2. Prazer em conhecê-lo, eu sou John
— Mãe, me ajuda a fazer o papai aceitar o John, preciso muito que ele faça parte da nossa família — Angelina pressiona Clara para ajudá-la com o pai
— Filha, eu sei, mas não entendo sua obsessão em casar com aquele homem, e se pensar melhor, me diga, você está apaixonada o suficiente para casar com ele?
— Não sei se estou apaixonada, mas ele é um charme, garanto, adoro o jeito que ele é, além de ser bem bonito, e de cama mamãe...
Eu não quero ouvir lá em cima! — Clara cora ao ouvir as palavras da filha, e sorri para ela, sabia que Angeline depositava nela toda a sua confiança, muitas vezes Clara lamentou não ser sua filha de verdade, sempre a amou como tal.
— Bem mãe, diga-me se você poderia me ajudar a organizar uma festa para que ele volte para casa e se apresente com você.
— Olha, estou arriscando muito, você sabe como é o seu pai, mas vou tentar, quem você quer que eu convide?
— Mãe para toda a família, vou convidar todos os meus amigos, a formalização da minha relação com o John vai ser alta, quero que seja notícia no show business, que todos saibam quem vai ser o meu noivo.
— Filha, você vai causar um infarto no seu pai .
— Mãe, não exagere, só quero ver o alcance dele quando me disser que é capaz de me deserdar se eu casar com o João, meu pai se acha muito importante, mãe, mas sei que ele não me ama, há uma razão pela qual ele nunca desiste.Ele tem sido um bom pai para mim, e sempre me tratou como se eu não fosse sua filha - Angelina olha em volta e seus olhos se nublam de raiva.
Clara a abraça por trás, ela quer lhe dar segurança e amor, talvez a filha tenha razão, seu pai nunca a tratou como se fosse sua filha de verdade, sempre foi mais rígido com ela do que com o filho, tratou-a com indiferença e nunca houve um detalhe da parte dele, ele a ameaçava se ela não fizesse o que ele queria, ele sempre se aproveitava de sua condição de mulher para menosprezá-la e tratá-la como inútil, entre Angeline e seu pai, havia sempre um desentendimento, mas ela nunca soube os motivos pelos quais ele agia assim com ela.
— Filha, não diga isso do seu pai, Ricardo tem um péssimo caráter, mas ele te ama, você não sabe o que ele fez por você desde que você nasceu, você não faz ideia. — Clara a abraça com carinho, desde o primeiro dia em que a conheceu a protegeu de tudo.
— Tudo bem mamãe vou tentar não guardar rancor, eu te amo muito porque você é um ser doce e compassivo, não entendo como você ainda aguenta meu pai, se eu fosse você, dez anos atrás eu teria me divorciado — os dois sorriem de tanto rir, mas a verdade é que Clara sempre foi uma mulher muito submissa e dedicada ao lar, preferia sacrificar a felicidade só para ver o marido e os filhos bem.
— Falo com ele hoje à noite minha filha, você organiza a festa e eu cuido do resto, quando será? — As duas são cúmplices, Clara e a filha por serem tão novas se dão perfeitamente
— Neste mesmo sábado mamãe — Ela sorri para ele maliciosamente
— Mas é terça-feira! Pelo amor de Deus, o que você me meteu, tudo bem, corre, eu vou fazer isso também — Clara pisca para ele e vai para o quarto, a noite se aproximava e ela sempre esperava o marido com uma rotina diária, ela tinha o A cama estava pronta e ela tinha um banho quente pronto para ele, fazia-lhe massagens e mimava-o, não importava que ele já não lhe desse a mesma importância de antes, para ela o marido era sempre o homem da casa.
Mais tarde, Ricardo estava em casa como sempre depois do trabalho, era um homem de caráter forte, já chegava aos cinquenta anos e era um cavalheiro bastante respeitado na profissão médica e nos negócios pessoais, também era bastante apreciado pelas mulheres, especialmente por mulheres jovens, que eram atraídas por todo o dinheiro e fama que ele tinha, ele não era um homem bonito, mas era bastante marcante por suas distinções.
— Claro! Já tem meu banheiro pronto?
— Sim querida, seu banheiro está pronto, venha comprar alguns óleos especiais para fazer massagens em você - Clara sempre foi carinhosa com ele, não se importava com a indiferença dele, sempre foi clara sobre o papel que havia adquirido no dia em que chegou casado.
— Você e suas coisas Clara, é só massagear meus pés e minhas pernas, estou bem exausta.
A Clara vestia um roupão de seda branca, estava espetacular, tinha um corpo lindo que Ricardo moldava a cada cirurgia e o mantinha ajudando-se com exercícios e trabalho duro na academia e com uma alimentação saudável. Sob o roupão de seda ela usava uma lingerie branca delicada e pequena, deixando muito pouco para a imaginação, seus seios eram vistos eretos através do sutiã e seu mons pubis completamente liso e raspado, seu marido não a tocava como mulher há muito tempo, ela precisava que ele a admirasse naquela noite e, assim, ganhasse um pouco de terreno para poder ajudar Angelina em seu pedido.
— Querido ultimamente você está muito bonito — Ela começa a acariciar seu peito enquanto ele está submerso na banheira, ele está com os olhos semicerrados e relaxado graças às massagens que ela lhe dá, ela começa a beijar sua bochecha docemente e abaixar mãos para baixo em seu torso.
— Obrigada Clara, você também está muito bem conservada, adorei o trabalho que fiz em você, sabia que você é minha maior obra de arte? Ele olha para ela e lhe dá um pequeno sorriso no canto dos lábios.
— Amor, e se esta noite nos lembrarmos dos velhos tempos, quero ser sua como sempre, quero você querida — Clara tira o roupão na frente dele, ficando com a pequena lingerie, deixando o corpo exposto ao marido.
— Bem querido, estou muito cansado, não sou o mesmo jovem de quando você me conheceu, mas serei querido depois — Ele se levanta da banheira e coloca uma toalha cobrindo o corpo e sai para o banheiro quarto, Clara permanece seminua esperando uma resposta de sua parte, mas ele vê que aquela noite não seria quando ele começa a vestir o pijama.
— Vamos Clara, você não pretende ir para a cama?! Mova-se, preciso que massageie meus pés.
Clara veste o roupão, cobrindo novamente o corpo, e molhando o desejo no café, como para variar o marido a havia rejeitado novamente, vai até o armário, arruma os cabelos e veste o pijama de algodão, deixando a seda esquecida. Ela começa a massagear seus pés ásperos e aproveita para contar a ele sobre o evento de Angeline.
— Querida, a moça quer nos apresentar ao namorado, vamos fazer uma festa no jardim de casa e vai ter muitos convidados
Ricardo se endireita, mostrando-lhe a cara aborrecida, e tirando-lhe os pés das mãos.
— Eles são loucos ou o quê? Eu nunca vou deixar ela formalizar seu relacionamento com um homem que não pertença à nossa sociedade, isso nos faria ficar muito mal, além disso, ela já está noiva de outro homem.
— Ricardo por favor, dá só um capricho nela, ela acha que você não a ama, por favor só dessa vez, eu cuido de separar eles depois, mas por favor, deixa ela fazer a festa e nos apresenta o namorado dela.
- É que eu não poderia imaginar o porte daquele homem faminto deve ser arrastado, e até fedido - Ricardo fala de forma depreciativa
— Bem, justamente por isso, quando ela vê que está tudo errado, a vergonha que ela vai sofrer antes que a sociedade vá desistir do relacionamento com ele, podemos usar essa festa justamente para afastá-la dele, o mais nós proibimos, ela mais ela vai, ela acha que você não a ama.
— Por causa dela morreu sua mãe, eu amava muito Rosalía, se não tivesse Angeline ela estaria viva.
Clara sentiu-se morrer com aquelas palavras, o grande amor de seu marido sempre foi sua primeira esposa e mãe de Angeline, sempre a culpou pela morte de Rosalía, pois ela morreu no parto.
— Bem, diga o que disser, Ricardo, não há necessidade de me lembrar que ela é a mulher da sua vida, estamos casados há mais de vinte anos e você ainda me diz que a ama, e eu?
— Não se faça de boba mulher, sinceramente você foi como uma espécie de pagamento, eu te amei sim, mas você nunca foi e nunca será o amor da minha vida, e você sabe disso sim, diga a Angeline para fazer a festa dela , dá aquele gostinho de humilhar aquele cara. Ricardo deita-se de costas para Clara e adormece.
Ela sente como seus olhos ficam nublados e há um nó na garganta, seu marido nunca deixou de ser cruel com ela, ele não se importava de contar tudo o que sentia lá na frente e, em geral, não eram coisas boas ou cheias do amor.
Com a má aprovação de Ricardo, Clara e Angelina organizaram a grande festa para apresentar formalmente John, o enorme pátio de sua mansão estava cheio de mesas e enfeites, havia uma mesa cheia de comida e pratos especiais, Angelina havia convidado todos os amigos da empresa , havia cerca de cinquenta pessoas na recepção, todas esperando para conhecer a pessoa que se casaria com a filha do médico e empresário mais importante do país.
— Mãe, isso me parece perfeito, muito obrigado, onde está meu pai? — Angelina está animada com o encontro, embora tudo fosse para ir contra o pai também
— A filha Ricardo vai se atrasar e de preferência bêbada, sabe como ele é e me diz onde está o seu namorado? — pergunta Clara à filha enquanto cumprimenta alguns convidados com a mão e ri entre dentes cerrados
— Mamãe o coitado está trabalhando, mas me disse que vinha, não se preocupe.
Clara imaginou que era um homem com o perfil de muitos, que não pertencia à alta sociedade, ela acreditava que ele seria mal apresentado ou qualquer coisa que chamasse a atenção dos outros, seus nervos a consumiam, embora ela muito pouco se importasse ... Não importava o que ela diria, lá estava ela, preocupada porque não queria que a filha sofresse algum escândalo, ou que o pai fosse humilhá-la na frente de todos.
Minutos depois finalmente chegou o tão esperado momento, o namorado de Angelina havia chegado na festa, ele chegou em um carro, não era último modelo, mas pelo menos estava bem apresentado, quando João desceu do carro todos ficaram impressionados, em principalmente as mulheres, era um homem alto e bastante em forma, embora sem exageros, seu rosto era bastante delineado, tinha uma leve mecha que envolvia o maxilar e olhos cinzentos, sua pele era branca, mas era bronzeado, usava um belo terno de pano escuro, que lhe caía perfeitamente, camisa branca com os dois primeiros botões desabotoados, revelando um pouco do peito, para dizer a verdade para todos os presentes era sexy, para os homens uma verdadeira inveja.
— Olha mãe, o John está aqui! — Angelina dá um pulo de empolgação e sai correndo para abraçar o namorado. Todos os seus amigos se aproximam dela apenas para dar uma olhada e ela começa a apresentá-lo, as fofocas de todos não os fazem esperar, mas Angelina os afasta, pois quer apresentá-lo a sua mãe.
— Meu amor, que bom que você veio, mas muito melhor que você me ouviu, você veio espetacular — Angeline pega John pela mão e o encaminha para sua mãe
— Eu me sinto ridícula, nunca tinha me vestido assim, mas faço isso só para você.
— Eu sei, eu sei meu amor, mas sabe, a sociedade que eu vivo é muito louca, mas eu só me importo com você, vem vamos te apresentar a minha mãe.
Clara vestia um vestido elegante e justo que realçava a sua figura e os cabelos estavam perfeitamente presos num rabo de cavalo, tinha uma taça de champanhe na mão, conversava com um casal de amigos daquele círculo social, que, para falar a verdade, ela representava mais hipocrisia do que empatia.
— Mãe, olha, apresento a você o John, meu futuro marido.
Ela estende a mão macia para ele e ele cavalheirescamente a pega e lhe dá um beijo suave.
— Prazer em conhecê-la, sou John Belalcázar, um prazer finalmente conhecê-la Dona Clara
— Prazer em conhecê-lo, sou Clara Sotelo, ela responde ao seu olhar, ele deu-lhe um certo tom de confiança, e por ser de uma classe diferente da deles, ele era totalmente diferente do que ela esperava, além disso ele parecia muito bonito, era perfeito para sua filha.
— Bem vamos esperar meu pai chegar, estou louca para que você o conheça João, venha vamos que vou te apresentar aos outros membros da família, meus tios e todos os meus amigos.
— Com licença, dona Clara, o dever me chama. — João se despede da sogra, aproxima-se e segura novamente a mão dela e a beija, ela fica vermelha por um momento, ele é cavalheiresco demais.
Angelina e John saem para os outros convidados, ela o puxa pela mão e mostra como se fosse um troféu, para falar a verdade, era isso que ele era para ela, um prêmio que ela ganhou por ir contra o pai .
" O homenzinho é muito bonito, não é querido?" – diz a amiga de Clara enquanto as duas assistem enquanto elas saem
— Pra falar a verdade, se Jael, eu não esperava um homem como ele, não é que minha filha mereça menos, mas imaginei diferente — responde Clara sem tirar os olhos da filha e do namorado um só minuto.
— Bem, ele não parece tão pobre quanto especulam, para falar a verdade, não sei o que seu marido vai pensar, isso, aliás, olhe para ele, lá está ele.
Clara se vira para olhar e vê chegar o carro do marido, exatamente como ela pensou, ele sai bêbado e em sua companhia está Pablo Sanz, o homem que Ricardo sempre quis como marido para Angelina, era um homem da mesma idade, mas bastante bem-sucedido nos negócios, era amigo íntimo do pai dela e já havia pedido a mão de Angelina.
— Alô, alô, estamos aqui — Ricardo abraça Pablo e com uma atitude antipática se dirigem a todos os convidados.
— Olha, meu pai chegou — Angelina, sabendo a que John poderia estar exposto, decide apresentá-lo ao pai na frente de todos.
- Quem é essa Angelina? — Ricardo aponta sarcasticamente para John
— Pai, ele é meu namorado — João estende a mão, mas Ricardo deixa estendida
— Prazer em conhecê-lo, meu nome é John Belalcázar, imagino que seja o Sr. Ricardo.
— Nem me diga olá, coitada, só quero te dizer que esse homem que você vê aqui é quem vai se casar com Angelina, não você, é óbvio que você não tem nem o que comer . — John sente suas bochechas corarem e quer falar alguma coisa, mas ele se segura por respeito a Angelina, ele já sabia de antemão como seu sogro iria se comportar com ele, então ele não fez a menor tentativa de parece bom.
— Pai eu nunca vou me casar com o Pablo, meu futuro marido é o John, juntos vamos trabalhar para viver com conforto, não preciso do seu dinheiro sujo — Ela sai de lá furiosa, pegando o John pela mão como se fosse uma criança pequena, ele mal olhava para os presentes, embora já soubesse como era a família de Angelina, não deixou de sentir um certo desconforto, mas havia alguém que não tirava os olhos dele, e não o olhava com nojo ou desprezo como Ricardo fez ou fez os outros, olhou para ele de uma forma especial.
Clara Sotelo, não entendia porque o genro se tornou uma obsessão visual para ela naquele momento, ele era o namorado da filha, então assumiu que não era uma atração física, mas na realidade não sabia explicar, seus olhos ainda estavam fixos na presença daquele homem.
A festa continua por mais algumas horas, depois que Ricardo chegou na mansão, o clima ficou pesado, ele procurava uma forma de humilhar o genro na frente de todos os convidados, e chamar a atenção com suas jactâncias, embora para muitos, ela fosse uma grande personagem, para os amigos mais próximos de Angelina, ela era um simples ser humano detestável, muitos apoiavam seu relacionamento com John, outros mais próximos de seu pai simplesmente a criticavam.
