Capítulo 5: Entre seues bracos
“O que você está fazendo aí? Entra.” Ordenou ao vê-la parada na sua frente.
“Não acho apropriado, não quero te interromper.” Respondeu hesitante.
“Você não está me interrompendo. Pode entrar e sentar.” Tentou baixar o tom de voz; sabia que quando falava alto, ela ficava nervosa.
Bruno pegou a garrafa de uísque, serviu um copo e ofereceu a Nicole. Ela hesitou em aceitar, mas apenas para manter a paz, aceitou.
Ele se sentou ao lado dela, sem falar, apenas a observando. Isso a deixava muito desconfortável; o olhar intenso dele e o álcool correndo em suas veias a deixavam acalorada.
Quando Bruno chegou à mansão naquela tarde, ficou surpreso ao ver que Nicole já tinha o jantar pronto. Para ser honesto, a última coisa que esperava dela era que soubesse cozinhar.
Quando pediu que ela o fizesse, foi apenas para irritá-la, supondo que uma garota mimada não saberia fazer isso. Seria mais um motivo para humilhá-la.
Ele apertou um botão de um pequeno controle e uma suave melodia começou a tocar ("The Thrill Is Gone" de B.B. King).
Desde o incidente com Shelsy, ele tinha o costume de ouvi-la, sentindo que era perfeita para ele. Um sorriso se formou em seu rosto ao pensar nisso, causando curiosidade em Nicole ao vê-lo sorrir.
Bruno esvaziou seu copo de uísque. Depois de um tempo, percebeu que não conseguia parar de observar os lábios da garota. O uísque, a companhia dela e a música que estava tocando não eram uma boa combinação; estavam despertando seus sentidos.
Não pôde resistir mais, aproximou-se e a beijou de maneira agressiva, como se precisasse dela. Ele a levou para o quarto, a colocou na cama e desesperadamente tirou suas roupas, fazendo o mesmo com as dele.
Nicole apreciava o maravilhoso espetáculo dali. Bruno se deitou sobre ela, suas mãos percorreram todo o seu corpo ávidas, beijou cada centímetro de sua pele. Abriu lentamente suas pernas para poder entrar nela.
Nicole tremia, pensando que sentiria dor como da primeira vez, mas estava enganada. Cada movimento a fez sentir um prazer imenso, como se flutuasse.
De repente, ela explodiu em um mar de sensações, e Bruno abafou um grunhido. Depois, se afastou dela e virou as costas.
Ele ficou pensativo, sentindo que foi incrível estar novamente dentro dela. Era tão apertada, sua pele, seu corpo, eram tão perfeitos.
Precisava se afastar, começava a sentir que a precisava, o que não poderia estar acontecendo, não com ela. Sua mente estava cheia de pensamentos assustadores.
Nicole acordou muito cedo e Bruno já não estava lá. Ainda podia sentir seu aroma impregnado no travesseiro. Ela se levantou e tomou um banho, depois desceu para tomar café. Ao terminar, saiu para o jardim. Um segurança se aproximou dela ao vê-la.
“O senhor saiu do país e deu ordens de que você só pode sair com seus pais, caso contrário, deve ficar na mansão.”
Ela não entendia o que estava acontecendo com Bruno. Ele a usou e ela, como uma tola, caiu em seus braços. Ela voltou para o quarto e, inevitavelmente, chorou. Sentia-se prisioneira daquele homem e não sabia se havia saída.
Uma semana se passou desde que Bruno se foi, e Nicole não tinha ideia de onde ele estava. Era óbvio que ele não se importava com ela, pois nem sequer havia se comunicado.
Naquele dia, ela acordou muito tarde, sem ânimo para nada. Desceu para tomar café da manhã ainda de pijama. Estava na cozinha quando ouviu algumas vozes na sala.
Ao se aproximar para ver o que estava acontecendo, viu Jack, o segurança, conversando com um rapaz loiro. Quando virou, percebeu que era Dante, seu cunhado.
“Oi, cunhadinha, como você tem passado?” O rapaz a cumprimentou alegremente, e ela pôde perceber que ele era muito diferente de seu irmão.
“Muito bem, obrigada.” Respondeu muito séria, sem saber se esse rapaz também a odiava.
“Bruno me disse que vai demorar na Itália, então vim ver se precisa de algo. Meus pais pedem desculpas por não terem vindo; ainda estão na Austrália.” Agora ela sabia onde Bruno estava.
Conversaram por um longo tempo, e Nicole achou Dante uma pessoa agradável e muito atraente. Ele era alto, loiro, de olhos verdes, com um corpo bem tonificado e um espírito alegre, totalmente oposto a Bruno.
Dante a deixou à vontade, então ela decidiu contar que Bruno a proibira de sair e receber visitas. Ela queria ver sua amiga Sophie, pois não a via desde muito antes do casamento.
A mansão era grande e bonita, mas o confinamento estava a deixando desesperada. Ela esperava que ele se compadecesse dela e decidisse ajudar.
“Nossa, meu irmãozinho está agindo como um verdadeiro idiota. Preciso ir, cunhada, mas prometo que vou voltar.” Ela ficou triste, parecia que ele não a ajudaria.
No dia seguinte, bem cedo, bateram à porta do quarto de Nicole. Ela se animou um pouco antes de abrir, e ao fazê-lo, a surpresa foi enorme.
“Sophie! Não posso acreditar.” Diante dela estava sua amiga com um grande sorriso, e ela se sentiu completamente feliz.
“Oi, pequena, senti sua falta.”
“Te liguei outro dia, mas não atendeu.” Disse, fazendo um bico.
“Desculpe, pequena, na verdade estava chateada com você. Não me convidou para o seu casamento; soube pelos meios de comunicação. Imagine o que senti, uma vida inteira de amizade e você não me considerou para estar ao seu lado nesse grande dia.”
“Na verdade, não convidei ninguém. Apenas meus pais e minha irmã estavam comigo. Máx também não veio. Todos os convidados eram da parte dos Leone. Me senti tão estranha no meu próprio casamento. Mas me diga, como Jack permitiu que você entrasse? Bruno proibiu minhas visitas.”
“Seu cunhado veio me buscar. Sua mãe deu a ele meu endereço. Que cunhado incrível você tem, quase babo por ele.”
“Hahaha, você não muda, Sophie. Terei que agradecer por tê-la trazido aqui; significou muito para mim.”
“Conte-me por que seu marido proibiu suas visitas. Aliás, onde ele está?”
“Ele saiu do país. Temos muito o que colocar em dia; tenho muito para te contar.”
Passaram horas conversando no quarto. Sophie não podia acreditar no que ouvia. Sua amiga havia passado por muito, e ela, chateada, pensando que estava sendo ignorada. Ao descerem, encontraram Dante sentado na sala.
“Cunhado, que bom que ainda está aqui. Obrigada por trazer a Sophie; foi uma surpresa agradável. Você se junta a nós para comer? Vou preparar algo.”
“De jeito nenhum, cunhadinha, vou levá-las para almoçar. A conta é por minha conta; vou acabar com o seu confinamento. Vamos tirar você desta prisão, e não tem nada que agradecer.”
Ele piscou para ela, e Nicole não pôde deixar de sorrir. Dante era tão diferente de Bruno, eram como dois polos opostos. Ela estava feliz; finalmente poderia sair. Subiu animada para o seu quarto para se arrumar, e Sophie aproveitou para ficar conversando com Dante.
Apesar dos esforços de Jack para impedi-los, saíram da mansão, com ele os seguindo de perto. Ele precisava cuidar da senhora ou seria demitido.
Dante as levou a um restaurante da moda, muito moderno e elegante, localizado no último andar de um prédio em frente ao Central Park, proporcionando uma vista maravilhosa.
“É maravilhoso poder sair e desfrutar dessa vista novamente. Pensei que talvez ficasse prisioneira para sempre.”
“Eu sei, cunhadinha. Tenho certeza de que Bruno exagerou. Tenho certeza de que será diferente quando ele voltar. Esse tempo longe servirá para ele pensar. Aconteceram coisas que o tornaram tão duro.” Nicole não tinha ideia do que ele estava falando.
“Realmente espero que Bruno trate melhor a Nicole. Ela não merece tudo o que ele fez.”
Comentou Sophie, abraçando a amiga.
Elas ficaram conversando por um tempo, quando de repente Leandro e Shelsy se aproximaram.
“Oi, Nicole, nos encontramos de novo.”
“Oi, Leandro, que coincidência. Gostariam de nos acompanhar? Ainda não pedimos, e a comida aqui é deliciosa.”
Dante e Shelsy ficaram em silêncio, evitando que seus olhares se encontrassem. Foi muito desconfortável; podia-se sentir a tensão no ar. Nicole pensou que não deveria tê-los convidado.
Felizmente, Leandro não aceitou e se despediu deles. Dante recuperou seu sorriso assim que o casal se afastou, e Nicole achou que havia algo estranho ali que ela não sabia.
Eles comeram tranquilamente entre histórias e risadas. Mais tarde, saíram do local.
“Sinto muito, Dante. Não imaginei que a presença dela fosse te deixar desconfortável.” Ela se sentia envergonhada, pois sabia que tinha colocado Dante em uma situação desconfortável.
“Não se preocupe. É uma longa história que eu vou te contar um dia. Por enquanto, prefiro não falar sobre isso.” Ele disse com uma expressão séria. Ver ou ouvir sobre Shelsy o deixava na defensiva.
Ele as levou de volta à mansão. Sophie queria ficar com Nicole, mas Jack não permitiu, então Dante a levou para casa, o que agradou à loira. Ela realmente gostava daquele rapaz.
Um mês se passou sem receber notícias de Bruno. Nicole percebeu que nem sequer tinha o número de telefone dele. Tentou conseguir com Jack, mas foi impossível; aquele homem era mais fiel e teimoso do que um cão de guarda.
Era final de semana, a mãe de Nicole foi buscá-la para levá-la para casa. Seu pai queria vê-la, e eles haviam organizado um almoço. Como sempre, Jack a seguia. Nicole estava feliz; poderia ver Max, embora não gostasse da ideia de ter que lidar com Sondra.
O dia foi esplêndido. Sondra não estava presente, e Nicole e Max puderam se atualizar. O rapaz contou que havia começado um pequeno negócio de design. Jack observava Nicole interagir com Max, como sempre a uma certa distância. Ele tinha certeza de que o chefe não aprovaria aquilo.
“Fico feliz que tenha iniciado seu próprio negócio. Tenho certeza de que em breve se tornará um dos melhores. Eu te conheço e sei que você vai longe.” Nicole disse a Max.
Sophie chegou naquele momento, e finalmente os três poderiam ficar juntos por um tempo.
“Que bom, Sophie. Finalmente estaremos nós três juntos por um tempo.” Nicole se levantou para abraçar a amiga.
O dia passou rapidamente e, ao entardecer, Nicole se despediu de todos. El esforço para não chorar foi grande; como ela gostaria de poder contar tudo a eles e ficar ali, mas não queria preocupar seus pais. Ela precisava voltar à sua prisão, mesmo que não quisesse.
Seu pai se ofereceu para levá-la, e Nicole aceitou com prazer. Não era agradável viajar com Jack; ele era um homem muito frio.
Ao se aproximarem do carro, uma mulher estranha chamou seu pai. Nicole percebeu que ele ficou nervoso, e a mulher fixou seu olhar nela. Seu pai apressou-se a entrar no carro, ignorando a mulher.
“Papai, quem é aquela mulher? Pareceu-me muito estranha.”
“Não sei, filha. Talvez ela tenha se aproximado porque me confundiu com alguém.”
“Mas ela chamou você pelo seu nome, ou pelo menos foi o que me pareceu.”
“Fique tranquila, filha. Você ouviu errado.”
Ela o percebeu nervoso, algo incomodado, então decidiu ficar em silêncio. Apenas esperava que ele não estivesse enganando sua mãe; isso a devastaria.
A mulher, apesar de sua extrema magreza, era muito bonita, com cabelos negros e olhos azuis como os dela.
