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Capítulo 1 - Despertar caótico

Era por volta do século XI à XII no vilarejo francês chamado Eze, mais especificamente em um campo bem afastado; uma jovem passeava pelo local. Ela possuía longos cabelos castanhos e ondulados, seu rosto era comprido e levemente arredondado, seus olhos negros e profundos causava um certo temor às pessoas. A jovem gostava de pesquisar sobre magia e o mundo espiritual, por causa disto muitos a chamavam de bruxa. Seu nome era Lyssandra, morava sozinha já que devido a fama, alguns fanáticos religiosos quiseram matá-la a pouco tempo, incendiando sua casa. Seus pais a salvaram morrendo em seu lugar. Possuía por volta de 18 anos e nada disto a fez parar com suas pesquisas.

Houve um tempo em que um rapaz se aproximou de Lyssandra, dizendo também se interessar pelo misticismo, desde então sempre acompanhou-a. E naquele dia havia levado-a para aquele campo com a intenção de mostrar algo a ela.

— Por que me trouxe aqui? - indagava a morena em tom de curiosidade. — Diga-me logo...Estou curiosa!

— Já vai saber, me siga! — Respondia o suposto rapaz de longos cabelos platinados.

Havia uma trilha pelo campo, na qual, levava à uma cachoeira. Ambos seguiam pela trilha, Lyssandra se intrigava ao ver uma cachoeira bem isolada e em um campo:

— Eu nunca havia visto esta cachoeira por aqui…

— É claro que não, ninguém vem aqui. — Respondia ele, cessando seus passos e virando-se à jovem.

— Por que não? — quis saber ela. — Me impressiona um lugar tão belo não ser apreciado.

Seus olhos escuros observavam cada detalhe do local: desde a suave brisa que acariciava ambas as faces e ao mesmo tempo brincava em ondulações sobre os cabelos dos dois, fazendo o mesmo sobre as águas e folhagens do local. Os galhos eram bem firmes e grossos, suas folhagens dançavam ao vento. O céu estava começando a ser tomado por nuvens escuras, indicando que a noite estava se aproximando. O rapaz, esboçou um leve sorriso irônico no canto dos lábios perante as palavras de Lyssandra.

— Lyssandra, não te trouxe até aqui apenas para te apresentar um lugar bonito. — explicava ele. — Há alguém que é exatamente como este lugar: apreciado e entendido por poucos.

— Até parece que está se referindo a minha pessoa. — ironizava a jovem em tom divertido. — Eu apenas tenho um gosto diferente… Por que ninguém entende isso?

— Os humanos estão presos a seus costumes medíocres, para que sejam vendados por uma utopia de que podem comandar o mundo. — explicava o suposto rapaz. — Energúmenos e não são capazes de entender que há algo muito superior a eles; não passam de poeira estelar.

— O que você disse, foi bem profundo. — comentava Lyssandra, notando com mais precisão algo diferente no suposto rapaz. — Você diz isso como se não fosse um humano.

— Eu realmente não sou. — respondia o ser. Conforme ia se escurecendo o local tomava um ar gélido e macabro; os olhos dele brilhavam em um escarlate profundo. — Eu sou Festus, o deus sanguinário. Uma das fúrias de Caos!

— V-você é um deus? — indagava Lyssandra, estando abismada com aquela informação recebida. — Caos? Quem é Caos?

— Já vai saber, minha pequena criança. - Respondia o deus.

Ele virava-se em frente a caverna, logo atrás da cachoeira, levantando os braços para o alto, enquanto proferia estranhas palavras. A grande pedra que bloqueava a passagem, era envolta por uma aura púrpura. Esta emanava uma névoa, dissipando as águas ao seu redor, a pedra desaparecia abrindo a passagem para um vasto corredor. Pelo local estavam espalhadas flores lilás que iluminavam o caminho. Festus abaixava os braços e fazia sinal para que Lyssandra o acompanhasse. Seus passos seguiam em direção ao corredor, conforme andavam o caminho guiava-os para uma ponte, na onde, logo abaixo haviam lavas vulcânicas. Por este motivo o ar era extremamente quente, chegando a dificultar a respiração até mesmo do deus sanguinário. A garota começava a tossir devido ao cheiro de enxofre, chegando a trançar as pernas ao caminhar, pois aquela atmosfera tão densa a deixava atordoada.

— Argh...Estou ficando com tontura...— Alertava Lyssandra, estando com sua visão turva.

—Vamos, falta pouco! — dizia Festus continuando a andar. — Este lugar foi feito exatamente para ninguém entrar.

— Por que estamos aqui? O que tem para me revelar em relação a esse Caos? — Indagava a garota.

Festus nada disse, logo ambos estavam em um local que se parecia com um altar. Apesar de atordoada, Lyssandra conseguia ver muitos detalhes, dois em específico lhe chamavam a atenção: ao chão havia a imagem do que pareciam ser duas tribos lutando entre si, ao arredor haviam escrituras estranhas. Ao arredor do templo haviam seis estátuas: da esquerda para a direita se era visto uma mulher muito bela, um homem trajando uma armadura leve, dois homens robustos com armaduras pesadas, ao lado deles uma outra mulher trajando um kimono curto junto a uma armadura leve e ao meio um imponente dragão. Um terceiro detalhe chamou a atenção da garota: após uma breve escadaria havia uma mesa e sobre ela uma caixa negra com detalhes em roxo. Guiada por sua curiosidade, Lyssandra caminhava até a escadaria em direção à mesa. Neste momento, ao lado de Festus surgia um ser encapuzado.

— Já era hora! Pensei que não viria, Murte. — Comentava o sanguinário, fitando o ser com o canto dos olhos.

— Tecnicamente eu quem deveria ter aberto a caverna, mas desta vez deixei em suas mãos, já que a garota se apegou a você. — Respondia o ser.

— Não diga bobagens, Murte! — Revidava Festus, voltando a atenção para a garota.

Os olhos de ambos estavam atentos a Lyssandra. Ela apanhava a caixa e então abria-a, de dentro dela saia uma névoa negra e densa. As estátuas começavam a ganhar vida, se posicionando cada uma logo a frente da escadaria, Festus e Murte se aproximavam ajoelhando-se junto aos demais. Lyssandra estremecia, indagando:

— O-o que é isso?

— Eu sou Caos. — Respondia uma voz imponente, vinda de dentro da névoa.

— Você é Caos? — Indagava a garota.

— Sim, há muito tempo me traíram e selaram a minha essência neste lugar. — explicava Caos. — Você é a escolhida para estabelecer a ordem do mundo Celeste e terrestre, seremos um só!

Assim, mal terminando de falar aquela névoa entrava pelas narinas de Lyssandra. Com aquela energia em seu corpo, ela acabava desmaiando. Uma donzela de longos cabelos platinados, presos em um belo rabo de cavalo por um grande laço vermelho, aproximava-se de Lyssandra apanhando-a no colo.

— Durma, minha criança. Mergulhe em seus belos delírios…Sua glória está próxima! - Dizia como se estivesse cantarolando uma canção de ninar.

—Vamos sair logo daqui! - Alertava um outro rapaz de cabelos azul-claro e olhos verde-água, apontando para o teto do local.

Este começava a se rachar, as madeiras e pedras que sustentava o teto caiam rapidamente. Uma aura purpura cobria o corpo da morena que trajava um kimono, ao seu redor surgiam mariposas e borboletas do mesmo tom. Elas pousavam em cada um ali presente e em um piscar de olhos, todos desapareciam do local. A entrada da caverna era fechada por aquelas pedras.

O grupo surgia ao centro de um grande salão, haviam cristais, desde o chão até as laterias, além de vários detalhes dourados, nos quais, iluminavam o local através da luz da lua cheia ao céu. Aquele era um belo e enorme castelo, que ficava no alto de uma montanha à uma pequena distância de uma cidade destruída.

— Ah! Que bom saber que tudo por aqui está como nós deixamos da última vez! — Comentava a donzela de cabelos platinados.

— Por acaso duvida da eficiência e eficácia de Murte e eu, Rithus? - Indagava Festus com certa arrogância.

— Ho! Claro que não, querido! — respondia a donzela. — Olhe, a criança aqui tá um pouco pesada…Vou levá-la a seus aposentos, com licença.

— Sim, vá. Ela precisa descansar após receber tanta energia de uma vez só. — Concordava Murte.

— Eu recomendaria deixar Belphus no sotam. — alertava o guerreiro de cabelos azuis. — Ele está ficando hiperativo.

O dragão realmente estava inquieto ele rugia, sua respiração se alterava aponto de soltar leves chamas pelas narinas e batia as patas contra o solo. A morena aproximava-se, apanhando uma corrente longa e pesada que ficava ao redor do pescoço da criatura.

— Belphus está estressado, ficou muito tempo adormecido conosco. - dizia ela. — Hazel, descordo de você. Acho que ele quer “passear”.

— A inquietude de Bephus é compreensível, Risa. — comentava Murte se levitando para mais alto. — No fundo, todos nós estamos assim. Sabemos que um pequeno deslize no controle de Belphus trará uma destruição enorme antes do previsto…

— Por isso digo que melhor deixá-lo no sotam. — Resmungava o guerreiro de cabelos azuis.

— Hazel, devo recordá-lo de que não gosto que me interrompam quando estou falando? — Dizia Murte, fitando o guerreiro em um tom ameaçador.

— Devo te lembrar de que me curvo apenas perante a nossa criadora? — Revidava Hazel de modo destemido.

— Vocês fazem barulho por nada. — resmungava Festus, andando por uma direção qualquer. — Belphus está muito hiperativo, trancá-lo aqui vai fazer tudo isto vir abaixo.

— Era isso que eu estava tentando dizer. — concordava Murte, se pondo em posição de meditação, mantendo o corpo a levitar-se no ar. — É melhor que Belphus se distraia um pouco, afinal deve estar faminto…Algumas almas patéticas devem entretê-lo.

— Lembre-se que Belphus deve sempre estar sobre sua tutela, Risa. — Completava o deus sanguinário aproximando-se da morena.

— É claro! Deixem comigo! Tudo ficará sobre controle! — Respondia Risa em tom animado.

— Vê se não vai chamar a atenção do engomadinho senti a energia dele por esse mundo medíocre. - Alertava Hazel.

— Oh! Sethos está aqui? - indagava Ruthis em tom animado. — Ah… Ele deve ter se tornado um belo rapaz …Desde que era um bebê demonstrou ter herdado a beleza do pai, huhu! Que desperdício…

— Eu bem queria dar as boas vindas pessoalmente ao Eclipse, mas irei me conter. — Dizia Risa.

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