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Pacto Infernal

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Ankh
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Resumo

Amanda é uma garota humilde que, por um capricho do destino, testemunha o assassinato de uma mulher que, por coincidência, é exatamente igual a ela. Essa mulher acabou de dar à luz no mesmo hospital em que sua mãe está internada à espera de um doador de rim. Ela é descoberta pelo homem que acabou de assassinar essa mulher; Para salvar sua mãe e sua própria vida, ela concorda em fazer um pacto com Pablo Ferrari, o braço direito do chefe da máfia Alejo Troconi. Sem imaginar o inferno que a espera, Amanda terá que se passar por Elena e assumir o papel de esposa e mãe do filho do chefe da máfia, com um único agravante: ela é virgem e, se Alejo a descobrir, não hesitará em matá-la. O que Amanda fará para resolver esse detalhe e Pablo será sua única alternativa?

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Chance ou destino

Dizem que há momentos em que o tempo e o espaço param para que duas pessoas que deveriam estar juntas possam se encontrar.

São nove da manhã, Amanda corre pelo corredor, a notícia da recaída da mãe a enche de terror. À sua frente, no sentido oposto, uma mulher caminha respirando rapidamente e segurando a barriga, ambas no meio de uma situação difícil; uma delas com medo da morte da mãe, a outra prestes a trazer uma nova vida ao mundo. Seus ombros batem, os dois pedem desculpas, há algo em um que surpreende o outro. Mas o momento desaparece instantaneamente. Elena segue pelo corredor de parturientes e Amanda vai para a emergência.

Ainda assim, nenhum deles saiu de suas expectativas.

-Deus, aquela mulher se parece tanto com...

-Familiares da paciente Verónica Lugo, por favor. –A enfermeira olha para o corredor principal.

-Eu, eu, eu sou sua filha.

A enfermeira se aproxima, entrega a receita do medicamento e aponta:

-Você deve trazer esse remédio agora mesmo, sua mãe está bastante doente. Se ele não receber o tratamento... – ele faz uma pausa e balança a cabeça.

Amanda não precisa que a mulher termine essa frase para saber o que vai acontecer. Desde que sua mãe começou a sentir essas dores, há alguns anos, é ela quem está ao seu lado tentando apoiá-la. Trabalhando dia e noite para arrecadar dinheiro para fazer o transplante de rim de sua mãe. Naquele país não basta estar na lista de espera, quem tem mais sempre vai para o primeiro lugar da lista, ela sabe disso.

Desesperado ele caminha com a receita na mão, lágrimas escorrendo pelo rosto, com as costas do moletom cinza ele enxuga o rosto. Pegue o celular para verificar quanto tem na conta e compre o medicamento.

De repente ela esbarra em um homem que tem um comportamento um tanto estranho, parece que ele procura alguém ansiosamente. Ele está acompanhado de outro sujeito cuja aparência aterroriza qualquer um, uma cicatriz no rosto e um gesto de desprezo por ela a fazem estremecer.

"Com licença", ela se desculpa, com o mais alto dos dois. O homem é extremamente bonito, com olhos claros, barba por fazer e olhar profundo.

-Mova Pablo. –Ele repreende o amigo, que fica olhando surpreso para a garota.

Amanda acelera o passo, às vezes olha para trás e Pablo também, seus olhares se encontram novamente. Ela observa enquanto eles seguem pelo corredor até a área de parto.

Atravesse a rua, entre na farmácia. Pergunte sobre o remédio.

-Sinto muito, senhorita, está esgotado.

A angústia de Amanda aumenta, ela não sabe o que fazer. Ele sai de lá, vai até a próxima farmácia, mas também não encontra o remédio. Um quarteirão depois, ele finalmente consegue, mas o dinheiro é insuficiente.

-Por favor, preciso urgentemente, minha mãe está muito doente, está morrendo.

-Sinto muito, mas este não é um lugar de caridade pública. São medicamentos importados. Eu não posso fazer nada por você.

Amanda sai daquele lugar arrasada, ela não consegue acreditar que esse é o fim de sua mãe, lágrimas escorrem pelo seu rosto. Ela atravessa a rua sem conseguir enxergar com clareza, as buzinas dos carros que param perto dela a atordoam ainda mais.

“Saia da frente, louca”, grita o motorista do carro.

Ela não se vira para vê-lo, apenas corre para a calçada, entra no hospital pela porta dos fundos. Ele corre pelo corredor, esbarra novamente em alguém, levanta o rosto, é o mesmo homem de minutos atrás.

"Você, de novo", diz ele, com um tom firme, mas ao mesmo tempo terno.

“Com licença, com licença”, ele grita, sem conseguir esconder sua angústia.

-O que está acontecendo com você?

-Com licença, não te conheço. –Ela acrescenta com um nó na garganta sem ter com quem desabafar.

-Eu posso ajudar? -Essas palavras são mágicas, mas ela não se atreve a dizer nada para ele, a mão onde ela segura o papel treme e ela o deixa cair.

Pablo se abaixa, pega o papel, vê o remédio e pergunta novamente:

-Você precisa comprar isso? –Ela mal assente. Ele se vira para o companheiro.- Já volto.

Ele pega o braço dela em direção à saída, eles saem para a rua. Ele passa por ela dando passos largos.

“Aí está”, ela responde.

-Espere aqui –ele vai até os fundos, pede o remédio, compra e sai até a entrada. Ele segura o braço dela novamente e cruza com ela. Eles entram no hospital.

Amanda não consegue encontrar formas de agradecer ao estranho pelo seu gesto. Ele orou tanto em meio às lágrimas que só pode ser grato por esse milagre.

-Não tenho como te agradecer por isso.

-Não se preocupe, eu sei como é. -ela está prestes a sair e ele a impede- Pelo menos me diga qual é o seu nome-ela sorri levemente.

-Amanda Lugo, esse é o meu nome. –Ele se afasta rapidamente, cada minuto é vital para sua mãe. Vá ao pronto-socorro e tome a medicação.

-Aqui, desculpe se cheguei atrasado mas não tive como... -a enfermeira pega o remédio e vai até onde está a mãe da Amanda.

Ela se senta, tentando se acalmar. Lembre-se do rosto e da mão macia daquele homem. Ele acha que deve ser isso, um anjo. Feche os olhos e espere o médico sair e conversar com ele.

Minutos depois, o médico sai e ela vai atrás dele.

-Dr. Mário, como está minha mãe?

-Amanda, a situação da sua mãe está piorando, a diálise não está funcionando. Devemos fazer o transplante o mais rápido possível.

-Doutor, você sabe que minha mãe está na lista de espera, eu, eu não tenho conseguido fazer mais do que faço para ajudá-la.

-Eu conheço Amanda –ela coloca a mão no ombro da menina- A próxima recaída pode ser fatal. Não poderei fazer nada lá.

As palavras do médico são como uma adaga perfurando o coração de Amanda. Verônica, sua mãe é tudo para ela. Sempre foram os dois, um pelo outro, sem mais ninguém por perto. Seu pai nunca o conheceu, ele só ouviu algumas coisas sobre ele e nada muito boas.

Amanda caminha pelo corredor, indo e voltando. Ele espera a mãe receber alta e voltar para a pensão onde alugam, tudo é um caos em sua mente, tudo parece desmoronar. Ele então se lembra da garota que encontrou minutos atrás. A semelhança entre os dois é extrema, tem algo a ver com ela? Talvez ela seja filha de seu pai? Talvez seja o seu ganger dopler? Ele se dirige para a sala de parto. Ele ouve as vozes dos homens conversando em frente à porta da sala de cirurgia. Ela reconhece a voz profunda de Pablo, fica paralisada ao ouvir aquela frase:

“Se ela não entregar a criança, teremos que matá-la”, afirmou Rubén.

-Você está louco? O patrão pediu que levássemos ela e o bebê vivos.

-Essa vadia é a culpada pela marca no meu rosto.

-Não foi culpa dele. Ele estava apenas tentando se defender.

-Pare com essa bobagem Pablo. Eu sei o que você e ela... - Ele faz uma pausa ao ouvir o barulho que o celular de Amanda fazia ao tocar.

Ela volta pelo corredor, escuta e finge não ter ouvido aquela conversa, de repente sente a mão cobrindo sua boca e vê a arma apontada para sua têmpora.

-Você estava espionando? -o assassino pergunta a ela. Ela balança a cabeça, tentando dizer não.

-Deixa isso Ruben. –Pablo ordena. O homem obedece, descobre a boca dela e a empurra. Pablo se aproxima dela.

-Está bem? -ela balança a cabeça apavorada. Agora ele entra em pânico ao vê-lo. - Não preste atenção no meu parceiro, ele é um idiota. Ele está nervoso porque sua esposa está dando à luz.

Ele olha para ela para ver sua reação. Astuta, Amanda finge não ter ouvido a conversa anterior.

-Vim agradecer novamente pelo que você acabou de fazer pela minha mãe.

-Não tem nada que agradecer. Passei por uma situação parecida com alguém que amava muito e por não ter dinheiro essa pessoa não está mais aqui. –A confusão em sua voz era evidente.

-Lamento muito.

Nesse momento, a enfermeira sai com a criança nos braços e Rubén a segue. Pablo o segue, enquanto Amanda respira fundo tentando se acalmar. O que acontece não é normal. A mãe daquele bebê está em perigo. Ela vai para a sala de recuperação. O médico sai e ela entra. Ele vê a mulher na maca, a semelhança entre eles é realmente grande demais para pensar que é apenas uma consequência. Elena também olha para ela e pergunta ansiosa:

-Onde está meu bebê?

-Tudo bem, levaram ele para a área de recém-nascidos.

-Não não. Esses homens querem fazer mal a você. É meu bebê. Ajuda-me por favor. -ele implora a ele.

Ela ouve passos se aproximando e reconhece a voz daquele homem nojento, ela se esconde desesperadamente sob a cortina.

-Nos encontramos de novo, vadia. -Elena fica apavorada, ela tenta gritar e ele cobre sua boca.- Nem pense em gritar. Quando você sair daqui você irá conosco. O patrão já sabe que é filho dele. –Elena balança a cabeça tentando defender seu filho daquele destino atroz.

Numa tentativa desesperada, ele morde a mão de Rubén e, sem hesitar, atira em sua cabeça com a arma usando um silenciador.

-Que porra você fez? -Pablo irrompe na sala.- O patrão disse que a queria viva, idiota.

-O patrão só precisa do herdeiro e já o temos.

-Você não sabe a bagunça em que está.

O celular de Amanda começa a vibrar novamente, é o médico de sua mãe, algo terrível acontece, ela treme de pânico, ela deve atender aquela ligação, mas se for descoberta será a próxima a morrer.

-Quem está lá? -ele pergunta e se aproxima da cortina, levanta-a. "Desta vez você está morto", Rubén sorri.

Pablo coloca as mãos na cabeça, dessa vez não teve como impedir seu impulsivo parceiro de agir. Amanda implora por sua vida.