Capitulo 3
Kairós Chávez
Eu estava me preparando para sair com Lia. Queria causar uma boa impressão. Camilla, minha irmã, e Cléber, seu marido, estavam na sala, assistindo TV.
— Não exagere no perfume, mano! — disse Camilla, rindo. — Você vai espantar a moça!
Cléber, que estava sentado ao lado dela, gargalhou.
— Vai espantar, ao invés de conquistá-la! — disse ele, em tom de deboche.
Eu sorri.
— Não se preocupem, eu sei o que estou fazendo — disse, aplicando mais um pouco de perfume.
Camilla revirou os olhos.
— Você está usando o perfume "Sedução Fatal" para matar? — perguntou.
Cléber riu.
— Ou para seduzir? — disse.
Eu ri.
— Talvez um pouco de ambos — disse, sorrindo.
Camilla se levantou e veio até mim.
— Sério, Kairós, você está ansioso para impressionar moça? — perguntou.
— Estou — disse. — Ela é especial.
Cléber se levantou.
— Então, vá e conquiste! — disse. — Mas não esqueça de nos contar tudo amanhã.
Eu sorri.
— Vou contar — disse. — Agora, preciso ir.
— Boa sorte! — disse Camilla.
— Você vai precisar! — brincou Cléber.
Eu ri e saí da casa, sentindo-me confiante e preparado para uma noite inesquecível com Lia. Dirigi até a casa de Lia, pensando em como seria nossa noite juntos.
Ao chegar, bati na porta e esperei, ansioso para vê-la. A porta se abriu e, para minha surpresa, Esmel estava parada na frente de mim, com um sorriso no rosto.
— Tio Kairós! — exclamou, abrindo os braços.
Eu sorri e me agachei para dar um abraço nela.
— Oi, meu amor! — disse. — Você está cuidando da casa?
Esmel assentiu.
— Sim, tio. A Sra. Garcia está aqui também.
Eu me levantei e olhei para dentro da casa, procurando por Lia.
— E sua mãe? — perguntei.
Esmel apontou para dentro da casa.
— Mamãe está se arrumando.
Sorri e entrei na casa, com Esmel ao meu lado.
— Você vai fica com a Sra. Garcia hoje à noite? — perguntei.
Esmel assentiu.
— Sim, tio.
Lia apareceu no corredor, linda em um vestido vermelho.
— Pronta? — perguntei.
Lia sorriu.
— Sim.
— Então vamos? — perguntei.
Lia assentiu e se virou para Esmel.
— Meu amor, se comporte e obedeça à Sra. García, tá? E não vá dormir tarde — disse.
Esmel sorriu.
— Sim, mamãe! — respondeu.
Lia deu um beijo na testa de Esmel.
— Eu amo você, meu amor — disse.
— Eu também amo você, mamãe — respondeu Esmel.
Eu sorri.
— Vamos? — repeti.
Lia assentiu novamente.
— Sim.
Despedimo-nos de Esmel e da Sra. García, que estava sentada no sofá, lendo um livro.
— Cuidado com Esmel, por favor — disse Lia.
— Não se preocupe — respondeu a Sra. García.
Saímos da casa e caminhamos até o carro.
Durante o trajeto, conversamos sobre nossos planos para a noite.
— Quer jantar em um restaurante italiano? — perguntei.
Lia concordou.
Ao chegarmos ao restaurante, ajudei Lia a sair do carro e juntos entramos no estabelecimento.
A noite prometia ser inesquecível.
Vamos continuar com o jantar e explorar mais os sentimentos de Lia.
O restaurante italiano era aconchegante e romântico. A luz suave das velas e o aroma de massa fresca criavam um ambiente perfeito para uma noite especial.
Lia e eu nos sentamos à mesa e começamos a estudar o cardápio.
— O que você recomenda? — perguntei.
— O espaguete ao pesto é delicioso — respondeu Lia.
— Vou experimentar — disse.
Enquanto esperávamos pela comida, conversamos sobre nossos interesses e sonhos.
Lia falou sobre sua paixão pela arte e sua vontade de viajar pelo mundo.
Eu compartilhei meus objetivos profissionais e meus hobbies.
A conexão entre nós era forte e fácil.
Quando a comida chegou, ficamos em silêncio por um momento, saboreando os sabores.
— Isso é incrível — disse Lia.
— Sim, é — concordei.
Durante o jantar, senti que Lia se abria cada vez mais comigo.
Ela ria e sorria com facilidade.
Parecia que havia uma conexão profunda entre nós.
— Lia? — disse eu.
— Sim? — respondeu.
— Você se sente feliz quando está comigo? — perguntei.
Lia olhou para mim.
— Sim — disse. — Eu me sinto muito feliz.
Meu coração pulou.
— Eu também — disse.
Ela sorriu parecendo sem graça.
— Você vem de onde, Lia? Notei que você tem um sotaque diferente! — eu disse.
Lia hesitou por um momento antes de responder.
— Eu... eu sou da Itália — disse.
— Da Itália? — repeti, surpreso.
Lia assentiu.
— Sim, eu me mudei para o México há alguns anos.
— Ah, entendi — disse eu. — De que região da Itália você é?
Lia sorriu.
— Sou de Florença — disse.
— Que linda cidade! — exclamei. — O que te fez deixar a Itália?
Lia olhou para baixo, seu rosto se fechando.
— É uma longa história — disse.
Eu percebi que havia tocado em um assunto sensível.
— Desculpe — disse eu. — Não preciso saber.
Lia olhou para mim, seus olhos brilhando.
— Não, não é isso — disse. — É só que... é complicado.
Eu segurei sua mão.
— Quando estiver pronta, estarei aqui para te ouvir — disse.
— Obrigada, você é um excelente amigo — disse ela sorrindo.
Meu sorriso morreu, não era isso que eu esperava ouvir. Eu queria que ela visse em mim algo mais, alguém especial.
— Excelente amigo? — repeti, tentando esconder minha decepção.
Lia não percebeu meu tom.
— Sim, você é muito gentil e compreensivo — disse.
Eu senti um nó na garganta. Ser apenas um amigo não era o que eu queria.
— Lia, posso falar algo? — disse eu, hesitante.
— Claro — respondeu.
— Eu... eu sinto algo mais por você — disse, meu coração batendo forte.
Lia olhou para mim, surpresa.
— Mais? — perguntou.
Eu assenti.
— Sim, mais. Eu gosto de você, Lia.
O silêncio foi pesado.