Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

2. Happy Hour

Daniel já se sentia pressionado e irritado o suficiente. Aquela lugar o estava cansando. Depois de um mês de estadia naquele sem quaisquer avanços  Enquanto organizava os últimos detalhes do seu curso ouviu a conversa animada dos rapazes que consertavam as calhas que foram estragadas com a última chuva.

Eles combinavam de ir a um pub, uma boate ou sabe-se lá o que. No meio da conversa algo muito lhe atraiu, eles falavam de Sara, a jovem Sara filha de Antônio.

O rapaz mais velho dizia de forma indelicada o quanto achava a moça bonita, evidenciando partes do corpo da jovem. Já o mais jovem falava com mais respeito, parecia gostar da moça. O rapaz mais jovem contava de forma acanhada já ter beijada a moça numa festa da cidade. 

O mais velho dizia o quanto o mais jovem era estúpido. Que ele deveria logo partir para partes mais interessantes, não ficar de beijinhos por ai.

O mais jovem por sua vez passou a se defender dizendo que como água a garota fugiu por entre seus dedos só com a menção de esquentar as coisas.

Depois de ficar sabendo que a jovem estaria no Ship, Daniel teve a pior e mais improvável das ideias, ele iria nesse lugar e Pedro iria com ele! Talvez rolasse a oportunidade de fazer amizade, ou quem sabe a garota acostumada com todos aqueles "roceiros" não preferisse um cara da cidade. Daniel uniria o bom ao agradável.

Talvez um pouco fora da ética e contra a lei já que a garota tinha só dezessete anos.

Para Daniel os fins justificam os meios.

Depois do que Pedro voltou para a casa, após ter assistido uma das aulas do seu curso de Direito, Daniel foi logo contando sobre sua mais nova "péssima ideia". Pedro pensou se aquele cara, seu parceiro de trabalho, tinha mesmo um cérebro na cabeça, não conseguia compreender muito a lógica de suas ideias.

Depois de uma leve discussão entre os dois, Pedro considerou a ideia. Pensando pelo lado positivo, ele precisava mesmo de um pouco de diversão, e talvez, só talvez, a garota realmente estivesse lá e eles fizessem uma amizade. 

Não que que ele costumasse se divertir, talvez seja por isso que sua mulher o tivesse largado e ido morar com outro homem, deixando claro sua infidelidade. Mas naquele momento achou que talvez a ideia de diversão não fosse tão ruim...

Sara estava quase pronta quando Alexia chegou em sua casa. Passou um lápis nos olhos, escovou os cabelos, colocou um pouco de perfume, calçou um sapato não muito alto e encontrou a amiga na sala.

Antônio não gostava muito quando Sara saia de casa para essas festas, não gostava nenhum pouco de imaginar que haveria um monte de marmanjos lá para azarar sua filha, sua única filha, mas sabia que a garota era jovem e precisava sair às vezes.

Naquela cidade a única verdadeira diversão era a boate Ship. Pelo menos era o que os jovens diziam. Como pai achava aquilo uma péssima ideia, mas como amigo, entendia que ela gostava de coisas assim.

Antônio Carlos confiava na filha, sabia o quanto era responsável e esforçada, trabalhava todos os dias na gestão e organização do mercado da família, porém, os dias de trabalho dela naquela espelunca, para lavar dinheiro sujo, a vida medíocre, nessa cidade de interior estava com os dias contados.

Antônio já tinha comprado sua casa na Flórida, mandado as inscrições da filha para a universidade mais próxima e outras duas. Estava quase tudo pronto, inclusive os passaportes.

Seu contato naquele país ainda estava providenciando a abertura de um negócio para que ele pudesse garantir algum dinheiro, se bem que com a quantidade de dinheiro guardado numa conta em seu nome naquele pais... Não era necessário se preocupar com dinheiro.

------///-----

Já passava das duas da manhã Pedro tinha bebido um pouco além da conta. Seu amigo se agarrava a garota loira que parecia ter uns vinte anos, do outro lado da casa num cantinho do salão de danças que estava praticamente vazio.

"Pelo menos era de maior..." Pensou Pedro Henrique e balançou a cabeça.

Enquanto olhava para Daniel aos beijos com a loira, uma moça se sentou ao seu lado. Não percebeu a presença da jovem até ela puxar conversa.

_Você conhece ele? - a voz de mulher diz.

_É meu irmão. - Responde lembrando da investigação mas não se vira para ver quem era.

_É minha amiga... - A jovem suspira. - Ela sempre faz isso... Toda vez que saímos ela arruma alguém...

_E você não? - Pergunta Henrique se virando para a jovem que era muito bonita, tinha os olhos castanhos marcados com lápis preto e lábios carnudos.

_As paixões que vivo são só literárias. - A jovem sorri e Pedro tenta lembrar de onde conhecia aquele sorriso, talvez fosse alguma jovem da sua turma de Direito.

_ Paixões literárias? - Ele ri. - Você é bonita porque não arruma um namorado? Aposto que tem muitos jovens da sua idade que gostariam de namorar com você.

A jovem suspira triste.

_A maioria dos jovens da minha idade são muito imaturos. Eles não querem nada com a vida. Só querem saber de zoação e curtição... Não é muito minha praia. - Ela diz com desdem.

_Um pouco de diversão é sempre bom... Você é jovem, tem que aproveitar. - Pedro fala com um leve sorriso.

_Nem por isso tenho que ser irresponsável, ou ficar me agarrando com qualquer um. - Ela não é grossa, apesar do que diz.

_Concordo com você. - Henrique sorri.

_Quer um pouco de água? - Ela pergunta depois do tempo em que o silêncio reinou entre eles.

_Estou meio bêbado, acho que água seria uma boa pedida! - Ele sorri.

_Nossa... Você tem um sorriso lindo! - Ela diz e fica vermelha.

Henrique dá uma gostosa risada.

_Mesmo!? - Ele pergunta analisando a garota. Ela era bonita, cabelos castanhos e compridos, até o meio das costas, uma curva acentuada na cintura, olhos castanhos claros, lábios carnudos...

_Sim... - Ela ri um pouco sem graça.

Se fosse outra falaria do corpo dele já que Pedro mantinha uma rigorosa rotina de exercícios e uma alimentação saudável.

_Quer dançar? - Ela pergunta do nada.

Pedro presta atenção na música que tocava, um sertanejo no estilo sofredor, cantado por um homem sentado no pequeno palco, acompanhado de seu violão, em frente da pista de dança.

_ Sertanejo?

_É uma música legal pra se dançar junto. Você não gosta?

Pedro pensa um pouco, não muito, o álcool já tinha lhe levado mais da metade da capacidade de raciocínio.

_Ok. Vamos lá então! - Responde e se levanta.

A jovem também se levanta e eles caminham juntos, sem dar as mãos, até a pista. Com uma das mãos no ombro dele e outra sobre a braço que seguia até a mão em sua cintura, eles começaram a se mover.

_Você tem quantos anos? - Pedro pergunta estreitando os olhos para a jovem.

_Dezoito, por que?

_Só estou garantindo que não serei preso! - Ele sorri descontraído.

Ela sorri também, seu sorriso era contagiante, bonito e meigo.

_Você tem uma cor de olhos muito bonita. - Ela diz.

Pedro começa a achar que a jovem está dando uma abertura, talvez estivesse afim, pensando bem ela estava afim a muito tempo! Ela não era o tipo de mulher que atraia Henrique, mesmo assim ele gostou da ideia de ter uma jovem interessada. 

Analisou novamente a garota. Não tinha uma beleza extravagante, todo corpo era natural. Nada criado com muito esforço e treino em uma academia, nada de silicone ou resultado de uma cirurgia.

Não era o tipo que Pedro Henrique costumava se envolver, ainda assim era muito bonita. Resolveu testar a teoria de a que a jovem estaria afim.

Colocou a mão sobre a lombar da jovem e a trouxe para perto num puxão, colando seus corpos. Ela pareceu se surpreender mas não disse palavra alguma.

Continuaram a movimentar até a música parar. Uma outra música começou a tocar, mas os dois continuavam parados, olhando dentro dos olhos um do outro.

Pedro inclina seu corpo para aproximar seus lábios dos dela. Estavam muito perto.

A visão dela oscilava entre os lábios e os olhos dele. Ela estava exitante entre beija-lo ou não. Toda aquela indecisão o deixa impaciente. Então para acabar com a agonia que se arrastava pelos segundos que iam passando, Pedro rompe a distância que havia entre eles.

No começo a garota enrijesse os músculos depois relaxa e timidamente sua língua toca a dele.

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.