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Envolvida - 1

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Debby Scar
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Notas

Resumo

Ela poderia ser uma garota normal e viver de modo conivente com a sociedade, mas escolheu ser Lizzie Radzimierski, ou apenas Liz. Apesar da pouca idade, Liz possuía a singela reputação de garota dos nervos de aço. Jornalista no The Poster, um pequeno jornal de Nova Iorque, Lizzie trabalhava em uma reportagem que investigava o envolvimento do senador Nathan Fox com a máfia russa, que dominava a proliferação das drogas que devastavam o Brooklin, bem como a exploração da prostituição em suas diversas casas noturnas. Quando finalmente conheceu o homem por trás da política, Lizzie descobriu que Nathan G. Fox era bem mais que um mero senador: era um homem totalmente diferente de todos os outros. Para toda a sociedade, Nathan Fox era o símbolo do sucesso. Confiante, elegante, bem-sucedido e enigmático, era cobiçado pelas mulheres e pela mídia, que o perseguia como abutres. Todas essas qualidades não enganavam Lizzie. A repórter sabia que por trás daquele ar de bom moço havia um bandido. Nathan não perdia por esperar! Lizzie iria entrar em sua vida para mudá-lo. Ela achava que era imune a ele, mas estava enganada. Muito enganada! Lizzie também tinha um segredo a ser desvendado, e Nathan poderia ser a solução para os seus problemas com o passado. Ela não sabia onde estava pisando, mas queria ser a jornalista que faria a máscara dele cair.

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QUEENS — NOVEMBRO DE 2007 - Capítulo com violência

— Me solte! — pedi baixinho. Minha cabeça doía. Queria sair daquele quarto. Queria gritar, mas não conseguia. Minha língua enrolou dentro da boca e mal conseguia respirar.

— Você só faz isso se quiser... — gemia ao passar a mão em meu corpo. Eu sabia que não tinha escolha. Não tinha para onde fugir. Não tinha a chance de escolher fugir. Não tinha como fugir.

— Abra as pernas! — ordenou ele, passando aquelas mãos ásperas por meu corpo; se eu tentasse fazer algo para parar sua investida ele me bateria. Minha mãe sabia. Ela sabia e permitia que ele tocasse em mim. — Ainda vou comer essa bocetinha apertada. Agora feche! — ele colocou seu pau entre minhas pernas e espremeu meu corpo junto ao dele na cama, assim como minhas nádegas, para que seu pau ficasse sarrando entre meu ânus e minha vagina. — Bocetinha gostosa… Vou gozar bem gostoso agora. — o modo como ele falava, me deixava enjoada. Suas mãos dançavam por meu corpo, mas porque ela não o parava? Por que não acabava com tudo aquilo? Ela era minha mãe! Já tinha avisado que ele me tocava quando ela não estava em casa, porém ela não fazia nada. Quando conseguiu terminar o que queria, sorriu para mim enquanto arrumava a calça. A única coisa que eu conseguia pensar naquele momento era sumir daquela casa e nunca mais voltar.

Eu tinha apenas oito anos quando tudo começou, e minha mãe não queria me proteger dele… E depois de dez anos, ela ainda não me protegia. Não podia comentar com os outros, pois tinha vergonha do que me acontecia. Tinha vergonha de ter uma mãe como aquela.

Ela não me protegeu!

Mais uma tortura teve início depois de muito tempo sem que ele me tocasse, e como sempre, eu chamava por ela, que não me ouvia.

— Mãe… — choraminguei em súplica.

— Ela não liga para você! — falou se debruçando e encostando seu queixo na minha nuca, roçando com a barba ainda por fazer. Apesar da brutalidade, não penetrou em mim, apenas ficou sarrando no meio da minha bunda, até chegar ao orgasmo.

Homem asqueroso.

— Não! — gritei o mais alto que pude, mas ele bateu no meu rosto e me desequilibrei.

— Vou comer você. Sua putinha! — rosnou pegando minhas pernas, me arrastando pela casa até chegar ao quarto. Seu rosto era sombrio. A imagem do mal estava na minha frente. Era alto, de corpo largo e com uma barriga saliente. Em sua camiseta regata branca de algodão, já amarelada, escorria o suor de um dia de trabalho. Tive nojo, ódio e repulsa por aquele homem. Seu rosto estava desfigurado de raiva, e eu não sabia o motivo.

Não entendia o real motivo de aquilo acontecer.

— Não fiz nada! — falei entre soluços. Meus olhos ardiam e as lágrimas escorriam por meu rosto como uma cachoeira. Inutilmente, me agarrei ao carpete do chão do quarto de minha mãe, mas não tinha forças para parar aquele ataque.

Ele me puxou com mais força e minha cabeça foi de encontro ao pé da cama de madeira. A dor foi instantânea e só fez as lágrimas saírem com mais facilidade. Segurando meu cabelo, me levantou e me jogou na cama. Ele fedia a suor. Um suor nojento e grudento. Tentei chutar, mas ele segurou minhas pernas pelos tornozelos com umas das mãos e me espremeu com seu tronco pesado, enquanto abria o botão da calça surrada de operário com a outra. Senti um arrepio percorrer meu corpo, e medo ao mesmo tempo.

Estava perdida!

— Você vai ver que não pode me enrolar. Vadia ruiva — falou se afastando e segurando meu tornozelo novamente. — Você me pertence. Sou eu quem lhe dá de comer, vestir e um teto quentinho para dormir. Puta! — seus dentes rangiam de ódio, mas, ainda assim, não conseguia entender o que estava acontecendo. Já fazia muito tempo que ele não me tocava.

— Por favor, não! — chorei desesperada enquanto arrancava minha calcinha apenas com dois puxões — Por favor… Por favor, não! — implorei derrotada.

— Puta! — gritou batendo em meu rosto, enquanto se colocava no meio de minhas pernas. Pude ver o seu pênis pulsar, quando gritou e bateu em mim. A dor se espalhou por todo meu corpo, e tudo que eu queria era alguma arma para matar aquele filho de uma puta. Seus tapas foram substituídos por socos… Murros fortes desferidos contra meu rosto. Não consegui gritar. Minha língua parecia ter inchado dentro da boca e pesava mais de uma tonelada. A pior sensação que existia.

— Você achou que ia fugir? — soltou uma risada sinistra e olhou para mim, mostrando seus dentes um pouco amarelados.

A agonia, o desespero e o medo já faziam parte da minha alma naquele momento.

— Universidade… — debochou, com tom incrédulo — Você acha que vai para a universidade? Só pode estar de brincadeira comigo. — senti outro murro sendo desferido no meu rosto e meus olhos arderam ainda mais. Antes de tentar gritar novamente, o senti. Senti penetrar aquele pau nojento dentro de mim e a dor me consumir por dentro. — Achou mesmo que ia conseguir esconder aquela maldita carta de admissão?

Minha primeira vez foi com ele!

Com aquele homem asqueroso, seboso e fedorento. Finalmente consegui soltar um grito de desespero em meio ao choro e a tanta dor.

— Não toque em mim! — urrava e me debatia na cama enquanto ele estocava com toda sua força e seu peso me esmagava — Não toque em mim! — gritei o mais alto que pude. Não queria que ele estivesse ali.

Não queria que ele estivesse dentro de mim.

Sabia que o toque dele me deixaria sequelas.

— Universidade é um caralho para você. Sua puta! — seu hálito fedia a bebida. Bebida barata. Tentei me mexer embaixo daquele porco, mas ele era muito pesado e eu era esguia demais.

Meu corpo magro e de poucas curvas era quase desnutrido pelas condições em que vivia. Pressão psicológica e sofrimento fizeram parte da minha infância e adolescência.

A cada saída e entrada daquele corpo dentro de mim, me sentia mais suja. Mais na lama.