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Capítulo 2

A semana passou e eu não tive tanto sucesso no meu projeto com os meninos. A coragem ainda não tinha tomado conta do meu corpo, mas eu esperava que ela fizesse isso o mais rápido possível.

Por sorte, mesmo tendo apenas uma semana, a cada dia que passa sinto verdade ao chamar minhas amigas de amigas.

Nossa noite do pijama está incrível. Estamos jogando verdade ou desafio. Peço verdade em todas as vezes, mas elas não sabem que pergunta fazer pra me pegar, já que nos conhecemos há pouco tempo, e isso é hilário. Até chega uma hora que Hellen me pergunta:

— Ficaria com o Eduardo?

— Por que logo ele? - Tento me esquivar.

— Responde sim ou não. - Ela diz depois de dar de ombros.

— Sim. - Falo sem gaguejar.

— Eu te desafio. - A Rafa grita, do nada e com bastante empolgação.

— Tá doida?! Eu escolhi verdade. - Falo entre risos.

— Ah, qual é?! Tem que escolher um desafio, pelo menos.

— Na próxima, se você tiver sorte. - Pisco pra ela, que me lança um sorriso malicioso. Por dentro estou com medo do desafio. E ele chega após algumas rodadas, mas é a vez da Gio me desafiar.

— Desafio você a roubar um beijo do John na segunda!

— Você pirou de vez, ele é gay!

— Era para ser o Eduardo, Gio. - Rafa reclama.

— Beijar o Eduardo é fácil, queria ver beijar o Marcelo. - Hellen provoca.

— Escolhe: John, Edu ou Marcelo. - Gio dá as opções.

— Que Marcelo? O da cabeça de ovo que não toma banho?

— Exatamente. - Ela tá morrendo de rir e eu estou em pânico.

— Tudo bem. - Me dou por vencida. — Segunda eu vou beijar o Eduardo.

— Na frente da escola inteira. - Rafa põe lenha na fogueira.

— Na frente da escola inteira pode dar suspensão, esqueceu que não podemos namorar "dentro dos limites escolares"?!

— Tudo bem. Na hora da entrada, intervalo ou saída. Na frente dos alunos, não dos professores. Mas tem que ser na segunda.

Eu concordo, dando de ombros. Finjo que isso não é nada demais e tento parecer confiante. Mas, por dentro, estou morrendo de medo. Como é que eu vou beijar o Eduardo do nada? Como eu fui me meter nessa?!

Agora não tem volta. Meu primeiro beijo vai ser na frente da escola inteira e com o presidente dos nerds.

Nossa noite do pijama foi regada a verdades, desafios, muita comida e netflix. Até que dormimos e, no dia seguinte, elas se foram logo cedo.

E o meu desafio continua de pé, mal penso em outra coisa durante todo o dia.

Entro na página do Eduardo no Facebook e no Instagram. Ele é muito bonito, não há dúvidas disto, tenho olhado seu perfil algumas vezes por dia. Mas não tem nada a ver comigo, não é à toa que era minha última opção.

Se bem que, não precisa ser. Posso incluir mais dois ou três garotos á minha lista, só por precaução. Entrando em um perfil atrás do outro do facebook, chego a mais três nomes:

Primeiro é o Jason, o segundo nerd mais gato , que é de outra sala. Ele é ruivo e eu já tive uma quedinha por ele. Não havia o escolhido justamente por não ser da minha turma e dificultar muito por isso.

Mas o restante da minha sala parece ter saído de um filme de zumbi, então vou aceitar o desafio.

Segundo, Bruno, o músico. Moreno e alto, e eu já disse que ele é músico? Pois é, ele é. E isso, com toda certeza, o coloca em primeiro lugar na lista de possíveis amores.

Em terceiro escolho Alan, o Jogador de basquete. Ele é negro e já trocamos um ou dois olhares. E eu, com certeza, investiria. Sabe como é né?! Quando se é baixinha você já se imagina com um cara grandão e super protetor.

Agora sim o projeto pode continuar.

Segunda pago meu desafio e esqueço Eduardo de uma vez por todas. Ele já não era mais uma opção mesmo.

•••••

Chega segunda, infelizmente. Tenho que deixar o projeto estacionado por hoje e descobrir como beijar o Eduardo na frente da escola inteira, evitando os professores.

Já que é pra causar, então vamos. Pego minha mochila, meu look está básico. Jeans, blusa e jaqueta preta. Botinha e alguns acessórios. Cabelo solto e maquiagem iluminada. Acho que encontrei um novo visual.

Quando chego a aula, as meninas já estão lá me olhando com expectativa. Falo, sem som, que no intervalo eu farei o desafio e elas estão mais ansiosas do que eu.

Aparentemente, porque, por dentro, eu estou morrendo.

Na verdade, estou um misto de apavorada, nervosa, ansiosa e a vontade de fugir daqui é a maior possível. Mas tenho um projeto e ele vai ser concluído.

Ser corajosa não é uma opção.

Parece que a hora voou e já é hora do intervalo. As garotas estão me olhando e me incentivando. Eduardo está conversando com os caras da natação perto dos armários, que ótimo. Se Gabriel ainda fosse uma opção, seria excluída agora.

Meu coração está a mil. Então, aproveito essa onda de adrenalina que passa pelo meu corpo e caminho em direção a ele.

As meninas me encorajam, mas neste momento paro de ouvir qualquer coisa.

Só estou consciente das batidas do meu coração e dos meus pés, que seguem firmes na direção do Eduardo.

E, sem pensar duas vezes, puxo de uma forma delicada seu braço e o viro para olhar dentro dos meus olhos, ele me encara com um misto de surpresa e curiosidade, então, sem permitir que ele ou pensemos muito no assunto, uno nossas bocas e, neste momento, tudo some, minhas pernas ficam bambas e tenho quase certeza que Eduardo, enquanto me beija, está me "carregando".

É como se eu assistisse tudo de outro ângulo.

Ele toma o controle do beijo e me posiciona entre ele e os armários. Não sei quanto tempo dura. A língua dele passeia pela minha e seu gosto de hortelã me tira os sentidos. Mas, assim que recupero o controle do meu corpo e da minha mente, interrompo o beijo com cuidado. Não o olho nos olhos, como poderia?!

Meu rosto está pegando fogo, mas tento manter a compostura. Saio, devagar, porque minhas pernas ainda estão parecendo gelatina. Ele não me impede, mas sinto seu olhar e o de algumas pessoas nas minhas costas.

Encontro as meninas embasbacadas e digo com toda confiança, que eu não estou no momento, mas tento demonstrar:

— Satisfeitas?

— Você definitivamente é minha ídola. - Hellen diz. Estou com um sorriso confiante no rosto por ter cumprido o desafio, mas foi meu primeiro beijo e foi roubado, e foi público, e foi... e foi... foi... muito bom. Uau.

— Fala sério, foi só um beijo. - Tento parecer despreocupada, mas querendo saber o que o Eduardo achou, como ele está, se ele gostou...

Volto para sala de aula depois de jogar uma agua no rosto e ritmar minha respitação. Eduardo já está lá e me encara. Fico vermelha dos pés à cabeça.

Minha sorte é que o professor entra e quebra o clima. Mas sinto o olhar dele em mim pelo resto do tempo.

O professor sai por um instante e, para minha grande surpresa, Júlia vem na minha direção como um foguete e grita:

— Você é louca garota? Quem te deu o direito de beijar o Edu? - Fico a encarando e um sorriso malicioso surge em mim. Me levanto e fico de frente pra ela, pronta para primeira briga da minha vida.

— Eu não sabia que tinha que pedir permissão. Na próxima vez eu vou me lembrar, pode deixar. - Pisco pra ela. E sorrio pra ele, que já está junto de nós e me devolve o sorriso. Que garoto lindo!

— Não vai ter próxima vez, ouviu? Se afasta do Eduardo.

— Não é você que decidi isso, Julia. - Ele entra na conversa. — Esta discussão de vocês é infundada e acabou.

— Você está de brincadeira, Edu? Essa... Essa... Essa aí te beija do nada, sem explicação nenhuma, depois de todos esses anos aqui e isso é... eu... - Os olhos dela ficam marejados. Eu quase tenho pena. Até que ela olha pra mim com raiva e diz: — Piranha. - Eu abro um sorriso feroz e, sem me controlar, estralo minha mão em sua cara.

— Achei fofinho você querer defender seu amiguinho, mas não acho que ele precise disso. - Concluo.

Ela tenta vir pra cima de mim, mas Eduardo a impede, levando a pra fora da sala. O professor chega em seguida e dispersa o grupinho que se formou ao meu redor.

E o resto da aula foi monótono diante do que nós tivemos até agora.

Em um dado momento, Eduardo e Júlia retornaram para sala, mas ela não me olhou mais e ele também não. Mais uma vez é como se nada tivesse acontecido.

Apesar disto, no fim da aula, quando estou prestes a entrar no ônibus, uma mão me puxa, impedindo que eu use o transporte público.

— Pois não. - Eu falo para Eduardo, ignorando a secura da minha garganta.

— O que foi aquilo, Maria Eduarda?

— Não é a mim que você tem que questionar. Ela que veio discutir comigo, eu estava quieta na minha. - Cruzo os braços, fingindo que é sobre isso que ele está falando.

— Não é sobre isso que eu estou falando. - Ele bufa. — Por que me agarrou no meio do corredor?

— Ah. - Olho para cima e tento pensar em algo para dizer agora. — Sobre isso...

•••••

Oi gente,

Algum viciado em desafios por aí?! Eu amo um. E esta história é meu grande desafio. E conto com vocês pra dar certo!

Me contem nos comentários como foi o primeiro beijo de vocês.

E vocês são os melhores leitores do mundo, viu?

Você já adicionou essa história a suas listas? Já contou pra todo mundo sobre ela? Corre gente. Marca um amigo que adoro um Desafio.

Já leu minha história "TALVEZ UM FELIZES PARA SEMPRE"? Promessa de dedinho que você vai viciar no primeiro cap.

Confere lá!

Amo vocês.

Beijos, S.

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