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Capítulo 2 Me Agrade

Agatha abriu os olhos sonolentos e deparou com um olhar profundo e frio.

As sobrancelhas do homem eram em forma afiada. Debaixo dos olhos tão escuros como os de lobo era o seu nariz altíssimo e os lábios finos e comprimidos. Embora sentado na cadeira de rodas, ele possui um ar opressivo que afastava os outros.

- Hadassa?

Agatha se levantou da cama depois de dois segundos em tontura, passando a olhar o homem com medo.

Agatha acenou a cabeça com nervosidade.

Ela não se atreveu a relevar sua identidade, uma vez que substituiu Hadassa a casar-se com Rui.

Acrescentou-se a frieza no canto de olhos de Rui, que pegou um envelope do bolso e o jogou na frente de Agatha. Agatha o abriu com cuidado e deu uma olhada, descobrindo que eram fotos e documentos da sua irmã, Hadassa.

Claramente, ele já tinha feito uma investigação completa da noiva.

Porém, porque é que ele não disse nada na cerimônia?

Ficou mais apertada a mão de Agatha que estava segurando o envelope. Mordendo o lábio, ela disparou um olhar profundo a Rui e não disse nada.

- A Família Soraia acha que pode me arranjar qualquer mulher só porque eu tenho problema na perna?

Agatha se levantou, abaixou os olhos e disse baixinho, com o longo vestido de noiva caído no chão:

- Eu também sou filha da Família Soraia.

- Uma filha que acabou de divorciar-se? A Família Soraia trata a Família Norberto como uma lixeira?

As palavras grosseiras deixaram Agatha quase incapaz de levantar a cabeça de novo, que mordeu o lábio com força. Era fato que uma mulher divorciada era desprezada por muitos, mas foi justamente por isso que os pais dela a mandaram casar-se com Rui.

Sem esperar o retorno de Agatha, a voz apática do homem caiu como uma bacia de água fria.

- Te dou cinco minutos para explicar bem com os outros e sair da Família Norberto.

O quê?

Agatha arregalou os olhos em um instante e deparou com os dele.

- Isso não dá!

Ela não podia sair! Se ela admitisse isso, a Família Soraia ofenderia a Norberto, e aí como a Família Soraia permaneceria na Cidade Nortão?

Agatha se acalmou, caminhou para a frente de Rui pegando o lado do vestido e explicou suavemente:

- Minha irmã tem namorado e não vai querer casar-se com você.

- Portanto, você tomou a decisão e se casou comigo no lugar dela? - Se viu uma zombaria afiada no canto da boca de Rui.

Agatha levantou a cabeça corajosamente, deparando com os olhos frios dele.

- Eu sei que eis um casamento definido pelos nossos pais. Para você, não importa se casar com quem. Senão, você não concordaria com esse matrimônio.

Agatha não sabia se era possível convencê-lo com essas palavras.

- Ao invés de você casar-se de novo, é melhor que eu permaneça aqui. Prometo que não teremos a mínima relação.

Falando nisso, Agatha levantou as mãos para garantir. Os olhos escuros dela, tal como duas pérolas pretas, estavam cheios de firmeza e coragem, em contraste com a expressão cuidadosa no rosto, temendo que ele não aceitasse.

Essa imagem...

Rui semicerrou os olhos enxergando ela.

Por fim, Rui fez um sarcasmo:

- Haverão mulheres inacessíveis se eu quiser? Porque preciso de uma mulher como você?

Com os lábios tremidos, o rosto de Agatha se tornou pálido em um instante, como se fosse coberto de reboco. Antes de ela falar novamente, Rui já se virou e saiu movendo a cadeira de rodas.

Agatha ficou tonta por alguns segundos e queria correr atrás dele, mas foi impedida pelo assistente dele.

- Sra. Agatha, por gentileza, respeite-se!

Pregando o olhar na figura indiferente de Rui, Agatha se viu muito ansiosa, gritando atrás dele:

- Se você não me deixar ficar, vou contar a todos que você é impotente!

Com a flecha atirada, Agatha tentou tudo que podia fazer.

As palavras dela deixaram Rui suspender o avanço da cadeira de rodas. Ele virou a cabeça ligeiramente sem mexer o corpo, disparando uma voz que parecia vinda do inferno, acompanhada pela frieza do olhar:

- Você diz quem é impotente?

Os olhos perigosos de Rui pareciam uma besta escondida nas trevas que ia precipitar-se e morder Agatha contanto que ela dissesse mais algo.

Como assim? Porque uma pessoa com deficiência na perna poderia ter um ar tão poderoso?

Agatha já não tinha espaço para recuar.

Ela cerrou os dentes e apertou o punho, se entreolhando com Rui relutantemente.

- A menos que você me deixe permanecer.

Pierre, que estava ao lado, ficou muito surpreendido. Essa senhora de figura magrinha é bastante ousada, que até se atreveu a provocar seu Sr. Rui.

Rui reajustou a direção da cadeira de rodas e se aproximou dela. Os olhos dele eram muito escuros e assustadores.

Agatha recuou dois passos atrás inconscientemente.

Rui logo chegou na frente dela e apertou o pulso magro e macio dela de ímpeto.

- Você acabou de dizer quem era impotente? - Rui falou de forma indiferente, pregando um olhar afiado nela.

- Você... Me largue...

A aproximação repentina deixou Agatha toda perturbada, envolvida pela masculinidade ardente dele.

Eis uma sensação dominadora e perigosa.

Que fez Agatha relembrar aquela noite.

Naquele momento, o homem no carro era igualmente dominador como esse na sua frente.

O rosto de Agatha ficou sombrio: porque recordou daquela noite de novo?

Para ela, aquela noite era tal como uma humilhação.

- Você ajeitou todos esses métodos para ser a minha esposa?

Enquanto Agatha estava viajando, a voz masculina ao ouvido dela puxou o raciocínio dela de volta, que ficou a arregalar os olhos.

Surgiu um pouco de suor na testa de Agatha:

- Você também deixou acontecer esse casamento, não é? Você já tinha sabido que eu não era Hadassa, mas não relevou isso na cerimônia.

- Então?

- Me largue primeiro - Agatha o empurrou.

Rui fez um sorriso frio, e disse:

- Já é seu segundo casamento, porque ficou tão nervosa? Você não teve relação sexual antes?

- Pare de me intimidar!

Agatha se entreolhou com ele de maneira resistente.

- Você pode ficar. Contanto que me agrade.

Não era a primeira vez que Rui viu esse tipo de mulher gananciosa pela riqueza da Família Norberto.

Agatha ficou pálida, com os lábios tremendo.

- Não consegue fazer isso? - Rui, com um olhar escurecido, pegou o queixo dela com uma mão e deixou as palavras devagar dos seus lábios finos. - Então, não sou eu que seja impotente, mas é você que é tão aborrecida e não me inspira o desejo sexual.

Jogando as palavras, Rui a largou.

Agatha caiu para atrás e encostou na porta, olhando Rui com imensa vergonha.

Rui pediu o assistente para conduzi-lo para fora. Agatha pregou o olhar nas costas deles, mordendo levemente o lábio.

Ela já esteve com sucesso?

Ela podia ficar?

Tocando o seu queixo que tinha dor por ter sido apertado, Agatha voltou ao quarto de casamento.

Ela aguardou 10 minutos.

Sem novidade.

Agatha pegou um fôlego. Parecia que ela teve sucesso.

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