01- Sequestrada
Salvatore narrando
Foi realmente incrível que uma garota tenha chamado minha atenção tanto quanto ela.
Fiquei excitado porque nunca me senti atraído por nenhuma mulher, mas ela era diferente. Elira parecia tão diferente das outras, pelo jeito que andava, pelos olhinhos fofos, pelo jeito que usava o cabelo, pelas expressões no rosto dela.
Já havia parado muitas vezes para encará-la sem nenhum cuidado.
Eu estava louco por ela há algumas semanas. Ela parecia tão livre e despreocupada, sempre preocupada com seus próprios negócios e andando pelos corredores sem olhar em volta com fones de ouvido. Era como se ela não se importasse com ninguém além dela e foi isso que me deixou louco para conhecê-la, para tê-la.
Ela foi a única que não olhou para mim nem me prestou atenção. Todas as meninas daquela escola estão morrendo de vontade de ter apenas um de seus desenhos para lisonjeá-las, para que eu veja apenas uma de suas obras de arte, mas Elira não se importava nem um pouco comigo, tanto que rejeitou meu convite.
Elira foi a primeira e última mulher a me rejeitar.
Você sabia por quê? Porque ninguém me disse não. Eu a queria, só ela, e se ela não quisesse da maneira mais fácil, então eu a teria da maneira mais difícil.
– Ajuda! Alguém me ajuda! Por favor! Elira gritava desesperadamente enquanto a amarrava na minha cama.
Sim, eu já a tinha comigo.
Há poucos minutos ela acordou, meus homens a sequestraram e botaram para dormir.
Ela parecia muito terna enquanto dormia, todas as suas feições relaxadas e sua respiração calma. Mas essa tranquilidade foi interrompida quando ele acordou e percebeu que estava vendada e com as mãos amarradas na cabeceira da minha cama.
— Você não vai ganhar nada gritando assim, pelo contrário, você só vai machucar sua garganta, eu disse a ela, observando-a ficar em silêncio. Eu sei que não nos conhecemos e que você diz que não gosta de mim, sei que tudo isso é muito difícil para você porque leva uma vida tão desordenada que é provável que minha ordem a incomode. Mas não precisamos ter pressa, tempo é o que mais temos.
— Porque eu? Deixe-me ir, eu imploro!
— Eu já te disse, você foi a única que nunca olhou para mim, aquela que não se importou com a minha presença, aquela que não prestou atenção em mim, aquela que me negou uma saída. Você foi a culpada que me fez me apaixonar por você, sou fascinado por tudo que me resiste, e como isso nunca tinha acontecido comigo antes com nenhuma mulher, só você, você tem que lidar com o que está por vir. - falei com dela.
— Você tem que entender que as mulheres não devem se render a você! Pelo menos não eu! Entende isso! Eu nunca vou fazer isso! Você é o tipo de homem que pensa que pode ter direito sobre mulheres e não é assim! E comigo você não tem nenhum! Eu tenho uma vida! Eu escolho com quem namorar e quem não namorar! Sou livre para escolher quem pode entrar em mim e de quem posso gostar! E você não é esse cara!
Ela gritou comigo bem alto.
Ela tinha coragem.
— Eu não me importo com o que você diz!
— Elira, eu não vou deixar você ir, agora você é minha! Você foi sequestrada e eu não dou a mínima se você não gosta de mim. Juro que vou fazer você se apaixonar por mim, não importa quanto tempo leve. Você nunca sairá daqui! De agora em diante seu destino e sua vida estão em minhas mãos, entendeu?
Gritei furiosamente com ela depois que ela me deixou com raiva. Até esqueci de desamarra-lá.
Ela olhou para mim em estado de choque com a boca aberta, encolhendo-se. Aqueles olhos divinos responsáveis por tudo isso pareciam cachoeiras, mas sem me segurar nem mais um segundo, saí, deixando-a sozinha.
Agora me apresento, meu nome é Salvatore Lombardo. Tenho 27 anos e sou mafioso. Dedico-me aos negócios ilícitos que meu pai me deixou após sua morte, mas para confundir a todos, sou investidor e tenho alguns negócios em meu nome. Não sou de amar, sempre tive a opção de escolher, porém, ninguém nunca me rejeitou como Elira.
Bem naquela escola de arte onde investi como instituição de caridade, percebi uma garota tão diferente de todas as outras. Eu a observei fazer o que quisesse. Ela parecia tão própria, tão livre, tão segura de si, que meus olhos continuavam a vê-la toda vez que frequentava aquele instituto.
Eu queria fazer a coisa certa, eu queria convidá-la para sair e fazê-la se apaixonar do jeito mais fácil, mas não foi possível, então tive que aplicar minha lei.
Tudo que eu quero, eu consigo, se não por bons meios, então por maus meios. Mas eu tenho isso.
Não importava para mim que ela fosse forte, que tivesse uma atitude e acreditasse que era livre e independente. Eu faria dela minha, iria lidar com a atitude dela e se não, iria ensiná-la a respeitar. Chega de toda aquela borboleta voando, é hora de você entrar na jarra.
Chegou a hora de alguém endireitar suas rédeas e te ensinar que esse homem é seu dono.
