Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

Capítulo 6

Mais tarde percebi que Bestian ainda estava lendo e que eu não tinha acompanhado o rumo da conversa, e me odiei um pouco por ter ouvido meus pensamentos sobre o passado em vez de ouvir os do presente.

Felizmente para mim, eu sabia aquele livro de cor.

— Qualquer um leu a última pista, após entrar na Academia:

Sempre me perguntei qual era sua flor favorita. Talvez eu pergunte a você esta noite.

Na estufa. Abra a porta no final e desça as escadas. Abra um último e você estará do lado de fora, bem na frente dele. Você me encontrará lá, com uma das minhas flores favoritas.

- Quem poderia ser? Não faço ideia, acredite! — Bestian colocou a mão no queixo fingindo estar perplexo e eu empurrei ele no ombro — Vamos, pare com isso! Essa parte é linda! -

- Não duvido. — ele sorriu, enquanto continuava lendo a descrição de sua chegada à estufa e encontrando o menino misterioso com um buquê de girassóis na mão.

-Loe? -

- Bruxa. - Ele disse com um sorriso.

- É uma piada? — Any deu um passo para trás ao olhar para a figura do garoto que sempre a incomodara. Sem máscaras, maquiagem ou roupas estranhas. Um smoking simples que não parecia nem um pouco com o Halloween.

Loe, no entanto, deu um passo à frente. Considerando o tempo, pode parecer que sim, mas não. -

- Porque? Porque tudo isso? - te pergunto.

— Simples, queria saber qual era a sua flor preferida. -

—Por que estamos falando de flores? -

Qualquer um parecia quase aquela estufa abandonada e bagunçada.

Linda por fora, nua por dentro.

Ele se lembrou de cada palavra escrita pelo garoto anônimo. Poemas, interesses, apenas boa noite. Ele falou com ela como se aquela pessoa realmente não existisse. E agora que sabia quem estava por trás disso, tudo lhe parecia falso.

Ela se sentiu como uma flor falsa que recebeu água para crescer. Uma flor que não pode florescer. Um amor que não pode florescer.

— Porque você me vê jogar. — Seus olhos pousaram nos de Any.

— Eu, não o garoto com aqueles bilhetes. Sim, agora você descobriu quem está por trás disso. - Ele apontou para si mesmo - Mas você estava olhando para mim. E eu sei porque estava olhando para você. Você sabe que eu estava olhando para você. -

Noah alcançou Any ainda de pé, enrijecendo ainda mais quando ficou na frente dela.

—Ainda não entendi o que as flores têm a ver com isso, Noah. -

— Eu responderei quando você me contar qual é a sua flor favorita. -

- Mesmo que o seu. ele disse calmamente.

—Eu tinha certeza disso, sabe? Os vasos do seu quarto estão cheios de girassóis, embora o tempo cinzento não lhes permita viver muito. Eu me pergunto como você faz isso. -

Em vez disso, o coração de Any estava fulminante.

O medo estava obstruindo todas as veias.

Ele se perguntou se Noah tinha visto mais do que deveria.

Se eu soubesse o segredo dele.

O menino enfiou a mão no bolso da calça preta e tirou outro bilhete.

—Escrevi uma última coisa para esta noite, para explicar o que as flores têm a ver com isso. -

Ele desenrolou o bilhete e abaixou a cabeça, pronto para lê-lo:

Eu olho para você, de longe.

Como o girassol olha para o sol, de longe.

Ele gostaria de alcançá-lo, mas não consegue.

Eles têm assentos atribuídos diferentes.

Um a terra, o outro o céu.

Mas... um detalhe pode mudar os acontecimentos naturais.

Você me olha. Desde longe.

Então... se eu sou um girassol e te olho de longe, e você faz o mesmo comigo, não podemos nos encontrar no meio do caminho?

Você gostaria de deixar de ser sol, de tanto orgulho, para ser girassol?

Você quer se aproximar de mim?

Ele estava olhando para Bestian enquanto ele lia a última nota, como quando você espera ansiosamente pela chegada da melhor coisa que pode compartilhar. Eu absolutamente queria saber o que ele pensava.

Ele lentamente tirou os olhos das páginas para olhar para mim. Seus olhos verdes e castanhos saltaram para os meus escuros, assim como Noah fez com Any. — Qual é a sua flor favorita? - igrejas.

Minha flor favorita...

"O girassol", eu disse suavemente. - Dele? -

Olhou para baixo. Ele levantou um canto da boca. Ele levantou a cabeça para me responder. — Talvez um dia você descubra. Talvez eu lhe deixe algumas pistas. -

— Vamos, não brinque. -

— Considerando o tempo pode parecer que sim, mas não, nada de doces ou travessuras. Aliás... — Notei que Bestian, quando queria guardar segredos, também mudava de assunto. —Eu diria que as roupas de Noah e Any são bem fracas, ela é uma bruxa e ele basicamente não está vestido com nada então... Sugiro que nos vistamos como Victor e Emily. Noiva Cadáver, obviamente, não que eles precisem de uma apresentação. -

— Mas… no final das contas Emily não é a escolhida. Ele está triste como personagem e como história. -

— Já falei que prefiro finais trágicos e então... escolha ou não, Emily ainda é a protagonista. -

Lembrei que ele viria com uma condição: escolher a fantasia, e eu queria que ele viesse. Meu coração frio precisava que ele viesse. Senti como se meu coração congelado por Demian estivesse pingando gota a gota.

—Quando vamos comprar fantasias? - igrejas.

Andremo é feito de um nós.

Quando escolhemos pensar por dois?

— Bem, o Halloween é depois de amanhã, então eu diria... —

- Manhã. Vou de carro para que depois do curso possamos ir a algumas lojas no centro de Londres. Eles são os melhores lá. -

Londres. Já faz um tempo que não vou ao centro de Londres. E já faz muito tempo que não entro no carro com outro cara. Principalmente se aquele garoto fosse Bestian, que tocava meu coração com apenas um dedo para derretê-lo.

- Ter um carro? —Mudei de assunto por causa dos meus pensamentos.

- Sim, claro. Não você? -

Balancei a cabeça. “Ainda não tenho minha licença.” – outro aspecto do qual tive vergonha.

Após minha declaração, meu coração congelado bombeou lembranças frias:

—Se você tivesse carteira de motorista poderia vir me ver com mais frequência. Você tem habilidade para fazer isso e também tempo, do que você tem medo? — Demian tentou me animar.

— Ainda não me sinto pronto. - Eu respondi.

— Você tem quase anos, é importante que você seja independente e assim seria mais fácil nos vermos. – minha vergonha aumenta.

Mas ele não entendeu que aquele episódio havia me bloqueado.

- Nao tem pressa. Tem tempo. — Bestian sorriu, me causando mais constrangimento — Enquanto espero, lá está meu carro. -

Eu odiei que ele visse minhas bochechas vermelhas por causa de tudo o que ele disse, mas isso me fez sentir como uma adolescente que nunca tinha conversado com um garoto. Aquele garoto, porém, tinha sido realmente meu amor adolescente e ele não sabia disso.

Faltavam apenas alguns minutos para a aula terminar para que pudéssemos ir para Londres. Eu tinha esquecido meu relógio, então peguei meu celular para ver as horas; Fiquei com a cabeça nas nuvens por algum tempo.

— Helena, deixe seu celular. —Sr. Collins me repreendeu. Coloquei-o de volta na mochila pensando que nunca havia recebido uma reprimenda da professora.

Durante as coisas que eu gostava de fazer eu prestava atenção. Nada de celulares, nada de pássaros olhando pela janela, apenas anotações, muita teoria. Essa teoria, porém, tirou-me a inspiração, porque eu tinha pouca prática na minha época.

Trabalho - casa - curso - casa - ler/assistir séries de TV - dormir. Um loop contínuo.

Mas então Bestian chegou e de repente eu mal podia esperar a aula terminar para poder ir ao centro da cidade com ele.

Há duas semanas eu esperava que essas horas nunca acabassem, para que eu pudesse manter minha mente ocupada com os estudos, com as paixões, porque quando terminavam, a solidão comia meus neurônios, me deixando murchar.

Como um girassol sem sol, diria Loe.

A campainha tocou e eu corri para guardar minhas coisas, os olhos de Bestian em mim enquanto ele estava sentado em cima da minha mesa esperando. "Você é sempre muito lento", comentou ele.

Eu olhei para ele. - Estou pronto. Vamos. -

Caminhamos até o quintal para chegar ao carro dele. Fiquei me perguntando qual era o seu. Descobri o mistério quando ele apertou o botão de abertura automática. Um Mini Countryman, fosco, verde exército e preto. Ela era perfeita para ele. Nada suntuoso, mas também não banal; assim como Bestian.

- Você gosta? —ele perguntou assim que chegou lá. Eu balancei a cabeça. —A honra é sua então. — Ele abriu a porta do lado do passageiro. —Já que você gosta de clichês. -

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.