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5. Thomas/Shane

Eu fico olhando o cartão e a foto dos dois juntos em uma mesa de jantar parecendo um casal feliz e tenho vontade de rasgar isso tudo ao meio. Mas eu não faço isso apenas soco o chão ao qual estou sentado e sentindo toda essa raiva.

Eu pego meu telefone no bolso enquanto ainda encaro como ódio essa foto,encontro o número da Melinda e já começo a ligar,ela vai ter que me dar uma ótima explicação pra isso se é que ela tem uma.

O telefone chama umas três vezes e quando ela não atende eu mesmo desligo. Chego a conclusão que não é uma boa ideia conversar agora com toda essa raiva que estou sentindo. Fecho a gaveta de gravatas e recolho a caixa com essas coisas dentro e sigo para meu quarto.

Senti em minha cama e fico com essas coisas no colo pra um tempo. Passo a mão pelos cabelos ainda me sentindo um merda  enganado pela mulher que eu amo e que dediquei vários anos da minha vida a nunca traí-la e ela faz isso comigo.

Depois de rum tempo me martirizando e discando várias vezes pra ela e desistindo antes de chamar,talvez porque eu não queira ouvir a verdade,eu coloco a caixa com tudo dentro da gaveta da cômoda e vou em direção a cozinha tomar um copo de água. Mas ao passar pela sala vejo meu litro de uísque que quase nunca bebo parecer a coisa mais interessante no momento dentro dessa casa.

... 

Eu meio que desisti das compras e passei quase o dia todo de frente a TV em canais aleatórios, enquanto tomava umas doses de uísque. Não sou a pessoa mais indicada pra consumo de álcool e essa dor de cabeça quando acordo hoje deixa isso bem óbvio mais uma vez pra mim.

Ainda é cedo então aproveito pra sair e correr,isso pelo menos vai manter minha mente ocupada das merdas que fiquei pensando ontem. Não sei se é uma boa ideia não ligar pra Melinda e colocar ela contra a parede,mas não acho que seja bom resolver algo tão sério assim por telefone.

...

Depois de correr,voltar em casa para um bom banho quente e ir direto pra cafeteria da esquina,volto pra casa sem muita disposição pra nada. Achei que em minhas tão esperadas férias eu iria fazer algumas coisas melhores do que fazia quando ainda estava trabalhando,mas acho que não.

E pensando nisso faço uma ligação pra alguém que sempre está disponível pra sair e tomar umas comigo,meu irmão Ryan.

Estamos em uma boate qualquer,uma dessas que ele sempre tenta me trazer e eu arranjo uma desculpa pra não vir. Achava que se eu quisesse me manter na linha e não trair a Melinda seria melhor manter distância de lugares assim. Mas eu estava enganado,era só minha vontade de nunca nem sequer desejar outra mulher pra noa fazê-la sentir mal,sendo que ela mesma não se importou em fazer isso comigo.

Tomo outro gole do uísque em meu copo. Ryan diz:

__Wow cara,vai com calma aí.

Eu digo:

__A Melinda está me traindo.

Ele me olha surpreso, mas não tanto quanto eu esperava, mas ele também nunca foi a maior fã dela. Então diz:

__Que merda, cara.

Eu não digo nada e ele pega no meu ombro dizendo:

__Eu sinto muito, de verdade, sei o quanto gosta dela.

Eu tomo outra dose de uísque e ele pergunta:

__Mas vocês já conversaram? Ela te confirmou isso? Não disse que ela estava viajando para o Japão?

Eu digo:

__Ela está. Ainda não conversamos.

Conto a ele como descobri isso e ele fica do meu lado,porque nós dois sabemos o que algo assim significa, não é só paranoia da minha cabeça.

Então depois do rum tempo em silêncio ele diz:

__Vamos esquecer toda essa merda por hoje. Garçom traz mais duas desse aqui pra mim.

Ryan acha mesmo que pode resolver todos os problemas com álcool. Pelo menos hoje eu estou concordando com ele.

Pego meu telefone no bolso de trás e sem pensar muito a respeito, vou até aquela conversa com aquela garota daquele dia. Então digito pra ela:

Eu: Ainda está afim de aprender mais sobre sexo?

Eu aguardo uns minutos e nada de resposta. Talvez ela nem esteja mais interessada nisso.

...Shane...

Eu digito rapidamente:

Eu: Eu quero sim

Meu coração ainda está totalmente acelerado e esse sorriso bobo no rosto que tenho que disfarçar pra ninguém perceber, não quer sair da minha boca. 

Eu espero e espero um pouco mais e não há resposta. Meu coração aperta, será que ele desistiu do que escreveu porque eu não respondi aquela hora mais cedo? Espero que não. Chegamos em casa e ainda confiro o celular mais uma vez antes de descer do carro, nada de mensagem dele ainda.

Já são quase onze da noite quando subo para meu quarto depois de chegarmos. Me deito em minha cama, mas não tenho ainda nem um pouco de sono, porque estou ansiosa demais com tudo isso. Vejo mais uma vez a mensagem que ele me enviou com medo de que eu tenha apenas imaginado isso. Mas  mensagem está lá, da mesma  forma que eu me lembrava de ter visto alguns minutos atrás. Ele não está online, no entanto. Vou esperara mais um pouco. 

Acordo e vejo que já são sete e meia, droga de mania de acordar cedo por causa dos horários do colégio, ainda continuo com esse despertador interno mesmo que não tenha aulas pra ir. Me lembro então do meu telefone que com certeza deve ter uma resposta agora. Procuro ele por toda a cama porque devo ter dormido enquanto esperava por uma resposta dele.

Quando finalmente o encontro debaixo do travesseiro, percorro a lista de mensagens e nenhuma delas é dele, só de algumas colegas minhas falando sobre cosas triviais. Depois de responder algumas sem muita expectativa porque a que eu realmente queria ver não está entre elas, decido mandar outra mensagem para ele.

Eu: Por que me mandou essa mensagem se não ia mais me responder? 

Eu sei que parece que estou implorando pela atenção dele, mas eu preciso mesmo saber o que aconteceu, se ele queria me ajudar por que então desaparecer assim? Espero mais uns minutos e nada de resposta ou sinal dele online. Escovo meus dentes enquanto tomo um banho rápido e desço para o café da manhã. É sábado, geralmente meu pai trabalha em casa, pelo menos hoje terei a companhia dele nos momentos em que precisamos nos reunir, tipo agora no café da manhã.

Não desço com meu telefone para evitar passar mais raiva com a Shelly mandona. É irônico meu pai tomar café da manhã com um jornal em mãos e eu não poder ter meu celular por perto, mas eu deixo passar, tenho que me comportar bem se quero sair pra fazer alguma coisa por esses dias e se o professor Andrews me responder, teremos que marcar um encontro. Só em pensar nisso já fico ansiosa e também com vontade de saber se ele já me respondeu.

Termino meu café mais rápido do que costumo fazer, digo ao meu pai que vou ao meu quarto, subo as escadas rapidamente e encontro meu celular sobre a mesa onde o deixei. Verifico mais uma vez as mensagens e não há nenhuma dele, ele se quer viu a última mensagem que enviei. Como posso estar tão ansiosa pra encontrar um cara que nem conheço bem? Eu n]ao sei, só sei que quero muito isso.

Ao passar pelas outras mensagens vejo uma de Andrea Paulson, ela estuda comigo, não somos melhores amigas, mas nos damos bem. Ela está me convidando pra ir ao shopping com mais  algumas meninas, eu aceito na hora, apesar de ainda ter que pedir ao meu pai.

...

__Então posso ir?

__Andrea Paulson é filha de Sarah Paulson?

__Essa mesmo pai. 

__Então tudo bem. 

Eu não entendo essas estranho obsessão do meu pai em ficar no meu pé, acho que é coisa da Shelly porque ele não era assim. Mas eu não vou questionar porque vamos começar outra discussão inútil sobre isso. 

Encontro as meninas na entrada do shopping, nos cumprimentamos e combinamos primeiro em ir na Gucci, porque Olivia quer um moletom novo lançado na marca. Estamos na loja olhando umas peças enquanto ela experimenta o que diz ser o moletom perfeito. Meu celular vibra no bolso de trás dos meus jeans, pego e confiro para ver uma mensagem dele dizendo:

Professor Andrews: Desculpe a demora

Professor Andrews: Como quer fazer isso? 

Um novo sorriso aparece em meu rosto agora.

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