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Um lindo sonho

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ImKelly
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Resumo

Olhei por cima do ombro, mas não havia ninguém lá. Lentamente, larguei o papel e quis dizer algo: “Elijah, você está aqui? Mas nenhum som saiu de mim só de pensar em pronunciar seu nome. Minhas pernas começaram a tremer, mas tive de dar-lhes equilíbrio para subir as escadas. Se ele estivesse lá, ele estava lá e eu queria vê-lo. Se ele não estivesse, eu estava com medo. Se não estivesse, ou eu estava ficando louca ou era apenas um sonho. Um sonho lindo. A cada passo, o som do mar trazia de volta nossas lembranças, os beijos, o cheiro de seu perfume, porque quanto mais eu me aproximava do último andar, mais sentia o cheiro de frutas cítricas e especiarias. Isso não foi coincidência. Não foi um sonho. Era o destino: algo em que eu não acreditava, como o amor, mas Elia me fez acreditar novamente, porque ele estava lá, em carne e osso, esperando por mim com os cotovelos apoiados no parapeito da varanda, as pernas cruzadas, charmoso e bronzeado. Como nunca antes. Eu quase havia me esquecido de como ele era bonito em carne e osso e não por meio de fotos bobas tiradas do outro lado do mundo. Ele me olhou de cima a baixo, enquanto eu não conseguia falar ou andar. Seu cabelo estava bem arrumado? Será que o protetor labial ainda fazia meus lábios brilharem? Eu teria usado algo mais bonito se soubesse, mas ele adorava meus vestidos curtos e soltos. Quem sabe se você ainda gosta deles?

amorRomance doce / Amor fofo romance

Capítulo 1

Olhei por cima do ombro, mas não havia ninguém lá.

Larguei lentamente aquele papel e tive vontade de dizer alguma coisa: "Elias? Você está aqui?"

Mas nenhum som saiu de mim só de pensar em dizer seu nome.

Minhas pernas começaram a tremer, mas tive que equilibrá-las para subir as escadas.

Se ele estava lá, ele estava lá e eu queria vê-lo.

Se não, ou eu estava enlouquecendo ou era apenas um sonho. Um lindo sonho.

A cada passo, o som do mar trazia de volta as nossas lembranças, os beijos, o cheiro do seu perfume, pois quanto mais me aproximava do andar superior, mais sentia o aroma de frutas cítricas e especiarias.

Isso não foi coincidência.

Não foi um sonho.

Era o destino: algo em que eu não acreditava, como o amor, mas Elia me fez acreditar de novo, porque ele estava ali, em carne e osso, me esperando com os cotovelos apoiados no parapeito da varanda, as pernas cruzadas, charmoso e bronzeado. Como nunca antes.

Quase tinha esquecido como ficava lindo na presença e não através de fotos bobas tiradas do outro lado do mundo.

Ele me olhou de cima a baixo, enquanto eu não conseguia falar ou andar.

Estava bem arrumado?

O protetor labial ainda fazia meus lábios brilharem?

Eu teria usado algo mais bonito se soubesse, mas ele adorava meus vestidos curtos e esvoaçantes.

Quem sabe se ele ainda gostava deles...

Ele respirou fundo antes de começar a falar. — Me disseram que você quer comprar uma casa. -

Sua voz fez vibrar meus tímpanos, como quando, menos de um ano antes, ele colocou uma concha em meu ouvido para me fazer ouvir o som do mar.

Eu não sabia se era apropriado chorar, abraçá-lo ou ficar no meu lugar.

Depois de meses (nove para ser exato; contei) as coisas mudam: as estações, os amores.

Posso me odiar depois de todas as chamadas perdidas.

Talvez ele tivesse se apaixonado por outra garota. Talvez ele não sentisse mais nada por mim.

Então eu simplesmente me aproximei dele.

A cada passo, seu olhar me queimava e ele não usava nenhuma proteção.

Então eu também me apoiei no corrimão, a uma distância segura.

Se queimar não era meu plano, a menos que ele também quisesse.

— Sim... — confirmei, em voz baixa.

Ele observou meu cabelo esvoaçar e depois retornar aos meus olhos. - Sinto muito. Eu já tenho esse. -

"Você..." Engoli em seco: estava nervoso. "Você tomou esta casa", repeti e ele confirmou. "O que você quer dizer com você tomou esta casa?" -

Ele demorou para responder, e para mim foi cansativo, como quando um episódio termina na metade e você espera o próximo começar para saber como termina.

—Que não quero tomar as decisões do meu pai, Norah. -

Quer dizer? Ele me viu perplexo e me explicou.

—Meu objetivo não é viver para trabalhar. E... — Ele olhou para o mar, me dando uma visão de seu perfil. — A Austrália é linda, mas não é o meu lugar... — Me lembrei. —Se você não estiver lá. -

Meus olhos ficaram vermelhos. Eu estava lutando comigo mesma para não deixá-lo ver o quanto esse encontro me machucou e me beneficiou ao mesmo tempo.

Pela sua calma, parecia que o tempo não havia passado. Ele estava calmo, sereno: meu oposto, como sempre.

— Já faz quase um ano que você saiu, Elia… —

—E consegui a experiência que precisava. Eu também precisava que você estivesse lá nesta viagem. Mas você escolheu desaparecer. —Seu tom ficou mais duro assim como seu olhar.

— Eu escolhi... desaparecer, sim, mas fiz isso por você. Não fazia sentido se ancorar em mim. Esse era o seu futuro. Sua paixão. Seu verdadeiro objetivo. E eu não tive nada a ver com isso. -

—Faz sentido, ok. Quando as pessoas se amam, elas crescem juntas e tomam decisões juntas. -

Ele certamente era melhor em relacionamentos do que eu: eu sempre soube disso.

Em teoria eu sabia como fazer. Mas a prática é diferente e nada dessa distância me faria sentir bem.

— Eu escolhi curar, sem você. Você estava lá e estava feliz. Fiquei aqui e nada mais. -

- Eu estava feliz? Norah, fiquei acordado a noite toda ligando para você. Nunca uma maldita resposta. —Ele ergueu o dedo indicador. — Um foi o suficiente para mim. -

O oceano também me devolveu o barulho das discussões.

— Eu sei... eu sei qual foi a minha escolha mas fiz isso por você. Eu não queria distraí-lo de seus objetivos. Não havia lugar para mim. Eu não queria tentar, não adiantava fazer isso. — Fiz uma pausa ao ver seu olhar chocado com minha declaração. Reuni coragem e continuei. — Jamais aceitarei que você tenha voltado por minha causa. Eu não quero isso para você. -

“Não fazia sentido...” ele repetiu, sorrindo. “Você sempre foi muito racional, Norah. -

O Elias que falou comigo agora parecia mentalmente pelo menos anos mais velho. O que ele enfrentou foi certamente uma experiência que o levou ao amadurecimento. Em vez de ficar com raiva, ele parecia estar absorvendo a informação.

—O amor, porém, nunca é racional. Eu nunca fui assim com você. -

Ele virou as costas para mim e apoiou os cotovelos no corrimão.

Ele se cansou de falar comigo e olhar para mim.

No entanto, porque a raiva que ainda existia nele estava lhe dando informações erradas. E eu não queria que ele ficasse bravo comigo.

O nível das minhas lágrimas aumentou: eu odiava repreender. Aproximei-me dele e toquei corajosamente seu ombro. — Elia... Por favor, não faça isso... Faz muito tempo que não te vejo. -

A voz embargada mostrou a ela o quão quebrada ela estava sem ele. Que eu estava apenas tentando juntar as peças novamente. Mas sempre soube que só as mãos dele poderiam me proteger.

Os soluços que tentei conter, mesmo com minha psicóloga, pararam de me sufocar e saíram. E Elijah ainda odiava me ver chorar, então suas mãos quentes tocaram meus antebraços e me puxaram para mais perto. Ele me abraçou e me protegeu em seus braços.

Esse contato foi real. Familiar. Nosso.

Ele está realmente aqui.

Ele voltou para me proteger, como prometeu à minha mãe.

Ele não desistiu de nós, como me prometeu.

Mas eu nunca seria egoísta com ele.

- Eu te amava. - Ainda te quero. —E eu te libertei justamente por isso. Seu lugar é lá. -

O meu ficou assim: entre a curva do pescoço. Mas eu não tinha grandes objetivos, ele tinha.

Seus lábios eram um bom alvo para acertar. Ele os colocou no meu ouvido para sussurrar para mim. —Você não me ama mais, Norah? -

Levantei a cabeça mas ele não parava de me abraçar e abraçar. Então nos encontramos conversando tão perto que pudemos admirar, novamente, cada tom de sua íris.

Pelos meus olhos ele teria entendido o quanto eu ainda o amava.

— Eu não mudaria as coisas... —

Outra lágrima caiu e ela rapidamente a enxugou. Tentei me libertar, para não deixar que ele entendesse o quanto sua ausência havia me desidratado e o quanto eu agora me sentia uma bagunça.

Ele não deveria ter sentido que tinha que escolher o mesmo caminho que eu.

No entanto, ele parecia amá-la.

Suas palmas aqueceram meu rosto e nossos olhos se encontraram.

— Ouça-me com atenção: essa experiência me ajudou a crescer profissionalmente e pessoalmente. Tive que escolher um caminho: surfista ou treinador. No primeiro caso ele teria vivido para treinar, competir e viajar. No segundo posso levar uma vida normal. Ter minha própria casa, meus próprios espaços. Eu só como o que quero porque estou cansado de fazer dieta constantemente. -

Vi suas fotos: arroz, frango, legumes.

— Quero tomar um drink com você, Norah. -

Eu chorei, secou.

- Eu não estou satisfeito. Tenho anos e treinar tão jovem será uma honra para mim. Eu só quero viver e não viver para trabalhar. Não quero ser como meu pai. Então não, não é sua culpa. É escolha minha. Embora eu tivesse gostado de levá-lo com você. -

Eu chorei mais. —Achei que você nunca mais voltaria. Eu apenas tentei... esquecer você. -

-E você fez isso? -

Eu balancei minha cabeça.

—E o que você conseguiu fazer? Além de ver o Dr. Ally. -

Aliado? —Como você sabe sobre Ally? -

Ele sorriu. Finalmente ele sorriu. — Você não me respondeu, mas seu pai sim e minha mãe é uma excelente espiã. Eu sei tudo sobre você. -

Eu estava surpreso. Eu precisava ver meu psicólogo imediatamente. Diga a eles. Acalmar.

— Também sei que você guardou um cachorrinho Shell para mim, certo? —Depois das revelações ele precisava de mais um ano de terapia, pelo menos. — Eles me disseram que se chama Alasca. -

Balancei a cabeça lentamente.

"E..." Ele se enxugou novamente. —Se eu pegar, você vai mergulhar comigo? -

Nossa condição.

Soprei e tentei me acalmar. Engoli o nó na garganta. — Já submergi na água... — Ele se surpreendeu e eu continuei, com dificuldade. — Você disse que o mar tira os problemas e você foi um problema bem grande para mim. — Como estávamos com vontade de revelações, compartilhei as minhas.

Ele olhou para meus lábios enquanto falava. O dele, porém, parou de sorrir. Ele olhou para baixo e quando ergueu novamente os olhos percebi toda a sua tristeza. — Me desculpe se fiz você sofrer. Não era minha intenção. —Ele saiu do meu rosto e colocou a mão atrás do meu pescoço. Ele passou os dedos pelos cabelos. Ele estudou meus olhos e eu estudei os dele: não era verdade que eu os tivesse odiado novamente. - Deixe-me consertar isso. -

"Então deixe esta casa comigo." — Tentei brincar, para ele não ver o quanto tinha me destruído.

- Vem viver comigo. -

Logo fiquei sério novamente.

Morar com ele?

De repente voltei à realidade. Liguei as pistas: o mangá, o contrato de trabalho com a assinatura dele.

Chloe sabia dessa surpresa?

Meu pai? Você sabia que Elijah me pediria para morar com ele? Foi por isso que ele estava tão chateado?

- Você está brincando? - Eu perguntei.

— Não. Eu não conseguiria cuidar do Alasca sozinho, não quero separá-lo da Shell e quero que você me ajude. Além disso...” Ele fez uma pausa para se acalmar. Sua voz tremeu. — Quero morar com você, Norah. Não quero passar nem alguns segundos sem você. - Olhos brilhantes. - Eu senti muito a sua falta. -

Querida Norah, agora é a sua vez de ser a âncora dela.

Estou pronto para ajudar alguém. Para o.

Alcancei meu objetivo: beijei-o.