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Ao fazer isso, ele encostou-se na porta; seu coração bateu rapidamente. Eu não esperava vê-los, especialmente depois de dois anos.
Assim que chegou ao cubículo, sua amiga Melisa olhou para ela de forma engraçada.
—Parece que você viu um fantasma. O que aconteceu com você...?
"Eu vi..." ele murmurou com os olhos perdidos.
Sua amiga não entendeu e rapidamente moveu o braço à sua frente.
-Um fantasma? Que..?
-Não..! Foi Eduardo!
—Ah Eduardo! —exclamou, embora imediatamente franzisse as sobrancelhas —que Eduardo?
“Meu ex-marido”, disse ela.
-Você está brincando certo?
—Não, eu te disse que ele era muito rico mas não acredito que ele comprou... essa empresa.
—E se talvez ele tenha feito isso de propósito...? -perguntado.
—Duvido, ele me deixou porque disse que eu o entediava. Ele não me amava mais.
— Mais tarde, você é mesmo aquele filho da...?
— Melissa! Se eles ouvirem você, vão nos expulsar.
-Sim tem razão. Bem, o que você fará agora?
“Bom, tenho que continuar trabalhando, não tenho outra opção”, murmurou e se virou para continuar com suas tarefas.
Assim que abriu a lista, ele estremeceu. Muitos nomes de mulheres, foi o que ele encontrou. Tinham várias que eram supermodelos, isso só a deixava triste.
Ele não queria se sentir assim. Quando terminou, levantou-se para perguntar ao homem se precisava de mais alguma coisa. Ele passou três horas trabalhando, gastando tudo no computador e no telefone. Assim que entrou no grande escritório, percebeu que lá fora havia uma mesa.
—Arrumei a mesa para você trabalhar aqui, você terminou o que eu pedi? —ele perguntou sem vê-la.
—Sim senhor, aqui está o caderno novamente.
—Ok, quero que você organize uma reunião com uma das modelos, preciso dela para hoje à noite.
"Claro, senhor", ele comentou.
"Certamente com alguns desses... modelos com cinturas perfeitas", ele pensou dolorosamente, "de qualquer maneira, não estou interessado nele. Só sinto desprezo por ele!"
—Pode ir embora, não preciso de você para mais nada.
—S-sério, você me dá o resto da tarde livre? —ele perguntou esperançoso.
—Sim, você não está ouvindo?
Ela assentiu alegremente e simplesmente desapareceu pelos corredores, mas não antes de trancar a porta. Ele parecia ainda mais bonito do que antes, sua barba crescia, dando sombra ao seu rosto e seus olhos azuis continuavam grandes e inexpressivos como sempre. Ele estava vestindo um terno azul impecável, combinando com seus olhos.
Ele estremeceu, isso o fez sentir muitas coisas.
Coisas que eu guardava há muito tempo.
A senhora divorciada andava pelas ruas com pressa.
Primeiro ela trocou os saltos grandes por um tênis. Ele tinha um longo caminho a percorrer, não tinha dinheiro para pagar ônibus e muito menos táxi. Ele precisava de cada centavo para sobreviver.
Depois de meia hora de caminhada sem parar, chegou a um prédio antigo, onde até a escada tinha alguns buracos.
Uma porta vermelha a cumprimentou. Um grande número 32 estava alinhado com sua cabeça. Ele pegou as chaves e abriu.
A primeira coisa que encontrou foi sua mãe. Ela estava sorrindo com um bebezinho nos braços.
-Mãe...
—Olá querido, aqui estava eu com Emma.
"Olá, querido", disse ela com uma voz doce, e abraçou a filha.
"Querida... Como eu gostaria de ajudá-la mais", sua mãe falou com tristeza.
—Você faz demais, mãe. Estamos só nós dois aqui e em algum momento poderemos avançar. Já preparei o jantar.
-De verdade..? “É estranho podermos jantar”, disse Briana confusa.
—Eu sei, mas encontrei dinheiro guardado em um dos meus bolsos, então pude fazer isso.
—Obrigado, mãe... Queria poder sempre trazer para você a comida que me dão no trabalho.
—Não se preocupe, querido... Você sabe que em algum momento vamos conseguir.
Brianna assentiu enquanto sua mãe se afastava. Mesmo morando em um único quarto, Briana se sentia bem com cada uma dessas pequenas conquistas.
Deixou o corpo cair sobre o colchão de dois lugares que o apartamento tinha.
Não havia muitas coisas, depois de ficar sem teto, seu pai levou todas, deixando ela e sua mãe sozinhas na rua. Todos a abandonaram.
Ela não podia contar a Eduardo que estava grávida. Seu segredo a levou a seguir em frente, procurando empregos como garçonete, de todos os tipos, até que finalmente encontrou essa empresa.
Sua mãe se ofereceu para cuidar de sua filha. Enquanto ela trabalhava. O acordo durou dois anos, enquanto os dois procuravam uma forma de recuperar tudo.
O canalha de seu pai: todas as propriedades e dinheiro que ele havia escondido em nome de outra pessoa. Além disso, não tinham dinheiro para contratar um bom advogado.
Apenas o que o estado lhes atribuiu. Briana deixou sua filha recentemente adormecida na cama improvisada. Ele a colocou na cama, depois de lhe dar um beijo na bochecha, e se levantou para ajudar a mãe. No dia seguinte, ele já estava na frente do chefe. Ele mesmo, como sempre, nem olhou para o rosto dela, simplesmente ordenou-lhe o que fazer.
“Bom dia, Senhor”, disse ela.
—Bom dia, aqui estão esses formulários, quero que você os preencha, e me diga como estão os números da empresa.
-Claro senhor. Mas sou apenas uma secretária.
—Você é administrador de empresas, estou surpreso que você seja... esqueça.
-Imediatamente Sr.
Ele se virou e começou a andar.
“Espere…” a voz grossa de seu marido disse de repente.
Quando ele se virou, olhou para ele com curiosidade.
-Que ocorre?
-Como você tem estado? ele perguntou de repente, e o coração de Briana deu um pulo.
"Ele está preocupado comigo?", pensou. "Isso nunca!"
-Muito bem, e você?
