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Bolhas Estouram

— O que você acha de Milão?

— Parece bom — eu folheio um livro, distraída. — Vou ficar feliz com o que você decidir.

Max entra no seu modo silencioso. Eu ergo os olhos bem a tempo de capturar sua expressão, a testa franzida com um ar de desconfiança.

Meu marido sabe que eu não faço o tipo indiferente. 

Nunca.

Ele tira o paletó sem pressa, desfaz o nó da gravata e, só então, caminha até mim sobre seus sapatos Oxford legítimos. 

Eu não fecho o livro. Não ainda. Mesmo assim, o deixo cair ao meu lado, enquanto admiro a beleza espetacular daqueles olhos azuis cravados nos meus.

Max Lancaster, meu esposo. O homem mais lindo que eu já conheci e que já ousei cobiçar. E, também, o mais misterioso, envolvente e intrigante. 

Meses antes, quando ele me pediu em casamento, as palavras escaparam da minha boca antes que eu sequer conseguisse formular um pensamento crítico a respeito.

Sim, mil vezes sim.

Tornar-me a esposa do homem que eu amava parecia o único fim compatível com o meu conto de fadas particular. O encerramento perfeito, o nosso felizes para sempre. Eu estava envolvida em um universo paralelo, rodeada por uma enorme e colorida bolha de felicidade. 

Só existe um problema com as bolhas.

Elas sempre estouram.

Max tira os sapatos, um de cada vez. Então apoia um joelho na cama, fazendo o colchão afundar. Eu me preparo para a onda de nervosismo e euforia que sempre vem junto com a sua presença dominante. Não consigo esconder a vontade de pertencer a ele. É algo irresistível.

Deixá-lo me dominar, aliás, só perde para a enorme necessidade que eu tenho de provocá-lo.

Aquele homem enérgico e incrível segura a minha face com uma das mãos. Ele vira o meu rosto para cima e lança aquele seu olhar de "O que foi? O que deu em você?". O seu típico olhar preocupado.

Eu amo quando ele me olha assim. Faz eu me sentir tão pequenininha, protegida e segura...

Sua outra mão segura a cabeceira da cama, criando uma espécie de cerco ao meu redor.

Agora, sim. O meu coração dá uma espécie de cambalhota. Meu peito sobe e desce em um suspiro profundo. Quero que ele me toque. Quero isso, desesperadamente. Quero sentir seus dedos quentes explorando a minha pele por baixo da camisola.

Então, eu me lembro por que estou tão irritada e é como levar um banho de água fria.

São quase dez da noite. Max acabou de chegar do trabalho. Teve uma reunião até tarde com um cliente em potencial, que terminou em um jantar de negócios no Matt, o novo restaurante favorito do meu marido para assuntos do trabalho. E, depois, um drinque qualquer em um lugar qualquer.

Eu o esperei durante horas e, aos poucos, a expectativa foi dando lugar a uma sensação desconfortável em meu peito.

Ainda assim, aqui estou eu, me esforçando muito para não bancar a garotinha chata, carente e insegura, porque conheço muito bem os seus motivos, a poderosa determinação por trás dos seus atos.

Max pretende manter as filhas seguras financeiramente e isso vem antes de tudo, a qualquer preço.

Secretamente? Eu o amo por isso, também. Nós dois compartilhamos um sentimento indescritível por aquelas garotinhas tão lindas e eu quero que ele saiba que pode contar comigo para tudo o que esteja relacionado a elas.

Mesmo assim...

— As crianças estão dando muito trabalho? — ele pergunta e o seu olhar cauteloso me chama de volta a realidade. — Você pode pedir ajuda, meu amor. Quando quiser, você sabe.

Eu nego com a cabeça, forçando um pequeno sorriso.

E sua pergunta me faz lembrar que... essa é, oficialmente, a penúltima semana de aula.

Lembro como Maisy e Evie estavam empolgadas quando o ano letivo começou. As duas não paravam de tagarelar sobre os amigos em potencial ou as coisas novas que aprenderam. Com o tempo, no entanto, toda aquela animação foi se transformando em uma gigantesca onda de lamentos e frustrações.

Hoje de manhã, foi quase impossível arrancar as duas da cama. Mas quando voltaram... Jesus! As diabinhas estavam tão agitadas quanto uma cerca elétrica. Precisei recorrer ao ensinamentos budistas enquanto convencia as duas a fazer o dever de casa.

Felizmente, logo, logo, elas estarão de férias e eu terei algum descanso.

E, também, muita companhia o dia inteiro, penso, com um misto de alegria e terror.

— O que você tem, doce Chloe? — Max me chama pelo apelido carinhoso que me deu, fazendo meu coração flututar outra vez. Ele afasta uma mecha do meu cabelo longo e castanho, dando um beijo delicado na lateral do meu pescoço. — Onde estão os seus pensamentos que não em mim, agora?

Antes que eu possa formular uma resposta, ele une nossas testas. Sua respiração e a minha se cruzam. Eu fecho os olhos. Tenho dificuldade de me lembrar do que estávamos falando.

Sinto seu polegar roçar de leve o canto da minha boca e me perco naquele gesto. Engulo em seco. É incrível o jeito que ele ainda me faz sentir depois de todos esses meses juntos. Como se cada vez fosse a primeira. 

E, também, a última.

Meu estômago se aperta. Não quero pensar nisso, agora.

Não quero pensa nisso nunca.

— Bom, Milão não é ruim. Tanta moda e cultura... na verdade, me parece muito bom.

Eu movo a boca capturando seu dedo entre os dentes. Primeiro, o mordo. Depois, lambo suavemente.

Silêncio.

Meu coração acelera na penumbra do quarto. Abro os olhos, devagar. Os músculos do pescoço de Max estão contraídos, seus olhos vidrados. Mordo de leve a cabeça do seu polegar, outro vez, sem tirar os olhos dos seus.

Dessa vez, não lambo.

Eu chupo.

— Bom é tedioso, doce Chloe — a voz dele sai rouca e carregada. — Eu estava esperando algo como... excitante.

Ele recua sobre os calcanhares. Eu o vejo abrir o seu sorriso torto mais irresistível e o meu coração vai ao limite. Minha boca fica seca. Juro por Deus que nunca vi um homem tão lindo em toda a minha vida! Ou tão sexy.

Levo os dedos aos botões da camisa branca, abrindo um botão de cada vez.

O nariz dele vai parar no meu pescoço, me desconcentrando. Tenho que recomeçar a tarefa três ou quatro vezes, enquanto ele esfrega os lábios atrás da minha orelha, enviando uma série de arrepios pelo meu corpo todo.

Eu puxo o seu cabelo, ligeiramente comprido na nuca, e Max geme no meu ouvido. Ele gosta disso. O desejo cresce, se avolumando no meu baixo ventre. Fico achando que vou explodir de excitação!

Ele se livra da camisa já aberta, revelando um peito largo coberto por músculos definidos, e eu suspiro, olhando de relance para a haste de metal afixada no espaço para a sacada.

Sinto um calor se espalhar pela minha pele como se fossem brasas. Desde que nos casamos, eu tenho o prazer de assistir Max fazendo sua série diária de barras. 

Nunca os exercícios físicos me pareceram tão interessantes.

— Tudo com você é excitante — eu murmuro.

— Prova — ele se ergue sobre os joelhos, desafivelando o cinto, devagar. Seus olhos azuis estão pegando fogo. — Mostre com o corpo o que essa sua boca safada fica me dizendo, Chloe.

Meu CEO sexy e pretensioso salta para fora da cama e fica de pé ao meu lado. Eu o assisto, hipnotizada, abrir o botão da calça, empurrando o zíper para baixo. Ela cai aos seus pés. Meus olhos percorrem aquele corpo firme e torneado, por um quase um minuto, suas belas coxas musculosas, antes de ele baixar a cueca box e libertar sua ereção.

Minha boca fica seca de novo. A pulsação dispara. Meu marido sorri como o perfeito safado que é e vem andando, lentamente, na minha direção. Minha respiração acelera quando ele sobe outra vez na cama, se arrastando sobre os joelhos.

Max segura os meus braços, prendendo-os com as mãos para o alto, contra a cabeceira. Imobilizada, eu apenas acompanho com os olhos, enquanto ele praticamente monta em meu colo, um joelho de cada lado das minhas pernas cruzadas em posição de ioga. Seu pau enorme está coberto por veias grossas, esticado para cima diante do abdômen rijo. Seu desejo por mim é evidente.

Eu começo a salivar. Ele apoia o peso do corpo nas coxas. Ergo o rosto, me sentindo um pouco febril.

Quando Max abaixa a cabeça, sua boca vem parar a centímetros da minha. O seu perfume me deixa tonta, inebriada, cheia de ansiedade e expectativa.

— Me diga o que você quer, Chloe — ele sussurra em um tom gutural, primitivo.

Umedeço os lábios com a língua. Do mesmo jeito que eu sou uma pessoa visual, Max adora brincar com as palavras. Ele se excita com cada coisa que digo e eu adoro isso. Fico louca em saber que tenho o poder de incendiá-lo com o que sai da minha boca.

— Eu quero você dentro de mim.

— Não, antes disso — ele me desafia, os olhos cintilando. — Tem coisas que você quer que eu faça antes disso. Eu sei que tem. Não esconda isso de mim.

Puta que pariu.

As exigências dele me deixam nas nuvens. Com os braços presos para trás e para cima, não posso tocá-lo. O meu peito sobe e desce, rápido, no ritmo da minha respiração. Os meus lábios se separam, ansiosos, aguardando o beijo que não vem.

Como meu lindo marido pode ser, também, um homem tão mau?

— Eu quero... algumas coisas.

— Que tipo de coisas?

Ele se inclina para frente. A cama balança. Seu peito nu roça de leve o meu e os meus mamilos enrijecem por baixo do tecido fino da camisola preta de renda. Automaticamente, uma corrente elétrica é disparada para a região úmida entre minhas coxas. A região que eu gostaria de tê-lo penetrando, agora.

— Quero sua boca, Max.

— Onde?

— Entre minhas pernas — disparo de uma única vez, sentindo minhas bochechas esquentarem. — Quero sua língua dentro de mim.

Ele solta o ar através dos dentes fechados. Depois, me beija, tomado por uma onda de paixão violenta. Sua boca possui a minha sem o menor cuidado ou delicadeza. Despertei o seu lado selvagem e agora eu devo pagar por isso.

Eu puxo meus braços do laço firme feito pelas suas mãos, mas elas não cedem. Quanto mais tento me libertar, mais isso parece impossível. Meus músculos doem, mas quando sua língua invade minha boca, eu esqueço de todo o resto. Seus dentes raspam meus lábios de maneira rude. Eles me mordem.

Eu gemo, fora de controle. Quando seu rosto recua, estou sem ar.

E Max, também.

— Abra os olhos.

Eu nem sabia que estavam fechados...

Max está me olhando depravado. Ele solta os meus braços e eu experimento uma sensação que é uma mistura de alívio e decepção. Que loucura. Eu quero mais do Max malvado! Estou, literalmente, pingando de tesão por esse belo exemplar de homem das cavernas. 

Que droga.

Mas que tipo de mulher eu sou, em pleno século vinte e um, querendo ser fodida desse jeito?

— Venha — ele exige, ríspido. — Fique de joelhos.

— O que?

— Fique de joelhos e vire de costas — sua voz é sombria. — Estou morrendo de tesão, então é melhor você não me fazer esperar.

Suas palavras me atingem como um raio. Outra vez, sigo suas instruções. O coração martela contra as minhas costelas. O que será que ele vai fazer? Max é mandão, autoritário, mas nunca foi cruel. Nunca fizemos nenhum tipo de perversão na cama. Não somos adeptos do sadomasoquismo.

Não somos, não é?

— E agora?

— Segure na cabeceira — ele diz atrás de mim.

— O que?

Suas ordens me deixam excitada e, ao mesmo tempo, cautelosa.

O que ele pretende fazer comigo?

Ainda assim, eu não ouso desobedecer. Confio plenamente nele. E, quando os meus dedos agarram com firmeza a cabeceira aveludada, Max suspira, satisfeito, de algum ponto às minhas costas. Uma mão pesada desliza pela lateral da minha coxa, arrepiando os pelos no caminho, até chegar a minha bunda. 

— Minha doce e comportada, Chloe. Agora, se incline para trás.

— Assim? — eu jogo o quadril, devagar, na sua direção.

Ele xinga um palavrão.

A palma da sua mão vem parar, agora, na parte interna da minha coxa. Bem próxima a virilha. Eu fecho os olhos com vontade de chorar de tanto tesão. Esse é um dos meus pontos mais sensíveis no corpo. Tão próximo de onde eu o quero e, ao mesmo tempo, tão longe. 

Um suspiro trêmulo escapa dos meus lábios, quando um dos seus dedos alcança a borda rendada da minha calcinha. Ele brinca com ela, me instigando, me fazendo suplicar por mais.

— Max — eu imploro, sentindo o indicador forçar passagem pelo elástico, gerando um delicioso formigamento no local. — Por favor, eu preciso. Preciso muito.

— Shiu. Estou tentando sentir essa sua boceta molhada na minha mão — ele avisa, e então eu sinto seus dedos por baixo do tecido, deslizando pela minha abertura molhada. Não para dentro, mas sobre ela. Para cima e para baixo, com uma lentidão prazerosa e excruciante. Meus olhos reviram nas órbitas. — Você está empinando ainda mais a bunda, sabia, Chloe? Quando faz isso, sua boceta se abre para mim. Toda molhadinha e quente. Sabe o que eu tenho vontade de fazer com ela?

Eu não respondo. Estou mordendo a boca com toda a força para não gritar.

Max desliza dois dedos para dentro. Um longo gemido sai do fundo da minha garganta e minhas pernas amolecem como duas gelatinas. Ele passa um braço ao redor da minha cintura e me segura, quando eu ameaço cair. Seus dedos se movem bem lá no fundo. Perfeito, delicioso, torturante. Estou morrendo aos poucos e não quero que acabe nunca.

— Você fica ainda mais linda quando está implorando pelo meu pau.

— Eu não estou...

Os dedos se dobram e se esticam lá dentro. Várias e várias vezes. Eu choramingo. Digo coisas que não fazem o menor sentido. Rebolo sobre eles, quando Max ameaça parar. A quem estou tentando enganar? Preciso daquilo, desesperadamente.

Ele retira os dedos e eu noto um movimento atrás de mim, um farfalhar dos lençóis, o colchão se movendo outra vez com a mudança no peso. Logo sinto a respiração quente de Max entre as minhas pernas e, droga.... no espaço entre os meus dois orifícios. Minha abertura se contrai, depois passa a pulsar, dolorosamente. Preciso dele com tanta força que nem consigo mais respirar.

— Você estão meladinha, Chloe — ele passa um dedo na parte interna da minha coxa. Ouço um grunhido de aprovação. — E muito gostosa, também. Mas você sabe o que dizem?

— O que?

— É sempre melhor provar direto da fonte.

Eu não tenho tempo de formular uma resposta coerente. Droga, não tenho tempo de formular qualquer resposta! Sua língua é empurrada para dentro de mim, através das minhas dobras. Um músculo quente e escorregadio provocando uma sensação de calor alarmante, fogo líquido correndo por dentro do meu corpo, através das minhas veias e artérias.

O meu sangue se agita. Max abre minha bunda com as duas mãos. Sua língua entra e sai de mim bem devagar a princípio, mas depois, cada vez mais depressa até eu chegar a beira do orgasmo. Quando isso está prestes a acontecer, ele coloca dois dedos de volta sobre a minha abertura e volta a esfregar o botão pequeno e sensível dentro da minha carne, com suaves movimentos circulares.

Eu não posso suportar nem mais um segundo.

Explodindo em um jorro de prazer, eu desabo sobre a cabeceira da cama, enquanto ele lambe até a última gota de desejo que escorre de mim.

Meu marido...

E, também, meu selvagem amante.

Como eu adoro você.

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