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Capítulo 2 A chegada iminente de uma irmã

A mãe de Patrick tentou acalmá-lo, mas Nelson permaneceu em silêncio, sem tentar se defender. De fato, ele não tinha nada a defender. Era algo que já havia acontecido. Ele era jovem, não havia marcado sua parceira e a deixara de forma irresponsável depois de engravidá-la.

Nelson olhou para Patrick, respirando fundo. "Eu a encontrei, mas nunca a marquei."

A raiva de Patrick se transformou em surpresa e confusão. "Você não a marcou? Como não poderia?"

Ele nunca permitiria que isso acontecesse. A primeira coisa que ele fazia quando encontrava a parceira era cobrir o rosto dela e injetar o cheiro dele na corrente sanguínea dela com as presas.

"Naquela época, eu era jovem e tolo", Nelson suspirou, olhando para a mesa. "Sou o único em minha alcateia com o gene do lobisomem. Eu estava esperando que meu lobo aparecesse para que eu pudesse ser mais do que apenas um beta. Mas isso nunca aconteceu e, mesmo assim, eu nunca deixei de esperar por um milagre."

Nelson parou de falar, com os olhos cheios de remorso profundo, mas Patrick não se importava com o que ele sentia. Ele só queria saber por que Nelson não havia marcado seu parceiro.

"E depois?", perguntou Patrick.

"Então eu conheci meu parceiro", continuou Nelson. "Passamos o tempo todo juntos e prometi a ela que a marcaria assim que meu lobo aparecesse. Eu queria dar a ela o melhor, mas mesmo depois de termos um relacionamento, eu ainda não a marquei."

"Vocês tiveram um relacionamento, mas não a marcaram?" Patrick estava completamente incapaz de entender Nelson.

"Sim", disse Nelson. "Nós dois estávamos incertos naquela época."

As sobrancelhas de Patrick se franziram ainda mais. "Mas como você poderia marcar minha mãe naquela época?"

Nelson explicou: "Os parceiros escolhidos e os segundos companheiros também podem marcar um ao outro. Embora essa marca não seja tão poderosa quanto a que é dada por um parceiro destinado, ela ainda tem significado."

"Mas você ainda tem um vínculo mental com ela, não é, Nelson?" A voz da mãe de Patrick tinha um toque de ressentimento, seus olhos estavam cheios de má vontade. Nelson evitou o olhar dela.

Patrick não entendia do que ela estava falando. Como um lobisomem poderia manter um vínculo mental com alguém que não estivesse marcado?

"O que você quer dizer com isso?" Patrick perguntou.

"É exatamente assim", murmurou Nelson.

"Como isso é possível?" Patrick sentiu como se tivesse caído em uma armadilha de trava-línguas. "Como pode haver uma ligação mental sem uma marca?"

"A existência do filho dela, nosso filho, estabeleceu a ponte de comunicação entre nós", Nelson olhou para Patrick. Ele não sabia se revelar isso faria com que Patrick não gostasse dele ainda mais, mas ele tinha que dizer isso. A criança agora tinha dezesseis anos e logo perderia a mãe. Ele precisava trazê-la para o seu lado para cuidar dela.

"Eu não sabia que ela estava grávida, mas depois quis trazer nossa filha para mim. Ela não concordou e até se recusou a me deixar ver minha própria filha. Foi só recentemente que ela entrou em contato comigo novamente."

O dia de hoje foi realmente revelador para Patrick, especialmente em relação a Nelson. O pouco de boa vontade que ele havia acumulado em relação a Nelson por ter falado em seu nome se transformou em cinzas em um instante. Como alguém poderia tratar seu parceiro de destino de forma tão abismal?

"Eu me sinto muito culpado. Já se passaram dezesseis anos, e não houve um momento sequer em que eu não quisesse ver minha filha. Mas agora..." Ele parou de falar, respirando fundo.

"Seu filho está com ela?"

"Sim", Nelson acenou com a cabeça. "Ela tem dezesseis anos agora. Seu nome é Emma."

"Você acabou de dizer que sua parceira anterior, a mãe da menina, está morrendo?" Patrick se lembrou da morte de seu próprio pai, que lhe causou uma dor imensa na época. Ele esperava que essa garota fosse poupada de tal agonia.

"Sim", disse Nelson. "Ela tem leucemia. Foi por isso que ela me procurou. O relacionamento delas não tem sido bom ao longo dos anos. Ela se sente culpada e quer que eu lhe proporcione uma vida melhor, para garantir que ela tenha uma boa educação."

"Traga-a aqui, é isso que você deve fazer", disse Patrick. Se possível, ele esperava que a futura garota pudesse considerar este lugar como seu lar. Ele estava disposto a se tornar uma família com ela porque ela havia experimentado ou estava experimentando a dor de perder um ente querido, assim como ele.

"Não acho que essa seja uma boa ideia, Patrick. A garota pode não ser adequada para esta matilha. Ela é de um lugar pequeno e pode não se adaptar aqui", as palavras de Jennifer soaram irracionais para Patrick. Ele achava que sua mãe poderia estar preocupada com o parceiro anterior não identificado de Nelson, mas isso não deveria ser motivo para se opor à garota.

"Você não pode deixar sua filha sozinha", o olhar de Patrick se voltou para Nelson. "Onde ela está agora?"

"Em minha antiga matilha, a Matilha Halo Azul", disse Nelson. "Fica a cerca de cento e cinquenta quilômetros daqui, talvez você já tenha ouvido falar dela."

É claro que Patrick tinha ouvido falar dela. Ele e o pai já tinham passado por ela de carro e até parado para admirar a paisagem.

"Não cometa o mesmo erro novamente, Nelson", disse ele, levantando-se, com o tom inabalável, ignorando o olhar de desagrado de Jennifer. "Você já abandonou seu filho uma vez. Não faça isso de novo."

Ele saiu da cozinha, furioso tanto com Nelson quanto com sua mãe.

Como Nelson podia tratar sua parceira de destino daquela maneira, abandonando-a para morrer sozinha? Ele também se sentia desconfortável com sua mãe. Ela nem sequer conhecia a pobre garota que estava prestes a perder a mãe, mas era deliberadamente antagônica a ela.

Ele pensou: "Quando ela vier aqui, vou me certificar de que ela sinta calor, ao contrário da irresponsabilidade de Nelson. Não vou permitir que uma garota que está prestes a perder a mãe seja tratada com tanta frieza como eu fui.

A garota na boca de Nelson era uma garota teimosa, indisciplinada e quieta na imaginação de Patrick. Ele havia parado de pensar em família há muito tempo, pois seus pais não lhe deram outro irmão. Mas agora, ele estava prestes a ter uma irmã.

Ele mal podia esperar para conhecê-la, para ver a garota com quem ele poderia ter algo em comum.

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