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SLE Vampiro A Redenção

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Alexa Valentina
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Resumo

A Criação: Raquel foi a primeira vampira que o mundo conheceu, possuída por um espírito maligno que a tornou tão maldita quanto o seu legado. Marcus era só um pobre camponês, mas quando cruzou o caminho de Raquel, a crueldade e a paixão não tiveram mais limites. A história do Conde Drácula todos conhecem, mas o que seu filho Julio Cesar fez ao próprio pai e ao mundo o eternizou como um vampiro cruel, cheio de ódio e dando ao mundo um rastro de sangue e mortes sem precedentes. Miranda como toda jovem era sonhadora, mas teve seus sonhos destruídos pelas mãos e pela mordida sanguinária de Julio Cesar que a arrastou para seu mundo de prazer, violência e sexo. Paixão e sangue se misturaram nas páginas do mundo antigo que nunca mais foi o mesmo depois que os vampiros passaram a andar conosco. A Redenção: Soraia mais do que nunca vai precisar do seu Alfa e do amor dele, pois após sofrer o inferno nas mãos do vampiro somente o amor vai lhe dar a redenção que merece. Augusto sofre por não poder amar Soraia da maneira que deseja, mas nem por isso vai abandoná-la, tão pouco agora que Julio Cesar está unido a um bando de vampiros assassinos e uma vampira sanguinolenta. A polícia se vê cada vez mais sem saída em meio a tantas mortes brutais, e mesmo que o delegado não queira admitir, os lobisomens são os únicos que podem ajudá-lo nesse momento. Amy é a melhor amiga de Soraia e, por consequência, foi sequestrada e mordida por um vampiro, mas essa mordida fez despertar um poder adormecido em seu sangue. Um poder que vai levá-lo a Palaços a terra dos guardiões e das xamãs dragão, um grupo milenar de mulheres com um pacto fantasioso e obscuro com dragões. Paixão, Sangue e vingança são as peças que estão sendo movidas nesse tabuleiro, e isso é apenas o começo

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1. Prólogo - Como nasceu o primeiro vampiro

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Copyright by Alexa Valentina

2023

01. Prólogo

02 .A ressurreição das sombras

03 .O prazer pelo sangue

04 .A natureza de seus poderes

05. Fadados a escuridão

06 .O primeiro exército de vampiros

07.A vingança dos vampiros e o amanhecer da vitória

08 .O poder da paixão eterna

09 .A noite das revelações

10. Sedenta por sangue

11 .Sangue obsessivo

12. Regras de sangue

13. Segredos da vingança

14 .Da dor á vingança

15. A vingança de Raquel

16.Entregando-a para os braços da morte

17.Olhos da vingança

Dedicado a todos aqueles que por mais que um sonho pareça impossível de se realizar ou que não haja possiblidades,  não deixam de acreditar que este possa ser realizado.

Lacrimal city,Cardelhas                              2075

Muitos anos depois de Londres

O dia nasceu lindo e o único objeto a brilhar na piscina azul celeste acima de todos era o sol. O mundo evoluiu muito depois daquela época, cheio de tecnologia e, com ele, os vampiros tanto nas formas físicas quanto espirituais.

Julio Cesar por exemplo cortara os longos cabelos e os ‘espetara’ para cima dando um charme despojado junto a jaqueta de couro que ocupara o lugar do longo sobretudo. Marcus por outro lado deixara os cabelos crescerem com leves ondulações á altura dos ombros, mas também deixara os longos casacos por blusas e jaquetas com um pouco mais de cor já que vampiros são adeptos de cores fúnebres. Claro que nem todos resolveram mudar tanto assim, em especial os vampiros que ainda permaneciam no clã de Julio Cesar. No momento o pequeno grupo vinha por um túnel formado por árvores altas e com muitas folhas, ok que o sol já não mais os afeta tanto, mas isso não significa que eles o adorem. Abruptamente Julio Cesar estacou.

–Julio Cesar o que foi?-perguntou-lhe Brenda ao seguir seu olhar e ficar boquiaberta como ele ao ver o que não seria possível.

–Não é possível - murmurou com o coração em disparada como a muito tempo não ocorria. Todos estavam boquiabertos, felizes, espantados e até mesmo raivosos.

–Aquela não pode ser Miranda -enraivou-se Laís- eu mesma matei a vadia. Eu a vi virar cinzas pelo ar— acrescentara a última parte em pensamento claro já que o segredo seu valia ouro.

Logo mais á frente vindo em suas direções vinha aquela que todos pensavam ser o reencontro do passado encarnado no futuro.

Uma linda garota de longos e lisos cabelos negros com mechas azuis escuras e olhos tão negros quanto a noite aproximava-se da direção dos estranhos que ela percebera pararem do nada e lhe encararem com emoções diversas em seus olhos.

Nas mãos a garota trazia dois cadernos colegiais e um estojo em jeans tie-die, indicio de que estava a caminho do colégio. O encontro estava próximo, mas Julio Cesar não podia e nem queria esperar e adiantou-se em direção a ‘sua’ Miranda e agarrou firme o braço da garota que arregalou os olhos e estremeceu.

–Miranda, meu amor - e pela primeira vez, em muito tempo, este sorrira.

–Desculpe - e com gentileza, mas tremor puxou seu braço do aperto exagerado do estranho - mas meu nome e Soraia-e tratou de sair da presença daquele grupo que lhe causava arrepios.

–Ela é a Miranda-afirmou ao ter seu sorriso de amor trocado pelo de ressentimento diante da recusa e mentira de Soraia. Pelo menos ele assim pensava, afinal de fato, o nome da garota era Soraia, mas ao tocante das influências da alma sobre o nome de Miranda, ninguém fazia a reles ideia do que se escondia ali.

–Não ouviu ela dizer que se chama Soraia?!

Laís trazia fúria e medo em suas palavras, afinal se Julio Cesar descobrisse o que ela fizera, bem, não bem ela, muito sangue iria ser derramado mais uma vez, literalmente.

-Ela esta mentindo!

-E por que ela o faria?

Brenda olhava com atenção para a garota e via que além dela não estar mentindo havia mais diferenças do que semelhanças entre ela e Miranda, mas sabia que o amor tem o poder de cegar. Mesmo um alguém como Julio Cesar.

–Eu não sei, mas irei descobrir-jurou ao dar de ombros, mas seus pensamentos estavam naquela garota que era o seu amor e ele não descansaria até tê-la para si mais uma vez, nem que para isso fosse preciso fazer o que fez em Londres.

Marcus era o único ali que poderia alertar aquela garota dos perigos que Julio Cesar trazia consigo, mas como fazer isso sem Julio Cesar saber?

Para se entender o futuro, muitas vezes devemos voltar ao passado. Então volte comigo numa viagem no tempo em que o mundo ainda nem sonhava em ter de conviver com vampiros.

Domrémy ,Interior da França                              1412

Em um lugarejo de casas e pessoas bem simples, uma tipica vila pacata, nascia e vivia a pequena Joana D’Arc ,que repousava nos braços da mãe que olhava a ela e ao pai, cuidando de cavalos, com amor e devoção. Então o tempo fora passando com uma infância pobre, mas feliz á adolescência que lhe trouxera revelações. Revelações que mudariam os rumos de toda uma história e, entraria para a história de fato.

Certo dia Joana já com doze anos estava a pastorear algumas abras num pasto próximo quando uma voz lhe surgiu e nada aos ouvidos e lhe dizia: salve a França e coroe o rei.

Mantenha-se firme e descubra o seu poder.

Assustada com o ocorrido largou as cabras e correu aos pais para contar-lhe o fato, mas claro que acharam tudo fantasioso e mandaram-na de volta ao campo.

A menina fora, embora resoluta e amedrontada, mas algo havia aflorado em si, algo que sua mente e seu coração não a deixavam esquecer.

O assunto fora esquecido aos pais, pois Joana mantinha aquelas palavras na mente ate o dia que tomou uma atitude enfim. Aos dezessete anos, cansada de ver o povo sofrer e com uma raiva que a fazia fazer coisas que a assustavam mais também lhe davam uma sensação de liberdade, Joana conseguiu um cavalo emprestado com um amigo de seu pai e partiu para o Castelo de Chinon a residência do rei da época e contou-lhe a revelação que tivera. Claro que não ficou cara á cara com o rei, mas o mensageiro fez o seu trabalho.

A França caia cada vez mais, mas enfim Joana depois de muitas lutas a duras penas, lágrimas e sangue ganhou o comando dos franceses e, com isso, muitas vitórias. Mas seu verdadeiro poder iria ser descoberto, pena que não o aproveitaria,mas o daria como presente a alguém que mudaria a historia do mundo para sempre E sempre no novo mundo era bem, bem longo.

Em trinta de maio de mil quatrocentos e trinta e um o segredo de Joana D’Arc fora revelado a todos que estavam na praça da cidade de Ruão. Ela fora amarrada ,muito ferida, mas ainda viva e sem roupas num pau colocado na praça e uma fogueira fora acendida á seus pés. E conforme o fogo ia consumindo sua carne que já cheirava a carne assada junto ao forte cheiro de sangue, o horror e a repulsa de alguns era revertida em palavras de ordem. Mas seu corpo não pode mais conter o seu segredo.

Uma fumaça negra e espessa começara a sair por seus olhos, nariz e boca. Boca essa que gritava em raiva e desespero, e ir direto para o meio do povo que começou a correr e gritar enquanto aquela fumaça parecia procurar por algo ou alguém específico. Eis que o alvo fora localizado, uma menininha de olhos castanhos escuros arregalados,perdida dos pais no meio daquela multidão enlouquecida.

Ela é a minha escolhida!

Ela que será condenada junto comigo!

Uma coluna densa e negra avolumou-se e como um touro furioso indo em direção á capa do toureiro a fumaça foi ao encontro da menina e com fúria adentrou por seus olhos arregalados, por sua boca aberta e por seu nariz empinado e a jogara ao chão enquanto se apossava de seu corpo.

De sua alma. De sua vida.

Joana consumida pelas chamas dera sua última risada ao se tornar não mais do que um amontoado de cinzas de sua roupa, de sua carne e da madeira e cordas que a prendiam a esse mundo.

A fumaça tornara-se uma força poderosa e arremessou as pessoas que ali haviam parado para ver o corpo da menininha que alguém chamara de Raquel se debater no chão para todos os lados, enquanto uma garoa bem fininha descia e dissipava a fumaça e as chamas do fogo ao ar.

A noite caiu, e, finalmente Raquel despertara, não havia mais ninguém por ali, provavelmente viera sozinha ao ‘evento’ e, agora, a primeira coisa que via era o céu e a lua cheia e nela o reflexo de um sorriso cruel. A partir daqui começa a trajetória daquilo que mudaria o mundo. A trajetória da primeira vampiro.

01. Como nasceu o primeiro vampiro

Raquel olhava para a casa dos pais aflitos e a discutir por causa da rebeldia da filha de fugir para ir ver a cena grotesca de queimarem alguém vivo e em plena praça pública.

De repente a porta fora aberta e ao brilho do luar uma Raquel enlameada e de feições distorcidas adentrou a sala.

–Filha, por onde você andou?-a mãe nem sabia o que fazer: brigar, abraçar ou secar a filha que nada falava ou fazia diante de seu desespero.

–Fale algo menina - exigiu o pai que se levantou do sofá simples e olhou para a filha muda e paralisada.

Os pais se olharam sem entender o que se passava com a filha que estava gelada por fora, mas por dentro sentia um calor infernal e uma sede que não sabia dizer do quê, mas que também lhe queimava.

Raquel dera ás costas para os pais ao rumar para o quarto perdida da vida que já nem sentia fluir em suas veias que ardiam.. Sua pobre mãe estava á beira das lágrimas ,e isso afirmava, pois podia ouvir nitidamente o inchar de seus olhos para formarem as lágrimas. De seu pai sentia o inflar das veias cheias de sangue a correr veloz por seu corpo.

Raquel nunca fora de sentir ou mesmo demonstrar medo, mas o que estava sentindo lhe dava arrepios pelo corpo que tremia de frio e calor, fora tudo o quê sentia em seu corpo de diferente.

Praticamente se arrastando entrara em seu quarto e jogou-se de braços abertos sobre a cama .Todos os seus ossos pareciam se quebrar pedaço por pedaço,como se houvesse lecado uma surra de chutes, seu corpo ardia em fogo por dentro, mas por fora o gelo que percorria sua pele era congelante .Seus olhos lacrimejavam num ardor sem explicação como ter pimenta dentro destes.

Deus, o que esta acontecendo comigo?

A garganta de Raquel virou brasas vivas como se o fogo dentro de seu corpo quisesse sair; sua respiração fiou presa e começou a lhe sufocar. Sua vontade era gritar por socorro mais as palavras não saiam ,e no instinto levou as mãos ao pescoço e começou a esfrega-lo como se o ato fosse libertar sua respiração.

O pânico invadiu Raquel que no desespero por ar jogou - se no chão e começou a rolar, a sensação que tinha é que seu corpo estava envolto num lençol de chamas que a abraçavam e quisessem devorá-la viva.

Lágrimas rolaram por seu rosto e sua boca aberta queria gritar - eu estou morrendo!- mas palavras não saiam, como se uma mão invísivel lhe apertasse com vigor sua garganta deixando-a muda.

Preciso de ar - esse era seu pensamento e num tentativa louca de consegui-lo ,levantou-se trôpega do chão e seus olhos foram atraídos para a janela á sua frente.

Raquel estendeu sua mão para frente como se fosse agarrar a brisa que vinha pela janela aberta, chamou o ar, mas somente um chiado rouco saiu de seus lábios de repente secos e rachados. Se fosse outra pessoa já estaria morta, sufocada por sua própria respiração, mas Raquel continuava viva apesar das circunstâncias.

Exausta e cambaleante, Raquel tomou o rumo da janela e com a mão estendida fora derrubando alguns objetos pelo caminho, mas continuou rumo a janela, como não sabia, mas ia a janela no limite de suas forças.

Da cozinha e da sala respectivamente seus pais ouviram os barulhos estranhos de algo a cair e ,sem pensar, correram para o quarto da filha se entreolhando, pelo caminho, apavorados do que poderia se aquilo, e ao abrir a porta...

Raquel estava parada no peitoril da janela com o vento a balançar raivosamente seus longos cabelos negros.

–Raquel?

A mãe lhe chamou com certo tremor não só na voz, mas também nas mãos, que até queriam tocar a filha, mas tinham receio.

–Raquel ,filha, ao menos olhe para nós-pediu o pai. Então, lentamente Raquel virou-se mas quisera seus pais que ela não o tivesse feito. Pois sua expressão estava distorcida, seus olhos estavam tomados por uma fumaça negra e ate seus cabelos pareciam serpentes a dançarem sob sua cabeça, e o que ela disse fez sua mãe agarrar-se ao marido.

–Esqueçam sua filha, pois eu sou o que sobrou delaentão abriu os braços e, de costas, jogou-se pela janela om um sorriso nos lábios.

–Não!!!

O que já era de se esperar, aconteceu. Raquel estava morta. Ao menos foi o que aconteceu com o seu corpo, pois sua alma estava prestes a nascer e condenar não só o vilarejo, mas o mundo. Pobres pais choravam em desconsolo com os corações partidos pelo ocorrido com a filha que fora chamado de ato de loucura. Nem fazem ideia...

A maldição esta por começar e ,infelizmente nem Deus pode recuperar um alma que já caiu na perdição. Raquel não estava entendendo nada do que estava a acontecer consigo nem agora e nem antes de morrer. Sim sabia que morrera, mas...