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Ele tinha combinado de ver Cristian Manuel novamente no dia seguinte. Ela não sabia se era para fazer amor de novo, mas estar com ele, vê-lo, conversar com ele eram momentos lindos demais para perder.
Ela deitou a cabeça para trás na cômoda e chorou novamente.
"Mereceste." Você sabe que mereceu – Vanessa olhou para a mãe pelo espelho. Ela odiava que ele sempre ficasse do lado de seu pai, e que, mesmo sendo mulher, ele nunca entendia o que ela sentia.
Ainda assim, ele ficou em silêncio. Se ele abrisse a boca, nada bonito sairia.
— Desde criança você conhece o temperamento dele, mas só o provoca...
"Ele mandou você aqui para me fazer sentir ainda mais miserável?" Ela explodiu, incapaz de se conter.
-Insolente! Você realmente acha que eu não posso puni-lo como seu pai faz?
"O que você poderia fazer comigo, mãe?" Ela perguntou se levantando e olhando para sua mãe. Olhe para mim! Estou aqui, trancado! Eu só tenho uma amiga e eles a usam para me chantagear! E até me punir!
-Não te preocupes. Não será por muito tempo.
-O que? ela perguntou, surpresa.
"Você está em idade de casar." Ouvi seu pai dizer que é hora de arranjar um marido.
"Mãe... você não está falando sério, está?"
— Se você se sente tão fechado, pense no fato de que em breve você vai se casar.
-Não! Eu me recuso! Eu tenho o direito de escolher meu próprio marido, pelo menos!
-Não seja boba. De qualquer forma, você não poderia se casar sem a aprovação de seu pai – E com essas palavras, ele a deixou.
Vanesa continuou de pé, olhando para a porta, como se sua mãe fosse entrar de repente, rindo, dizendo que tudo não passava de uma brincadeira.
Tinha que ser uma piada. Ela não ia se casar com alguém que seu pai escolhesse, seria como pular da frigideira para o fogo.
Ela deu alguns passos como uma sonâmbula.
— Não, não, não... Isso é um pesadelo, vou acordar logo.
Mas ele não acordou.
Desesperada, Vanesa se jogou na cama, para continuar chorando, porque não podia fazer mais nada.
Antonio Gonzalez sentou-se à mesa enorme, onde estavam outros latifundiários importantes da região e pessoas com poder político, e pediu uma cerveja. Ele viu Fabricio Evans, o prefeito, chegar com alguém desconhecido. Ele era jovem e bonito demais para o gosto dela. Tinha que ser bicha.
"Bom dia, senhores", cumprimentou o prefeito. Como você sabe, esta reunião é para conversar e ajustar detalhes sobre o projeto de construção que temos em mãos -Ele olhou para o jovem e estendeu a mão para ele-. Apresento a vocês Cristian Manuel Soler, Engenheiro Civil que será responsável pela execução do projeto "Trindade Conectada". Ele construirá a estrada e as pontes que são necessárias para nos conectar à estrada, para que Trinidad possa prosperar.
Antônio fez uma careta. Todos os presentes sabiam que este feliz projeto não passava de uma cobertura para a enorme subtração de dinheiro que ocorreria do erário da cidade. Fabricio Evans estava apenas usando eufemismos.
Ele olhou para o jovem ao seu lado. Ele se vestia como um garoto rico, movia-se como um garoto rico. Tinha que ser bicha.
"Bom dia, senhores", disse o jovem. A voz não parecia estranha, e ela olhou para ele mais de perto. Fui convidado para esta reunião para apresentar a vocês o que tenho em mente.
Ela o viu caminhar até um conjunto branco quadrado encostado na beirada da mesa e ligá-lo. Imagens foram projetadas na parede. Imagens de pontes enormes e estradas largas. Parecia que tudo foi tirado da televisão.
"De onde são essas fotos?" ele perguntou com uma voz áspera.
"Não são fotos", respondeu o jovem pacientemente. São imagens desenhadas em um programa especial. Assim, ou similares, permanecerão as construções que serão feitas em Trinidad.
-Como está bem?
“Essa é a nossa aspiração.
— O que nos garante que eles vão ficar assim?
"Antonio...", começou a dizer Fabricio, incomodado com as perguntas, mas o menino levantou a mão, pedindo para ele responder.
"Sou Engenheiro Civil, senhor..." Ele parou, esperando que alguém lhe dissesse seu nome.
"Gonzalez," ele a ajudou. Antonio Gonzales.
González Sr. Eu sei do que estou falando; Eu treinei por cinco anos na escola de engenharia para fazer esse tipo de trabalho. E, além disso, já trabalhei em outros projetos.
"Não tão grande quanto este, eu imagino."
— Não, não tão grande, mas para isso tenho a melhor equipe de trabalho. E o seu apoio.
Antonio o estudou cuidadosamente. Ele não sabia se gostava ou não que ela não se encolhesse na frente dele. Ele respeitava as pessoas que o enfrentavam, mas nunca durava muito. Vamos ver quanto tempo esse menino bonito iria durar.
Cristian Manuel continuou a sua apresentação, respondendo a perguntas e esclarecendo dúvidas, sem saber, talvez, que a maioria daqueles homens apenas o medisse, o calibrasse e até o considerasse um futuro genro.
