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Raiva

O Alfa havia retornado a sua forma humana para acender a lamparina e pegou uma calça jeans, em uma prateleira que fora instalada ali. Virou-se para olhar o lobo que mordera. Era grande e negro e se encolhera em um canto da caverna.

Não conseguia distinguir, ainda, perfeitamente, o cheiro do lobo, só tinha certeza de uma coisa, era seu companheiro ou talvez, companheira, mas não iria rejeitar o que lhe fora dado pelo criador.

– Preciso que volte a forma humana. Tem mais roupas aqui. Ande, quero esclarecer logo isso.

O lobo negro arreganhou os dentes se pondo de pé em  toda sua altura, mostrou as presas soltando um rosnado de raiva e se colocou em posição de defesa. O Alfa percebeu a rejeição e não só a rejeição, mas a raiva enorme que o outro sentia pelo fato.

— Meu nome é Gael, sou o Alfa da Alcatéia Lua Branca, que ocupa todo este território. Quem é você? — Agora que ele o havia mordido, poderiam se falar mentalmente.

Mas não houve resposta, só um outro rosnado mais forte. O Alfa não sabia mais o que fazer, até que um dardo atingiu o animal, que aos poucos foi deslizando para o chão.

— Desculpa, Gael, mas cansei desse seu papinho cerca lobinho, que não estava  levando a nada — falou a fêmea com a zarabatana na mão, abraçando o Alfa pela cintura.

A fêmea de nome Nádia, há um bom tempo se relacionava com o Alfa, mas sempre soube que ele a largaria quando encontrasse sua companheira. Ela sentiu imediatamente, que o macho estava diferente.

— O que é Gael? O que está acontecendo? Quem é ess…

A fêmea parou de falar ao ver o lobo negro ceder a forma humana. Parecia um jovem franzino, branco e sujo, mas na verdade era uma fêmea. Estava muito ferida, com arranhões pelo corpo e resquícios de sangue. Parecia ter lutado muito.

Gael estava estarrecido. Era sua companheira realmente. Mas parecia ter sofrido muito e estava muito maltratada. Se afastou de Nádia e foi até a prateleira buscar a roupa menor que tivesse para vesti-la. Quando Nádia viu, pediu logo:

— Eu faço isso.

— Você ainda não entendeu, não é, Nádia? Eu faço isso! — Seguiu até a fêmea para vesti-la.

— Entender o que? Que ela é uma fêmea e não quero você perto dela, mesmo ela não tendo nada de atrativo? — Reclamou Nádia, enciumada.

— Não, Nádia — Começou a responder, já vestindo a fêmea — ela é minha companheira.

Nádia olhou para a pessoa estranha, suja e maltratada e ficou com raiva. Não tinha cabimento, aparecer justo agora, uma companheira para o Alfa. Ela deu os últimos anos de sua vida, totalmente para ele. Não! Isso não era justo.

— Você vai rejeitá-la, não é? — Perguntou a fêmea enraivecida.

— Isso não é assunto seu. — Ele suspendeu a fêmea no colo e pediu — apague o lampião — e saiu da caverna.

Gael pediu ajuda a seus homens para levá-la, transformou-se em seu lobo novamente e os homens colocaram-na sobre ele e assim Gael foi para casa com sua companheira em sua garupa. Chegando a casa, novamente os seus homens tiraram ela de sua garupa e ele voltando a forma humana, pegou-a no colo e levou-a para seu quarto, sentou-a na poltrona e foi preparar um banho.

Encheu a banheira, tirou-lhe as roupas com cuidado por causa dos ferimentos e levou-a para o banheiro, entrando com ela na banheira. Depois dos dois mergulhados na água, ela sentada entre as pernas dele e com as costas apoiadas em seu peito, ele esfregou seu corpo com uma esponja, removendo toda sujeira e resíduos de sangue.

Lavou os cabelos curtos, com shampoo e descobriu que eram vermelhos. Abriu o ralinho para escoar a água e com a ducha, os enxaguou. Depois de secá-la, levou-a para a cama, vestida com seu roupão de seda. Aproveitou então para examiná-la, inclusive sua entrada vaginal, queria saber se ela ainda era virgem.

— É assim, Criador, depois de tanto esperar, me deste uma companheira quebrada e já tocada por outro? O que foi que eu lhe fiz? — Reclamou o Alfa, injuriado.

Continuou a examiná-la e chegou em um determinado momento, que chorou. O pequeno corpo tinha marcas de mordidas humanas, já cicatrizadas e em seus pulsos e tornozelos, as marcas eram grossas, indicando algemas largas, provavelmente com correntes.

Suas pernas e braços, possuiam arranhões e nas costas, marcas que poderiam ser de uma chibata. As unhas estavam quebradas e ainda escurecidas pela terra. Mas o que lhe doeu mais, foi ver seus pequenos seios com marcas tão profundas, que quem a mordeu, quase lhe arrancou os seios, sim, eram nos dois.

Seu cabelo deveria ser lindo, mas fora cortado de qualquer jeito e muito curto, por isso ela se passava por um menino, facilmente. Estava tão magra, que provavelmente estava desnutrida e muito fraca e mesmo assim, conseguiu fugir, se transformar e se não tivesse sido pega de surpresa, teria sido uma boa oponente.

Buscou uma blusa sua,  de malha e vestiu nela, no lugar do roupão. Cobriu-a e saiu do quarto, demoraria a acordar, por causa do efeito do veneno. A casa era grande, como convinha a um Alfa de sua estirpe. Era também, o delegado da cidade. Como Alfa, era implacável, conhecido como sanguinário. Como delegado, era linha dura e não tinha pena de homens fora da lei, inescrupulosos e manipuladores.

Gostava de ser rude e grosso. Não tratava ninguém com delicadeza e agora então, que encontrou sua fêmea maltratada por humanos, não teria medidas para sua selvageria. 

Saiu do quarto fechando a porta atrás de si e seguiu pelo corredor largo e cheio de portas, descendo a escada em direção a sala de estar. Nádia estava lá, inquieta, não admitia ser trocada por aquela coisinha magrela e feia. Quando avistou o Alfa, correu até ele e o abraçou pela cintura.

— Você não vai ficar com ela, não é Gael? — Perguntou, olhando em seus olhos, com voz de gatinho.

— Pare com isso,  Nádia — ele a empurrou com força — esse ar de gatinha manhosa não combina com você, e respondendo a sua pergunta, ela é minha companheira, preciso dizer mais.

— Mas, ela não dará conta de você, é muito mirrada. Só eu aguento o macho Alfa que você é! — Disse ela, voltando a se encostar nele e se esfregando para excitá-lo.

— O que você quer, Nádia? Já disse, ela é minha companheira e você não.

— Quero uma despedida, só isso. Você sabe que eu te amo.

Ele se irritou tanto com ela  que a pegou com raiva, prendeu-a virada para a parede, rasgou suas roupas e tirando seu membro duro para fora da calça, passou a mão na boca, molhando-a com sua saliva e passou em sua ereção, metendo fundo na vagina da fêmea, que chegou a se encolheu pela dor do atrito. Ele era muito grande.

Depois de jorrar sua sememte dentro dela, se retirou e deu um tapa bem forte em sua bunda, como um castigo.

— Era isso que você queria, agora que já teve, vá embora. Eu encontrei minha companheira e apesar de, como homem, não sentir tesão nela, meu lobo não admite ter outra. Estou com nojo de você, saia para que eu não te mate.

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