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Capítulo 3

Capítulo 3

Eu sentia.

Estava em um estado catatônico, por causa do desespero.

Meu dinheiro estava acabando, fui demitida, por chegar atrasada, pela quinta vez, no mês.

"por causa dos malditos enjôos."

Eu não era contratada realmente, e, Marcie, aquela vaca, teve muito gosto em me pôr para à rua. Sem qualquer burocracia ou sem me dar um tostão! Como eu odiava aquela megera insuportável!

Eu até tentei arrumar algum emprego, nas últimas semanas, mas... Quando descobriram que eu estava grávida, inventaram desculpas, todas muito parecidas, de como meu currículo não era adequado para a função! Ou que me ligaria mais tarde! O que sempre me deixava esperançosa, mas, aquela ligação nunca acontecia. O único que eu conseguirá foi de um pervertido que parecia ter um gosto especial por grávidas, por muito pouco eu não explidira a cabeça do maldito Desgraçãdo.

Suspirei fundo, me levantando, da cama dura à qual estava, me colocando, de frente para o espelho trincado é manchado, do quarto da pousada. Minha barriga estava saltada, já com uma forma levemente arredondada, até de mais, para uma grávida de dois meses.

Senti meus olhos enchendo de lágrimas, ao tocar na minha barriga, com as pontas dos dedos. Tudo bem que minha vida se auto destruía por causa daquela gravidez. Perder minha suposta amiga, meu emprego, minha rotina… Mas eu ganharia algo também... Meu pequeno pontinho.

Era verdade, que quando eu descobri minha gravidez, eu fiquei chocada, com medo, e desesperada, até mesmo, pensando em abortar.

O que me estremecia, só de pensar naquilo. Mas agora...Eu tinha um afeto pelo meu bebê, meu pontinho, me parecia agora, uma ideia horrível, me separar dele.

Sorri para meu reflexo, estava bem mais pálida, com olheiras profundas, parecia até mesmo mais magra, é com as costelas saltadas, devia ser a falta de ferro, à anemia que a enfermeira falara, mas em contrapartida, eu nunca vira meus olhos brilhar tanto, brilhando pela única, e, exclusivamente para quem nunca iria me abandonar, meu bebê. Meu filho ou filha.

Será que meu pontinho teria meus cabelos loiros? ou meus olhos âmbar? Ou será que teria os olhos dele?

O que eu faria? Talvez deveria procurar ele? Eu nem sabia quem ele era, nem sequer seu nome! Suspirei fundo, ainda me olhando no espelho, como se mágicamente, meu reflexo fosse me dar todas as respostas. Ou quem sabe, algum milagre divino acontecesse, e resolvesse meus problemas.

Voltei a me sentar na cama, com um cansaço súbito me atingindo, aquilo estava se tornado muito frequente, frequente até de mais. E eu não sabia se aquilo era comum, afinal, eu nunca estivera grávida, mas não parecia muito habitual, e infelizmente,

Eu não pude ir a nenhuma consulta, para saber se o pontinho, estava bem, ou até mesmo eu, não poderia arcar com uma conta hospitalar, mais uma.

Voltei a pensar no meu dilema, se deveria ou não contar aos " olhos azuis." Quero dizer, com certeza ele era o pai, a anos eu evitava homens como se fossem pragas, até recentemente eu me enredar com o cara da boate, então ou ele era o pai ou eu me tornara uma espécie de grávida bizarra, que engravidara do vento.

Será que ele merecia saber do pontinho? Mas é se ele não quiser saber do bebê, e me enxotar? eu deveria ir até ele?

Suspirando fundo, eu me levantei novamente da cama, decidida. Passando por cima do meu orgulho, é também do meu medo.

Eu iria procurar ele.

Como eu faria isso, já era outra história.

Tentei me lembrar, de qualquer coisa que me levasse até os olhos azuis, barra "o cara da boate," e a única coisa que veio na minha mente, foi algo que Jenna falara;

" O fato de me ligar de madrugada, para te buscar, na porra de uma mansão! No meio da floresta! Quem diabos constrói uma mansão em uma floresta? Foi assustador!"

Pelo menos uma coisa eu sabia, ele morava no meio da floresta, o que diminuía drasticamente minha procura entre os 3 milhões de habitantes de Wahtadre.

Mas ainda não era suficiente, Jenna sabia onde o cara morava, mas eu nunca mais queria ver aquela biscate. Tudo tinha limites e eu nunca mais passaria por cima do meu orgulho e pediria ajuda, nunca mais...

O jeito, seria olhar na Internet, é que Deus ajudasse, que aquela pousada de beira de estrada, caindo aos pedaços, tivesse um computador e internet.

Desci do segundo andar, onde meu quartinho alugado ficava, Com cuidado, eu desci as escadas de madeira desconfiada que elas iriam quebrar a qualquer momento, e fui em direção ao Hall de recepção do lugar, o único cômodo em que eu vi algum funcionário da pousada. A recepcionista parecia ter uns vinte anos, o cabelo curto no estilo Joãozinho em tons de roxo e lilás, de cara amarrada, maquiagem forte e preta, e enormes argolas nas orelhas, completando o visual intimidante.

- Oi!- Eu a cumprimentei, com falsa alegria.

- Pois não? - Perguntou com descaso, estourando uma bola enorme de chiclete rosa, na minha cara. Me fazendo suspirar fundo, raivosamente.

- Bom, poderia me ajudar? É que eu preciso usar urgentemente a Internet, tem algum computador aqui?!

A garota me olhou, com os olhos altivos, mastigando o chiclete, como se estivesse... mastigando bosta. Nojento.

- Não tem computadores aqui, muito menos Internet... Mas meu celular tem internet... Se quiser usar.

Arregalei os olhos descrentes, será que aquele era meu anjo? de roupas pretas e cheios de piercing? Quero dizer, dizem que quando se está em situações extremas de desespero, sempre aparecerá alguém para estender uma mão, e essa pessoa seria o tal do seu anjo naquele dia. Sim, eles existem, e muitas vezes fui ajudada por eles em momentos mais inesperados.

- É mesmo! Nossa, me ajuda...

- 10 dólares! - Me interrompeu.

- O que! - Exclamei surpresa, ela estava me cobrando? Qual é? Custava ela fazer uma boa ação do dia?!

Ela simplesmente deu de ombros, me ignorando totalmente. Suspirei ainda mais fundo, me acalmando. Tirando uma nota completamente amassada e embolada, da calça jeans que usava. Um dos meus últimos dólares.

- Aqui. - Estendi a nota para a garota gótica, que finalmente deu um sorriso, pegando a nota, me entregando um celular digital, não muito moderno, mas que serviria aos meus propósitos.

Abrir a página do Google e pesquisei;

Casa na floresta de Wahtadre.

Saiu somente um resultado, de um site de arquitetos.

"A mansão no estilo Greco-romana, pertencente ao milionário recluso Wild Lincoln, é situada..."

Espera! Eu parei de ler, focando no nome do cara, Wild Lincoln... Seria ele?

Rapidamente voltei à pesquisa, mas dessa vez, pesquisando o nome Wild. Procurando imagens, e quando não encontrei, entrei em um site qualquer, ansiosa para ler sobre ele.

"Wild Lincoln, é um reservado milionário, que tem um fortuna significativamente gigantescas, graças às suas muitas terras com produtos minerais, ao qual vende, como pedras preciosas, gás orgânicos e até mesmo petróleo... "

Eu arregalei os olhos assustada,

petróleo ? Pedras preciosas? Que merda era aquela!?

Será que era ele? Hô meu Deus! Se eu fosse ele, e visse uma mulher aleatória que estava dizendo estar grávida dele, ele iria achar que eu estava dando o famoso golpe da barriga. MAS QUE MERDA!

E que opção eu tinha!?

- Obrigada. - Eu falei, entregando o celular para a recepcionista mal-encarada, nem sequer fechando as páginas de pesquisa, da web.

- Porquê estava pesquisando pelo Lincoln? - Ela me perguntou, curiosa, olhando minhas pesquisas. - Esse cara é dono de mais da metade da cidade.- Ela disse, impressionada.

- O que? - Sussurrei, levemente chocada. - E você sabe onde esse senhor, "Lincoln," mora?

- Bom, dizem que ele mora em um casão gigantesco, no meio da floresta, dizem até que é assombrado.... Eu particularmente não me importaria de morar lá! - Ela riu, como se me houvesse algo muito íntimo entre nós, como um segredo.

- Eu… Obrigado. - Agradeci a ela, meio constrangida, que já me ignorava, mexendo no celular.

E eu subi de volta para meu quarto, mas não antes de passar no banheiro coletivo para fazer novamente xixi, tinha muitas "minhocas" na cabeça, e também, uma decisão a fazer.

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