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Capítulo 1 - Noite de Carnificina

Estado do Rio de janeiro

Tempos atuais

— Senhoras e Senhores. Preparem – se para a luta mais esperada da noite. Um evento que com certeza irá mudar para sempre tudo o que conhecemos no sub mundo das lutas. Uma carnificina jamais vista ao vivo. Preparem seus estômagos e seu psicológico, porque vocês irão precisar . — Se enchia de alegria o locutor ao narrar o Evento principal da noite.

O público ia ao delírio com as palavras entusiasmada daquele. O público era bastante variado. Porem, só os mais ricos e poderosos faziam suas apostas. O que rendia bastante dinheiro sujo para a casa.

O evento se passava todas as noites de quinta feira, e teve inicio com lutas banais de pequenas apostas. Hoje se tornou local de reunião para mafiosos, traficantes, empresários e adolescentes de família de classe alta, que vinham querendo se divertir em troca do sofrimento alheio e drogas.

O Coliseu como era chamado, ficava no sub solo de um deposito abandonado no centro da cidade do Rio de Janeiro. Onde dividia o espaço com o mercado negro do sexo. Ambos eram os mais frequentados da região, ou até mesmo, do país.

— Hoje teremos Cicatriz, nosso lutador principal enfrentando 3 condenados, que lutam em busca do premio: A Liberdade. Posso dizer que era melhor terem continuado na cadeia. HAHAHAHAHA — Gargalhava o locutor de forma debochada, empolgando ainda mais a plateia.

O narrador, assim como os demais espectadores tinham bastante confiança em Cicatriz. Um ex condenado, que foi sentenciado a 95 anos de prisão pelo estupro e assassinato (não necessariamente nessa ordem) de três garotas adolescentes entre 15 a 17 anos, entre outros crimes hediondos. Ganhou a liberdade após participar da sua primeira luta , onde mutilou em diversas partes o corpo de seu adversário. Mas hoje é como se não tivesse outra escolha a não ser participar assiduamente desse evento. — Se bem que para um individuo desse é até lucro.

Homem alto de pele morena, parecia uma enorme montanha de músculos. Em seu corpo haviam diversas cicatrizes, e cada corte — feito por ele mesmo — representava cada vitima que ele já matara ao longo de sua vasta caminhada da morte. Hoje em dia faz parte permanente do Coliseu. Invicto há mais de dois anos, ele vem levando a loucura os fãs desse evento, rendendo muito dinheiro aos patrocinadores e organizadores desse verdadeiro espetáculo sanguinolento.

O antro do espetáculo fedia a drogas, sexo e álcool. Mas ninguém parecia se importar com aquele fedor insuportável, que contaminava o lugar junto com o cheiro forte de sangue que tingia o palco principal. Naquele local não existiam regras ou leis.

Belas mulheres de corpos esculturais desfilavam envolta do ringue, afim de atiçar mais os homens que ali estavam presentes. Donas de curvas hipnotizantes e com roupas extremamente provocantes, elas caprichavam na hora de se aliciarem uma com as outras, tornando mais excitante e eletrizante a apresentação do combate. Umas chegavam ate praticarem sexo com suas companheiras, rolando sobre aquele solo sujo de sangue e suor dos selvagens que ali perderam suas vidas. Eram sádicas e promiscuas tais mulheres. Mas o público gostava. Era sexo, drogas, violência e sangue. MUITO sangue.

************

Enquanto isso não muito longe dali...

Em meio a noite escura, ouvia – se o roncar de uma motocicleta que parecia, querer alçar voou pelo asfalto quente e úmido da estrada principal, que já no decorrer da madrugada estava completamente vazia. Isso dava liberdade total ao piloto daquela maquina para acelerar de forma que a qualquer momento, ultrapassaria o limite máximo estabelecido por lei.

Vestindo jaquetas pretas próprias para o motociclismo, ele cortava em zig zag de forma perigosa e agressiva, como se nada pudesse para -lo. Tinha completo domínio sobre sua XR de cor branca de 200cc. Por dentro de seu capacete via – se fones de ouvidos, que se não fosse por estar em movimento e em alta velocidade, qualquer um que estivesse ao seu lado poderia ouvir o som do mp3 de seu aparelho celular.

De repente uma nova musica tocara em seu aparelho, substituindo aquela melodia não tão agradável que estava a escutar.

"Alô quem ta falando? Qual é seu nome?

Repete o endereço. Me deixe o telefone..."

Ele logo percebeu que era uma ligação que estava recebendo no momento. Vendo o nome que apresentava no visor de seu aparelho preto, diminuiu suavemente a velocidade de sua motocicleta, guiando – se a uma curva sinuosa, para então estacionar em alguma rua fora da estrada principal. A velocidade fora diminuindo lentamente até então parar por completo, em uma rua estreita a alguns segundos de onde fizera a curva. O Local estava totalmente tomado pelas trevas da noite, onde já se marcavam quase duas horas da manha. Local de pouca iluminação, que se não fosse pelos feixes luminosos de nosso satélite natural que banhava a terra com sua luz direcionada pelo Astro Rei, seria impossível ver qualquer coisa ao seu redor.

O celular já não tocava mais, então decidiu retornar a ligação. Deslocou o descanso lateral de sua moto, afim de estaciona-la para logo em seguida desmontar -se da postura de piloto. Olhou em volta e não avistou se quer uma alma viva pelas redondezas. Ficou um pouco apreensivo, receoso com algum possível assalto que poderia vir acontecer, devido as condições do local onde estacionara. Não se intimidou. Estava um tanto curioso para saber oque seu amigo Patrick queria ao telefone. Selecionou a opção de discagem automática de seu utilitário e só após o soar do terceiro toque a ligação foi atendida.

— Fala pretinha. — Atendeu Patrick do outro lado da linha de forma entusiasmada.

— E ae! Diz você. Por que me ligou a essa hora? To um pouco longe de casa. E para com essa droga de me chamar de pretinha, seu vacilão.

— Então. Estou com a Melanie no apartamento de uma amiga dela com mais duas garotas sensacionais. Imaginei que gostaria de vir aqui. Porque como deu para perceber, acho que tem mulher sobrando aqui. — Dizia em tom sarcástico, solicitando a presença do amigo.

— Cara! — Repreendeu André — Estou bem longe como disse. Aonde vocês estão? Só agora você vem me ligar?

O soar de suas palavras ditas de forma corrida e agitada, soaram como uma repreensão. Demonstrando também que gostaria de estar junto a eles.

— Estamos perto daquela faculdade publica que fica próxima ao estádio de futebol. Próximo a estação de mêtro do Maracanã. Você sabe onde fica André. Vem logo que nos encontramos na estação.

Patrick parecia com pressa e falava como se André não tivesse escolha a não ser ir de encontro a eles. A voz das meninas se deu a escutar ao fundo. Dando a entender que estavam agitando umas festinha particular e estavam completamente bêbadas e eufóricas.

Coincidência ou não. André estavabem próximo do local mencionado. Confirmou sua presença e disse que em torno devinte minutos estaria no local de encontro. André estava animado com a idéia. Sentia uma forte atração por Melanie, que nunca passara de uma simples admiração secreta. — Nem tanto. — Uma amiga que não via há um bom tempo. Uma mulher que beirava seus 22 anos de idade mas que apresentava feições e comportamento de uma garotinha de dezesseis anos. Tinha longos cabelos loiros que descia ate a metade de suas costas em um corte desfiado e moderno. Desfilava um corpo esguio de pele branca com um leve tom de bronzeamento, devido suas visitas periódicas a praia. Fazia questão de vestir roupas que valorizassem sua curvas bem distribuídas e as marcas mais claras na região dos seios, que desenhavam as alças de um biquíni.

Um pouco apressado, levantou o descanso de sua XR montando de forma meio desengonçada devido a pressa. Apertou o botão Start, dando a partida em sua moto de forma automática. Torceu de forma firme e veloz o punho do acelerador, que fez com que sua moto empinasse a roda dianteira a quase cinquenta centímetros do chão ao soltar o mecanismo de embreagem. — Hoje a Melanie vai ser minha — Pensara de forma sonhadora e um tanto prazerosa.

************

No Coliseu todos esperavam ansiosamente o inicio do combate, onde já estava com um atraso de vinte minutos. Todos eufóricos, bebendo e usando drogas feito loucos. Aquele era um evento especial para aqueles que queriam sair um pouco de sua rotina e fazerem coisas que do lado de fora, só faziam de forma escondida e clamavam por uma liberdade profana. Família. Trabalho. Escola. Tudo isso era parte de um outro mundo para eles naquele momento. Onde até os mafiosos e traficantes que ali estavam presentes, aproveitavam como se suas vidas fossem normais e dentro da lei.

De repente todas as luzes se apagaram e uma cortina de fumaça surgia em meio ao clube da luta. Gemidos de prazer e dor soavam de dentro das caixas de som, posicionadas de forma estratégica para que o som se espalhasse por todos os cantos do antigo armazém. Todos se calaram de uma só vez. Sabiam que aquele ritual era o que precedia a inicialização do espetáculo. Era a sinistra apresentação de Cicatriz, que estava prestes a entrar em cena para alegria dos espectadores e terror de seus adversários. Que mesmo sendo três contra um, não era nada demais contra esse ceifador de quase dois metros de altura e mais de 150 kg de pura massa muscular. Uma verdadeira maquina de matar.

"A vida de um homem nada mais é que o resultado de suas escolhas?

Teria o homem realmente controle sobre sua vida e seu destino?Ou estaria ele nas mãos do desconhecido deus da criação e do universo?"

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