley

Dia 3 de outubro de 2015

11h30

Personagem desconhecido

Bom dia, leitor! Tudo bem? Espero que sim! 

Bem, meu nome é Akemi Denki, tenho vinte e um anos e sou cantora. Eu canto música pop japonesa e sou uma das mais populares do meu país. 

Bem, a minha aparência consta em cabelos castanhos e longos com uma franja, a pele pálida e o corpo meio esguio. Eu tenho um pouco dele em forma, seria algo entre corpo atlético e corpo esguio, mais ou menos. Costumo usar roupas mais modernas, nesse momento, eu uso uma jaqueta preta curta na parte superior da cintura, uma camiseta branca, calça jeans e tênis simples da all stars. 

Nesse momento, estou na frente da casa de um amigo, nessa manhã de sábado bonita, com um sol alegre, mas com um frio bem arrepiante. Não que esteja com a temperatura abaixo de zero, mas está bem frio mesmo. 

A casa é bem grande, não chega a ser uma mansão, mas não entendo por que esse quarteto não compra uma. Poderiam morar todos juntos e ainda sobraria espaço. Mas eu sei a causa. Eles são humildes e com o dinheiro que arrecadam, setenta por cento vai para caridade ou para ajudar alguns países pobres. Deu para ver que eles são bons de coração. Eu também faço isso, mas eu uso cinquenta por cento do que arrecado. Bem, não sei se é bom, mas só sei que ninguém me julgaria. Mesmo assim, sempre tem aquele. 

Bem, nesse momento, eu bato na porta. Estava segurando um DVD de um dos meus últimos shows, foi quando aparece uma senhora de traços tailandeses. Ela tinha os cabelos grisalhos e compridos, presos em um rabo de cavalo. Tinha algumas rugas e a pele era bronzeada. Usava um roupão com estampas de foguinhos vermelhos. Acho que é de algum anime, mas não lembro qual é. 

— Bom dia, Dona Wang-Amen. — Dizia para a senhora. 

— Bom dia. — A senhora boceja. — Que está fazendo aqui à essa hora, menina? É tão cedo. 

Olhei espantada para ela. 

— Dona Wang, são onze e meia. — Disse para ela, enquanto mostrava meu relógio digital para a mesma. 

A senhora tira um óculos de dentro do pijama e checa o meu relógio. 

— Minha nossa! — Ela olha espantada. — Wang Oh chegou tão tarde ontem! 

— Deve ser por isso. — Respondi, rindo. — Bem, eu queria mostrar para ele o meu DVD que lançou antes de ontem. Posso? Posso? — Dei alguns pulinhos, enquanto implorava para a senhora. 

— Bem, eu não sei se ele está dormindo, mas vou acordá-lo. Só assim ele para de ficar até tarde trabalhando. — Disse Dona Wang-Amen, dando uma leve risada. 

Eu também ri, mas era maldade. Sei bem como era o Wang-Oh, o baterista da banda Metal and Fire. Nós somos amigos desde o fundamental, por isso, sempre nos demos bem. Tínhamos o mesmo sonho, que era seguir carreira na área da música. Pensamos em montar um conjunto, já que eu canto e ele é bom na bateria, mas tinha um porém. Eu nunca conseguia sincronizar minha voz com rock e por conta de Wolley saber tocar bateria, a banda Metal and Fire, que começou na escola, no Ensino Médio, estava precisando de um. Foi quando ele entrou. Nesse meio tempo, eu estava me descobrindo ainda, foi quando percebi que a música pop corria nas minhas veias. Desde então, seguimos caminhos diferentes, mas mesmo assim, sempre nos falamos e sempre buscávamos estar perto um do outro. Espero que continue assim, porque eu adoro a presença de Wolley. 

Nesse momento, eu estava sentada no sofá da casa de Wolley. O sofá era branco, mas com almofadas coloridas, havia uma televisão de tela plana presa na parede esbranquiçada, além de que o comedor ficava ao lado. As cadeiras e mesas eram pretas e tinha um vaso como enfeite. Tinha uma estante com algumas estátuas de Buda e também algumas fotos da avó e de Wolley. 

Seus pais, infelizmente, se separaram. Sua mãe ficou com a guarda dele, mas veio a falecer quando ele tinha dez anos. Seu pai foi embora para os Estados Unidos e soube que ele está trabalhando na Casa Branca. Acho que ele nem pensa em sair de lá para ver o filho, mesmo que ele esteja fazendo sucesso no momento. 

Com isso, a avó de Wolley ganhou a guarda dele e até hoje eles vivem como unha e carne. 

— Wolley está acordado, o que me surpreendeu. — Disse a Dona Wang. — Daqui a pouco ele aparece. Aliás, posso ver o conteúdo do DVD? 

Fiquei um pouco corada. 

— Bem, pode sim, mas… Eu queria que…

— O Wang-Oh estivesse junto. Tudo bem, podemos esperar por ele. Enquanto isso, vou colocar no noticiário. — Disse a Dona Wang. 

Ele se senta ao meu lado, liga a televisão e coloca em algum canal de notícias. Fiquei impressionada que ela já saiba manejar a televisão sem problemas. Se fosse a minha avó, iria atrapalhar meus ensaios para atendê-la. 

Passamos meia hora assistindo televisão, quando aparece o Wolley. Estava com os olhos inchados e os cabelos loiros bagunçados. 

— Minha nossa, você demorou. Estava passando maquiagem? — Indaga Dona Wang. 

Achei engraçado ela dizendo isso e comecei a rir junto com ela. 

Wolley apenas nos observava, sem entender do que se tratava. 

Dia 3 de outubro de 2015

Meio-dia 

Wang-Oh (Wolley) 

Oi, leitor, bom dia, quase boa tarde. 

Estava dormindo tranquilamente, ao mesmo tempo que cansado. Nossa, como foi puxado o show de ontem. Pensa que é fácil ser baterista? Que nada. Você precisa tocar a mesma com muita agilidade e precisa estar em sincronia com as partes "do corpo" da bateria.

Acordei às onze e quarenta e cinco, quando escuto minha avó, Wang-Amen me chamar. Todos da família se chamavam Wang, menos meu pai, mas não quero falar dele, porque foi se meter embaixo da saia do presidente dos Estados Unidos e nunca mais quis saber de nós. Tirando isso, voltando ao assunto, ela chegou falando:

— A sua namorada, a Akemi, está na sala. Disse que quer lhe mostrar uma coisa. 

Ruborizei na hora. Akemi não era minha namorada, quer dizer, nós já ficamos no Ensino Médio, mas nada além disso. Quando percebemos, vimos que namoro não era conosco e sim apenas amizade. Assim aceitamos. 

Quando soube que ela estava aqui em casa, tratei de me arrumar, mas não sabia o que vestir. Só tinha camiseta preta, eu sei que a Akemi não gosta de preto. Ela sempre usa roupas coloridas. Enfim, coloquei um uniforme da banda mesmo, isso ela não vai estranhar. 

Chegando na sala, ainda com sono e com fome, eu vi ela segurando um DVD, depois da piada que a minha avó fez. Ai ai, a minha avó sempre foi "jovem". Ela sempre se modernizava e quem vê, nem parece que ela tem setenta e três anos. Eu daria uns cinquenta e poucos. O pessoal da banda adorava ela, porque ela sempre fazia uma novidade para comermos ou contava uma piada. Mas a parte legal era as histórias dela de quando ela tinha a nossa idade. Confesso que gosto de ouvir as histórias dela. 

Depois que trocamos cumprimentos, Akemi disse:

— Então, você quer ver o meu último show? Foi gravado pela minha produtora. 

— Claro. — Respondi. 

Normalmente, os shows de Akemi duravam três horas. Eu fiquei admirado que ela passasse três horas seguidas cantando, agitando os fãs e dançando. Ela era muito elétrica, desde o fundamental. Se deixasse ela ficar jogando futebol por horas com os rapazes, ela jogava tranquilamente e ainda ria e falava bem alto com a Luza. 

A minha avó fez questão de configurar o DVD para vermos o show e assim se sucedeu. 

Leitor, eu confesso que estava cheio de sono e enquanto a minha avó foi arrumar o DVD para vermos, fui fazer meu café e perguntei para Akemi se ela queria algo e ela disse que não. Mas depois que comecei a ver o show da minha amiga, vendo ela dançar junto com as coreógrafas e toda hora apoiando os fãs para pularem, para se empolgarem e ainda levantarem as mãos e tudo mais, eu já não sentia mais nada, nem sono, tão pouco fome. Tinha vontade de dançar, mas tinha um porém. Eu não sei dançar e é capaz de virar piada para a Akemi e a minha avó. Eu não sei como esta se sentiu, mas eu me senti assim. 

Dia 3 de outubro de 2015

15h00

Wang-Oh (Wolley) 

Depois de três horas vendo o DVD, estávamos ali ainda. Nem almoçamos porque era tamanha a energia que Akemi passava para nós. Nossa, que mulher incrível. Feliz é o cara que tem ela como namorada ou esposa, porque ela é muito espontânea e consegue passar sua espontaneidade para nós. Eu acho que é por causa das músicas dela que sempre falam de pular, dançar, mostrar alegria e ver o lado bom da vida. Acho que isso acaba mexendo conosco. 

No DVD, mostrando o show, Akemi estava sorrindo, com o microfone na boca, ela estava tão suada e ofegante, que chegava a ficar um vermelhão. Ela usava uma roupa parecendo ser de metal e tinha uma maquiagem de estrela perto do olho. 

As pessoas no DVD não paravam de gritar por Akemi e a mesma estava feliz. 

— Bem, pessoal, vocês acharam que eu não cantaria a música que me levantou no sucesso? 

Eu sabia qual era a música. O nome era A Juventude Corre Nas Minhas Veias. Essa música tocou em disparada nos rádios japoneses, soube até mesmo que as rádios coreanos tocavam seguida essa música, de tão espontânea que era. 

As pessoas gritavam de alegria pedindo pela música. A minha avó e eu estávamos focados na televisão, enquanto Akemi estava sorrindo, olhando também para a mesma. Ela estava no meio de nós, com as pernas cruzadas e os braços colados em sua barriga. 

Nesse momento, toca uma melodia eletrônica, sendo sucedida por uma batida, como se fosse de um coração e a Akemi da televisão começa a cantar, enquanto caminhava fazia gestos como se quisesse dançar. 

Are mite

Koka wa doko

Watashi dō yatte, koko ni kitandarou?

Ōku no hito ga shiawasede yoi koto o tanoshinde iru no o mimasu

Dō yatte koko ni tachiyotta no ka wakaranai

Shikashi, nanika ga watashi ni tanoshimu yō ni oshiete kuremasu

Jinsei wa ichido shika iki rarenainode

Soshite kyō, watashi wa sore o kowashimasu

Quando ela cantou a segunda estrofe, a batida foi acelerando, até que veio uma outra melodia eletrônica, só que mais animada. 

Kono shunkan o tanoshimimashou

Mondai o wasuretai

Kyō wa utatte odotte janpu shimasu

Jinsei no kizuna kara jibun o kaihō suru

Watashi wa sore o takusan tanoshimimasu

Wakamono wa watashi no jōmyaku o kakenukeru

Hashiranakute mo

Watashitachi wa sore o toriireyou to shite imasu

Quando ela cantou essa parte, estava dançando. Ela jogava os braços para cima, chutava o ar, pulava, girava, enfim, ela fazia tudo que pudesse imaginar, leitor e que energia que a Akemi tinha e tem. Ela não mudou nada desde o fundamental. Continua sempre elétrica. 

No momento, as pessoas gritam de alegria e batem palmas, mas a música continua. Voltava a batida de coração de antes. 

Are mite

Koka wa doko

Watashi dō yatte, koko ni kitandarou?

Ōku no hito ga shiawasede yoi koto o tanoshinde iru no o mimasu

Agora, a batida eletrônica de antes volta, mas era misturada com a de coração. 

Dō yatte koko ni tachiyotta no ka wakaranai

Shikashi, nanika ga watashi ni tanoshimu yō ni oshiete kuremasu

Jinsei wa ichido shika iki rarenainode

Soshite kyō, watashi wa sore o kowashimasu

Foi acelerando a batida, até que ela canta o refrão e faz a mesma coreografia, só que de uma forma mais extensa. Minha avó e eu ficamos boquiabertos. 

Kono shunkan o tanoshimimashou

Mondai o wasuretai

Kyō wa utatte odotte janpu shimasu

Jinsei no kizuna kara jibun o kaihō suru

Watashi wa sore o takusan tanoshimimasu

Wakamono wa watashi no jōmyaku o kakenukeru

Hashiranakute mo

Watashitachi wa sore o toriireyou to shite imasu

Ela agora estava dançando por mais alguns minutos e a batida estava furiosa. 

Depois que ela termina, a melodia da música fica mais suave, mas ainda com aquele ar de eletrônica. 

Dō yatte koko ni tachiyotta no ka wakaranai

Shikashi, nanika ga watashi ni tanoshimu yō ni oshiete kuremasu

Jinsei wa ichido shika iki rarenainode

Soshite kyō, watashi wa sore o kowashimasu

Agora, volta a mesma batida de antes. 

Kono shunkan o tanoshimimashou

Mondai o wasuretai

Kyō wa utatte odotte janpu shimasu

Jinsei no kizuna kara jibun o kaihō suru

Watashi wa sore o takusan tanoshimimasu

Wakamono wa watashi no jōmyaku o kakenukeru

Hashiranakute mo

Watashitachi wa sore o toriireyou to shite imasu

Kono shunkan o tanoshimimashou

Mondai o wasuretai

Kyō wa utatte odotte janpu shimasu

Jinsei no kizuna kara jibun o kaihō suru

Watashi wa sore o takusan tanoshimimasu

Wakamono wa watashi no jōmyaku o kakenukeru

Hashiranakute mo

Watashitachi wa sore o toriireyou to shite imasu

Agora, ela termina de cantar e as pessoas vão à loucura. Akemi estava com os braços abertos e fazia várias reverências. Ela agradeceu várias vezes e chegou a receber abraços de algumas das coreógrafas. Minha nossa, quanta energia essa Akemi tem. Fiquei impressionado. 

Dia 3 de outubro de 2015

15h05

Wang-Amen

Estava impressionada. Essa Akemi sabe mexer com os outros. Até eu fiquei com vontade de cantar e de dançar, mas como estou velha, não sei se isso ajudaria ou não. 

Quando terminou o DVD, Akemi olhou para nós curiosa e indagou:

— E então, vocês gostaram? 

Olhei para o meu neto, que estava admirado e respondi:

— Sim, nós adoramos ver sua performance, querida. 

— Obrigada. — Akemi diz corada. Ela olha para a cozinha. — A senhora quer que eu faça algo para comer? 

— Não precisa, querida, pode deixar que eu mesma faço. Mas se quiser, pode me ajudar. 

— Está bem. — Akemi olha para Wang. — Depois podemos caminhar um pouco? Aproveitar o sábado. 

— Pode ser sim. Estou bem mais elétrico. 

— É, mas esse posto é meu. Tire o olho — Akemi ri. 

E assim passamos a tarde. 

Depois que almoçamos, os meninos foram caminhar um pouco. Wang-Oh levou uma bola de basquete para jogarem e assim se seguiu a vida. 

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