Capítulo 1
Letícia Fontenelle
Me chamo Letícia Fontenelle, sou filha única, faço faculdade de administração, não tenho muitos amigos, sou muito fechada, sou ruiva cabelos longos, olhos verdes, 1,65 de altura, magra da cintura fina e pernas bem torneadas, resultado de bastante exercício, gosto de fazer meus exercícios, me manter pelo menos em forma, já que não tenho um namorado para admirar o corpo que tenho, eu mesma me admiro, me acho bonita mas nunca namorei na minha vida, mesmo com meus 20 anos, isso foi uma opção minha, eu sempre preferi me dedicar aos estudos do que ficar namorado. Agora até poderia, se minha vida não tivesse mudado.
Minha vida mudou desde que uns policiais vieram na minha porta falar que as pessoas mais importantes da minha vida sofreram um acidente e não sobreviveram.
O meu mundo acabou desde daquele maldito dia. Fiquei muito triste, chorei muito… Era uma dor insuportável, saber que meus pais tinham me deixado para sempre, fiquei isolada do mundo por um bom tempo, a pobre da Naná não sabia o que fazer, pois eu só ficava trancada no meu quarto chorando e com vontade de morrer junto com os meus pais.
Fico pensando no porquê eu não estava junto? Assim morreríamos todos!
Tá, eu sei que estou pensando bobagem, e tenho que agradecer por estar viva mas, neste momento de angústia e dor só consigo pensar assim. O funeral teve tanta gente, amigos da minha mãe e do meu pai. eu já estava cansada de ouvir meus pêsames, eu estava com vontade de gritar.
No momento que eu vi a cremação dos meus paizinhos foi a pior dor do mundo… Porque dói tanto?
Eu perguntava para Naná abraçando ela, coitada, não sabia como me consolar, suponho que nessas horas ninguém sabe! Até a minha tia que mora em Londres veio com a minha prima Paty.
Eu nem sabia que elas viriam, pois, não saberia se daria tempo, mas ela era a única irmã, penso que ela queria se despedir de qualquer jeito mesmo morando longe.
Às duas se falavam quase diariamente, pois só tinham uma a outra, meus avós morreram muito cedo. Sabe como de repente tudo muda e parece que tem um buraco em nosso coração que não vai cicatrizar jamais? Era essa a sensação, minha tia teve que voltar para Londres, ela me chamou para ir com ela, mas eu neguei, a minha vida é aqui no Rio de Janeiro. Os dias foram se passando e a dor no meu coração foi melhorando. E os negócios do meu pai mandei o advogado da família vender, eu não queria tomar conta dos imóveis que ele tinha.
Moro no Leblon em uma bela cobertura enorme, que agora havia ficado muito grande para mim e Naná.
Naná era a minha babá que desde que eu tinha apenas 6 anos, trabalhou com meus pais, ela me dá todo apoio e carinho. Para não ficar com a minha mente vazia resolvi trabalhar em uma empresa de Arquitetura.
Sou administradora, mas nunca exerci a minha profissão, por mais que eu tente fingir que está tudo bem, vou tentando sobreviver a cada dia com a falta que meus pais me fazem, mas a vida continua…
Chegando nesta empresa, conheci o homem mais lindo que já vi na minha vida, ele é loiro dos olhos azuis, corpo atlético mesmo com aquele terno sob medida ele é lindo de morrer, meu coração bateu descompassado só de olhar para ele… Apaixonei-me assim que o vi. Será que existe amor à primeira vista? Se não existir agora existe, porque fiquei hipnotizada por esse loiro lindo.
Mesmo com os cursos que tinha de administração e línguas, eu pensava um dia em trabalhar no negócio da família. Meu pai sempre me falava que eu ia ser a dona das imobiliárias dele, mas eu não sou uma pessoa de negócio, não agora, quem sabe um dia. Lembro dos meus lindos pais falando do trabalho, como foi o dia deles…
Eu terminara a faculdade. Meus pais me perdoem, mas, eu não podia tomar conta de todos aqueles negócios, sozinha, não tinha cabeça, só tinha vinte anos, não tinha nem amigos, havia como eu tomar conta de vários imóveis? Não dava.
E eu ainda faço cursos, mas estou acabando graças a Deus, mesmo amando estudar. Preciso me aprimorar mais no que quero fazer, por isso faço muitas coisas. Assim serei uma grande admiradora, amo matemática.
Depois que meus pais morreram eu decidi vender tudo, não queria nada daquelas coisas, me faziam lembrar deles, eu sempre estava correndo no escritório brincando com meu pai, às vezes quando saia da aula gostava de ir ver os dois…
Meu pai e minha mãe trabalhavam no mesmo lugar. A minha mãe era muito linda, eu pareço muito com ela, ambas ruivas de olhos verdes, meus pais eram tudo na minha vida, eu os amava muito! E eu era sempre mimada por eles, por ser filha única, eles faziam todas as minhas vontades.
Por isso preferi vender tudo, primeiro, não sou nenhuma empresária, por esse motivo também não quis nada do negócio dos meus pais, então mandei o advogado da família dá um jeito ele vendeu tudo, sou uma mulher muito rica e que tenho uma grande fortuna.
Para não ficar em casa fui trabalhar como secretária, pois a vaga de administração já fora preenchida, mas tinha a secretária, então fiquei com essa vaga mesmo, pelo menos eu não ficava em casa pensando nos meus pais.
Precisava ocupar a minha mente, então eu seria secretária do pedaço de mal caminho do meu chefe, o Sr. Guilherme Werneck. Eu ia começar na segunda-feira o trabalho, eu não queria ir com meu carro para empresa, ninguém lá sabe que sou rica, nem precisam saber, como vou explicar que nem precisaria estar ali, que sou vou mesmo para não ficar pensando? Vou para o trabalho de táxi ou metrô, menos com esse carro caríssimo, meu lindo Range Rover vermelho. Já que ninguém sabe que sou rica, não precisa verem meu carro, se bem que posso comprar um carro mais simples e ir com ele.
Pensando bem, é isso que vou fazer. Vou comprar um carro novo para mim, nunca andei de ônibus na minha vida, se bem que devemos aprender a andar em toda a categoria de transportes, quem sabe para ter novas experiências... Se bem que já vi Nanã reclamando que andar de ônibus é um saco, ainda mais quando esse ônibus se encontram lotados. Pronto, resolvido. Vou comprar um novo carro simples, assim ficará mais fácil para ir ao trabalho.
Após sair do trabalho, compro o carro. Não quero que ninguém descubra que sou rica, eu não preciso de trabalho, mas quero para conseguir e esquecer a tragédia com meus pais, eles não sabem do meu coração e minha cabeça. Sei que meus pais vão permanecer para sempre dentro do meu coração, mas no momento só quero esquecer essa dor horrível que se apoderou do meu coração.
