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Conexão Perfeita

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Tatiana Souza Bezerra
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9.0
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Resumo

Na trama envolvente de "Conexão Perfeita", conhecemos Alana, uma mulher corajosa que, recentemente libertada de um relacionamento abusivo, busca uma nova chance para a felicidade. Há três anos, ela ingressou no escritório de uma renomada multinacional, ansiosa por reconstruir sua vida. O destino, no entanto, reserva surpresas, e Alana se vê envolvida em um romance arrebatador com Eros, o magnata irresistível da empresa. Em meio a um ambiente corporativo desafiador, Alana e Eros descobrem uma paixão mútua que transcende as barreiras do profissionalismo. A intensidade do amor entre eles se revela, surpreendendo ambos com a força do desejo e a profundidade de seus sentimentos. Enquanto enfrentam os desafios da vida e do trabalho, Alana e Eros embarcam em uma jornada emocionante, explorando os limites do amor e da superação. "Conexão Perfeita" é uma história envolvente sobre redenção, recomeços e a descoberta de um amor verdadeiro que transcende as cicatrizes do passado. Prepare-se para se apaixonar por Alana e Eros, personagens cativantes cujas vidas entrelaçadas nos conduzem por uma trama repleta de emoções, reviravoltas e, acima de tudo, a promessa de um novo começo.

amorromanceCEORomance doce / Amor fofo bilionário

Capítulo 01 - O início de tudo (Parte 1)

ALANA

Brasil, Rio de Janeiro, alguns anos antes, no ano de 2018.

Era uma tarde de sábado esplêndida; acabara de sair do trabalho. Naquela época, recém-formada na faculdade, ocupava uma posição em um escritório. Ainda compartilhava a casa com meus pais, e minha prima Bruna também fazia parte do nosso lar. Havia dois anos desde que meu pai, devido a um acidente de trabalho que lhe custara o movimento de uma das mãos, se aposentara. Meus pais consideravam seriamente retornar a Minas Gerais, acreditando ser o local perfeito para viver, dada a tranquilidade, e eu compreendia completamente, pois o Rio de Janeiro era, de fato, um lugar bastante agitado.

Naquele sábado, decidida a aproveitar o calor escaldante, resolvi ir à praia. Mesmo não sendo uma nadadora habilidosa, planejava ficar na beirada. A praia ficava a cerca de meia hora de ônibus, e convidei minha melhor amiga, Daniela, para me fazer companhia. Apesar de sua hesitação inicial, indisposta pela preguiça, consegui convencê-la a encontrar comigo no ponto de ônibus em alguns minutos.

Ao chegar em casa, imediatamente liguei para Daniela, pedindo que estivesse no ponto onde eu estaria em breve. Após me livrar do uniforme de trabalho, mergulhei sob uma ducha fria; o calor era tão implacável que mal havia saído do chuveiro e já estava suando novamente. Enquanto me preparava para a tarde na praia, minha mente divagava para lembranças de infância em Minas Gerais. A ideia de meus pais considerarem retornar àquele lugar cheio de serenidade e calmaria me trouxe uma mistura de nostalgia e curiosidade sobre o que poderia aguardar lá.

Coloquei um maiô por baixo do vestido leve que escolhi e calcei meu chinelo de dedos. Peguei uma bolsa, incluí algumas frutas e uma garrafa grande de água para levar, pois nas barracas de vendas tudo era muito caro. Antes de sair, fixei um bilhete na porta da geladeira, avisando aos meus pais, que haviam saído, para não causar preocupação a eles. Meu pai fazia fisioterapia diariamente na esperança de recuperar parte dos movimentos da mão.

Caminhando até o ponto de ônibus, encontrei Daniela já à minha espera; corri até ela e depositei um abraço apertado, acompanhado de inúmeros beijos em sua bochecha. Cerca de quinze minutos depois, o ônibus passou. Insisti em pagar pela passagem da minha querida amiga, que, mesmo sem estar muito animada para sair, me acompanhou apenas para não me deixar sozinha. Daniela era uma das pessoas que mais amava na minha vida.

Sentamo-nos em um dos bancos altos, nosso lugar preferido, colocamos uma música no celular e dividimos o fone de ouvido, tentando aproveitar o pequeno passeio. Pouco tempo depois, estávamos descendo no ponto próximo à praia, precisando andar apenas mais um pouco para chegar até ela. Ao chegarmos, percebi que o local estava lotado, com alguns rostos conhecidos, inclusive uma ex-colega de classe, Elisângela, que estudara comigo e Daniela no ensino médio. Elisângela cochichava algo com um rapaz muito bonito ao seu lado, que olhou na minha direção e sorriu, seu sorriso belo e encantador. Liberei um profundo suspiro ao notar sua beleza. Elisângela veio até mim e comunicou que seu amigo, Jonathan, tinha interesse em me conhecer, marcando o início de uma nova e inesperada conexão.

Passamos o restante da tarde conversando e, naturalmente, um beijo entre nós acabou acontecendo. Jonathan se mostrou bastante interessado por mim, e de certa forma, aquilo acabou inflando meu ego, pois nunca havia escutado palavras tão doces e encantadoras vindas do sexo oposto. Meus relacionamentos anteriores não tinham dado certo, e eu acreditava que já estava passando da hora de me envolver com alguém; afinal, toda mulher tem o sonho de conhecer seu príncipe encantado e casar-se com ele, assim como nos contos de fadas da Disney.

Naquela época, eu tinha vinte e cinco anos, e Jonathan era dois anos mais novo. No entanto, ao meu ver, isso não seria um problema, pois ele se mostrou muito maduro para a idade que tinha. Já estava anoitecendo, e decidimos voltar para casa. Me despedi dele com a promessa de nos vermos no dia seguinte. Daniela estava bastante inquieta; pelo que pude perceber, ela não havia gostado muito dele.

— Definitivamente, ele não combina contigo, Alana! — Ela bufou.

— Está apenas com ciúmes! É natural que se sinta assim, afinal, somos melhores amigas! — Apertei sua bochecha.

— Não é nada disso, eu não consigo enxergar bondade nele, só vejo maldade naqueles olhos sombrios! — Ela insistiu, repetindo a mesma coisa o tempo todo. No entanto, eu não queria entrar em discussão; continuava pensando que, talvez, ela estivesse apenas com ciúmes da melhor amiga, algo completamente normal.

O entardecer pintava o céu com tons suaves, refletindo a incerteza e a promessa de algo novo naquela noite. As luzes da cidade começavam a ganhar vida, proporcionando um cenário mágico para o desenrolar da história. As palavras de Daniela ecoavam em meus pensamentos, mas a empolgação do encontro com Jonathan ainda pairava no ar, criando uma tensão entre a razão e a emoção. O destino, envolto em mistério, parecia guiar os próximos capítulos dessa narrativa repleta de expectativas e questionamentos.

***

Os dias foram passando, e eu e o Jonathan tínhamos encontros diários. Acabei me envolvendo com ele sem perceber. Estávamos namorando há cerca de seis meses, e meus pais finalmente decidiram que iriam embora para Minas Gerais, acreditando que viver em uma cidade mais tranquila, perto dos parentes, faria bem a eles. Jonathan entrou em desespero ao saber da informação, declarando que me amava muito e não conseguiria viver sem mim. De imediato, propôs que morássemos juntos. No entanto, fiquei assustada com a proposta, pois morar com alguém que eu conhecia há apenas seis meses parecia arriscado. Ainda assim, gostava muito dele, e nunca havia sentido algo tão intenso por outra pessoa. Apesar de ser um rapaz bacana, mostrava-se ciumento e controlador. Eu tentava encarar isso com leveza, acreditando que seria passageiro, mas mal sabia o que estava por vir.

No final de semana, meus pais partiram numa tarde de domingo, e minha prima decidiu permanecer na casa, agora com o contrato do imóvel sob o nome da Bruna. Eu fiquei alguns dias morando com ela. Após muita insistência de Jonathan, cedi e fui morar com ele numa casa que havia alugado. Meus pais não concordavam com a escolha, mas acabaram aceitando, afinal, eu já era maior de idade. No entanto, jamais imaginaria que aquela escolha marcaria o início de um grande inferno em minha vida. O homem que eu acreditava amar se transformaria na pessoa mais odiosa que já cruzara o meu caminho.

A decisão de mudar-se para a mesma cidade de meus pais trouxe consigo uma carga emocional intensa. A despedida foi agridoce, misturando a esperança de uma nova fase com a tristeza da separação. Jonathan, movido por uma paixão avassaladora, tentava segurar as rédeas do relacionamento, propondo uma convivência mais próxima. A transição para a coabitação, inicialmente emocionante, logo se revelaria um desafio, transformando-se em uma trama de controle e opressão que eu nunca poderia prever naqueles primeiros meses.

***

Havia passado cerca de três meses desde que começáramos a morar juntos, e Jonathan havia feito amizade com um colega de trabalho, uma amizade que ultrapassou limites considerados saudáveis. O rapaz não me parecia uma boa influência, e Jonathan, de alguma forma, parecia incapaz de enxergar isso. Discutimos inúmeras vezes por conta desse amigo, pois Jonathan não admitia críticas a ele. Algumas semanas depois, de forma repentina, Jonathan decidiu pedir demissão do trabalho. Achei estranho, mas não questionei, pois eu ainda estava trabalhando e conseguíamos manter nossas contas em dia.

Algum tempo depois, descobri que estava grávida, e isso definitivamente não ocorreu em um momento ideal. A relação entre nós já estava desgastada, mas decidi enfrentar a situação, assumindo as consequências dos meus atos. Após a revelação da gestação, a convivência com Jonathan tornou-se ainda mais complicada. Ele frequentemente saía para beber com amigos, passando a maioria das noites fora. Informações de terceiros indicavam que ele estava envolvido com entorpecentes e até mesmo praticando comércio ilegal para sustentar seu vício, uma vez que não estava mais trabalhando.

Ao decidir confrontá-lo sobre suas atitudes, fui surpreendida por uma reação violenta: um puxão forte nos cabelos. "Foi apenas um puxão de cabelo, não é nada demais!", pensei, confusa e assustada, pois nunca o tinha visto agir assim. Mesmo assim, encerrei o assunto naquele momento, mas a experiência deixou uma marca profunda e preocupante em minha mente. Eu acreditava sinceramente que ele poderia estar sob influência das drogas. No entanto, mal sabia eu que aquilo era apenas o início do pior cenário que uma mulher poderia enfrentar.

Os dias se passavam, e os murmúrios sobre uma possível traição por parte dele chegaram até mim; estava no quinto mês de gestação e, mesmo evitando o estresse, senti a necessidade de encontrar paz interior. Tive a desafortunada ideia de questioná-lo novamente. Como resposta, fui agredida violentamente, empurrada com brutalidade e caí no piso frio. Ele avançou descontrolado, agarrando meu pescoço e tentando me estrangular. Naquele momento, temi perder todos os sentidos, mas, de repente, ele me soltou, afastou-se e retornou para desferir inúmeros socos e chutes em minha cabeça, rosto e barriga.