Capítulo 3 A irmã gêmea em desgraça
Maria abraçou Pedro que estava fora de si, olhando significativamente para Iara que protegia Amanda em seus braços e balançou a cabeça.
Iara era filha da família Mendes! Os pais da família Mendes adoravam sua filha, então Iara também era extremamente mimada em casa.
E as famílias Mendes e Souza eram velhas amigas, naturalmente não podiam tocar em Iara.
Pedro sacudiu o braço, com o rosto sombrio:
— Tranquem a srta. Amanda no quarto, a partir de hoje, ela não pode sair da família Souza nem um passo!
Vendo Pedro partir furioso, Maria também suspirou e se retirou, mas seus olhos direcionados a Amanda estavam cheios de decepção.
Bianca se agachou ao lado de Amanda e disse:
— Amanda, você foi muito irresponsável. Ter relações com um homem que nem conhece, você não sabia? Você tem um compromisso matrimonial com Pietro.
Amanda cerrou os dentes e ergueu a cabeça para olhar Bianca, seus olhos expressivos cheios de frieza.
— Bianca, ontem comemoramos nosso aniversário juntas. Eu fiquei bêbada e desapareci, por que você não percebeu?
Bianca segurou delicadamente a mão de Amanda:
— Quando você desapareceu ontem, mobilizei todo mundo para te procurar. Amanda, você está suspeitando de mim?
Iara ao lado acenou com a cabeça:
— Amanda, ouvi as pessoas dizerem que ontem realmente foi Bianca quem mobilizou todo mundo para te procurar. Por isso seus pais também ficaram sabendo de tudo.
Amanda baixou os olhos, sempre sentia que havia algo estranho.
Foi sua irmã quem a embebedou, mas ela claramente se lembrava de estar muito bêbada, nem conseguia se levantar, muito menos andar. Se era assim, como ela pôde desaparecer sozinha?
— Amanda, você deveria refletir sobre seus próprios problemas. A união matrimonial entre as famílias Souza e Mendes é algo importante, não pode acabar por causa de sua irresponsabilidade. Senão papai e mamãe ficarão ainda mais furiosos!
Bianca repreendeu com uma atitude séria Amanda que estava sentada no chão em estado deplorável.
Amanda cerrou os dentes olhando para Bianca, tão elegante e refinada:
— Bianca, quem Pietro gosta é obviamente você, e eu também não gosto dele. Esse compromisso matrimonial originalmente era entre vocês dois, por que no final sou eu quem tem que me casar com ele?
— Amanda, você precisa entender que isso foi decidido pelos nossos pais! Além disso, você poder contribuir para a família Souza deveria te deixar feliz.
Bianca bufou friamente, e a imagem de irmã carinhosa que fingia diante dos pais desapareceu completamente.
Iara ao lado baixou a cabeça, seus olhos cheios de melancolia.
— Amanda, você realmente vai se tornar minha cunhada em breve?
Amanda apertou os lábios:
— Iara, eu nunca vou roubar a pessoa que você gosta. Fique tranquila, eu absolutamente não vou me casar com Pietro.
Iara balançou levemente a cabeça, cuidou superficialmente dos ferimentos nas mãos de Amanda causados pelos cacos de porcelana antes de deixar a família Souza.
— Amanda, fiquei fora de casa a noite toda ontem, minha família deve estar preocupada. Vou te visitar mais tarde.
A mansão instantaneamente se encheu de um silêncio estranho, contrastando fortemente com a atmosfera barulhenta e tensa de antes.
Amanda se apoiou no corrimão da escada para subir lentamente, a fraqueza em suas pernas a obrigou a concentrar toda a pressão em suas mãos.
Quando fez força com as mãos, as feridas se rasgaram violentamente, jorros de sangue fresco brotaram.
Ela respirou fundo instintivamente, afastando a mão do corrimão da escada.
Quando a mão se afastou, perdeu o ponto de apoio, suas pernas fracas não conseguiram mais sustentá-la, Amanda cambaleou e rolou diretamente pelas escadas.
Os servos ao redor olharam para um lado e para o outro, sem saber o que fazer.
Havia vários servos por perto, mas nenhum se aproximou para ajudar Amanda.
Amanda ficou deitada no chão por um momento em estado de choque. Ela já não era querida em casa, e era comparada diariamente com sua irmã.
Depois que isso aconteceu, provavelmente sua vida em casa seria ainda mais difícil, não é?
Ela cerrou os dentes e lentamente se levantou do chão.
Apoiando-se no corrimão da escada para subir, permitindo que as feridas em suas mãos se rasgassem e sangrassem, com uma dor lancinante, Amanda nunca afastou a mão do corrimão.
Quanto mais eles queriam vê-la cair, quanto mais queriam rir dela, mais ela não podia deixá-los ter sucesso!
O corrimão de mármore branco da escada ficou marcado com uma longa mancha de sangue, que se estendia da base até o topo da escada, parecendo uma serpente de sangue assustadora.
Os servos no andar de baixo tremeram ao ver tal cena no corrimão da escada, um calafrio subiu da cabeça até o couro cabeludo entorpecido.
De volta ao quarto, Amanda pegou roupas e entrou no banheiro. A água fria do chuveiro jorrou, ela ergueu o rosto permitindo que a água fria batesse em seu rosto, mas não conseguia lavar os mil pensamentos em seu coração.
Ela ergueu a mão cheia de feridas e sangue diante do chuveiro, a água que jorrava lavou o sangue de suas mãos, e em pouco tempo sua mão manchada de sangue recuperou a cor original.
A água misturada com sangue escorreu por seu rosto alvo, como seus sentimentos naquele momento.
Aquilo que ela sempre considerou mais precioso, que queria guardar para dar ao homem de seu futuro, havia sido perdido quando estava bêbada.
Só sabia que era um homem, nem sequer sabia quem era.
Pensando no pai cruel e na mãe fria de antes na sala, e na irmã que a culpava, seu coração se encheu de amargura.
Ela viveu na família Souza com medo durante todos esses anos, podia abrir mão de tudo, dar qualquer coisa boa para a irmã sem reclamar.
Mas por que, sempre que era algo que a irmã não queria, forçavam ela a aceitar?
Como esta união matrimonial com a família Mendes.
No início, eram Bianca e Pietro que estavam juntos, eram eles que falavam sobre casamento.
Bianca mudou de ideia subitamente, as famílias Souza e Mendes eram velhas amigas, mais do que isso tinham uma relação comercial. Naturalmente não podiam brigar muito, então ela, que tinha exatamente o mesmo rosto de Bianca, naturalmente se tornou a substituta.
Agora era assim, antes também era assim.
Quando criança, não importava se Bianca fosse pega colando em provas ou fizesse algo errado, quem recebia as críticas públicas da escola toda era ela, que tinha exatamente o mesmo rosto da irmã.
A mão cheia de feridas de Amanda se contraiu subitamente, e com um movimento brusco, a mão que acabara de ficar limpa começou a jorrar sangue vermelho vivo novamente.
Vocês podem não gostar de mim, podem me machucar, mas por que têm que me usar repetidamente, e depois de me usarem, como conseguem não sentir nem um pingo de culpa?
Amanda se sentou diante da penteadeira olhando para si mesma no espelho, ainda deslumbrante mesmo sem maquiagem, e delicadamente tocou seu rosto.
Ela e Bianca tinham rostos idênticos, mas para ser mais precisa, seu rosto era um pouco mais refinado e bonito que o da irmã, e sua inteligência sempre foi superior à de Bianca desde pequena.
Por que, por que os pais nunca quiseram olhar para ela nem uma vez? Por que não podiam dividir um pouquinho do amor abundante que davam à irmã com ela?
