Capítulo 5
Sarah
Depois de sair do banho não consigo parar de pensar na conversa com meu destinado, acho que o fato de estarmos ligados faz eu já me sentir apaixonada.
Escuto a porta do quarto abrir, cadê a educação dos filhos da puta que não batem na porta.
Olho para o lado e vejo minha mãe segurando um vestido, não queria estar olhando para cara dela agora.
—sai, depois de casar espero não mais olhar na sua cara nem na do papai.— falo e vejo lágrimas se formarem em seus olhos, sinceramente, não me importo, ela não se importava com as minhas lágrimas quando eu não queria fazer algo.
Larah —tudo que eu fiz foi por você, só quero que tenha o melhor.— sinto raiva se formar dentro de mim.
—você não sabe o que é o melhor para mim, você só decide minha vida como se eu fosse um brinquedo. Eu te odeio, espero sinceramente que sofra, que veja o papai te trair e de trocar por outra. Se soubesse o que era realmente bom não casava com o papai....— antes que eu termine de falar ela me dá um tapa.
Larah —como pode falar assim comigo?! Eu quase morri para ter você, para dar tudo que precisava.— a voz dela mostra sofrimento e raiva.
—eu não pedi para nascer, se você quis arriscar sua vida por mim problema seu!— falo brava.
Larah —se minha primeira filha tivesse nascido viva tenho certeza que não seria tão ingrata!— minha mãe sai do quarto brava e em lágrimas, o vestido que ela trouxe está no chão.
Fecho a porta do quarto e tiro meu colar do pescoço, preciso conversar e não quero ir ao baile conhecer um futuro pretendente. Caio na cama brava e vejo a sombra do meu destinado se formar no cômodo.
(Dantalion —por que está brava?) A voz dele me faz esquecer um pouco meus problemas
—meus pais, eles decidiram que preciso me casar com um arcanjo, eles sempre decidem minha vida sem me perguntar, eu cansei disso.— falo abraçando meu travesseiro.
(Dantalion —foram eles que fizeram esse colar e mandaram você viver fugindo?)
—sim, acho que estavam com medo que quando eu completasse quinze anos você viesse me levar para o inferno.— falo olhando a janela.
(Dantalion —eu iria ir aí falar com eles, decidir o melhor para você, na verdade o lugar mais seguro para você ficar. Tem 18 anos não é? Já não tem idade para decidir se casa ou não?) As coisas mudam quando seu pai é o rei.
—na verdade não tenho escolha, por que os demônios querem atacar os vampiros?— pergunto curiosa.
(Dantalion —não sei se tem maturidade para essa conversa, garota.) Tinha esquecido que ele ainda não sabe meu nome.
—pode tentar.— falo olhando a sombra, me levanto da cama e vou até ela, toco na parede mas é só uma sombra normal que se mexe sozinha.
(Dantalion —mesmo se nos casarmos ainda irá ter uma guerra, os vampiros desestabilizaram as coisas. Por causa da alta população de vocês vampiros os humanos não param de morrer e a população não para de diminuir. Como posso explicar para você, demônios sobrevivem comendo almas, naturalmente de assassinos e estupradores, tem muita pouca alma chegando ao inferno. Vampiros não morrem e podem viver eternamente, não pode existir mais população da sua espécie do que da humana que morre rápido, é difícil a inferno receber a alma de um vampiro. É difícil explicar, acho que não estou fazendo isso direito.)
—esta querendo dizer que minha espécie precisa ser exterminada?— pergunto sem entender muito bem.
(Dantalion —olha, tem uma forma de isso ser menos doloroso para todos, mas sua espécie é naturalmente egoísta.)
—eu tô ouvindo.— falo não querendo que minha família morra.
(Dantalion —se todos os vampiros com mais de 600 anos aceitarem ser mortos as coisas ficariam estabilizadas) Fico sem reação por um tempo.
Se isso for aceito meu vovô Darlan que tem 2 mil anos será morto....
—tem outro jeito não?— pergunto já me arrependendo de querer saber sobre isso.
(Dantalion —eles podem hibernar para sempre ao invés de morrer) não é tão ruim, mas é ruim.
—acho que estou me sentindo pior agora.— falo olhando a lua, logo o baile vai começar.
(Dantalion —você só precisa se preocupar com si mesma, se qualquer coisa acontecer é só quebrar o colar que eu estarei aí para ti.)
—se preocupando com sua própria vida, entendi.— falo pois não quero ser tão burra assim.
(Dantalion —eu me preocupo com minha vida sim, se eu falasse que não seria mentira. Olha, as coisas podem ser mais pacíficas se me ajudar.)
—como assim?— pergunto curiosa.
(Dantalion —meu pai é Lúcifer, ele está dificultando as coisas para eu me tornar o novo rei, disse que só sairá do trono no dia que eu me casar com minha destinada, preciso de você para isso.)
—então quer que eu case com você para assumir o trono do inferno? O que eu ganha com isso?— pergunta curiosa.
(Dantalion —os demônios irão atacar sua espécie, mas posso garantir que as pessoas que ama e se importa ficarão bem.) Eu não acredito nisso.
—eu não deveria ter falado com você.— falo e coloco o colar em meu pescoço.
Eu não posso pensar nisso agora, tenho um baile para ir e uma família enorme para rever.
