Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

Capítulo 6

"O vosso rei Luiz Cezar Roius III convoca todas as donzelas de boa saúde, livres e graduadas entre o décimo oitavo e vigésimo quinto aniversário para uma reunião de grandíssima importância no salão principal de sua cidade, a qual não poderá faltar ao menos uma.

*Todas as donzelas deverão vestir trajes de festa.

*Todas as donzelas deverão estar com as mãos limpas e bem cuidadas.

*Todas as donzelas deverão apresentar algo de suas virtudes.

Sendo assim no quarto dia do nono mês, logo que o sol nascer.

LEMBRETE: A família que possuir uma donzela dentro dos requisitos e não a mandar, será julgada como traidora do trono.

P.M. Petrov Julius. "

Louise narrando:

Estamos eu e meus pais em nosso café da tarde no nosso jardim, Davina está em pé um pouco afastada da mesa em que estamos. Estamos conversando sobre um comunicado que foi espalhado por Filipinas inteira, sobre o rei convocando as moças para algo importante.

— Estou lhes dizendo, eu sei do que se trata — meu pai fitou-me intensamente enquanto mamãe e eu ouvíamos com muito interesse.

— Então diga, querido! Diga! — Mamãe insisti empolgada.

Confesso que eu também estou me corroendo de curiosidade.

— Há rumores, de que o rei, pretende escolher, a futura rainha, de Filipinas, a esposa do príncipe — explicou pausadamente, como se fosse algo que eu devessr entender muito bem.

— Isso é... Isso é impossível! — Mamãe praticamente grita, assustada. — O rei não pode simplesmente escolher entre todas as donzelas, apenas entre as mais adaptadas para algo assim, somente entre as donzelas como a Louise! — mamãe me olha com olhos enormes.

— NÃO! Não e não! eu nunca me casaria com o príncipe! — afirmo levantando-me da mesa, sob os olhares chocados dos meus pais.

Eu não me vejo gostando dele, não aconteceria, ele é bonito e tudo, mas não sinto atração alguma!

— Não é como se você tivesse escolha, não é minha filha? Se o rei escolher você, será você e pronto! E eu tenho certeza de que ele escolherá você! — mamãe olha de soslaio para a Davina que está feito uma estátua próxima à mesa, — Davina, este assunto é confidencial! Se eu souber que você espalhou para alguém, vai pagar caro por isso, entendeu? — Davina abaixa a cabeça consentindo — e não é como se isso fosse assunto para você! Seria impossível se quer ser selecionada para ser candidata, já que sua virtude é lavar os pratos! — mamãe acha graça e começa a rir do seu infeliz comentário, sendo seguida por meu pai.

Já falei que os dois parecem sádicos? É, às vezes tenho medo de me tornar igual à eles. Vê-los agir assim me causa desgosto, arrepios e náuseas.

— Caso eu seja a rainha, a primeira coisa que farei será tirar Davina daqui! — desabafo e começo a me afastar da mesa.

Seria a única vantagem, caso eu fosse a escolhida.

— Louise! — meu pai brada antes que eu pudesse me afastar muito, cancelo os meus passos, fechando os olhos de raiva — você ainda não é a rainha, então trate de voltar aqui e pedir licença para se retirar! — concluiu.

Totalmente contrariada, faço meia volta.

— Com licença, preciso descansar, tenho permissão para me retirar? — pergunto graciosamente como se não tivesse acontecido nada perturbador, fui ensinada assim.

— Ótimo, não lhe dou permissão para se retirar, você vai agora mesmo começar suas lições de como conquistar o rei e a rainha — se vira para Davina com um olhar mortal, — retire-se daqui imunda, não é algo que você precise aprender, visto como não serve para nada além de limpar o chão.

Observo atônita Davina fazer um gesto submisso e se afastar, obedecendo prontamente o meu pai.

Não sou tão diferente de Davina, afinal, ela não tem direito à escolhas e eu também não tenho esse direito. Davina precisa se submeter à humilhações e eu preciso me submeter às ordens absurdas. Ambas não somos donas de nós mesmas.

(...)

Finalmente meus pais saíram do meu pé, eles foram para um banquete na casa de uns amigos da família.

Aproveito o momento de liberdade para ir conversar com a querida Davina, ela é maravilhosa e deve estar magoada pela forma que foi tratada hoje, sei que ela deve estar acostumada, mas não deixa de ser uma coisa ruim.

— Ei... — encontro-a fazendo um dos apetitosos bolos que só ela sabe produzir.

Ela se vira para mim toda sorridente e linda, como sempre. Acho que em outra vida era para eu ser cavalheiro, não é normal eu achar a Davina tão linda assim.

— Não se preocupe comigo, Louise, eles estão certos, eu não tenho chances e, ainda bem, né... ainda bem! só sinto muito por você, é quase certeza de que será a escolhida, com este seu carisma é óbvio que a rainha vai te querer como nora — sorriu-me docemente, me lembrando do que meus pais fizeram para ela.

Puxei-a para um abraço, ela é uma das melhores coisas que aconteceu em minha vida.

— Se você fosse a rainha, talvez endireitaria o príncipe com essa sua doçura disfarçando a sua força... — sorrio.

— Vira essa boca pra lá! eu não estou afim de endireitar ninguém, deixo para você — sorri.

Rei Luiz Cezar:

— Como está correndo o processo, Petrov? Já temos quantas qualificadas?

— Bom, o comunicado foi posto e no dia quatro do nono mês iremos selecionar as candidatas dentro dos seus requisitos, majestade, teremos homens em cada cidade para selecioná-las — respondeu-me orgulhoso.

Estou ansioso por continuar com meus planos em relação ao meu filho e ao meu reino.

Quarenta dias depois...

(OITAVO MÊS)

NO PORTO DE LURHUIS, UMA MULTIDÃO AGUARDAVA ANCIOSAMENTE PELO NAVIO QUE SE APROXIMAVA, E, SOBRE UMA ÁREA PROTEGIDA, ESTAVAM O CASAL REAL E SEUS ACOMPANHANTES, TODOS ANCIOSOS PARA O RESTORNO HERÓICO DOS TRIPULANTES.

Rei Cezar Luiz:

— Estou ansioso por Cezar, e orgulhoso também, acredito que aprendeu grandes lições — abraço minha linda rainha.

— Estou morrendo de saudades do meu menino! — Davina abraça à si mesma, deixando claro a sua solidão e aflição por conta do nosso filho.

Beijo-lhe a testa.

Ouvem-se o som dos instrumentos que os músicos tocam quando os soldados começam a descer do navio, estranho o fato de Cezar não ter sido o primeiro a sair, vaidoso como é, seria o esperado, pelo visto as lições tiveram efeito.

Desce um por um, e o povo grita em êxtase, mas, algo não está certo... os soldados não parecem... felizes.

Os soldados sempre voltam felizes...

A menos que algo tenha dado errado...

— ABRAM CAMINHO PARA O REI! — meu guardião pessoal grita no meio da multidão para eu, Davina e Petrov podermos passar.

Apresso-me em direção do general Haian que acabou de apontar na borda do navio carregado de um semblante mortalmente infeliz.

Noto a estranheza de Davina e me preocupo com o ar pesado que estou respirando.

— Ocorreu como planejado? Deu tudo certo? — perguntei sem rodeios, Haian se desconcerta — onde está o príncipe Cezar? — apresso-me em perguntar.

— E Estevan? — Petrov questiona atrás de mim.

— Eles... Eles morreram, majestade — Haian cai de joelhos em minha frente, tudo em minha cabeça começa a girar.

Davina leva as mãos até o rosto e chora gritando alto, a multidão começa um alvoroço entre gritos, lamentos e discussões.

— ISSO É IMPOSSÍVEL! NÃO É HORA PARA BRINCADEIRAS, HAIAN! ONDE ESTÁ O MEU FILHO? — meu tom de voz sai extremamente alto em seu ouvido para que ele pare de brincadeiras de uma vez por todas.

— OS SOLDADOS! ONDE ESTÃO OS SOLDADOS TESTEMUNHAS? - Haian se levantou perguntando para seus homens que estavam todos amontoados e desanimados em um canto.

Imediatamente cinco soldados se apresentam.

— Vejo que os soldados foram resgatados... — reconheço um dos soldados que mandei para escoltar o mensageiro, — e o mensageiro?

— O MENSAGEIRO! — Haian grita e no mesmo momento o mensageiro se aproxima.

Davina está olhando com olhos arregalados para mim e para Haian... Como se estivesse esperando Haian chamar por Cezar.

— Ótimo... AGORA ONDE ESTÁ O MEU Filho? — pergunto já sem muita paciência, Haian vai se arrepender de fazer esta brincadeira de mau gosto.

— Soldado, conte ao rei o que contou para mim! — Haian segura nos braços de um dos cinco soldados e ele dá um passo em minha direção.

— M-majestade... — cai de joelhos perante mim — o príncipe Cezar morreu em combate heroicamente para salvar nossas vidas... — levantou os olhos até Petrov, — Sir Estevan também morreu em combate, senhor primeiro ministro.

—  NÃO! NÃO! — Petrov entra em desespero e minha Davina caiu inconsciente, segurei-a em meus braços sem ter forças pra segurar nem à mim mesmo.

A multidão chora. E eu? Eu fico completamente desacreditado... tudo foi planejado de forma que não haveria como Cezar correr qualquer perigo real.

— Meu filho... — sussurro com lágrimas banhando o meu rosto.

— Lamento, majestade... Eu realmente tentei, mas o príncipe sempre foi tão difícil... — Haian tenta me alcançar com os braços, mas o afasto.

Neste momento a única coisa que consigo fazer é me sentar no chão de madeira com a rainha em meu colo e me desmanchar em prantos.

— MEU FILHOOOOOOO! — Lamento tão alto que Filipinas inteiro deve ter ouvido, contudo não me importo, meu coração está sufocado demais para me importar, o  meu chão foi arrancado de mim.

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.