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Consequências

Celine

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A vontade que eu tive foi de ir embora e só voltar no dia seguinte, mas eu pensei nas condições estabelecidas pelos meus pais, e se eu faltasse as aulas por um motivo idiota como aquele, eu estaria sendo irresponsável com os meus estudos, então eu procurei me acalmar e fui pro segundo andar, onde eu tinha certeza que o Kyle não iria me proucurar.

Quando a aula dele terminou, eu esperei um pouco pra descer, e ignorei todas as mensagens e ligações que ele fez pra mim, eu me recusava a ter aquela conversa dentro da universidade.

Quando estava no limite do horário da próxima aula eu desci, mas o que eu vi foi o tipo de coisa que constantemente a minha intuição tentava me alertar, que aquele namoro era um tremendo erro e que o Kyle era o tipo de homem que eu sempre lutei pra não me envolver, e que naquele momento a vida estava esfregando na minha cara as consequências da minha desobediência.

Não se tratava apenas do fato de ser a Monique a responsável pela minha insegurança, mas sim pelo fato dela ainda ter poder sobre os desejos sexuais do Kyle, e vê-lo de olhos fechados e de pau duro ouvindo o que ela estava falando fez o mundo inteiro desabar diante de mim.

Ele não pensou nem por um momento que estava no meio da Universidade, podendo ser visto por qualquer pessoa, tão pouco pensou em mim, a namorada dele, a pessoa que ele deveria no mínimo respeito.

A frieza e a mágoa consumiram o meu ser como um vírus capaz de derrubar o mínimo de esperança que existia em mim, esperança de que o Kyle poderia sim mudar por mim.

Naquele momento eu já não estava pensando mais nos meus estudos, tudo o que eu queria era sair dali e ser pelo menos capaz de juntar a pouca dignidade que me restava, a dignidade de não chorar na frente de um homem que não merecia minhas lágrimas.

Eu corri pro estacionamento, entrei no meu carro e saí antes mesmo que ele pudesse me alcançar, se é que ele chegou a ir atrás de mim, aquela dúvida estava me maltratando mais do que deveria, colocando em dúvida se eu realmente continuava sendo a mesma Celine ou havia sido ofuscada pelo autoritarismo e arrogância do Kyle.

— Que diferença isso faz? Nada irá mudar o que eu acabei de ver. Que ódio!

Gritei dentro do carro, enquanto deixava as lágrimas caírem.

Meu celular voltou a tocar, eu não precisei olhar a tela pra saber que era ele, mas eu não estava disposta a me deixar enganar novamente.

Eu entrei no condomínio e a primeira coisa que fiz foi avisar que estava proibida a entrada dele, e que não era pra repassar pro meu apartamento nada relacionado a ele.

Várias coisas passaram pela minha mente, o toque, o beijo, a língua dele no meu corpo, a voz dele no meu ouvido, e o quanto eu me deixei levar por um homem que pouco tempo antes pertencia a todas.

— Quando eu me tornei tão ingênua? Como eu achei que comigo seria diferente?

Eu preparei a banheira, tirei a roupa e fiquei um longo tempo de olhos fechados dentro dela, tentando resgatar dentro de mim a Celine que existia antes de deixar ser dominada pelo Kyle, a Celine fria, dona de si, e que não acreditava em homens, a Celine que eu fui criada pra ser, forte, determinada e inteligente.

— E eu pensando que eu estava na minha fase mais segura, bastou a verdade ser esfregada na minha cara pra eu desmoronar.

Quando eu saí da banheira e peguei o roupão, eu vi o meu reflexo no espelho e não me reconheci com aqueles olhos extremamente inchados e vermelhos, e eu me recusava a ser aquela pobre coitada, traída pelo namorado que nunca havia mudado por ela.

— Já chega!

Falei pra mim mesma enquanto pegava o celular pra ligar pra Karen,

e apesar de ser um dia da semana da qual eu deveria estar estudando, eu estava decidida a sair e fazer o que eu nunca havia feito, eu iria ser a Celine que o Kyle merecia, não na intenção de perder a minha essência, mas na intenção de me vingar.

Karen: Bom dia cachorra, você não deveria estar estudando, ou chupando o pau de um professor em alguma sala por aí?

— Vai se fuder sua vaca!

Karen: Ah, entendi, não foi fodida hoje e ficou estressada, estou certa?

— Você quer calar a porra da boca e deixar eu falar?

Karen: Pelo jeito o negócio é sério, o que aconteceu agora pra você já amanhecer assim endiabrada?

— Terminei com o Kyle.

Karen: VOCÊ FEZ O QUÊ?

Eu tive que afastar o celular do ouvido pra não ficar surda com o grito dela.

Karen: Você está maluca Celine? O cara se transformou em um verdadeiro príncipe pra poder ficar com você e nessa altura do campeonato você resolve dar um chute na bunda dele?

— Você vai deixar de ser advogada dele quando Karen? A sua amiga sou eu, e não ele.

Karen: Tá bom, fica calma e me explica o que aconteceu.

— Aquele filho da puta tem um pau tão filho da puta quanto ele, um pau que fica duro por qualquer vagabunda que se aproxima dele, aquele pau era pra ficar duro apenas comigo e o Kyle era pra se manter longe de qualquer vadia que encostasse nele. Deu pra entender ou quer que eu desenhe?

Karen: Você está me dizendo que o Kyle traiu você? Você viu ele trepando com alguém? Quem é ela? Me fala agora que eu vou lá quebrar a cara da vadia.

— Não foi bem assim, eu e ele discutimos, depois eu vi aquela vagabunda da Monique se esfregando nele e ele ficando de pau duro, e o pior, ele estava de olhos fechados, aquele filho da puta estava gostando daquilo.

Karen: Que decepcionante, pelo jeito o kyle continua sendo o mesmo cafajeste.

— Eu me sinto tão idiota por ter acreditado nele, eu estou me odiando por isso.

Karen: Não fica assim, essa é a sua primeira decepção amorosa, irão existir outras.

— Você está falando sério Karen? Que belo conforto você está me dando.

Karen: Celine, esse é o seu primeiro namorado, até você encontrar um cara que realmente valha a pena, você irá conhecer alguns idiotas, é assim que funciona.

— Eu não quero mais saber de namoro Karen, e foi justamente por isso que liguei pra você, hoje eu vou beijar muito na boca e trepar pela primeira vez com um desconhecido, e vou fazer tudo o que me der vontade.

Karen: Você tem certeza disso? Não quero que você faça nada que irá se arrepender depois.

— O meu único arrependimento foi ter dado a minha buceta pra aquele professor ordinário, te espero aqui às 21:00hrs, e se eu souber que você atendeu alguma ligação dele, ou passou alguma informação sobre mim, eu mato você.

Eu desliguei a ligação na cara dela, sem dar chances pra ela debater comigo.

A única certeza que eu tinha naquele momento, era que eu não era mais virgem e que eu poderia trepar com quem eu quisesse sem nenhum peso na consciência.

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