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Os Herdeiros de Vilares

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LuadMel
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Resumo

Afonso Ambrose Vilares era o CEO mais bem posicionado da cidade de Valcolink. Aos seus cinquenta e sete anos, ele sabia que seus dias estavam próximos, e também sabia que dividir sua fortuna entre os quatro filhos e suas três noras seria um problema, visto que nenhuma daquelas mulheres carregadas de segredos obscuros que Afonso conhecia, não merecia nenhum de seus filhos. Havia segredos entre famílias que ele jamais contaria. Depois de sua morte, no testamento, foi deixado apenas dois pedidos para que cada um recebesse sua parte da herança. 1° Que todos os seus filhos e noras convivessem na grande mansão a qual Afonso morou toda sua vida por doze meses. 2° que Luke, o mais velho dos irmãos se casasse com a mulher que amasse. Passar doze messes numa mansão com a pior inimiga é o ponto de estresse para que toda a verdade seja revelada. E no fim, talvez não houvesse mais três casais para dividir uma herança.

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Cap. 1

O som dos passos de uma bela mulher era diferenciado pelo salto que usava.

Desde os mais alto que se pode estar ao mais baixo para que se sentisse confortável. Um assunto consideravelmente importante, uma vez que uma roupa só se colocaria em posição de destaque com peças que o faziam perfeito e não era a cor ou detalhes no tecido, mas todo o conjunto de roupas que vestiria uma donzela, ou uma ilustre mulher de negócios que não abaixaria a cabeça para homem algum.

O que era o caso de Chelsea Ramires, uma moça distinta, radical, um pouco rebelde e uma das mulheres mais bonitas que Afonso já conheceu. Seus olhos verdes eram ditos como duas esmeraldas perdidas e encontradas em sua face bem feita.

Os cabelos longos e negros combinados a sua pele bronzeada era um dos conjuntos mais ricos em beleza que se podiam apreciar.

Bom… Apreciar por pouco tempo, uma vez que a mulher que desfilava usando outro vestido da coleção de sua empresa era nada mais, nada menos que a filha de sua namorada secreta.

Gostava de como se portava, uma moça de boa família e inúmeras qualidades. Suspirou novamente tornando a olhar para o filho mais velho sentado ao seu lado apreciando e igualmente encantado com os traços angelicais e o olhar penetrante da modelo na passarela.

— Quando tomará coragem pra chamá-la para sair? - O pai incentivou. O homem ao lado sorriu mesmo que sem o olhar. Não podia e nem conseguiria tirar os olhos daquela mulher, e quanto mais a olhava, mais parecia que nada que já tinha visto antes, se comparava. — Se você não chamar, outro irá fazer isso, e eu irei perder a chance de ter a pequena Chelsea como nora.

— Você tem outras noras importantes, pai - Sussurrou de volta vendo a modelo girar no meio do palco espalhando todo aquele cabelo negro. Milhares de flashes em sua direção a faziam única, o sorriso de orgulho nos lábios grossos e grandes.

— Eu não gosto das outras. Elas não fazem meus filhos felizes - Contou, mas dessa vez, chamou atenção de Luke ao lado que lhe encarou rapidamente. — Eu sei das coisas, pequeno Luke.

— Devia me contar. Gosto de saber de todas as fofocas da família - Voltou para o palco onde as luzes se acediam para dar lugar à música baixa e aos aplausos da grande estilista que montará o desfile grandioso daquela noite. Os homens levantaram para aplaudir a mulher que voltava com todas as suas modelos para o palco, e claro, sua filha Chelsea que sorria cordialmente parando apenas em Luke. Ele abriu um sorriso. Ter sua atenção era especial demais que nem podia esconder. — Afinal, eu sei de uma que meus irmãos se mat4riam para conseguir.

— E posso saber qual é? - O desfile havia terminado quando os homens se olharam novamente.

— Você a senhora Ramires. - Sorriu malicioso fazendo Afonso até abrir a boca para comentar o fato, mas preferiu ficar calado.

Desde a morte de sua esposa, nunca passou por sua cabeça ter outro relacionamento sério com qualquer mulher. Tinha suas namoradas e sempre deixava claro que tudo não passava de alguns dias. Afonso não era o tipo de pessoa que buscava apoio ou amor nos braços de outra mulher. Não quanto o amor da sua vida já tinha partido.

No entanto, conhecer um pouco melhor Marisa Ramires lhe proporcionou picos de prazer e carinho que lhe trazia paz, alguns momentos de alegria e até felicidade ao ter a pequena Chelsea o chamando de pai. A amizade de longa data se tornou um namoro oculto, onde nem Afonso ou Marisa queriam expor. Suas carreiras e famílias eram agitadas demais para aquele tipo de “fofoca”.

— Meus parabéns - Afonso apertou a mão da sua pequena paquera seguido de um abraço apertado na frente de todos os presentes. Muitas modelos, fotos sendo tiradas, revistas precisando de capas e repórteres que pareciam querer ler seus pensamentos, não podiam mostrar muito. — Outro desfile sensacional.

— Tudo graças aos tecidos das empresas Vilares, não há outro melhor - avisou e mirou no outro ao lado. — Luke, é um prazer te ver aqui. Mora a tanto tempo de Seant e nunca te vi assistir qualquer desfile sentado na plateia, seja bem-vindo, espero te ver mais vezes. - Abraçou o mais novo por alguns segundos. — O que achou?

— Que foi incrível. Tudo, as luzes, a música, as modelos. Os desenhos, as roupas estavam incríveis.

— E a Chelsea? - Murmurou para o homem que abaixou o olhar um momento dando um sorriso de canto. Será que todo mundo já tinha notado seu interesse particular? — Não vejo a hora de vocês pararem de flertar um com o outro e finalmente assumirem um namorinho. Não vai machucar nenhum dos dois, aposto - Afonso achou graça junto da mãe da menina.

— Posso a convidar para um jantar? Um jantar em família. Estarei voltando para Valcolink em alguns dias, quero aproveitar as férias ao máximo, e prolonga-la - Avisou aos dois presentes, mas acertou em cheio apenas o coração de Marisa que assentiu sem dizer nada.

— Claro que sim. A festa acontecerá no andar debaixo, podemos ir para minha casa. Todo mundo - Voltou a olhar para Luke que queria sair do jantar mesmo sem ter chegado lá, não queria ser o único a segurar vela. — Vou chamar Chelsea para irmos, e nos encontramos no estacionamento? Mais discreto, se me permite dizer.

Afonso sorriu quando a viu dar as costas e caminhar por entre as pessoas dentro de seu vestido vermelho rodado onde mostrava as pernas bonitas. Se ele estava velho demais ou não, gostava de apreciar bonitas pernas, além de está perto daquela mulher. Alguma coisa em sua alma dizia que poderiam ter algo mais sério. Ou eram apenas consequências de noites tórridas de um sex0 envolvente?

— É engraçado te ver babando por outra mulher que não seja a minha mãe - Luke comentou enquanto desciam para o estacionamento e toda aquela barulheira ia ficando para trás. — Não estou dizendo que não gosto, longe de mim. Acho que demorou muito para que conhecesse alguém que gostasse de verdade e ter algum tipo de… Relacionamento. Não sei que nome dar a duas pessoas tão velhas tentando ter relações.

— Diferente do que você pensa, sou um homem novo, e estou dando conta do recado. - Avisou em tom de brincadeira e logo acharam o carro de Luke — Diferente de você, que vai namorá-la com os olhos e logo vê-la namorar, com outro depois.

— Eu tenho uma vida cheia. Cuido da sua filial aqui e da minha própria empresa. Reuniões para todo lado e convites de festas que não quero ir, mas muitas vezes são necessárias. - Se se encostou ao carro soltando um longo suspiro. — Não quero que ela se prenda a mim desta forma. Não tenho tempo de ir a todas as entrevistas ou sessões de fotos desfiles ou boates que ela sempre está para apresentar a agência de modelos. - Contou de repente e Afonso estreitou os olhos dando um sorriso. — Não que eu esteja seguindo ela em todas as redes sociais, não foi isso que quis dizer.

— Chelsea é uma garota de vinte anos, é nova, mas mantém uma postura madura, o que me incomoda em não casá-la com um filho meu. E você e o mais velho, o único solteiro e o homem que está a paquerando com os olhos há muito tempo. Eu estou surpreso com essa calmaria, paciência.

Luke riu de canto, outra vez, abaixando a cabeça. Ele tinha Chelsea em sua mente como uma garota nova que jamais daria bola a um homem mais velho, não importava a troca de olhares ou aquele sorriso grande com seus charmosos lábios quase o chamando. Não ia perseguir a garota sem mais nem menos.

Mas gostaria de saber a opinião dela ao seu respeito. Seria o Luke Ambrose Vilares velho demais para seu rosto gentil como de uma boneca de porcelana? Ela talvez desejasse um namorado da sua idade que pudesse sair e se divertir com assuntos e lugares de jovens. Ele não teria todo esse fogo para segui-la a todo o lugar.

Mas com certeza teria uma grande paixão para oferecer, além de uma admiração tão grande que chegava a não caber no peito. Será que aquilo ainda era caracterizado como admiração? Ou era paixão? Amor? Encanto? Tantas coisas ao mesmo tempo.

— Marisa… - Afonso chamou pela mulher que apareceu rapidamente, Luke se ajeitou em frente ao carro e quis rir quando, enfim, longe de tantas câmeras, seu pai acabou por não apenas abraçar a mulher como lhe roubar um selinho. Um sorriso gracioso dos dois foi mostrado. Ela também parecia gostar de seu velho. — Vamos, vou abrir a porta para você.

Com todo cuidado do mundo, ele se direcionou ao banco de trás dando passagem para Marisa entrar sem nunca tirar o sorriso do rosto. Luke observava tudo, até se dar conta de que também era observado. Encarou a garota que sorriu cruzando os braços, entreolhando o casal e Luke que assumiu uma postura rapidamente.

— Oi. - Cumprimentou a menina logo abrindo a porta do carro para ela entrar.

— Espero que você esteja nervoso por causa do casal que não desgruda, e não por minha causa. - Falou enquanto o encarava ambos fora do carro, os outros dentro de seus mundinhos apaixonados. — Eu vi o quanto me olhou na passarela.

— Não tinha como não olhar. - Devolveu fazendo-a sorrir — Você desfilou muito bem.

— Obrigada. Mas na verdade não sei se agradeço pelo elogio, ou a Afonso por ter consigo te trazer. É bom te ver, Luke, pessoalmente e tão de perto. - sussurrou a última frase e depois de outro sorriso entrou no carro deixando o moreno sem palavras.

Ele não podia ficar assim sem palavras. Deu a volta no carro sentando em seu lado e tratou de seguir para saírem dali. As coordenadas eram dadas por Chelsea enquanto conversava com o casal de trás que não conseguiam parar de falar no quanto o desfile tinha sido incrível e que a pequena herdeira da agência de modelos brilhou do começo ao fim.

A casa de Marisa ficava afastada um pouco da cidade, perfeito para ter seus encontros com o homem que queria, além de manter sua filha longe de qualquer insegurança por parte de sequestradores ou inimigos seus. Seus seguranças eram de alta confiança dentro de uma mansão murada e bem vigiada. Tudo para que duas mulheres pudessem viver bem.

Afonso já tinha ido inúmeras vezes a casa da sua amante preferida, e claro que se sentia em casa, enquanto Luke, mesmo depois de desfiles ou jantares com a “madrasta” sempre deixava que o pai lidasse com a chegada da senhora em sua casa. Contudo, ao entrar no grande salão que se dava como sala naquela imensa casa, se surpreendeu pelo pouco luxo que mostrava, mas sofisticado e chique.

Poucas obras de artes, um lustre com luz baixa, além de vasos aprimorados que de longe, notava uma autenticação gloriosa. Ficou para trás quando Afonso sequer lembrou que tinha filho e entrou ao lado das mulheres fofocando sobre outras modelos. Fechou a porta arrumando o casaco em seus ombros, o lugar era aquecido e bonito demais.

Diferente de seu apartamento que um momento deveria está escuro mantendo o frio que gostava de sentir ao chegar a casa. Não deixou de reparar em nada do lugar, caminhando entre a sala de estar à sala de jantar até encontrar uma coisa que lhe chamou atenção. Ele não tinha tempo de ver todas as fotos já publicadas, de seu pequeno desejo chamado: Chelsea Ramires, mas ele conhecia e lembrava daquela foto tirada no começo do ano, mas agora em um quadro grande com molduras de prata.

Se ele teria coragem de fazer igual na sua casa? Claro que sim.

— Eu disse a minha mãe para não colocar isso aqui, ninguém merece jantar olhando para uma foto antiga minha. - Ele sorriu escutando o doce som da voz dela, lhe encarou e logo recebeu a taça de vinho que foi oferecida — Você não gosta muito de falar, não é?

— Engano seu. Gosto de falar quando me sinto a vontade. - Contou e ela assentiu se virando para o homem, e ele fez o mesmo. — Sua casa é bonita.

— São luxos que o dinheiro compra e você sabe muito bem disso. É estranho eu dizer que antes do desfile de hoje eu tenha conseguido pensar em você? - Ele empalideceu, mas continuou a olhando firme — Até rezei para que fosse com o Afonso.

— Não seria estranho. Porque eu também tinha pensado em você um pouco. - Ela assentiu tomando um gole do vinho — Ah, me desculpa falar esse tipo de coisa, a gente mal se conhece pessoalmente.

— Tirando o fato de que nos encaramos em algum almoço ou jantar das duas empresas, não. Nunca nos falamos, embora eu saiba que olhares dizem mais que uma frase - Ele sorriu de lado, se aquilo não era uma provocação ele estava atendendo tudo errado. — Até achei que você fosse casado, mas sei que não é. Afonso me contou.

— Ele diz isso para todo mundo. Gosta de falar aleatoriamente sobre o fato de eu ser o único dos filhos a não ter uma esposa. - Ela estreitou os olhos.

— Estranho. Porque ele só falou de você quando comecei a perguntar sobre o meu ponto de interesse pessoal - Luke olhou ao redor deixando a taça em cima de uma pequena estante coberta com uma toalha de fibras e linhas douradas carregando outro jarro desenhado com flores. — Dez ou mais anos de diferença não me proibiram de querer saber mais sobre você, e seu status de solteiro. Não vou mentir sobre o quanto você me atrai.

— Está se candidatando para a lista de pretendentes para ser a minha esposa que meu pai faz? - Se aproximou.

— Que eu saiba, só existe meu nome nessa lista - Sorriu maliciosa, tomando seu vinho enquanto o olhava fixamente. Luke abaixou os olhos igualmente sorrindo. — Podemos subir e conversar um pouco num lugar mais reservado. Ou sentar para jantar com eles que não se desgrudam nunca.

— A primeira opção parece agradável, embora haja riscos de que a conversa tome outros tipos de assuntos. - Se referiu ao fato de sentir seu corpo quente e todas as vezes que ela sorria e lhe dava uma piscadela, sua cabeça pensava em inúmeras outras coisas, menos numa conversa onde ambos teriam que ficar longe um do outro.

— Idade é só um número, Luke, e pode ficar tranquilo. Eu dou o assunto, e você apenas me segue - deixou sua taça no mesmo lugar e estendeu a mão a ele. — Você decide, é pegar hoje e agora, ou amanhã e depois. Você não tem para onde correr, mas está perdendo tempo.

Ele riu.

E aceitou sua mão.

Passar para o andar de cima não foi difícil, uma vez que tanto Afonso quanto Marisa, tinham evaporado dentre os namoros e beijos intermináveis. Em todos os degraus daquela escada, ele sentia que suas pernas pediam para retornar, mas sua mente dizia para seguir adiante, ainda mais quando a garota olhava para trás jogando todo o cabelo negro para o lado em câmera lenta e mostrava seu lindo sorriso. Ele era apenas hipnotizado.

Do corredor ao quarto dela, mal deu tempo de pensar e naquele momento, não era certo que fosse mesmo pensar em alguma coisa. Era até engraçado um homem de trinta e dois anos está tão desesperado ao ponto de suar ao está no quarto com a garota que vinha acompanhando e sonhado acordado. Talvez fosse por ela ser mais nova, ou pelo fato de que seu pai poderia está em algum lugar daquela casa esperando que a ação acontecesse?

Quem ligaria? Ele a viu desfilar pelo quarto enquanto se livrava o casaco que cobria o vestido fino e com alças, depois, amarrar o cabelo longo enquanto fechava as cortinas das janelas e virou em sua direção, o sorriso dela o fazia se perder no meio do caminho, não dava para fugir daquela atração.

— Antes eu achava que você estava nervoso por causa daqueles dois, mas estou vendo que quem te deixa nervoso, sou eu mesma - parou diante dele e fez questão de empurrar o casaco do paletó dele para baixo deixando-o cair. — Não vamos brincar. Ou… - Ela se afastou um pouco — Eu confundi as coisas um pouco?

Ele riu agora se aproximando mais, suas mãos alcançaram o rosto bem desenhado da garota e a trouxe para perto, suas testas se colaram e ele pode sentir o perfume doce que vinha da sua garota. Sua garota sim, naquela noite ela seria sua garota. Eles se olharam outra vez e, novamente, houve aquele sorriso malicioso que ele mesmo não pretendia esquecer.

A beijou rapidamente, sendo correspondido na mesma hora. Suas mãos saíram do rosto para os cabelos onde os soltou fazendo um breve carinho antes de chegar ao pescoço subindo outra fez pelo rosto, seus dedos entre os fios de cabelo, uma pegada que com certeza ela jamais esqueceria. Quando se afastaram um momento, ela tornou a sorrir enquanto puxava seu vestido para cima mostrando seu corpo delgado e cheio de curvas.

A calcinh4 fina chamaria atenção se não fossem os sei0s firmes expostos. Ele desfez os primeiros botões de sua camisa enquanto a seguia até a cama, e vê-la se jogar sobre o colchão com seu corpo encaixando em cada parte do tecido e seus cabelos espalhando sobre as almofadas foram o ápice e sua mente para esquecer qualquer coisa do lado de fora.

Naquela noite, estaria tendo a garota que queria desde sempre.