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~02~

- Que homem detestável! Eu o mataria se fosse meu pai!

Rupert se junta ao meu lado, em passos duros e bufando sozinho com seus pensamentos e claramente irritado com algo.

- Matar o pai de quem?_ pergunto em um sussurro intrigado enquanto olho para o grande castelo de Hartz.

- O rei!_ ele murmura quase inaudível. _ Ele é um monstro! _ arqueio a sobrancelha e Rupert suspira. _ Depois de você, é claro!

- Ele te maltratou?

- Ele não seria louco! Mas eu vi com meus próprios olhos ele bater na própria filha como se ela fosse nada! _ ele se revolta ainda mais demonstrando como rei bateu na moça. _ Simplesmente porque a bonita e educada moça deu sua nobre e respeitável opinião sobre o povo ter sofrido do mais e que as condições do tratado de paz não serem ruins!

Minha mente me leva rapidamente em um flash de memória ao lábio cortado e inchado que agora sei exatamente como aconteceu e quem o fez.

- Você realmente acredita que eu vim até aqui para um tratado de paz?_ pergunto cético e Rupert se vira desconcertado procurando respostas em meu rosto.

- Para que então me mandou até aqui?

- Porque eu precisava que eles me deixassem entrar... Nem que fosse com uma boa mentira!

- Você é detestável! _ ele bufa e suspira logo em seguida._ Meu rei, por favor, poupe aqueles que forem bons...a princesa...

- Por que eu faria isso?

- Porque seu melhor amigo está pedindo...

- Eu não vejo meu melhor amigo aqui! Onde ele está Rupert? Eu não o vejo! _ procuro e o vejo fazer uma careta de desgosto. _ Ela deve ser falsa como a que o pai dela mandou para Dazzo...

- Claro... Provavelmente ela quase perdeu um dente por sua falsidade enquanto defendia a paz... Eu posso jurar que aquele tapa a fez sangrar!

- Então ela me agradecera por livra-la dessa vida!

- Eu não teria tanta certeza que ela ficaria assim tão grata..._ Rupert protesta e as portas do castelo se abrem para mim e meus acompanhantes.

- Não importa o que ela sinta! O rei e todos os outros vão pagar pelo que fizeram a minha irmã! Eu estou aqui pela minha vingança, não a passeio!

Evelyn

Respiro fundo prendendo por alguns segundos o ar quando o rei entra na sala do trono acompanhado por uma comitiva de soldados e porta-bandeiras, além do mensageiro que vinha logo atrás.

O rei é um homem bonito, daqueles que fazem as pernas ficarem tremendo e o coração bater forte, mais surpreendente do que um dia imaginei. Ele tem olhos verdes intensos, alto, forte, e sua presença faz jus, junto de sua postura impecável. Seus são cabelos escuros e lisos, a barba por fazer, e sua pele levemente bronzeada em um tom bonito. O rei de Dazzo deve ter seus quase 30 anos.

Seus olhar recai rapidamente em mim e abaixo meus olhos para o chão, era como se ele soubesse que eu o observava. Estou alinhada ao lado do trono em uma fileira depois dos meus dois irmãos que ficam de pé ao lado de meu pai.

- Rei Friedrich, rainha Isabella... _ O rei de Dazzo acena sutilmente com a cabeça em cumprimento e vejo seu corpo se direcionar em minha direção. _ Princesa Evelyn... _ sua voz rouca retumba com um trovão por meu corpo fazendo todos os pelinhos de meu corpo arrepiar.

Os olhos de meus irmãos e de todos no salão caem sobre mim, fazendo minhas orelhas arderem. Levanto meu rosto e aceno com elegância.

- Majestade... _ sussurro em cumprimento e ele volta encarar o meu pai que claramente está irritado.

- Rei Archie..._ meu pai claramente zomba de seu título e fico tensa com o que pode vir está noite. _ Então você realmente veio.

- Não era comigo que queria negociar as condições do acordo de paz? Estou aqui agora!

- É muito presunçoso de sua parte vir até aqui pedindo por paz e ainda exigir condições!_ Meu irmão mais velho reverbera com autoridade.

E apenas suspiro pesadamente sem que me ouçam. Não sei porque estão se alfinetando quando pedem por paz.

- Presunçoso, primeiro príncipe de Hartz? Sabe o que acho presunçoso? Mandar uma aldeã ao meu reino, para uma tentativa fracassada de sedução. Ela nem era tão boa assim... _ O rei de Dazzo zomba repousando sua mão com tranquilidade sobre o cabo prateado bem lustrado de sua espada, um breve sinal de : "Cala a boca, ou terá problemas!". _ E com certeza ela não era a melhor assassina que vocês já mandaram...

Todos se calam com o afronte e cubro a boca para esconder meu riso. Ele os fez engolirem seus egos inflados rapidamente. Qualquer pessoa que faça esse arrogantes calarem a boca tem o meu respeito.

- Do que está rindo?_ Meu irmão do meio cochicha revoltado e finjo vômito de uma forma convincente que o faz se afastar um pouco e cutucar nosso irmão mais velho. _ Eve está mal... Avise o pai antes que ela nos traga vergonha!

Eu realmente prefiro não ficar aqui vendo essa discussão idiota.

Meu irmão mais velho cochicha no ouvido de meu pai que da sua autorização para minha saída. Desço os degraus e faço um demorado cumprimento cortês, e ao levantar meus rosto ele acena singelo com a cabeça de um jeito cavalheiro e bonito, solto um pequeno sorriso que claramente ele o viu.

- Vamos falar sobre as condições ou ficaremos nos alfinetando como dois camponeses brigando por uma vaca?

Ronco enquanto seguro meu riso o máximo que posso, apertando meu nariz. O rei de Dazzo parece alguém interessante para conversar, justamente pela maneira como ele afronta meu pai sem receios. Alguém que meu pai não pode bater.

Archie

Ao menos o banquete foi dado. Corto com tranquilidade a carne e como com paciência, levantando meus olhos para a cabeceira oposta a mim, onde o rei se senta parecendo querer também cortar o prato com a faca. Encaro fixamente o pedaço de carne e a volto para o prato.

Olho para o corte no lábio da princesa, ela parece sentir um pouco de dor ao mastigar, por isso demora mais do que as outras pessoas na mesa para comer. Pigarrateio chamando atenção de todos.

- Princesa Eve...

Ela congela, seus ombros se tornam rígidos e a assisto colocar os talheres sobre a mesa em um gesto silencioso e me olhar diretamente.

- Sim, majestade.

- Sua boca está melhor?

Ela toca o lábio e abaixa a cabeça em concordância.

- Sim, majestade. Obrigada por perguntar.

- Posso perguntar quem fez isto? _ pergunto calmo e vejo o olhar de Rupert receoso em mim e depois amigável na princesa.

- Eu fiz! _ o rei rosnou me olhando friamente nos olhos. _ Eu a eduquei!

- Educação? Com essa força?..._ arqueio as duas sobrancelhas e coloco os talheres sobre a mesa.

- Ela é minha filha, eu a educo como bem entendo! Com a força que eu quiser...

- E minha irmã? Você fez dela como bem entendia... E ela não era sua filha! _ rosno com o maxilar apertado. _ se lembra dela, não é? A bastarda de Dazzo...

O cômodo a meia luz ficou silencioso com um clima tenso. Não desvio meu olhar daquele homem, e não me importo com os olhares dos outros. Mas algumas coisas precisam ser ditas para refrescar a memória do monstro a minha frente.

Rupert fica tenso ao meu lado e apenas aceno com o queixo para que ele saia se assim preferir. Ele concorda, e o vejo se aproximar da princesa contra minhas ordens.

- Alteza, eu gostaria de ver a biblioteca...

- Agora?_ ela se vira na cadeira intrigada.

- Uma criada pode te mostrar!_ a rainha diz em tom de arrogância e aperto a sobrancelha.

- Não quero uma criada!_ rosno e Rupert fica mais tenso.

- Vamos alteza... Por favor... _ Rupert insiste e ela se levanta, mas o rei bate o garfo na mesa me encarando.

- Você fica, Evelyn! _ ele rosnou e a princesa estagnou sem saber o que fazer, ela olha para Rupert abatida e depois para mim abaixando seus olhos dizendo: " Sinto muito, majestade"

- Sim, meu rei... _ ela sussurra abaixando seu olhar para o colo e mal pisca.

Levanto-me sem pressa, e Rupert fica tenso, aceno singelo com a cabeça e me retiro de meu lugar. Não conseguiria comer diante do desgraçado que arruinou minha irmã ate leva-la a morte.

Saio da sala e ouço um estrondo na mesa de jantar.

- COMO VOCÊ OUSA A SE LEVANTAR SUA GAROTA ESTÚPIDA?!

Fecho minhas mãos em punhos, e Rupert me alcança tenso e muito bravo, com seu rosto vermelho como uma pimenta.

- Por favor, Archie ... Todos menos ela!

- Saia!_ rosno e ele para ficando para trás enquanto sigo em direção ao meu aposento.

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Boa leitura!

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