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CAPÍTULO 5

Zyon

O dia acabou de clarear,

mas o sol já está invadindo

o meu quarto através da fina

cortina de ceda e estou de pé a

pouco mais de quarenta minutos.

Antigamente as minhas

manhas costumavam a ser

bem conturbadas. A ideia de

me levantar da cama e encarar

mais um dia programado a dedo

por alguém me dava náuseas e isso

me fazia sentir vontade de não ver a luz do sol, mas de alguns meses pra cá isso mudou e tenho o melhor motivo do mundo para me levantar da cama. Acordar todos os dias e dar de cara com a Suila é mais que um incentivo pra estar vivo e encarar mais um dia.

Nesse exato momento minha

esposa está deitada em meio aos

lençóis de ceda branca, como de costume os seus cabelos estão mais que bagunçados e ela dorme feito um anjo... Amo acordar mais cedo que ela e vê-la dormir assim, é algo que faço todos os dias, sem exceção!

Fitava o seu rosto angelical

enquanto acariciava seus cabelos,

mas fui obrigado a sair do meu transe quando meu celular voltou a tocar.

Suila anda muito cansada

ultimamente e é visível em

seu rosto cada detalhe disso.

Então nós últimos dias tenho a

deixado dormir até mais tarde e

só a acordo quase na hora de irmos para a empresa... Isso melhora cem por cento o seu humor e faz com que ela me trate bem durante o dia todo.

- Habiba? Está na hora de

levantar... Você precisa se

arrumar para irmos trabalhar.- a chamei com calma ao afagar os seus cabelos de forma bem carinhosa.

Suila dormia feito uma pedra,

mas ao sentir meu toque e ao ouvir minha voz ela despertou aos poucos.

- Bom dia!- ela disse no

segundo em que me viu ali

parado bem ao seu lado na cama.

Sorri ao constatar que

tudo estava bem com ela

e me abaixei deixando um

beijo leve e suave em seus lábios.

- Bom dia! Eu vou tomar

o meu café agora e te espero

na sala de jantar, okay? Pode

se arrumar tranquilamente.- foi

tudo que disse a ela e prontamente minha esposa aceitou o que disse.

Deixei Suila encaminhado-

se para o banheiro e fui direto

para a sala de jantar tomar café.

- Bom dia!- cumprimentei

minha mãe e minha prima ao

entrar na sala e vê-las ali.

As duas conversavam algo

entre si, mas ao me ver, elas

pararam de falar imediatamente.

- As-Salamu Alaikum!- elas

me cumprimentaram ao me ver.

Assim que me juntei a elas

na mesa, minha mãe me olhou

de forma estranha e procurou por algo ou alguém bem atrás de mim.

- Cadê a sua esposa?- minha

mãe me questionou fitando-me

de uma forma mais que estranha.

Lá vem!

- Ela está se aprontando para

o trabalho... Mas por que, mãe?

Uma risada involuntária

saiu de minha mãe, ela me

olhou de forma estranha e

balançou a cabeça enquanto ria.

- A sua esposa deveria ser

a primeira pessoa a se levantar

nessa casa pra deixar tudo pronto

pra você começar seu dia, mas ela é

a última pessoa a levantar... Filho, eu não quero ser implicante, mas acho que se você pegar a segunda esposa ela muda esse jeito dela.- minha mãe voltou a insistir nesse assunto.

Será que minha mãe ainda

não entendeu que eu não quero

uma segunda esposa? Estou muito feliz com minha Suila e não preciso

de outra mulher na minha vida.

- Mãe, já te disse um milhão

de vezes que NÃO vou pegar a

segunda esposa, estou muito feliz

com minha habiba e não preciso de

mais ninguém. Chega!- falei com ela sendo até um pouco mal educado.

A minha mãe não é feliz

com o fato do meu pai ter

outras esposas e parece que

quer minha minha esposa seja

tão infeliz quanto ela é. Que saco!

- Você parece que gosta do

jeito que essa mulher te trata.

Quer saber de uma coisa? Se você

quer servir de tapetinho pra essa mulher, que seja!- ela gritou comigo.

Já faz um tempo que estou

de saco cheio do tratamento

da minha mãe com minha esposa,

mas estava tentando relevar por amor a ela, mas acho que chegou a hora de falar tudo que estou sentindo. Esse é o momento!

- Sumaya, você já está

passando dos limites com

essa sua perseguição com a

minha esposa. Eu amo a Suila

e você precisa entender isso de

uma vez por todas! Eu não quero

uma segunda esposa, não quero que minha esposa se sinta obrigada a me mimar feito um bebê e não quero que ela seja perfeita. Nós estamos felizes assim e nem você e nem ninguém tem que opinar sobre a nossa relação.- fui franco e bem direto com ela.

Minha mãe parece ter ficado

atônita ao me ouvir falar, porque

os seus olhos encheram-se de água

e ela me fitou como se eu fosse um monstro... Posso ter sido grosso com ela, mas tinha que falar tudo isso.

- Zyon!- Nádia levantou-se

repreendendo-me pelo que falei.

Minha prima me fitou com

um olhar mortal e não entendi o

motivo daquilo... Nádia sabe o quão errada minha mãe está em agir assim, mas parece que a amizade das duas a faz de cega e isso me irrita tanto.

- Chega Zyon! Você não pode

falar dessa forma com a sua mãe.

Sumaya pode errar na forma que trata a sua esposa as vezes, mas o julgamento dela não está errado. Aonde já se viu uma mulher que não prepara nem o café da manhã do marido? Você deveria ao menos começar a pensar na ideia de ter

uma segunda esposa, quem sabe

assim ela não começa a agir como

uma esposa de verdade.- Nádia diz

claro indo a favor da minha mãe.

Porque será que elas acham

que uma outra mulher seria a

grande solução da minha vida?

Parece até que elas querem acabar

com o meu casamento... Suila jamais aceitaria que eu me casasse com uma outra mulher e isso com toda certeza causaria a nossa grande separação.

- Nádia, não se meta na

minha vida pessoal! Isso

é algo que EU devo decidir e

nem você e nem a minha mãe

devem dar um palpite se quer.-

fui duro demais ao falar com elas.

Eu amo minha prima e

minha mãe com todo meu

coração, mas sinto que preciso

dar um basta nelas pra que meu casamento não vá por água a baixo. Isso não irei permitir nunca!

- Mas e se ela não puder

te dar filhos? Você vai ter

que se casar novamente, a

não ser que queira que a seu

nome murche como uma folha.

Ela parece ser uma mulher seca!- minha mãe insistiu com aquilo.

- SUILA PODE E VAI ME

DAR MUITOS FILHOS. Ela

não é uma mulher seca!- gritei.

- Você está vendo? Parece

que essa mulher entrou no

cérebro dele e não há nada que

tire ela de lá... Até a própria mãe

ela trata mal por causa DELA!- minha mãe insistiu naquele assunto chato.

- Mãe? Chega!- falei sendo

firme enquanto a fitava diretamente.

Havia acabado de fechar a

boca quando Suila adentrou

pela porta da sala de jantar e

as cumprimentou com educação,

mas sem forçar muita simpatia.

- Podemos ir?- Suila questionou-

me colocando-se logo ao meu lado.

A fitei meio que confuso e

em seguida olhei para a nossa

mesa de café da manhã repleta de

tudo que ela tanto gostava... Minha esposa é do tipo que só dá início ao

seu dia após o café da manhã, então não entendo porque da sua reação.

- Mas você não vai tomar

seu café da manhã?- a questionei.

Suila me fitou de lado,

sorriu e negou com a cabeça.

- Não será necessário, como

algo quando chegar na empresa.- ela disse já me dando as costas e saindo.

O que será que houve com

ela? Juro que não consigo entender.

- Vocês já estão indo? Então

vou pegar minha bolsa e vou

junto com vocês para a empresa.- a Nádia disse se colocando de pé.

Ainda não tive coragem de

falar para a minha prima que

não quero mais que ela trabalhe

pra mim, sei lá, será uma situação

tão estranho demiti-la, mas por outro lado também não quero criar uma grande desavença com minha esposa.

- Não será necessário que

você vá para a empresa hoje.

Não tem nada de importante pra

você fazer lá e caso eu precise de algo, você pode fazer daqui mesmo.- disse arranjando uma solução para aquele problema.

Não quero magoar minha

esposa, mas também não quero

criar um clima ruim entre a minha prima e eu, até porque somos como irmãos e não quero que isso mude.

- Por que você está agindo

assim tão de repente? Até ontem

eu iria te acompanhar em todos os

seus eventos de negócios.- Nádia diz.

Suspirei buscando uma

boa resposta para dar a ela.

Não vou dizer a minha prima

que ela não poderá mais ficar ao

meu lado na empresa porque minha esposa não quer, isso só criaria um clima ainda mais pesado entre elas.

- Já entendi tudo que

está acontecendo aqui.

Ela está impedindo que eu

trabalhe para você... Alá! Zyon,

você não pode permitir que a sua

esposa domine você assim, quem

deve comandar a relação é você.- Nádia insistiu naquele assunto.

Meu Deus! Será que tudo

nessa casa gera uma confusão?

Já não aguentou mais brigar!

- Suila não tem nada haver

com isso, foi uma decisão que

eu tomei... Fique em paz, Nádia.

Se você realmente quiser manter-se

nessa área, conseguirei um ótimo emprego para você.- argumentei.

- Quer saber de uma coisa?

Eu já não quero mais nada!

Continue seguindo o que ela

manda que você irá bem longe.-

Nádia falou bem alterada comigo

e saiu do cômodo pisando duro.

Alá! Aonde foi que eu

amarrei o meu camelo?

Parece que a ideia da Suila

de morar longe da minha família

não era tão ruim quanto pensava.

Minha mãe levantou-se

quando minha prima se foi,

ela me olhou frente a frente e

balançou sua cabeça ao me olhar.

- Uma você você vai acabar

perdendo a sua família por causa

dessa mulher e aí será tarde demais.

Cheguei a pensar em

responder a minha mãe,

mas sei que para ela, a minha

melhor resposta será o silêncio.

Fechei os olhos, respirei

fundo e sai de casa sem olhar

para trás... Só assim tenho paz!

- Está tudo bem?- Suila

questionou-me no segundo

em que entrei no meu carro.

- Está tudo bem... Você

está bem? Parece não ter

comido nada hoje.- disse a ela.

Suila sorriu de lado ao

ouvir minha pergunta, ela

balançou sua cabeça e trouxe

a sua mão para o meu rosto me

dando um pouquinho de carinho.

- Estou um pouquinho

enjoada de tudo que comi

ontem, mas está tudo bem.

Falando em comida, sabe o

que me deu vontade de comer

de repente? Pão de queijo!- Suila

disse para mim me fazendo rir.

De onde saiu essa vontade?

Comi pão de queijo uma

vez que fui ao Brasil e realmente

é algo delicioso, mas também é algo quase impossível de se encontrar aqui em Dubai... Gosto de fazer tudo pela minha esposa, mas esse seu desejo é algo tão difícil de se realizar por aqui.

- Pão de queijo, habiba?

Tenho quase certeza que

não temos isso por aqui.-

disse a ela enquanto ria.

- Eu sei, mas estou sentindo

tanta vontade... Acredita que

até sonhei com isso essa noite?

Minha boca está até salivando.

Até o momento estava

achando toda a situação

bem engraçada, mas foi só

ouvir o último comentário que

me veio uma grande dúvida... Será

que Suila está grávida? Isso seria uma benção sem tamanho para nós!

- Habiba... As suas regras

estão em dia?- a questionei.

Até o momento o olhar

da Suila estava na estrada,

mas ao me ouvir falar ela os

trouxe ela mim e me fitou como

se eu fosse um louco por falar aquilo.

- Eu não estou grávida, Zyon!

Sei que esse é o seu desejo, mas

ando me cuidando muito bem pra

que isso não aconteça por agora.- ela me respondeu tirando minha alegria.

Respeito os desejos da minha

esposa e estou disposto a esperar

todo o tempo necessário para dar continuidade a nossa família, mas

o meu desejo de ser pai não sai de mim por um segundo se quer e seria

o homem mais feliz do mundo se Alá nos abençoasse nesse momento.

- Okay, eu já entendi...- falei

um pouco ressentido dentro de mim.

Um silêncio constrangedor

tomou conta do carro quando

me calei e quando pensei em dizer algo para amenizar a situação, Suila falou.

- E se eu não puder te dar

filhos, você não pegar a segunda esposa?- ela me questionou do nada.

Por que ela está dizendo isso?

Tenho certeza que ela é capaz de

me dar filhos, tenho certeza que sim.

- Você é uma mulher saudável

Suila e vai poder sim me dar filhos.

Suila virou-se no banco

olhando diretamente para

mim, ela abaixou o seu olhar

e suspirou bem profundo.

- Mas nós não sabemos se

eu realmente sou uma mulher

saudável, Zyon. Eu já fui muito agradida na minha infância e sofri muitos abusos, sabe-se lá se eu sou saudável pra gerar uma criança... A sua mãe me disse que se eu não for capaz de te dar um filho, você vai ter que se casar novamente pra que a seu nome possa continuar.- ela desabafou.

É um fato que o homen tem

o direito de se casar novamente

caso a sua primeira esposa não possa lhe dar filhos, mas não quero outra mulher em minha vida. Amo minha Suila e me casar novamente não está em jogo pra mim... O maior desejo da minha vida agora é ser pai, mas não quero que a mãe seja outra mulher, não quero ter que me deitar com uma outra mulher e não quero magoar a Suila.

- Eu prometi para você que

não iria me casar novamente,

e eu vou cumprir essa promessa.- foi tudo que disse a ela e sinto que foi o bastante.

As coisas voltaram a correr

bem entre nós após a nossa curta conversa e o resto do trajeto ficamos em uma plena paz. Ao chegarmos na empresa cada um seguir para o seu caminho e demos início ao nosso dia de trabalho, como já é de costume.

O meu dia foi parcialmente

tranquilo, não tive nenhuma

grande reunião ou algum trabalho

que buscasse muita de mim, tudo que fiz foi adiantar algumas coisas que estavam atrasadas e avaliar alguns relatórios sobre o nosso crescimento.

O dia já de trabalho já

estava quase no fim e eu

já estava com tudo pronto

para ir embora, foi nesse exato

momento que a porta da minha

sala foi aberta e a Nádia entrou

pela minha me deixando confuso.

O que é que ela está fazendo

aqui? Tenho certeza que deixei

bem claro pra ela que hoje ela faria

o seu trabalho lá de casa... Será que não fui claro o bastante para ela?

- Sei que eu não deveria

estar aqui, mas estava fazendo

o meu trabalho de casa e vi que

você esqueceu aquele relatório

super importante da nossa viagem

a trabalho. Você deveria ter entregue isso ao Said no início do dia, e foi só por isso que vim.- ela disse jogando a pasta que havia em sua mão na mesa.

Alá! Havia me esquecido

totalmente disso... Eu deveria

ter enviado esse relatório pronto

para esse investidor no segundo em

que pisei na empresa hoje, mas nem me lembrei de fazer isso... É, agora me sinto até um pouco arrependido de ter dito tudo que disse a Nádia.

- Havia me esquecido disso.

Obrigada por ter me lembrado,

farei isso agora mesmo.- disse a ela.

Meu computador já estava

desligado nesse momento e eu

já estava pronto para ir embora,

mas pelo jeito terei que ficar mais

um pouco por aqui... Ah, que saco!

- Pode deixar que faço isso

pra você... Não será um grande

trabalho para mim!- Nádia disse

vindo até mim e parando ali.

- Não precisa, eu mesmo

faço isso em um minuto.

Nádia parece não ter

aceitado o meu não, porque

ela puxou a cadeira que estava

vazia ao meu lado e sentou-se ali

virando a tela Notebook para ela.

- Já te disse que faço isso

para você...- ela repetiu.

Resolvi deixar que ela

fizesse aquilo e só foquei

do lado olhando-a trabalhar.

- Não sabia que você

trabalhava tão bem.- a

elogieie sendo honesto.

Nádia pode ser uma grande

encrenqueira, mas não posso

negar que ela é uma profissional

mais que excelente. Nesse pouco tempo que a vi trabalhar posso dizer isso sem medo algum de estar errado.

Nádia virou-se de lado

olhando para mim, um

sorriso formou-se em seus

lábios e ela colocou uma das

mechas dos seus cabelos atrás

da orelha em um gesto de timidez.

- Eu faço o meu melhor,

gosto muito de servir quem

eu amo.- Nádia respondeu-me.

Antes quando minha prima

falava sentia inocência em sua

voz, mas juro que hoje senti uma

certa malícia quando ela falou... A Nádia é como uma irmã para mim e desejo do fundo do meu coração que o sentimento seja exatamente igual.

Posso estar errado em meu

julgamento, mas decidi que era

melhor que eu me afastasse dela.

- Você está com medo de

mim, Zyon?- minha prima me

questionou enquanto sorria de lado.

Isso pode soar engraçado,

mas sim, estou com medo dela

e acho melhor eu me afastar dela.

- Acho melhor você ir

embora... Não será visto

com bons olhos pelas pessoas

nós dois aqui sozinhos.- fui direto.

Nádia deu risada ao me

ouvir falar, ela levantou-se

do seu lugar e veio até mim em

passos lentos enquanto olhava em

meus olhos... O que essa mulher está gostando?

- Sabe que desde criança me

imagino sendo sua esposa... As

nossas mães brincavam que a gente iria se casar um dia e hoje vejo que isso não seria uma má ideia.- Nádia falou aquilo bem na minha cara.

Os casamento entre primos

não são vistos como algo errado

em nossa religião, mas a Nádia é

como uma irmã para mim e jamais me relacionaram com ela, é como se eu me relacionasse com Jamile. Alá!

- Nádia, essa conversa não

está tomando um rumo legal.

Esse papo das nossas mães eram apenas brincadeiras e acho bom que

a gente encare isso dessa forma. Fora que já sou casado e amo muito minha esposa!- fui muito franco com ela.

- Você pode ama-la, mas

isso não impede que você

tenha outras esposas. Você é

um Sheik Zyon, pode ter quantas

mulheres quiser... Hoje paro para

pensar se a gente tivesse levado a

ideia das nossas mães a sério, acho

que a gente seria tão felizes juntos.- Nádia insistiu naquele assunto.

Do que ela está falando?

Por Alá! Nádia é realmente

uma linda mulher, mas jamais

pensei em tê-la como esposa.

- Pare já com isso... Esse

assunto está totalmente fora

de questão!- falei sério com ela.

- Mas qual é o problema,

Zyon? Só estou te dizendo o

que penso... Eu sempre gostei

de você e não me importaria em

ser a sua segunda esposa.- Nádia diz.

A minha única reação ao

ouvir aquilo foi dar risada.

Isso é algo totalmente fora de

questão para mim... Algo que

nunca passou pela minha cabeça.

- Você acha mesmo que

Suila aceitaria isso?- foi a

única coisa que consegui dizer a ela.

- Ela não precisa saber de

nada, Zyon... Se você realmente

quiser se casar comigo, a gente se

casa escondido, você me mantém

em um outro país e ela nunca vai

saber do nosso casamento. Muitos homens fazem isso, por que você não pode fazer?- ela me questionou.

Alá! O que foi que deu

nessa mulher? Até algumas

horas atrás ela era apenas uma

irmã pra mim e do nada ela se

transformou em alguém que

mal conheço... A vida realmente

nos surpreende de uma maneira

que mal dá para se explicar.

- Nádia...- comecei a falar

com ela, mas ela me interrompeu.

- Eu seria uma segunda

esposa perfeita para você.

Sou uma mulher dedicada,

tenho religião e nossas famílias

se dão tão bem... Fora que não sou

uma mulher feia e posso te dar filhos perfeitos e saudáveis. Posso te fazer muito feliz, Zyon!- ela insistiu.

- Eu amo a minha esposa...- repeti

isso para ela pela milésima vez.

Nádia sorriu de lado ao

me ouvir falar, ela abaixou

sua cabeça balançando-a e ao

levanta-la olhou direto em meus

olhos... Minha prima deu um passo

a frente ficando mais próxima de mim, ela trouxe as suas mãos para

o meu rosto e sorriu revelando-se.

- Mas eu também vou fazer

com que você me ame... Você

vai me amar ainda mais do que

a ama!- Nádia falou e em um gesto

rápido ela juntou os seus lábios aos

meus me surpreendo com um beijo.

Sabe aquelas cenas de

filmes que você fica estático

sem saber exatamente o que

fazer? Foi exatamente assim

que me senti quando ela me

beijou, mas logo voltei a mim

e afastei os meus lábios dos seus.

- Zyon?- ouvi a voz de Suila

assim que afastei Nádia de mim.

Meu corpo inteiro gelou

ao ouvir seu chamado e ao

olhar para o lado vi a minha

esposa parada em frente a porta

da minha sala sem expressão alguma em seu rosto... Alá!!!

- Com licença, não quero

atrapalhar vocês dois.- foi

tudo que Suila disse e logo em

seguida ela saiu pela porta da sala

nós deixando sozinhos mais uma vez.

Olhei para Nádia novamente

sentindo a raiva correndo por

minhas veias e pela primeira vez

na vida senti ódio dessa mulher.

- Nádia! O que foi que você

fez?- disse aos gritos com ela.

- Zyon... Me desculpe!- foi

tudo o que aquela... Mulher disse.

Tudo que queria no momento

era acabar com a raça dela, mas

no momento preciso ir atrás da

Suila... É ela o que me importa.

Sai correndo da minha sala

indo atrás de Suila e a alcancei

no elevador, mas ao entrar ali e

vê-la frente a frente vi que terei

um grande problema para resolver.

- Suila... Pelo amor de Deus!

Foi ela quem me beijou, foi ela!

Minha esposa me fitou com

os seus olhos em chamas e a sua

expressão fácil revelou o quanto

ela me odeia nesse exato momento.

- Quantas vezes eu te disse

que ela te olhava de um jeito

diferente e você não quis me

ouvir? Eu cansei de te avisar

das intenções dela e você se fez

de surdo... Realmente acredito que

ela pode sim ter te beijado, mas ela

só fez isso porque você nunca deu a ela o tratamento que ela merecia. Foi você quem deixou que toda a situação chegasse a esse ponto... O culpado é você!- ela jogou aquilo na minha cara.

- Habiba...- tentei falar,

mas ela não me permitiu.

- Já estou de saco cheio

de todas as situações que

tenho que aguentar para ficar

com você... Desde que nos casamos

tenho feito de tudo para estar ao seu lado e você não pode nem mudar da casa dos seus pais por mim. Eu mudei toda a minha vida, me mudei de país e me converti em uma religião para estar com você Zyon, mas isso não parece ter sido o bastante pra você.

Eu já estou farta disso tudo e hoje

foi a gota d'água pra mim. Preciso

de um tempo para pensar em tudo

isso bem longe de você.- Suila diz.

Não tive reação certa ao

ouvir aquilo... Suila quer dar

um tempo no nosso casamento?

Isso não existe para mim! Nós nos casamos em tão pouco tempo e não podemos dar um tempo assim... Tão de repente!

- Suila... Não! Nós não

vamos dar um tempo... A

gente se ama e você precisa

acreditar em mim. Vamos resolver

isso de uma outra forma.- disse a ela.

A porta do elevador se abriu

assim que acabei de falar, ela

desviou o seu olhar de mim e me

deu as costas saindo do elevador.

- Eu preciso de um tempo e

não há nada do que você fale

que me fará mudar de ideia!- ela

disse por fim e me deixou a sós.

Alá! O que foi que fiz com

a gente? A última coisa que eu

queria era perder a minha esposa

e parece que foi tudo o que fiz.

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