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SLE Vampiro A Ascensão

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Alexa Valentina
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Notas

Resumo

Soraia era só uma garota comum até se ver alvo da disputa de amor entre um lobisomem e um vampiro - mas foi no mundo de paixão e crueldade do vampiro que ela se afundou - e Julio Cesar só a quer para um propósito: trazer sua amada dos mortos e descobrir o que de tão valioso há escondido no sangue de Soraia. Mas Augusto o Alfa da poderosa matilha de lobisomens de Lacrimal city sabe que Soraia é o seu amor predestinado e, com a ajuda de sua mãe uma poderosa cigana, ele está disposto a tudo para protegê-la. Miranda foi trazida dos mortos por meio de um pacto para um único fim - proteger Soraia das mãos de Julio Cesar, o vampiro que a matou num passado longínquo regado de assassinatos, sexo e morte. Amy é a melhor amiga de Soraia até ser mordida por um vampiro, mas não foi a mordida que a transformou e sim o fogo que passou a consumir suas veias, despertando um poder sobrenatural. Segredos estão sendo mantidos a força no leito de uma família que está se vendo cada vez mais sem saída para esconder o passado da filha. Mortes e ataques violentos de seres até pouco tempo ouvidos só em folclores estão se tornando cada vez mais frequentes em Lacrimal city e isso está pondo o ceticismo do Delegado Sergio a prova e Malvina, sua Investigadora está com a corda no pescoço cada vez mais apertada devido ao segredo que esconde.

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01. Contagem regressiva

E disse-me mais: Está cumprido.

Eu sou o Alfa e o Ômega. O Princípio e o Fim.A quem quer que tiver sede, de graça, lhe darei da fonte da água da vida.

Apocalipse 21;6

Prólogo

02. Contagem regressiva

03. O premeditado de sangue

04. O amanhã não espera pelos inimigos

05. De volta ao passado

06. Os primeiros passos da polícia

07. O destino os revela

08. Os rastros do demônio

09. Medidas desesperadas

10. Tormentos de amor e ódio

11. O manipulador e o protetor

12. Reviravoltas do destino

13. O confronto

14. Apresentada a morte e ao prazer

15. Á quilômetros da primeira batalha

16. Sob pressão

17. Turbilhão de emoções

18. A verdadeira face do demônio

19. Lágrimas

20. Amor, eterno amor

21. Ataque e contra-ataque

22. A vida que segure...a vingança que se planeja

23. A vingança pelo amor

24. O chamado de seu mestre

25. Ruína da dor

26. A batalha entre o anjo e o demônio

27. Caminhos da dor

28. Que as trevas comecem

29. Os destinos se cruzam e a última pétala cai

30. O ultimato dos vampiros

31. Amanhecer da esperança

32. A cartada final

33. O silêncio das almas perdidas

34. Por amor

35. A ira de seus escravos

36. Sob novos olhos

37. Primícias

38. O caminho da Guardiã

39. O Punhal da morte

40. O último olhar

Prólogo

Ao longo dos anos o mundo mudou muito, e junto com ele as pessoas: e o que era apenas mito tornou-se mais real mortal do que nunca. Os mitos sobre ‘sugadores’ tornaram-se conhecidos em todo o lugar, só que estes agora são VAMPIROS. E estão ansiosos por seu SANGUE.

Marcus está caindo num funil de borrões, o vento e alguns respingos de água açoitam seu rosto até suas costas se chocarem nas pedras num baque surdo, e seu último olhar nesse mundo é a lua.

Chile 2075

Em algum cume nevado

Cordilheira dos Andes.

De supetão, Marcus abre os olhos e se depara com o que já se tornara habitual ao longo do tempo, as belas montanhas brancas de neve ao topo do céu. Durante a luta entre ele e Julio Cesar. Quando, enfim, abrira seus olhos, em todos os sentidos, decidiu abandonar sua ‘família’ e voar para bem longe dali e de Londres. Ali ao abrigo das montanhas o mais distante possível do sol

conseguira sobreviver ao longo dos anos, obrigando-se a se alimentar do sangue de animais e não matar mais. Afinal a última coisa que queria era ser perseguido novamente. Mas nesse exato momento, há alguém á sua procura, ele sente isso, seu sangue lhe diz isso. Desde que abandonara seu castelo em Londres junto com o seu bando

Julio Cesar dividiu alguns grupos e ordenou procurem por outros de nós- e os mandou dentre estes locais Austrália, Rússia, Mongólia, China, Egito, Alasca, Brasil e por aí foi. Julio Cesar e Lais uma garota pequena de cabelos longos e cacheados e claros e olhos escuros (aquela que o espírito de Raquel possuíra , fato que ninguém além dela, sabia e Thiago um garoto de expressões severas em contraste um pouco assustador com seus músculos bem definidos e de olhos e cabelos escuros junto de Brenda saíram em busca de Marcus, pois um dos seus dissera que havia um vampiro recluso nos cumes das montanhas dos Andes chilenos.

Dias e noites se arrastaram e, agora, graças a Brenda e algo magnífico que ela descobrira, os vampiros podem sair ao sol. Quase sem querer, descobrira que uma partícula bruta de ouro colocada por debaixo da pele de um vampiro absorve os raios solares para si. Infelizmente o ouro é específico e só existe em um único lugar no mundo, e para piorar este lugar é o único lugar que um vampiro não pode entrar. Em uma Cachoeira Santa (onde as águas foram batizadas) e fica na cidade de Lacrimal city em Cardelhas.

E ai você deve se perguntar: Se a água é santa como os vampiros pegaram o ouro?

Graças ao poder de hipnose de Brenda ela mandou um biólogo entrar na cachoeira e pegar o máximo e ouro que conseguisse, e graças a isso os vampiros se tornaram andarilhos do dia também. De repente um barulho diferente os habituais aos ouvidos supersensíveis de Marcus o fez ficar em total alerta, afinal não é para sempre que conseguisse esconder o seu verdadeiro eu, não é

mesmo?

Num rompante de leve pousar, muitos pés femininos e masculinos se materializaram a sua frente na entrada da caverna onde Marcus ergueu sua cabeça e seus olhos se arregalaram ao ver dois rostos conhecidos.

–Vocês? Como é possível?

Na entrada da caverna com os raios de sol ás costas estavam Julio Cesar e Brenda.

–Você fugiu para bem longe de nós, não é mesmo, Marcus?-indagou Julio Cesar ao adentrar um pouco mais á caverna- é estranho- fez uma careta ao dar uma espiada ao redor- que tenha sobrevivido. Marcus trincou os dentes- o que querem aqui?

‘Julio Cesar perdendo seu tempo me procurando, não deve de querer algo de bom’-pensou ao passar os olhos pelo grupo nada amigável que o acompanhava.

Julio Cesar sorriu diante da rápida analise de Marcus ao seu bando.

–Eu preciso de sua ajuda-declarou.

–Está louco se pensa que vou te ajudar com algodisparou e viu que Julio Cesar transformou-se e voltou á forma humana num piscar de olhos. Isso é que é controle sobre suas emoções.

–Eu posso te dar o poder que você quer-Marcus franziu o cenho- caso não tenha notado, chegamos aqui com o sol nos acompanhando.

Agora eu mando no sol- afirmou cheio de si como se pudesse dizer ‘sol desapareça’ e este fosse sumir. Marcus ficou tentado pois já nem se lembrava da última vez que vira o sol, afinal este

jamais poderia aquecer sua pele novamente ,mas só em olha-lo já lhe causaria um pouco de alegria e paz. E sorriu.

–Vejo que gostou a ideia.

O sorriso sumiu do rosto de Marcus- eu não irei ajudá-lo em mais nenhuma matança.

–Ou você me ajuda ou te mato- afirmou e seu bando já se mostrou disposto em garras e presas para estraçalha-lo ali e agora.

Marcus podia jurar que nos olhos de Brenda esta lhe implorava para aceitar ajudar Julio Cesar, e foi por ela e sua súplica silenciosa que dissera-está bem, eu te ajudo. Julio Cesar sorriu- ótima decisão.

Lacrimal city, Cardelhas 2075

Muitos anos depois de Londres

O dia nasceu lindo e o único objeto a brilhar na piscina azul celeste acima de todos era o sol.

O mundo evoluiu e, com ele os vampiros tanto na forma física quanto espiritual. Julio Cesar ,por exemplo, cortara os longos cabelos e os ‘espetara’ para cima dando um charme despojado junto a jaqueta de couro que ocupara o lugar do longo sobretudo. Marcus por outro lado deixara os cabelos crescerem com leves ondulações á altura dos ombros, mas também deixara os longos

casacos por blusas e jaquetas com um pouco mais de cor já que vampiros são adeptos de cores fúnebres. Claro que nem todos resolveram mudar tanto assim, em especial os vampiros que ainda permaneciam no clã de Julio Cesar.

No momento o pequeno grupo vinha por um túnel formado por árvores altas e com muitas folhas; ok que o sol já não mais os afeta tanto, mas isso não significa que eles o adorem.

Abruptamente Julio Cesar estacou.

– Julio Cesar o que foi?-perguntou-lhe Brenda ao seguir seu olhar e ficar boquiaberta como ele ao ver o que não seria possível.

–Não é possível-murmurou com o coração em disparada como há muito tempo não ocorria.

Todos estavam boquiabertos, felizes, espantados e até mesmo raivosos.

–Aquela não pode ser Miranda- enraivou-se Lais - eu mesma matei a vadia. Eu a vi virar cinzas pelo ar - acrescentou a última parte em pensamento claro já que o segredo seu valia ouro.

Logo mais á frente vindo em suas direções vinha aquela que todos pensavam ser o reencontro do passado encarnado no futuro.

Uma linda garota de longos e lisos cabelos negros com mechas azuis escuras e olhos tão negros quanto a noite aproximava-se da direção dos estranhos que ela percebera pararem do nada e lhe encararem com emoções diversas em seus olhos. Nas mãos da garota trazia dois cadernos colegiais e um estojo, indício de que estava á caminho do colégio.

O encontro estava próximo, mas Julio Cesar não podia e nem queria esperar e adiantou-se em direção a ‘sua’ Miranda e agarrou firme o braço da garota que arregalou os olhos e estremeceu.

–Miranda, meu amor- e pela primeira vez, em muito tempo, este sorrira.

– Desculpe-com gentileza, mas tremor puxou seu braço do aperto exagerado do estranho- mas meu nome e Soraia-e tratou de sair da presença daquele grupo que lhe causava arrepios.

–Ela é a Miranda-afirmou ao ter seu sorriso de amor trocado pelo de ressentimento diante da recusa e mentira de Soraia.

–Não ouviu ela dizer que se chama Soraia?!

Lais trazia fúria e medo em suas palavras, afinal se Julio Cesar descobrisse o que ela fizera muito sangue iria ser derramado mais uma vez, literalmente-Ela esta mentindo!

-E por que ela o faria?

Brenda olhava com atenção para a garota e via que além dela não estar mentindo havia mais diferenças do que semelhanças entre ela e Miranda, mas sabia que o amor tem o poder de cegar. Mesmo um alguém como Julio Cesar.

–Eu não sei, mas irei descobrir-jurou ao dar de ombros ,mas seus pensamentos estavam naquela garota que era o seu amor e ele não descansaria até tê-la para si mais uma vez, nem que para isso fosse preciso fazer o que fez em Londres.

Marcus era o único ali que poderia alertar aquela garota dos perigos que Julio Cesar trazia consigo, mas como fazer isso sem Julio Cesar saber?

–Soraia, o que foi?- preguntou Amy uma garota pequenina de cabelos ruivos com mechas brancas nas pontas ao meio de suas costas e, a melhor amiga de Soraia desde criança, olhando com seus brilhantes olhos verdes escuros de preocupação ao ver que a amiga não parava de olhar para aquele sujeito que a encarava fixamente.

–Aquele cara me abordou me chamando de Miranda e de meu amor de um jeito muito estranho.

–Ele te confundiu com outra- sorriu Amy mas ao pegar as mãos da amiga percebeu que esta as tinha trêmulas e gélidas.

Soraia deu uma olhadela de rabo de olho e sentiu um alívio ao ver que aquele grupo assustador havia sumido. Pelo menos assim esperava.

–Acho melhor entrarmos-falou Amy ao sentir um arrepio na nuca como se olhos a observassem, mas ao dar um giro de olhos ao redor nada vira.

‘Puxa tô ficando paranoica’

Olhos espreitaram por detrás de uma árvore, seu alvo era linda demais para não olhar naquela calça branca, blusa azul escura com tiras lhe abraçando o corpo e aqueles olhos verdes escuros que pareciam dois diamantes ao sol.

Um enorme prédio de três andares entrou em destaque e o letreiro negro DIVISION ACADEMY entrou em contraste com a cor clara do prédio, e a escadaria estava lotada de estudantes se dirigindo as portas duplas abertas a estes.O que Julio Cesar e seu grupinho nem sequer imaginavam e que por detrás de um beco no canto de uma bela casa um par de olhos verdes claros

com algumas mechas negras lhe escapando por sobre estes os espreitavam ora franzindo o cenho ora admirando.

Mas quem era? O que queria?

O primeiro andar do colégio era ocupado pelas salas de aulas onde vários alunos entravam e saiam destas. O segundo piso era o refeitório, a biblioteca ,a videoteca. E no terceiro um salão para aulas de dança. Tudo pintado com cores claras ,em compensação, os móveis e objetos eram de madeira escura num contraste forte om as cortinas brancas. O campus do colégio era bem extenso com árvores e bancos de madeira espalhados ali e aqui, e uma faixa de cascalho levando a quadra de basquete e futebol.

No momento alguns alunos estavam espalhados por ali a falar sobre o baile á fantasia cinemática ,ou seja, fantasias de personagens do cinema que aconteceria no sábado em prol do hospital que fora saqueado.

–Eu tenho que ficar perto daquela garota-dissera Julio Cesar ao sentar-se em uma carteira fundo da sala apontando com a cabeça e olhos fixos em Soraia á Brenda que nem acreditava que depois de milênios apesar de sua aparência jovem estava de volta a uma sala de aula.

–Mas ela não é a Miranda.

–Pode até não ser na alma mas no corpo érebateu e então Soraia lhe encarou direto nos olhos e viu que ela tinha o potencial para ser a sua Miranda de corpo e alma. Antes que Brenda viesse a falar algo Marcus sentou-se na carteira da frente e disse: isso é obsessão Julio Cesar.

Julio Cesar rosnou um –eu vou trazer Miranda de volta para mim- e levantouse rapidamente o que fez muitos olhos se voltarem para si, mas este não se importou afinal estava indo para a sua amada.

Do outro da sala Lais escutava tudo claramente e trincava os dentes com os olhos estreitos a encarar a tal Soraia que sorria para a outra á seu lado, enquanto Julio Cesar estava na carteira detrás atento a tudo o que ela fazia.

‘Ele ainda não esqueceu aquela desgraçada. E mesmo depois de morta ela ainda empata a minha vida’.

01. Contagem regressiva

Enfim chegou o tão aguardado sábado. E do início da semana até aqui Julio Cesar não fizera outra coisa senão seguir os passos de Soraia.

O desconhecido dos olhos verdes também. Soraia aproveitou o sábado de sol para dar uma caminhada pelo bairro como tantas outras pessoas, mas ela sentia que alguém a seguia , mas o que lhe fazia suspirar de raiva era que não via ninguém lhe seguindo.

De repente um sussurro chegou pelo vento á seus ouvidos-Soraia tome cuidado com a bruxa- e os pelinhos de seus braços se levantaram, por instinto, os esfregou ao dar uma boa olhada á seu redor e mais uma vez nada vira.

Julio Cesar obrigou-se a se transformar em morcego e sair dali pois não queria arriscar um confronto com aquela raça desgraçada na frente de testemunhas.

O sussurro de vento continuo seu alerta pois a voz sabia que um sussurro de vento nem mesmo um vampiro com audição apuradíssima conseguiria ouvir. Seu problema é que Soraia estava com medo e recuava para longe dali o que era bom já que sentia a presença de Julio Cesar a rondando constantemente, mas no medo não o entenderia, mas não desistiria de sua missão:

PROTEGÊ-LA.

Na casa dos vampiros Brenda e Marcus encontravam-se sentados m sofás de couro negro com mesas de ferro branco ao centro com um único vaso de vidro com um bem opulento arranjo de rosas vermelhas á conversarem enquanto estavam sozinhos.

–E então Marcus, vai me contar como você foi parar no Chile?

Marcus sorriu todo charmoso e sem graça.

–Eu senti a morte me abraçar, Brenda, mas de alguma forma ela me rejeitou- de repente seu sorriso sumiu e uma nuvem negra passou por seu rosto ao concluir- então eu aproveitei para me ver bem longe de Raquel Brenda então levantou-se de

sua poltrona e dirigiu-se até Marcus que lhe sorriu com carinho ao ter suas mãos envolvidas pelas dela quando disse- não precisa se preocupar mais com ela, porque Julio Cesar também quis se livrar dela.

–Obrigado- ele dissera e foi ai que Brenda ousou falar aquilo que vinha lhe queimando por dentro desde o momento em que fora

procurar as cinzas de Marcus no penhasco e nada encontrara.

–Eu tive medo do que poderia te acontecido com você.

Marcus então fez a única coisa que o momento exigia e como um filho abraça a mãe ele abraçou Brenda.

A noite chegou estrelada com uma magnífica lua nova despontando-se para o leito do céu.

O salão do colégio estava abarrotado de gente tanto do lado de dentro quanto fora. Luzes coloridas com várias formas dançavam pelo chão de mármore negro; mesas estavam espalhadas encostadas nas paredes com comidas e bebidas variadas; cortinas de musselina branca repartiam o ambiente como em uma tenda árabe no deserto; e enormes caixas de som espalhavam a musica por

todo o colégio.

Conversas, risadas e fantasias se misturavam, mas uma chamou a atenção dado ao brilho prateado da capa e do macacão e a longa peruca branca .

Distraída Amy estremeceu quando uma voz reverberou atrás de si ao dizer- a tempestade chegou, mas onde estão os raios?

-Caramba!

Soraia riu, mas quando Amy virou-se e viu que a amiga realmente estava vestida de mulher gato seu queixo caiu, pois a fantasia contava com direito ao rabo na calça e as unhas, mas uma coisa faltava e esta aproveitou a deixa-perdeu o chicotinho no

caminho?

-Muito engraçadinha.

Julio Cesar e seu bando saiam de casa pois não viam a hora de se ‘empanturrarem’ com o sangue de graça na festa, pois a meses vinham economizando o estoque em casa para não caçarem mais do que o necessário para não levantarem suspeitas.Suas fantasias não fugiam muito da realidade deles já que Julio Cesar estava vestido de Drácula- aquele do livro do escritor Bram Stocker que conta o que seus antepassados fizeram, embora muita coisa não fora contado.

Brenda também optou por não fugir á sua realidade ao vestir-se de bruxa a diferença ficou para o chapéu pontudo.

Lais foi para o traje de vampira bem sexy tipo a Alira do filme Van Helsing já que seu vestido mais revelava do que escondia seu corpo devido a transparência do tecido que escolhera . A meu ver o único que não gostava da ‘vida’ que tinha era Marcus que foi bem simples ao escolher um traje de soldado do exército.

Lá pelo meio do caminho uma surpresa bem interessante acontecera afinal encontrar velhos conhecidos a muito não vistos sempre é uma surpresa, certo?

-Ora, ora senão são os novos moradores de Lacrimal city-disse uma voz aristocrática vindo de um sujeito vestido de exterminador do futuro com a diferença dos cabelos loiros claros espetados para cima e os olhos no mesmo tom.

Julio Cesar estreito seu olhar negro ao exigir com um aceno de cabeça- quem são vocês?

O estranho sorriu ao apresentar-se como Lucas e acenou ao rapaz a seu lado vestido de capitão Jack Sparrow com exceção de seus olhos azuis como sendo seu irmão Lucian.

–Me chamo Julio Cesar- e fora só o que dissera no seu tom mais seco.

Os irmãos se entreolharam no típico olhar de cima abaixo aos estranhos.

–Estão indo para o baile?

Uma pergunta ordinariamente desnecessária já que todos estavam fantasiados, mas para não deixar o ‘climão’ de uma conversa ruim iniciar

Lucas se manifestou.

–Sabem que é em prol do hospital que tivera seu estoque de sangue saqueado- e olhou sugestivo para Julio Cesar e seu grupo- e uma ou outra coisa quebrada.

–Não me diga- ironizou este- e já descobriram quem foi?

–Não, e o mais interessante é que as câmeras de segurança nada gravaram.

Estranho, não é mesmo?

Julio Cesar assentiu, e conforme a conversa ia estes iam se dirigindo para o baile. Bem mais afastados deles um estranho de belos olhos verdes claros estreitos, fantasiado de demolidor os seguia como um leão á espreita da presa. Amy e Soraia junto a muitas outras garotas na maioria dançavam alegremente ao som de uma musica eletrônica remixada.

De repente um grupo de tamanho considerável de pessoas adentrou o salão, mas quem mais lhe atraiu a atenção no momento fora uma mulher que vinha a frente fantasiada de bruxa e então aquela voz em pensamento veio a sua mentetome cuidado com a bruxa- e sua pele arrepiou-se. Mas em seguida seu olhar fora atraído para um estranho que entrara por último e o que sentiu

com aquele olhar verde foi um calor abrasador, mas não demorou muito para outros olhos negros lhe devorarem fazendo seu coração recear e ansiar por algo que ela nem sabia o que era.

Amy percebeu a aflição nos gestos da amiga e até perguntou o que ela tinha mas esta desconversou; Amy bem percebeu que Soraia desviava os olhos a todo momento de um estranho vestido de

Drácula e então o olho feio como se fosse voar em cima dele, mas logo seu olhar fora puxado de encontro a olhos cor de mel e seu ar ficou preso em sua garganta, mas logo desviou os olhos.

Marcus sentiu um aperto em seu coração que a muito já nem o sentia mais bater, e então uma conversa mais antiga que seu tempo voltou a sua mente- Marcus, num futuro próximo você ira deparar-se com um grande amor.

Ela te hipnotizara com um olhar de esmeraldas.

–Esmeraldas- murmurou ao voltar ao momento presente e sorrir ao ver os olhos de esmeraldas se desviando dos seus.

Brenda sentiu a felicidade de Marcus emanar de seu corpo, mas também sentira a fúria de Lais para com a garota de olhos verdes que ele admirava.

Por quê? Lais, Lais o que escondes que eu não consigo descobrir-pensou Brenda com o olhar fixado nela que por sua vez se fixava com raiva a tal menina, e tentava escavar alguma coisa dali.

Ainda não fora dessa vez...ainda.

A noite prosseguiu calma, apesar de tudo. Julio Cesar e o estranho não tiravam os olhos de Soraia que dançava ao lado de Amy que era cercada pelos olhos tanto de Lais quanto de Marcus.

Brenda mantinha a todos em seu campo de visão, mas em especial Lais e o estranho a pedido de Julio Cesar que já pensava em tirá-lo de campo se é que você me entende.

Num dado momento a noite Julio Cesar tomou a decisão de mudanças de táticas, em outras palavras era hora de sair da defesa para o ataque.

–Brenda? – chamou-o a sua fiel aliada que estava recostada a mesa de bebidas com um copo quase vazio em mãos.

Brenda o atendera prontamente com um olhar serviçal, ficando ereta e largando o copo.

–O que deseja, meu senhor? Julio Cesar olhou para a garota que ria ao lado de Soraia- vê aquela garota?- esta assentiu- ordene que me apresente a Soraia- com um aceno de cabeça Brenda rumou as meninas.

O estranho estreitou os olhos e trincou os dentes ao ouvir o pedido de Julio Cesar e o pior é que não podia fazer nada no momento para impedi-lo ou aquela mulher de ir até Soraia. Mas uma coisa este fizera.

- Soraia tome cuidado com a bruxa-sussurrou no ar.

Soraia estremeceu ao ouvir aquela voz lhe rondar o corpo e o espírito.

Ah como queria descobrir a quem pertencia aquela voz intensa.

–Amy- sussurros ecoaram no ar e chegaram aos ouvidos de Amy que bebericava um suco quando sentiu-se hipnotizada por uma voz que a fez virarse sorridente- apresente sua amiga ao Conde Drácula- ela assentiu.

Brenda conseguiu encarar Soraia nos olhos, mas algo a deixara bastante confusa, pois não conseguira chegar a sua alma e isso a irritara. Afinal jamais em todos esses séculos de vida uma alma lhe fora escondida.

Soraia nem percebera que Brenda tentara entrar em sua mente. Ao que parece sua mente criara um escudo para protegê-la de intrusões, e mal sabe ela que num futuro muito próximo isso vai ser um de seus maiores poderes...

–Que tal se eu te apresentasse ao Conde?

Soraia nem havia se dado de conta que Amy lhe falava, pois seus olhos procuravam pelo dono da voz misteriosa mas, infelizmente, nada encontrara.

–O que disse?

Amy bufou e levou Soraia pelo braço como a uma criança teimosa até Julio Cesar que já as esperava ansioso.

–Soraia não vá- sussurrava a tal voz e num instante de lucidez ela nem soube o porquê de sua atitude, mas retirou bruscamente seu braço da mão da amiga com um grito- não!

Amy sacudiu a cabeça confusa não só pelo grito da amiga mas também como se tivesse sido arrancada de um lugar muito escuro de volta para a luz.

–Eu não vou. E você também não vai- decretou Soraia ao inverter as posições e levar Amy consigo para longe dali.

–Brenda o que aconteceu? -rosnou Julio Cesar encarando com raiva a mulher á sua frente que também não entendia o que havia acontecido já que isso jamais havia ocorrido antes.

-Eu não sei. Julio Cesar conseguiu controlar á duras penas seu grito de raiva ao sair pisando duro para longe de Brenda que tinha uma certeza em sua mente FOI SORAIA.

Mas quem disse que Julio Cesar iria desistir?

–Marcus?!- gritou não que fosse necessário para vampiros e lobisomens nem mesmo a música bem alta como estava agora atrapalharia uma conversa em tom baixo, mas a raiva impulsionou seu grito.

Marcus suspirou em desalento, pois algo lhe dizia que fosse o que fosse que Julio Cesar viesse a lhe pedir ele não iria gostar de fazer.

–O que você quer?

–Você já viu a garota ao lado de Soraia?

Como ele não iria ver já que desde que ali entrara seus olhos foram atraídos para ela e, nesse segundo soube que estava apaixonado. E um vampiro quando se apaixona é de verdade e para a eternidade.

Marcus assentiu, mas o que Julio Cesar lhe ordenou o destruiu, foi como enfiar uma estaca em seu coração.

- MATE-A.

–O quê?! Por quê?!

–Porque eu quero- rosnou e dera de ombros sem dar chance de escolhas a Marcus que sentiu lágrimas que a séculos estavam secas em seus olhos arderemnos.

–Soraia quer parar de me puxar assim- ralhou Amy ao largar-se da mão da amiga que olhava para todos os lados como se algo ou alguém fosse pular sobre si.

–Me desculpa.

–Soraia o que tá acontecendo?

–Nem eu sei.

Amy franziu o cenho como se amiga estivesse ficando louca ou tivesse bebido algo além de sucoSoraia fala comigo.

–Eu tenho medo daquele homem.

Essa confissão bastou para Amy abraçar a amiga como a algum tempo não fazia. Sabe aquele abraço de amigas desde o primário foi esse o abraço compartilhado por elas.

O estranho olhou para as duas amigas abraçadas e uma nostalgia lhe atingiu o peito ao lembrar-se de sua mãe e da saudade de seus abraços carinhosos.

Amy seguia por um corredor com muitas portas mas sem ninguém por ali, e entrou em uma porta com uma plaquinha com letras espelhadas que dizia ‘banheiro feminino’.

Amy seguia para frente do enorme espelho que ia do teto ao chão atrás das pias no largo balcão e começou a retocar o batom quando um estrondo na porta a fez dar um pulo.

–Meu Deus!

Amy viu-se cara a cara com o garoto dos olhos de mel lhe encarando e acavou dizendo uma coisa óbvia e estupida, mas antes um silêncio estupido do que um silêncio constrangedor.

–Aqui é o banheiro feminino.

–Eu sei- dissera ao dar alguns passos á frente enquanto Amy dera alguns para trás até ver-se prensada entre o balcão e aquela estrutura sólida de músculos dele.

Marcus não conseguia desviar os olhos daquelas esmeraldas brilhantes á sua frente, mas a gota d‘água que fez sua vontade ir para o espaço fora quando ela passara a ponta da língua nos lábios.

Marcus avançou á frente e Amy engoliu em seco com os olhos arregalados quando este lhe enlaçou a cintura num aperto que a levou á seu peito com as mãos espalmadas junto a uma pergunta vacilante:

–O que você pretende fazer?

–Te beijar- dissera e mergulhou seus lábios naquela boca que já considerava deliciosa e só aumentou sua vontade na dança das línguas.

Uma paixão fervorosa gritava entre aqueles dois ali no banheiro e, mesmo que Amy tivesse ficado assustada no princípio agora havia se rendido ao beijo daquele cara que ela nem sabia de onde haviam vindo mas com certeza sabia como beijar.

Ah se sabia.

Lais que havia seguido Marcus até a porta do banheiro rangia os dentes ao ver o que aqueles desgraçados faziam ali.

–Malditos- sussurrou entre dentes com uma fúria a lhe incendiar por dentro. E como o tempo é o amigo dos vampiros raios e trovões se chocaram no céu, e tamanha era a intensidade destes que não só apavoraram muitas pessoas como também causou a destruição de alguns postes de energia o que acabou em um apagão na cidade. Quando a luz acabou no salão a euforia tomou conta de muitos, afinal na escuridão tudo fica mais excitante. Mas um gerador logo fez seu serviço religando a tudo inclusivo a musica que estava num rock remixado nas batidas de um funk. E nesse tempo sem luz, que apesar de curto, muitas coisas aconteceram...

Amy se viu sozinha no banheiro com o gosto do beijo do garoto que num piscar de olhos a abraçava e no outro sumira, mas quando se virou para ajeitar os cabelos emaranhados no espelho, escrito com o seu batom dizia:

TOME CUIDADO COM OS ESTRANHOS.

MARCUS.

Então esse é o seu nome soldado?- sussurrou sorrindo como uma tola. Ela ainda não havia se dado de conta do perigo que pairava sobre ela e toda a cidade. Ainda.

Um morcego saíra por uma das muitas janelas do salão e para o céu atormentado se fora. Já Julio Cesar aproveitara bem o apagão pois quando o brilho dos raios iluminaram o salão este já se encontrava atrás de Soraia, inspirando o cheiro sensualmente almiscarado de seu sangue, que no segundo que a luz voltou levou um baita susto ao deparar-se com aquele cara lhe encarando

com um sorriso misterioso nos lábios.

–Desculpe-me, eu não queria te assustar.

Ela suspirou um- tudo bem.

–Eu me chamo Julio Cesar- apresentou-se sempre encarando os belos olhos negros de Soraia que tremia por dentro e seu tremor piorou quando algo mais estranho aconteceu.

O estranho dos olhos verdes surgira do nada ás suas costas e a puxou, de leve, para trás de seu corpo que a cobriu dos olhos de Julio Cesar que rosnou, dizendo- fique longe ela. Soraia não podia negar que o medo que sentia do ’Drácula’ definitivamente não se estendia aquele estranho, pois quando este tocou sua pele um arrepio de prazer e sensação de segurança lhe inundaram

tanto por dentro quanto por fora. Sem contar que seu ego feminino adorou ser o alvo da atenção desses dois gatos.

Brenda que estava um pouco mais afastada deles captou no ar as ondas vocais do som da voz daquele estranho e imediatamente tratou de agir enviando outras ondas só que psíquicas a Soraia, digamos que esta ficou surda a eles e acabou desmaiando só vendo o estranho virar-se e mover seus lábios.