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Pai Solteiro

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LuadMel
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Resumo

Daniel sabia que sair sem a aprovação dos pais traria problemas futuros, mas ele nunca esperou que esse problema tivesse nome, sobrenome e seu sangue.

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Cap. 1

NOVE MESES ATRÁS:

— Filho - Sua voz saiu calma, na esperança de ser escutada e finalmente compreendida por aquele garoto em sua frente — Você não precisa sair hoje. Porque não fica comigo e seu pai? Vamos ver um filme, depois comemoramos num restaurante chique, é mais aceitável que sair para beber com os amigos. — Outra vez ela pediu, olhando atentamente para cada movimento que o filho a frente dava.

— Mãe. Qual é o seu problema? - Virou em direção à mulher — Eu tenho vinte e dois anos, preciso curtir um pouco mais a minha vida. Quero sair pelo menos uma noite antes de começar o novo semestre. Quero esquecer que tenho trabalhos a fazer ao menos uma noite.

— Devia obedece a sua mãe – Jackson, seu pai, parou logo atrás de sua esposa. Daniel olhou para os dois e escutou a buzina do carro do seu melhor amigo. Ele poderia até recuar, mas não quando os gritos dos amigos o fizeram sorrir.

— Sinto muito! Mas agora não posso mais ficar. Meu amigo chegou. - Pegou o último casaco já colocando — Por mais que eu quisesse ficar, não posso mais dar um bolo.

— Vai preferir sair com seu amigo, a ter um programa em família? – Indagou sua mãe, preocupada. Ela sabia que Daniel não voltaria sã daquela festa. Alguma coisa lhe avisava.

— Por favor, mamãe. Apenas fique em casa. - Segurou as mãos de Cassia que segurou as lágrimas nos olhos. Ela não era o tipo de mãe que prendia seu filho, mas alguma coisa na sua mente pedia para não deixa-lo ir. — Eu ligo se precisar ou se algo acontecer. Deixarei o celular ligado.

Deu um beijo em seus pais e sorriu gritando junto dos amigos que não parecia sóbrios dentro de um carro só.

A festa estava mais animada do que ele imaginou que estaria, muitas mulheres desfilando com roupas curtas e brilhosas. Sorriu para aquilo, festa de faculdade era a melhor coisa, aquela era a sua melhor fase da vida.

— Vamos Daniel, a primeira dose é por conta da casa – gritou Matthew, seu melhor amigo, lhe entregando uma garrafa. — O primeiro semestre foi concluído, só a motivos para comemoração. – Gritou mais alto, sendo aplaudido pelos amigos.

Daniel bebeu tudo de uma vez, vodka era a bebida que mais gostava, e não tardou a buscar outra. As garotas choviam ao seu redor e quando a terceira garrafa chegou a sua mão, ele mal conseguia entender o que dizia. A música alta o deixava mais solto e feliz, com seus amigos e mulheres ao redor ele só queria se divertir, beber até cair no chão e esquece-se de quem era na manhã seguinte.

Na manhã seguinte, sua cabeça doía bastante, e quando tentou sentar na cama, tudo girou e ele caiu para o lado, algo o incomodou na hora e ao levantar outra vez ele percebeu estar deitado em uma cama dentro de um quarto, um dos cômodos da casa onde dançou até cair, pelo menos disso ele lembrava.

Olhou a mulher e se sentiu orgulhoso por agarrar justamente aquela.

Kesia Brantley era a garota mais bonita da faculdade, e ao reconhecê-la, sorriu. Assim que terminou de vestir sua roupa, notou que a garota estava sentada na cama, ele apenas sorriu junto com ela. Kesia era da sua sala e estava obvio o que acontecera ali.

Um mês e meio depois, Daniel estudava apressadamente para sair daquela matéria, a qual tinha tanta dificuldade, quando Kesia sentou na sua frente, ele olhou para ela, riu e voltou a olhar seu caderno.

— Daniel, a gente precisa conversar – falou um tanto desesperada. Daniel não se importou.

— Pode ir falando. Estou ocupado com isso aqui, mas estou lhe ouvindo – Falou sem realmente lhe dar atenção.

— O assunto é sério – ela tomou a caneta que ele tinha nas mãos — Muito sério. Precisamos conversar agora.

— E você acha que isso não é sério? – Indagou a olhando sério. Kesia fechou a cara. — Tudo bem, pode falar. Não demore. – Daniel retirou os óculos e a fitou com atenção.

— Já vai fazer dois meses que a festa do semestre passado aconteceu, não é? – Daniel balançou a cabeça, concordando. — Eu tenho me sentindo mal há alguns dias – Começou, lentamente...

— E onde eu entro nessa sua história? – perguntou ainda dando atenção às palavras dela.

— Eu fiz um teste de farmácia noite passada, e o resultado foi positivo – Disse de uma vez, Daniel ficou a olhando, sem entender.

— Você está com alguma doença? – Daniel ficou nervoso. Ele tinha transado com ela, vai que a mesma o deixou doente de algo — O que merda você tem?

— Eu não estou doente Daniel. - Revirou os olhos. Homens bonitos da faculdade só aparentam ser perfeitos.

— Você disse que fez um teste.

— Minha menstruação está atrasada. Eu fiz um teste de gravidez, e deu positivo – Daniel abriu a boca. Sem reação. O óculo de grau caiu da sua mão parando em cima da mesa de madeira. — Tudo bem?

— Oh... – ele olhou para o lado e depois escondeu seu rosto com a costa da mão direita, que subiu e só parou atrás da nuca — Você tem certeza disso?

— Sim. Eu trouxe o teste, quer vê? – ela ia tirar da bolsa, mas ele a impediu olhando para os lados — O que foi?

— Não tira isso aqui na frente de todo mundo.

— Ah! Quer dizer que agora você estar com vergonha. Na hora de fazer você não teve vergonha de dizer que queria ficar comigo?

Daniel ficou sério.

— O que você quer?

— Que assuma.

— Isso ai é o que eu tenho fazer, e eu estou perguntando o que você quer. – Ele se desesperou mais ainda. - Os meus pais vão me matar

— E você acha que os meus não? Eu só tenho dezenove anos. Que droga! Eu não podia engravidar, meu pai vai matar você.

— Que droga – ele resmungou e a Kesia levantou.

— Eu preciso que me ajude a enfrentar essa barra. Eu não posso me virar sozinha.

— Não vou fugir disso – ele sussurrou com a cabeça deitada na mesa, tinha que agir certo, apesar da situação o assustar. — Puta merda, eu tô ferrado.

*

— Você fez o que? – Cassia gritou assustada. Seu marido já havia cuspido todo o café na mesa. — Querido...?

— Eu não tive culpa – avisou Daniel desesperado, Jackson engasgou-se um pouco, mas recuperou o fôlego.

— Daniel, que irresponsabilidade foi essa? – Balbuciou — O que foi que aconteceu? Você é tão novo com uma responsabilidade dessas nas mãos. – Gritou, apesar da surpresa, se sentia feliz. Acalmou-se ao sentir o toque de sua esposa em sua mão.

— Estamos do seu lado, meu filho, e eu vou precisar muito que você crie juízo a parti de hoje. Quero conhecer a menina e lógico que você vai assumir, por favor.

Daniel não respondeu, apenas respirou profundamente, dali para frente seria tudo diferente. Ou ao menos ele esperava por isso.

No dia do nascimento Daniel estava agoniado, andando de um lado para o outro, o desespero tomava conta do seu corpo, seu filho estava nascendo naquele momento, seu coração faltava pular para fora. Seu sogro estava distante, falando com alguém, seus pais estavam ao seu lado, como ficaram durante esses nove meses difíceis. Daniel fez de tudo para Kesia, passou por cada período da gestação, foi difícil, mas conseguiu e hoje, estavam ali. A espera tinha finalmente terminado.

— Vai ficar tudo bem, querido – sua mãe lhe acalmou, logo o médico deu a boa noticia; seu filho tinha nascido.

O rostinho perfeito fez o pai sorri, ele nunca tinha segurado uma criança, e naquele momento, havia se apaixonado. Era um garoto, e não tardou a enchê-lo de beijos.

— Ele é lindo – Kesia falou aminada e sorriu debochada. E Daniel não quis saber o motivo do sorriso de má fé, apenas deu atenção à criança em seus braços.

Um mês se passou, ele tinha se mudado para um novo apartamento, Kesia fez questão de um apartamento somente para os três, a data do casamento estava marcada e Daniel estava determinado a terminar a faculdade o mais rápido possível. Não existiam mais festas, nem amigos, todos tinham corrido.

Seus pais mal o viam, e as únicas pessoas que lhe restaram era a sua noiva e o seu filho, Adrian.

Em uma tarde qualquer, Daniel chegou ao apartamento completamente cansado. A única coisa que ele queria era deitar-se e dormi até o dia seguinte, o trabalho e a faculdade estavam o matando. E por mais que amasse seu pequeno, ele não tinha mais forças para brincar com ele naquele dia.

— Kesia? – Ele chamou quase no sussurro e assim que trancou a porta, ouviu seu filho chorar. Ele estranhou o fato e andou até o quarto do pequeno, ele estava sujo, e pelo choro parecia com fome. — Adrian, onde está sua mãe? – Pegou o menino do berço e foi em direção à cozinha, talvez ela estivesse lá preparando algo para comerem.

Quando passou pela geladeira, seus olhos prenderam no pedaço de papel com algumas palavras, ele parou no momento seguinte conhecendo a letra.

Ao terminar de ler tudo o que estava escrito, ele evitou chorar. Não que amasse aquela garota, mas ele tinha se apegado a ela, e Kesia era a mãe do seu filho.

Ele fechou os olhos segurando as lágrimas, mas não conseguiu, voltou para trás rapidamente e pegou o telefone na sala, discou o número da sua casa e depois de três toques alguém atendeu.

— Alô.

— Mãe? – Saiu no sussurrou choroso, ele estava chorando.

— Daniel, querido, aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou preocupada ao notar o tom da voz dele, ela sempre sabia quando algo de ruim acontecia com seu filho, mas cabia ele, o homem mais velho e cheio de si, pedir ajuda, não?

— Aconteceu – ele sussurrou e fungou. — Preciso da sua ajuda, por favor. - Pediu voltando a ler o recado deixando para si — A Kesia foi embora.

Daniel, esses meses foram bem legais ao seu lado, eu gostei de brincar de mamãe e papai, acredite, porém, meu pai têm outros planos para mim, e não pretende me deixar cuidando de um catarrento ao seu lado. Estou viajando hoje à tarde, SEU filho estar dormindo, espero que não acorde até que você chegue. Beijinhos.

Kesia Brantley.