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Capítulo 1

- Ei moço me ajuda por favor ... Meu filho tá nascendo, por favor

Depois desse momento Mônica não se lembrava de muito do que aconteceu, se lembrava de flashes das luzes do hospital. Quem a ajudou? Quem a levou? Não sabia a dor das contrações eram tão fortes que ela desmaiou

- Força! 1,2,3 - O medico contava e pedia que Mônica se esforçasse, ela obedecia, a dor era imensa. - Tá vindo, só mais um pouco mãezinha, 1,2,3 - Mônica deu grito e fez força a maior de todas até onde pode aguentar... Ouviu um choro alto e agudo - Pronto, seu bebê nasceu, olha- o médico trouxe pra ela ver - é lindo perfeito, e um meninão! Como ele vai se chamar

- André - Mônica passou seu rosto no da criança- o nome dele vai ser André, - disse chorando, cansada

- Nos vamos levar ele pra limpar, e fazer os primeiros exames Jajá você vai para o quarto e daqui a pouco a gente leva seu bebê tá bom?

Mônica foi pra o quarto na maca, não parava de pensar no que seria dali pra frente, ainda não tinha quase nada pro bebê, sua vida era uma loucura, havia parado de trabalhar aos 7 meses, se lembrava como hoje o dia que a dona da boate em que ela trabalhava a chamou

- Mônica, não vai dar mais por mais que a sua barriga não esteja tão grande os clientes já estão começando a reclamar

- Tá bom... Mas depois eu vou poder voltar?

- Não sei Mônica, o mercado de trabalho nessa área é concorrido você sabe e eu não posso te garantir, e ainda mais quando se trata de criança pequena, você vai precisar faltar....

- Eu já tô com vc há tanto tempo Lúcia

- Mas aqui não é empresa... Não ter carteira assinada e nem licença maternidade...

Quando parou de trabalhar com o pouco de experiência que tinha comprou algumas roupinhas, fraldas, uma banheira, um berço... Tinha conseguido juntar um dinheiro bacana com a prostituição, era sozinha. Saiu de casa aos 14 anos quando criou coragem de contar pra sua mãe sobre os abusos que sofria do seu padrasto desde os 8 e sua mãe ficou do lado dele. Saiu de Jequitinhonha interior de Minas gerais só com a roupa do corpo ficou durante dois dias na igreja da cidade, mas quando a sua mãe descobriu e contou pra todo mundo, com vergonha e sendo hostilizada por toda a cidade pediu carona na estrada, por sorte um senhor caminhoneiro a ajudou disse que estava vindo pra São Paulo e ele sem opção aceitou a carona. Quando chegaram em São Paulo Gilberto um senhor de mais ou menos 50 anos a levou pra casa, uma casa simples na grande capital, sua esposa dona Dalila uma senhora também com a aparentemente a mesma idade a acolheu como filha pois ela não podia engravidar. O casal a ajudou a tirar os documentos a matriculou em uma escola comprou roupas sapatos, e tudo caminhava tranquilamente.

Seu Gilberto passava duas semanas fora em viagens com seu caminhão e uma semana em casa, nesse tempo Mônica ficava com Dalila a quem passou a chamar de mãe, arrumavam a casa faziam Pães, bolos assistiam novelas juntas quando Gilberto chegava era uma festa. Durante a semana que ele ficava em casa eles três saiam iam a supermercados, lojas, Mônica era tratada como filha e os amava como seus pais.

- uma vez eu cheguei a engravidar era um menino ia se chamar André, mas ele nasceu morto e depois nunca mais consegui engravidar - disse Dalila

Mônica jurou a ela que quando tivesse um filho se chamaria André.

Quando Mônica fez 16 anos começou a fazer um curso de informática a noite Gilberto havia chego de viagem no mesmo dia, a noite depois de passarem um dia agradável, ela saiu pra o curso se despediu dele e de Dalila. Quando chegou em casa se deparou com a polícia na porta, um homem havia entrado na casa pra roubar e acabou atirando nos dois.

O mundo de Monica caiu, ela só tinha a eles na vida.

Após o enterro quando voltou pra casa, já não pode mais entrar, os irmãos de Gilberto haviam jogado as roupas dela pra fora, e diziam que agora a casa era deles. Sem entendimento nenhum, Mônica pegou o que conseguiu e seguiu sem rumo, dormiu por duas noites embaixo de um viaduto, com fome e com sede, já suja viu um anúncio de "precisa-se de garotas..." E resolveu ir até o local. Quando chegou lá viu que se tratava de uma casa de prostituição, a princípio não aceitou, mas depois quando a fome apertou sem experiência voltou até o local.

Combinou com a dona da casa os horários e pagamentos. E assim aos 16 anos. Passou a se prostituir

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