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Capítulo 3

O corpo de Olivia Grace enfraquecia a cada passo. Suor frio escorria pelas têmporas enquanto ela caminhava apressadamente, de cabeça baixa, em direção ao banheiro do shopping de luxo. Uma das mãos cobria a boca, tentando conter o impulso de vomitar.

Assim que entrou na cabine, caiu de joelhos em frente ao vaso sanitário e vomitou violentamente. Seu estômago se esvaziava sem piedade — pela terceira vez naquele dia, talvez mais. Seu corpo inteiro tremia.

— O que está acontecendo comigo? — sussurrou entre respirações curtas. — Eu nem estava me sentindo mal antes...

Com as mãos trêmulas, lavou o rosto com água fria na pia. O espelho refletia um rosto pálido, olhos cansados. A maquiagem já havia desaparecido quase por completo, fazendo-a parecer ainda mais exausta do que se sentia.

O estômago continuava revirando, mas agora não era apenas físico. Sua mente estava em caos. Tudo da noite anterior voltava em loop — a festa de aniversário que não era para ela, o olhar de culpa nos olhos de Hunter, e Ethan, o homem do passado que havia reaparecido do nada. Tudo parecia um pesadelo que se recusava a terminar.

Com passos fracos, Olivia deixou o banheiro e chamou um táxi. Seu destino era claro — um hotel nas proximidades. Ela não podia voltar para casa. Não para a casa onde seu marido a humilhara. Ela precisava de espaço. Precisava pensar.

No hotel, dirigiu-se diretamente à recepção e reservou um quarto. Não foram necessárias muitas palavras — seu rosto dizia tudo. Assim que entrou no quarto, fez um pedido de entrega expressa: um teste de gravidez. Algo dentro dela — talvez um instinto feminino — dizia que aquele enjoo não era apenas estresse.

Sentou-se na beira da cama, segurando o estômago com delicadeza, que ainda parecia estranho.

— Por favor, Deus... não dificulte ainda mais — sussurrou.

Não demorou. O teste chegou. Com as mãos trêmulas, Olivia levou a caixa até o banheiro. Cada segundo parecia uma eternidade enquanto esperava, sentada no chão frio de azulejo.

Duas linhas.

Claras. Marcadas.

Duas linhas vermelhas que abalaram o mundo de Olivia até o núcleo.

Seus lábios se entreabriram. A mão voou para cobrir a boca, abafando um soluço. Lágrimas desceram livremente por suas bochechas.

— Não pode ser... — sussurrou. — Eu estou grávida...?

Os soluços explodiram — não de alegria, mas de devastação.

Três anos de casamento com Hunter Jackson. Três anos de dor e traições. E agora, quando o casamento estava em ruínas, quando ela mal conseguia olhar para ele — Deus colocava um bebê dentro dela.

— Por que agora...? — Olivia abraçou os próprios joelhos. — Por que não quando ainda nos amávamos...?

As lágrimas continuavam caindo. Ela se sentia completamente despedaçada. Como poderia criar uma criança em meio a um casamento destruído? Ainda mais quando o pai da criança... estava por aí, com outra mulher.

---

Enquanto isso, em outro quarto de hotel, Hunter Jackson deu uma risada enquanto se recostava na cabeceira da cama. Ao seu lado, Sophia Joy se espreguiçava languidamente sob um lençol fino.

— Você é incrível, Hunter... — murmurou Sophia, traçando o peito dele com os dedos.

Hunter sorriu com preguiça.

— Eu precisava de uma distração. A Olivia tem me deixado louco.

Sophia encostou a cabeça no peito dele.

— Ela deve ter ficado destruída ao te ver comigo ontem à noite. Mas ela mereceu, não foi?

— Ela me deixou por Ethan. Na frente de todo mundo! — Hunter cerrava os punhos. — Escolheu ele e ainda teve a ousadia de falar em divórcio.

Sophia levantou o rosto, o olhar afiado.

— Você está mesmo pronto para deixá-la ir? Se ela estiver grávida, essa criança pode ser o herdeiro da sua família.

Hunter bufou.

— Olivia não está grávida. Estamos casados há três anos e ela nunca engravidou. Provavelmente é estéril.

Sophia sorriu de canto.

— Mas... e se você estiver errado?

Hunter ficou em silêncio.

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De volta ao hotel, Olivia estava sentada na varanda, olhando para as luzes da cidade. O teste de gravidez ainda em sua mão. Seus sentimentos eram uma tempestade — medo, confusão, coração partido.

— Eu não posso contar ao Hunter... — sussurrou.

Ela sabia que, se Jackson descobrisse, ele usaria o bebê. Ou pior — a prenderia no casamento do qual ela queria desesperadamente fugir.

Mas também sabia que esconder por muito tempo só complicaria ainda mais as coisas. Especialmente agora que a mídia fervilhava com rumores sobre ela e Ethan após o escândalo da festa. A notícia corre rápido, e o mundo de Hunter girava em torno de reputação.

De repente, seu celular vibrou. Uma mensagem de um número desconhecido.

“Eu sei o seu segredo. Nem pense em esconder essa gravidez do Hunter, ou eu vou divulgar para toda a imprensa.”

Olivia deu um salto. Seu coração disparou. As mãos tremiam enquanto digitava de volta:

“Quem é você?”

Nenhuma resposta.

“Isso não pode estar acontecendo... quem sabe que estou grávida?”, pensou em pânico.

Ela havia comprado o teste há poucas horas. Ninguém mais sabia. A não ser que... o entregador?

Em desespero, Olivia ligou para Ethan.

— Olivia? — a voz dele soou preocupada.

— Eu... eu preciso da sua ajuda — disparou. — Estou grávida, Ethan. E alguém sabe.

Silêncio.

— Onde você está? — Ethan agora falava sério.

— Hotel Grand Aurelia. Quarto 1812.

— Estou indo. Não saia daí.

Click.

Olivia se abraçou, os pulmões ofegantes. Ela não sabia quem era seu inimigo agora. Mas sabia de uma coisa com certeza — Hunter Jackson não podia ser o primeiro a saber da gravidez.

Porque se fosse... ele usaria o bebê para prendê-la na vida que ela odiava.

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No quarto de hotel, Hunter caminhava até o minibar, serviu-se de uma dose e encarava o copo em mãos. As palavras de Sophia ecoavam em sua mente.

“E se ela realmente estiver grávida...?”

Ele tentou lembrar das últimas semanas. Sim... ele e Olivia haviam sido mais íntimos que o normal. E ela parecia cansada, enjoada...

Seus olhos se estreitaram.

Pegou o celular e ligou para alguém.

— Encontre Olivia. E descubra o que ela está me escondendo.

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Ethan chegou ao hotel em menos de trinta minutos. Subiu de elevador até o 18º andar e bateu com urgência na porta do quarto 1812.

Quando Olivia abriu, ele viu tudo em seu rosto — exaustão, medo, mágoa.

— Estou com medo, Ethan... — sussurrou ela.

Ethan entrou, os olhos cheios de preocupação.

— Quem sabe sobre sua gravidez?

— Eu não sei... Não contei a ninguém. Mas alguém está me ameaçando.

Ethan suspirou.

— Você precisa sair daqui, Liv. Vem comigo por um tempo. Eu posso te proteger.

Olivia balançou a cabeça.

— Eu não posso. Se eu for com você, o Hunter vai achar que fugi com você. E ele vai atrás do meu bebê.

Ethan segurou sua mão com delicadeza.

— Então qual é o seu plano? Manter esse bebê em segredo para sempre?

As lágrimas voltaram a brotar.

— Eu nem tenho um plano, Ethan. Só quero que esse bebê esteja seguro. Quero estar longe do Jackson.

Ethan respirou fundo.

— Tudo bem. Eu vou te proteger. Mas você tem que ser honesta comigo. Se quiser sair, eu te tiro do país amanhã cedo. Vamos arrumar tudo.

Olivia o olhou nos olhos. Ele ainda era o mesmo — calmo, firme, sempre sabendo como confortá-la.

Ela queria dizer sim.

Mas antes que pudesse responder, alguém bateu com força na porta.

TOC. TOC. TOC.

— Olivia Grace. Abra a porta. Eu sei que você está aí dentro.

A voz congelou seu sangue.

Hunter Jackson.

Olivia olhou para Ethan, o pânico nos olhos.

— Ele sabe que estou aqui... Como?

Ethan caminhou até a porta.

— Fique calma. Eu vou resolver isso.

Mas no momento em que ele abriu a porta—

Hunter invadiu e acertou um soco direto no rosto de Ethan!

Olivia gritou. Ethan cambaleou, sangue escorrendo do lábio.

Hunter se aproximou, olhos em chamas.

— Você está grávida, não está? — sibilou.

Olivia congelou. Seus olhos se arregalaram. Os lábios tremiam.

— Não minta. Eu sei de tudo. E a partir de agora... você não vai mais a lugar nenhum, Olivia.

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