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4. uma esposa de plástico

Para Angelina, os encontros sociais e a aparência eram fundamentais em sua vida, ir contra o pai havia se tornado seu esporte favorito, ela nem se importava com o que ele pensava toda vez que ela fazia algo, o que ele provavelmente não consideraria. certo, entre esses coisas era ter um namorado como John.

— Vamos amor, temos uma reunião com os colegas do escritório, vai vir gente tão famosa, nem imagina! – Angelina pega o namorado pelo braço levando-o até a porta, diante do olhar estupefato de Clara, ela nem permitiu que ele se despedisse e tudo bem, a última coisa que ela precisava era ter contato com aquele homem.

Angelina passa por sua mãe, dá-lhe o costumeiro beijo na bochecha e pisca para ela.

— Mamãe, não me espere esta noite, estarei com esse lindo — ela sai correndo de lá, sem ao menos dar ao namorado a chance de se despedir formalmente.

Clara senta-se no seu sofá e serve-se de um copo de vinho, talvez a monotonia e a solidão da sua vida a estivessem a fazer pensar coisas erradas, vira a bebida e pensa no quão infeliz tinha sido nos últimos anos. t para seus filhos, ela já teria enlouquecido.

Serviu mais um gole e com isso já somou uns três, sentiu como o calor subiu um pouco em sua cabeça, ela olha em volta e está completamente sozinha, tem a mansão linda que qualquer mulher desejaria, dois filhos maravilhosos, um marido rico e famoso, que a havia transformado em uma supermodelo, que, para a idade dela, o passar dos anos nem seria perceptível, as lágrimas começam a rolar pelo rosto e a frustração não espera.

Ele se levanta do sofá para tirar uma soneca, mas sua paz é interrompida por uma batida na porta. Ele se vira para olhar com a consciência um pouco atordoada e vê como Angelina entra em um mar de fúria.

- É incrível mãe! Homens não podem ficar felizes, sério, aquele ridículo John que não queria estar naquela festa, porque se sentia inferior, como se meus amigos fossem pessoas más — Angelina se joga na cadeira com cara de desilusão

— Filha, não sei o que te dizer, porque não sei como as coisas aconteceram, mas talvez você devesse ter a opinião do seu namorado, se ele não gosta desse tipo de encontro, seria conveniente que você compartilhasse outros espaços, não acham?

- Você está defendendo a mãe do João? — Angelina a olha com cara de desprezo, desde muito pequena fora uma menina caprichosa, Clara a mimara demais, tentando repor todo o amor que faltava a Ricardo.

- Não filha! Não aconteceu nada, só estava a dar a minha opinião — Clara cora com o que a filha lhe dizia, tentou não confundir nada

— Olha mãe, eu não sou você, que desde muito nova se deixou subjugar pelo narcisista do meu pai, eu tenho minha opinião, e na relação com ele eu mando, se ele não gostar isso, ele pode muito bem descer por um tubo, aliás não é como se ele fosse o único... - Angelina solta uma risadinha travessa, Clara olha para ela, ela a conhece tanto que sabia que ela estava tramando algo .

— Bom Angelina, primeiro me respeite, você não tem porque me contar essas coisas da relação com seu pai, e como assim, com "aliás, nem foi a única"? — Clara olha para ela com seriedade, ela havia inculcado em seus valores, e lhe ensinado a importância da fidelidade e do respeito.

— Olha mamãe, nessas horas tem que ter várias opções, se uma não dá certo, a segunda dá certo, você sabe como é, não precisa se estressar — Essas palavras foram deixando Clara inteira, mesmo embora Angelina não fosse uma garota, ela sentia como se estivesse conversando com um completo estranho diferente daquele que ela formava.

— Bem Angelina, isso é problema seu, você não é mais uma menina, só posso dizer para você fazer as coisas com muito cuidado, sem se machucar e sem machucar ninguém, espero que esteja claro para você. Não se brinca com o coração, minha filha! — Clara quase saiu cambaleando dali, nunca tinha tido a oportunidade de estar com outra pessoa que não fosse o marido, por isso sabia muito pouco sobre o amor, apesar de ser uma mulher tão bonita, nunca foi infiel a Ricardo, apesar de ele sempre teve casos extraconjugais.

Ela chega ao seu quarto e tira a roupa para vestir algo confortável, ela vê como seu corpo é perfeito para sua idade, seus seios não são muito grandes, e embora não tenham silicone, seu marido fez um lifting nela, olha o abdome marcado graças ao exercício, os quadris firmes, e as nádegas também de bom tamanho, mas ele seu lugar, seu rosto era perfeito, sem falar nos cabelos.

Mas sentia que faltava algo no meio daquele par de seios divinos, sentia-se tão infeliz, tão carente de amor, só via como os anos passavam, diante do espelho as lágrimas começaram a rolar por suas faces, o vazio que ela sentia naquele momento era mais latente; tomou um banho e foi para a cama, embora ainda não fosse hora de dormir, não tinha vontade de fazer mais nada naquele momento.

Pouco depois que Ricardo chegou, ele não era um homem nada atraente, era um homem que já parecia mais velho, era careca, e sua barriga era um pouco saliente, e seu jeito de ser não ajudava muito.

- O que há de errado com você mulher? O que você está fazendo deitado tão cedo? Você não tem nada para fazer?

— Olá Ricardo, como vai? — Clara era doce demais para ele, desde criança ela era e nunca mudou esse jeito de ser.

— São apenas sete da noite, levante-se dessa cama, vamos a uma reunião, ponha o vestido mais marcante que tiver, quero mostrar aos novos sócios as maravilhas que sou capaz de fazer — diz-lhe enquanto ele procura um terno para trocar

— Ricardo, querido, não estou com vontade de sair agora, dá licença?

— Olha Clara, você não tem escolha de nada nesse momento, só pode levantar dessa cama, colocar um vestido sexy, uma porra de salto alto, fazer uma mistura nesse cabelo e sair comigo, sim você entende? — Os olhos de Clara estavam nublados agora, ela se sentia como um simples objeto que seu marido usava diante de seus amigos, ele nunca a tratou com amor ou respeito, apenas exibia o que havia feito com seu corpo, que antes mesmo de morrer sendo operado on já era esguio.

Clara levanta da cama com um pouco de dor de cabeça por causa das taças de vinho e vai direto ao banheiro tomar banho, sai de lá e coloca o vestido preferido do marido, nem era o vestido preferido dela.

Ela veste um lindo vestido preto de lantejoulas que cai um pouco abaixo das coxas, mas é bem justo nos quadris, um decote em formato de coração que ela usa sem nenhum tipo de sutiã, as pernas expostas e os pés calçados com sapatos pretos altos. saltos que estilizam suas pernas.

— Como você é linda Clarita! Você sempre foi uma beleza, mas desde que melhorei, você está perfeita, parece ter trinta anos, nem quarenta querida. — Ricardo se aproxima e beija o pescoço dela, ao mesmo tempo em que coloca um lindo colar de safiras nela, a joia realçava ainda mais sua beleza.

Clara aplica um perfume fino e uma loção que dá brilho à pele, sua maquiagem é perfeita.

— Vamos demorar muito, Ricardo? - Ela pergunta a ele como de costume toda vez que ela sai, ela faz isso para saber o que esperar e traz um maço de cigarros para acalmar sua espera.

— Como sempre querida, vamos, está ficando tarde.

Clara desce antes do marido, o som dos saltos faz a filha saltar, em cima dela estava um homem que não tinha sido trazido a casa, estavam a fazer coisas que felizmente o Ricardo não foi quem os encontrou, então quando Clara se apercebe Diante da situação, ela empurra Ricardo para trás antes que ele tire a visibilidade da imagem de sua filha naquele espetáculo constrangedor.

" E aí Clara?" - ele diz com raiva

— Eh, é isso, vem me dar um beijo antes de ir embora — Clara se lança sobre Ricardo e o empurra contra a parede, dando-lhe um beijo apaixonado, mas não demora mais de trinta segundos porque ele a empurra de volta.

— O que eu te disse, Clara? — Aquelas palavras ofensivas passaram não só pelos ouvidos de Clara, mas também pelo seu coração, ela não entendeu a crueldade das palavras de Ricardo.

Agora é ele quem sobe as escadas, mas felizmente Angelina já havia saído de vista dele, para Clara é incrível que sua filha esteja agindo de forma parecida com o pai, eles não tinham respeito pelo casal que tinham naquela época momento, eles poderiam ter a melhor pessoa do mundo, mas estariam sempre em busca de algo melhor, ela supôs naquele momento que a história de John já havia se tornado história, no fundo ela sentiu um alívio.

Ao chegar ao luxuoso bar - restaurante onde Ricardo teve um encontro com seus amigos, todos se deparam com sua maior criação, sua maravilhosa esposa Clara, todos os seus amigos e associados eram homens com mais de sessenta anos, que namoravam mulheres muito mais jovens do que eles, eles os compraram com grandes somas de dinheiro para agirem como suas esposas.

— Que amigo, o hype da sua mulher nunca vai mudar — Federico Teherán, cirurgião, era o melhor amigo de Ricardo, sempre quis Clara, mas por respeito ao casamento dela, ela nunca concordou.

— Sim, os anos não passam dela, não preciso investir em nenhuma outra mulher, quando os anos começam a aparecer, simplesmente opero em outra que ela possa exibir — os dois tilintam os copos enquanto olham para ela sentada numa das mesas, o álcool Sara tinha-se tornado um refúgio da solidão que vivia dia após dia, bebia de manhã, à tarde e à noite, e precisamente essa noite não ia ser exceção, bebia para esquecer que estava apenas a boneca de plástico do marido Ricardo.

Só preciso de uns copos e de repente sentiu que precisava de se descontrair, o ambiente no local já estava mais activo, os casais saíam para dançar, era um local onde homens como o Ricardo e o Federico frequentavam para satisfazerem os seus desejos não só para o álcool, mas também para o álcool, da prostituição e das drogas, tudo camuflado numa bela recepção onde homens com dinheiro iam jantar.

Clara deixa-se levar pela música e, ao contrário das outras vezes, levanta-se da mesa e sai pela pista a dançar perante o olhar espantado do marido e dos seus convidados, que só estavam habituados a ver este espectáculo do mulheres que contratavam, mas nunca de uma de suas esposas.

Ela começa a se mover no ritmo da música, tentando imitar as outras garotas, ela sente que tem álcool nas veias e mexe os quadris sensualmente, os espectadores não param de olhar para ela, ela é uma senhora que está na casa dos quarenta muito bem e muitos jurariam que ela não tinha mais de trinta anos.

Federico não perde a oportunidade e sem pedir permissão a Ricardo sai para a pista de dança e junta-se a Clara, embora ela esteja focada na dança, ela olha-o nos olhos e fá-lo seguir os seus movimentos, ele aproxima-se dela e esfrega os seus corpo com sua figura, quem está incrivelmente chateado é Ricardo, apesar de tratar sua esposa como um troféu, ele não permitiu que ela deixasse sua posição de mulher respeitada na alta sociedade, isso faria seu nome perder o respeito.

Porém, ele deixou a música terminar, Clara sorriu para Federico e os dois foram até a mesa, conversando sobre a façanha que haviam acabado de fazer, já que ela não se movia ao ritmo de nenhuma música há muito tempo.

— Vamos embora, Clara — Ricardo a puxa pelo braço sem deixá-la dizer uma palavra

— Mas por quê? É quando está ficando mais interessante?

— Estamos indo embora, eu avisei, não me irrite mais. — Eles saem de lá sem nem se despedir dos convidados, puxando o braço dela sem nem se importar que isso está causando dor.

Um dos saltos de Clara quebra e ela cai no chão, enquanto ainda é puxada por Ricardo.

— Por favor, espere, eu me machuquei, ayayay! Ricardo me ajude por favor! — A dor do tornozelo machucado estava consumindo Clara

— Olha, Clara, eu trouxe você para agir como você é, minha mulher, não como as vadias baratas que todo mundo traz para esses lugares, e você acabou agindo como uma delas — Ricardo dá um tapa na cara dela e a olha com cara de desprezo - volte para casa como você pode foder vagabunda.

Clara fica ali no chão, com o tornozelo machucado e a boca quebrada, mas, acima de tudo, com sua dignidade no chão, o choro cobre os olhos e a maquiagem começa a escorrer, ela se sentia a menor mulher. , seu marido era um canalha e ela não queria admitir.

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