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Capítulo 305: Sinto muito.

Enzo, que estava encostado na parede com os braços cruzados, disse:

- Claro. Afinal, há uma diferença entre o velho cachorro Flores e uma fera como você.

Com apenas uma frase, ele conseguiu insultar duas pessoas.

Sébastien era um cachorro, mas Fernand era um animal em pele humana.

A atmosfera já pesada ficou ainda mais pesada.

Para impedir a guerra iminente, Roxane disse apressadamente:

— Ok, já chega. Devíamos todos concentrar-nos na Débora agora. Espero que ela fique bem.

Os três homens pareceram entrar em uma trégua depois disso.

Meia hora depois, o médico e as enfermeiras finalmente saíram.

Roxane perguntou primeiro:

— Doutor, como ela está?

O médico balançou a cabeça, desamparado.

— A situação não é otimista. É provável que faltem apenas alguns dias. Todos vocês precisam estar mentalmente preparados.

O que o médico quis dizer foi que eles deveriam se preparar para se despedir.

Mathis não entendeu muito bem as palavras do médico. No entanto, ele conseguia entender vagamente as expressões dos adultos ao seu redor. Ele sabia que sua mãe não estava bem. Ele abriu a boca e estava prestes a chorar.

Vendo isso, Enzo estendeu a mão e franziu suavemente os lábios de Mathis. Então, ele disse com uma expressão séria:

—Se você não quer que sua mãe fique triste, não chore nem faça cena ao entrar. Seja gentil.

Os olhos de Mathis se encheram de lágrimas não derramadas. Ele olhou nos olhos encantadores de Enzo. Geralmente ele achava Enzo chato, mas nesse momento ele se sentia mais confiável do que seu pai biológico que apareceu do nada. Depois de um breve momento, ele assentiu obedientemente.

Neste momento a enfermeira disse:

— Sr. Florès, senhora Florès, o paciente quer vê-la.

Roxane e Sébastien se entreolharam antes de levar Mathis para dentro.

Fernand queria entrar, mas foi impedido por Enzo. Ele disse :

—Se você não quer que ela morra imediatamente, então não entre. Ela não quer ver você.

Fernand parou de repente.

Então Enzo passou por ele e entrou na sala antes de fechar a porta.

Débora estava deitada na cama. Seu rosto estava sem cor. Seus lábios estavam secos e rachados. Ao ver os outros, ela tentou falar, mas não conseguiu reunir energia suficiente para fazê-lo. No final, ela mordeu o lábio.

- Mãe!

Mathis correu e segurou a mão de Deborah. Ele não conseguiu conter as lágrimas que vieram aos seus olhos novamente.

Deborah usou quase toda a sua força para levantar a mão e colocá-la na cabeça de Mathis. Ela estava tão fraca que não conseguia nem dar um tapinha na cabeça dele; ela só conseguia colocar a mão na cabeça.

Roxane olhou para Deborah com preocupação.

Deborah olhou para eles com os olhos marejados. Depois de respirar fundo, ela disse com grande dificuldade:

— Eu sei que vou incomodar todos vocês, mas não tenho escolha...

Roxane deu um passo à frente e segurou a mão de Deborah. Ela sorriu e disse:

— Irmã Deborah, está tudo bem. Basta dizer o que você quer dizer.

Ela deixou clara sua posição ao se dirigir a Deborah como “Irmã Deborah”.

Deborah também ficou chocada com essa forma de tratamento. Então, lágrimas escorreram por seu rosto quando o significado por trás disso lhe ocorreu. Ela perguntou em meio às lágrimas:

— Posso confiar Mumu a todos vocês?

Ela não se sentia segura em deixar seu filho com aquele homem sem coração, embora esse homem fosse o pai biológico de seu filho.

- Claro!

Roxane aceitou sem hesitação. Ela nem sequer olhou para Sébastien em busca de aprovação ao dizer:

— Eu prometo a você que cuidarei bem de Mumu no futuro. Vou cuidar dele como se fosse meu! Mesmo quando eu tiver meu próprio filho, não serei tendencioso.

Enzo olhou para Roxane. Seus lábios se separaram ligeiramente, mas no final ele não disse nada para impedir Roxane.

“Obrigada”, disse Deborah enquanto as lágrimas continuavam a fluir. Ela desviou o olhar para Sebastian e disse novamente:

- Obrigado, obrigado...

Roxane balançou a cabeça.

- Não há necessidade de nos agradecer! Talvez ele realmente se torne meu genro no futuro! Vou criá-lo como meu futuro genro!

Roxane naturalmente disse essas palavras para deixar Déborah aliviada.

Deborah assentiu antes de olhar para Mathis. Ela disse :

— Mumu, ajoelhe-se e prostre-se diante de sua madrinha. No futuro, você terá que tratá-la como sua mãe. Você tem que ouvir tudo o que ela fala, entendeu?

Os olhos de Mathis estavam vermelhos quando ele obedientemente se ajoelhou no chão e se curvou para Roxane. Ele conteve as lágrimas enquanto gritava:

- Madrinha…

Roxane rapidamente ajudou Mathis a se levantar e deu um tapinha em sua cabeça.

- Bom garoto.

Nesse momento, Sebastian, que estava em silêncio desde que entrou, disse de repente:

- Ele está lá fora. Você realmente não quer ver isso?

Os olhos de Deborah ainda brilhavam de lágrimas enquanto ela balançava a cabeça lentamente. Ela fechou os olhos e disse:

— Meu Fernand está morto. Ele está morto há muito tempo...

Ela não tinha nada a ver com o homem que havia voltado à vida. Ela não queria saber o que aconteceu com ela e também não queria deixar este mundo com raiva.

Sébastien entendeu. Ele disse:

“Ok, então vou me certificar de que ele não entre e incomode você.

Ela estava muito fraca e precisava descansar.

Mathis segurou a mão da mãe, recusando-se a sair.

No final, Enzo carregou Mathis, forçando Mathis.

Roxane e Sébastien também saíram da sala.

Fernand ainda estava do lado de fora da sala. Suas mãos ainda seguravam o buquê de flores. Sua figura alta e esbelta parecia um pouco solitária.

Enzo carregou Mathis e passou por ele. Ele nem olhou para Fernand.

Sebastian ordenou que seus guarda-costas montassem guarda na porta. Ele deixou bem claro que, além do pessoal do hospital, ninguém estava autorizado a entrar.

Fernand tinha um leve sorriso no rosto ao perguntar:

— Você vai me impedir de vê-la?

- Nós somos amigos. Só estou tentando realizar seu último desejo, respondeu Sébastien com indiferença.

Fernanda zombou.

— Então o último desejo dele é não me ver?

Sébastien olhou para Fernand com um olhar penetrante e disse:

— Ela disse que o Fernand dela está morto.

A expressão de Fernand congelou e seus olhos escureceram.

Sébastien não disse mais nada. Ele segurou a mão de Roxane e saiu.

A mão de Fernand que segurava o buquê de flores se apertou. Após um momento de silêncio, ele se virou e chutou a lata de lixo ao lado dele.

O barulho era muito alto, assustando as enfermeiras e os pacientes do entorno.

Sem esperar que as enfermeiras o repreendessem, ele se abaixou e recolheu o lixo. A expressão sombria de seu rosto desapareceu, substituída por um sorriso gentil e inofensivo quando ele levantou a cabeça novamente. Ele disse :

- Desculpe. A mãe do meu filho está gravemente doente. Perdi o controle das minhas emoções por um tempo.

As enfermeiras que ouviram isso naturalmente não podiam culpá-lo. Um deles disse:

“Eu entendo como você se sente, mas não seja assim. Isso afetará outros pacientes.

Ele assentiu antes de entregar as flores à enfermeira.

— Ela não gosta mais de flores. É uma pena jogá-los fora. Eu vou entregá-los a você.

A enfermeira hesitou por um momento antes de pegar as flores e colocá-las no posto das enfermeiras.

Fernand virou-se e olhou ao redor da sala. Ele podia ver o rosto pálido e magro da mulher. Memórias da época em que acabaram de se conhecer inundaram sua mente.

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