Capítulo 5 - Acasalamento sob a Lua
O Alfa havia transmitido a mensagem e sabia que Eugênia não arriscaria a vida de sua família. Era apenas uma questão de tempo até que ela viesse até ele. Ele permaneceu no salão de festas, ordenando que a celebração continuasse, mesmo que o banquete tivesse sido um grande fracasso. Radesh entrou no salão com aquela expressão característica de derrota que lhe era própria.
— Ainda não conseguimos encontrá-la, mestre.
— Eugênia está a caminho. Já posso sentir o medo dela se aproximando. — Ele se aproximou da imensa janela, observando do lado de fora. O vestido vermelho brilhante dela anunciava sua volta enquanto subia as escadas do castelo.
Voltar para dentro do castelo era a única opção que restava para Eugênia naquele momento. Uma preocupação a intrigou em relação ao encontro com Gustave: ele sabia que Alfa podia ler seus pensamentos e descobrir que se conheciam, além do plano de Jane e ele para derrotá-lo. Era essencial evitar pensar nisso, para não dar motivos a Alfa para invadir seus pensamentos.
Radesh a interceptou, segurando firmemente seu pulso e a levando de volta para dentro do castelo. Ele sabia que ela estava se entregando, mas desejava conduzi-la ao seu mestre para ganhar prestígio diante dele.
— Solte-me, cão de guarda. Não percebe que voltei para me entregar ao seu líder?
— Espero que Alfa a destrua, humana imunda e miserável! Acha mesmo que, com sua recusa, ele poupará seu povo? Estúpida!
Ela puxou seu braço bruscamente das mãos dele, sentindo o fedor de carne podre que ele exalava. Radesh praticamente a empurrou para dentro do amplo salão de festas. Alfa estava sentado em seu trono, observando seus súditos tolos dançarem e se banquetear, sem querer imaginar a origem da carne servida. Radesh a empurrou até que ficasse diante de Alfa, forçando sua mão em seu pescoço e fazendo-a ajoelhar-se diante de seu mestre.
— Fico contente em ver que seu juízo a trouxe de volta! — Alfa disse, observando-a com um sorriso vitorioso. Sua ironia incitou nela um ódio ardente como nunca havia sentido.
— O senhor sabe muito bem por que voltei para este inferno.
Sua mente divagou por um momento para a vila, pensando em como todos reagiriam ao saber que o padre havia sido levado e estava sendo usado como alimento por eles. Diante da provocação de seu irmão, ela acreditou que, ao se entregar, poderia adiar sua própria morte.
— Bem, então aproveite a festa. — Ele se levantou, aproximando-se dela. Alfa a pegou pela mão e a ajudou a se levantar. Eles se dirigiram ao centro do salão, e ele a puxou para mais perto, começando uma dança que era acompanhada pelos músicos tocando uma valsa.
— Você tem uma habilidade incrível para ignorar o fracasso deste banquete, ou prefere fingir que nada aconteceu?
— Arruinar meu jantar? Você sequer chegou perto disso, Eugênia. Sua presunção ainda lhe custará caro.
— Estou cansada e preciso dormir. Não tenho disposição para celebrar o derramamento de sangue de inocentes.
— Você está certa. Não se preocupe, logo iremos para nossos aposentos.
Ela olhou para ele com um ódio renovado. Seu corpo era frio e ele a abraçou com mais força. Suas outras fêmeas desejavam eliminá-la por estar nos braços dele, e ela facilmente cederia seu lugar a qualquer uma delas...
— Você tem outras boas opções. Deite-se com elas! Quem sabe, todas juntas na mesma cama. — Ela gritou.
— De fato, tenho belas opções à minha disposição. Mas você tem algo que elas não têm.
Ele queria sua pureza, ser o primeiro a tocá-la, isso só podia ser.
— E o que tenho Alfa?
— Um corpo quente, cheiro de humana e, é claro, uma atitude indomável que me excita.
— Então é isso? Gosta de submeter todas as fêmeas que rejeitam seus avanços.
— Não sou um estuprador, princesa. Minhas fêmeas escolheram estar ao meu lado e reinar na escuridão.
— Mas eu não quero. Quero voltar para o meu povo, levar esperança para dias sem dor e medo!
— Depois desta noite, poderá voltar, se assim desejar. Mas lembre-se de que o acordo permanece: uma vida a cada primavera, e a dívida que seu irmão tem comigo persistirá, bela.
— Só queremos paz Alfa. Diga-me como podemos alcançá-la?
— Seja minha, sem resistir. Ajoelhe-se completamente, como fez agora há pouco. Quem sabe, então, eu possa considerar.
Ela sabia que ele não romperia o acordo apenas por uma noite com ela. Essa aliança de sangue não seria desfeita tão facilmente. Antes que pudesse encontrar uma resposta, as mãos dele invadiram seus cabelos negros. Ele guiou seu rosto em direção ao dele, e seus lábios se uniram em um beijo.
A língua do Alfa percorria sua doce boca, o cheiro de Eugênia era um suave veneno que conseguia retirar os pés dele do chão, mesmo que o mesmo não pudesse voar. Seu corpo junto ao dele o fazia incendiar em chamas como o inferno, mas estar sentindo o calor dela o trazia paz.
Sue, Hellen e Dana mal podiam crer no que seus olhos estavam contemplando.
— O mestre nunca manifestou qualquer apreço por nós diante dos súditos!
— Sim, Dana, essa maldita humana o está cegando completamente com a sedução. — Sue virou toda a taça de vinho de uma vez, demonstrando todo o ódio que sentia.
— Ela tem que desaparecer, sem deixar rastros.
As duas se voltaram para Hellen, Dana tentando trazê-la de volta à razão.
— Você enlouqueceu? Se tocar nessa maldita concubina, Alfa arrancaria sua cabeça.
— Talvez um acidente, ela é apenas uma humana!
As três brindaram. Entre elas, quem poderia conseguir tal afronta?
Longe dali...
Jane vagava pelas ruas de Sangria à luz do luar, em busca de sobras para se alimentar. Encontrou vísceras de porco em um balde em um beco escuro.
— Conseguiu finalmente sair daquela cela?
— Lilith?
— Lembra-se da minha voz?
— Como poderia esquecer da maldita criatura que me entregou para o Alfa há muitos anos?
— Tantos anos, minha cara Jane. Achei que já tivesse superado.
— O que me consola é saber que você hoje é pó sob os sapatos dele, foi preterida por uma humana. Eugênia!
— O mestre está enfurecido apenas porque me deitei com Thor. Minha punição não durará para sempre. Já a sua...
— Não somos mais diferentes. Alguns anos no exílio e você ficará como eu. Sua beleza será substituída pelo declínio e seu corpo padecerá até se tornar a sombra do que é. — Jane sorriu ao dizer isso. Agora que estava livre, poderia tentar lutar contra a maldição que tomou conta de seu corpo.
— Eu nunca serei como você! — Lilith escalou o muro da torre para observar o baile. Viu Alfa e Eugênia se beijando diante de todos.
— Ele já me substituiu por essa maldita humana!
O beijo cessou, Eugênia permitiu os toques dele, ciente de que não poderia deixar que o monstro invadisse seus pensamentos. Alfa a puxou pela mão, saindo do salão com um sorriso que deixava claro que ela era uma presa subjugada sendo levada para o sacrifício. Juntos, subiram as escadas e ele abriu a porta de seu quarto. Sobre o móvel, uma garrafa de vinho e uvas aguardavam.
A cama redonda, coberta por um forro na cor vinho, representava um luxo que Eugênia jamais havia testemunhado. Ela permaneceu parada, observando tudo aquilo diante de seus olhos.
Alfa retirou suas pulseiras e anéis de ouro, colocando-os sobre o móvel. Fechou a porta, inicialmente parecendo ignorar sua presença. A ansiedade tomava conta dela, e seu corpo começou a tremer, enquanto a garganta ficava seca.
O Alfa se despiu por completo, e Eugênia observou cada músculo se revelar. A força dele era imponente, capaz de dominá-la com facilidade. Aquela era a primeira vez que ela via um homem adulto nu. Ele se deitou na cama, olhando-a com um sorriso que sempre denotava seu deleite em relação ao seu medo.
— Venha, minha pequena. — Ele indicou o espaço ao seu lado na cama.
Eugênia estava ciente de sua posição de vulnerabilidade. Chorar ou demonstrar fraqueza apenas pioraria sua situação. Ela se deitou ao lado dele, observando o peito nu que se movia com sua respiração ofegante, à medida que ela se aproximava. Alfa esticou a mão em direção às uvas e colocou uma em sua boca.
— Doce Eugênia.
Com dificuldade, ela mastigou e engoliu.
O Alfa deitou sobre o corpo dela, beijando sua boca. Desceu os seus lábios por sua pele branca provando seu pescoço e colo, deslizando a língua até o meio do seu decote de Eugênia.
Roçou seus corpos, o toque de seu vestido longo de cetim na pele nua do Alfa, foi substituído pela pele macia e branca da jovem, o monstro revelou suas garras e rasgou por inteiro o vestido dela.
— Por favor, seja gentil! — Uma lágrima escorreu de seus olhos ao pedir a ele, o cheiro dela o excitou.
Entrelaçou suas mãos as dela, seguiu beijando todo o seu corpo. Seus seios de tamanho médio, mamilos rosados pediam pelos lábios do Alga, passou sua língua gentilmente sobre eles enrijecendo-os e então, os abocanhou com delicadeza e carinho.
Os olhos dela se fecharam e Eugênia se encolheu embaixo do corpo dele, deixando escapar um gemido que apenas os sensíveis ouvidos do Alfa, conseguiram captar. Ele seguiu descendo seus beijos pela barriga, dela e introduziu a língua em seu umbigo.
— Não é real. — Ela dizia.
— É real, Eugênia, deixe seu prazer fluir.
Enquanto ele a tocava daquela forma tão íntima, Eugênia sentia seu corpo flutuar em uma descarga de prazer que jamais havia experimentado em toda a sua vida. Ela nunca imaginara o que poderia acontecer entre um homem e uma mulher na intimidade; era como se, de alguma forma, estivesse sendo transportada para o paraíso e tivesse a chance de retornar em segundos. Alfa ergueu os lábios novamente e, com um sorriso, beijou-a na boca.
— Está descobrindo o prazer, Eugênia. Não precisa se conter. Mostre-me!
— Eu não quero ser sua.
— Você me deseja, assim como eu te desejo. Seu corpo não mente.
Ele posicionou-se entre as pernas dela, acomodando-se melhor sobre a jovem.
— Não.
— Não é isso que você quer me pedir, Eugênia!
— Me deixe.
— Ainda está escondendo a verdade de mim. — Ele mordeu a orelha dela, sussurrando próximo à sua pele.
— É a verdade.
— Você me quer dentro de você. Eu já estou dentro de você!
Ela escutava suas palavras em sua mente e sentia medo do que ele poderia descobrir. Sem outra opção, permitiu que ele a possuísse.
— Jure, jure que deixará o meu povo em paz.
Devorando-a com beijos e quase penetrando seu corpo, ele estava ofegante e seu coração vazio pulsava forte ao lado do coração de Eugênia.
— Eu, eu juro, minha fêmea. Seja minha, somente minha!
— Sim.
Alfa aceitou o convite silencioso de Eugênia e invadiu delicadamente o corpo dela com o seu. O calor, aconchego e a preparação que sentiu o fez repousar totalmente sobre ela, permitindo uma penetração completa. Eugênia gemeu, e Alfa silenciou seus gemidos com beijos. A experiência de se unir a ela era muito mais do que prazer, era impossível não estabelecer comparações com todas as fêmeas que havia tido.
— Hei de descobrir o seu feitiço, Eugênia, que me aprisiona aos seus olhos e ao seu corpo. — Ofegante, ele retardou o seu ápice o quanto pôde, cessando os movimentos para lamber a pele da sua presa, agora presa também pelo coração.
Eugênia entrelaçou os quadris de Alfa com sua perna, começou a arranhar lentamente suas costas, e ele intensificou as investidas para dentro dela. O acasalamento deles era como uma dança, onde os sentimentos se misturavam dentro de Alfa. Ele nunca havia experimentado o que ela estava proporcionando.
— Ah, mais! — Eugênia implorou movendo-se debaixo dele, estava desfrutando do prazer pela primeira vez em sua vida.
Ele a possuía com mais força, sorrindo ao sentir sua língua sendo chupada por ela de maneira deliciosa. Seu poder estava fora de controle, suas presas saíram quase a ferindo. Se não tivesse cessado o beijo antes, uivaria ao liberar seu gozo.
Todos em Sangria ouviram o Alfa, aquele som poderia significar o fim de uma era ou o começo de uma guerra.
