Capítulo 7
Foi mais fácil do que o esperado. "Claro", eu sussurrei. Movi-o ligeiramente das minhas pernas para me levantar. - Preferências? - Eu perguntei.
"Faça você mesmo", ele sentou no sofá, esperando por mim.
Ao longo do caminho, porém, algo mais me atraiu. Karla estava encostada na parede, perto da porta da frente com as amigas. O que ele fumava não era cigarro, mas maconha. Não vim para a cozinha preparar aqueles coquetéis, ataquei-a para bloquear seu pulso e impedi-la de fumar.
- O que você está fazendo? - ele franziu a testa.
Meus olhos estavam vermelhos e isso me deixou nervoso. Arrastei-a para fora, para a varanda e para a parede. Ela tentou se libertar, mas eu a impedi. - Em que você trabalha. Você bebeu e agora fuma? Quem te deu? -
"Você vai ligar para o seu pai e prendê-lo se eu contar?" — Ele nunca tirou aquele pequeno sorriso do rosto.
Ele estava prestes a colocar o filtro nos lábios, mas bloqueei seu pulso novamente. - Esta exagerando. -
- Quem é? —Ele aproximou seu rosto do meu. - Meu pai? -
Agora seus olhos estavam brilhantes, suas bochechas e nariz estavam vermelhos, seus lábios estavam inchados, ele cheirava a álcool e laranja. Ela havia penteado os longos cabelos atrás dos ombros para mantê-los livres. O decote daquele vestido teria surpreendido qualquer um. Aquela garota me incomodava porque eu queria saber tudo sobre ela. Isso me levou a me fazer muitas perguntas. Isso me estimulou.
Por que outros a conheceriam e não eu? Esse pensamento me exasperou.
Seus lábios carnudos sorriram novamente porque ele sabia o efeito que causava em mim.
- Você sabe qual é o seu problema? —Ele os aproximou dos meus. — Você fala demais e usa a linguagem incorretamente. -
Ela não sabe como ele poderia distraí-la.
Ele colocou a mão no meu quadril para me afastar apenas o suficiente para respirar, ou melhor, para colocar o baseado na boca e suspirar. —Entre e faça as pazes com a loira. — Ele jogou fumaça na minha cara.
Ouvi suas sandálias pisarem na madeira para chegar à praia. Chase a seguiu como um cachorro. Exasperado, eu estava prestes a voltar para dentro, mas seus gritos repentinos me impediram.
Chase carregou Karla no ombro e correu para o oceano para nadar juntos à noite. Nada de estranho ou preocupante, desde que ele não tivesse medo de água.
Aí ela implorou para ele colocá-la no chão, depois deu um soco nas costas dele, então comecei a correr pela praia para tentar chegar lá antes dele, antes que ele pudesse jogá-la na água sem a vontade dela, e pela noite também onde você nem conseguia ver o fundo.
Eu cheguei tarde. A praia era larga e eles já estavam na margem. Eu a enterrei debaixo d'água, um jogo divertido para as crianças brincarem, eu sabia, mas não para alguém como ela, que preferia se molhar com a água dos chuveiros públicos durante a hora do rush enquanto tomava sol.
Imediatamente tirei os sapatos e mergulhei no mar, emocionando aquele idiota que ainda não entendia que estava tentando se agarrar em seus braços desesperadamente e não por diversão.
Quando a soltei, ela voltou, mas primeiro tive que falar com seu hobby.
- Que tipo de problemas você tem?! - Ele ficou com raiva.
Embora eu mais. — Ele tem medo de água — —
Fui interrompido por seus braços. Ele me apertou. Ele me segurou como se eu pudesse ser uma âncora. “Ele-” repetiu meu nome duas vezes, sem conseguir completá-lo nem uma vez. Ele tremeu como uma folha e tossiu com a água que engoliu.
Chase ainda estava lá, indefeso e chocado com a situação. “Vá,” eu ordenei. Ele tentou tocá-la, parecia arrependido, embora eu não tivesse certeza do quê, mas decidi afastar sua mão. —Eu disse para você ir. eu me ouço
, ouvindo o choro desesperado de Karla.
Sem dizer mais nada, levei-a às pressas para a praia. Ela ficou presa na minha cintura o tempo todo, mesmo quando a água não a tocava mais.
Por que não toca o chão? Inclinei-me em direção ao seu rosto e descobri que ele estava mantendo os olhos bem fechados.
“Karla, coloque os pés no chão. -
- Pode? ele perguntou, tremendo.
— Sim, abra os olhos. -
Ele se forçou a olhar para a praia. Ele lentamente colocou um pé no chão, depois o outro, como se temesse que fosse tudo um blefe e logo se encontraria em águas profundas.
Você sempre foi talassofóbico ou desde que sua mãe se afogou? Eu me perguntei, olhando para seus cabelos molhados e olhos perdidos enquanto eles olhavam ao redor.
Seus amigos saíram ao seu encontro, talvez ouvindo os gritos vindos de dentro daquela casa. Eles a encheram de perguntas e invadiram seu espaço, deixando até sua bolsa. Ele não respondeu nenhuma pergunta.
Peguei seu braço molhado e puxei-a para mim. -Deixa de falar. Ela está confusa. —Eu ordenei, de novo. —Entre, vou levá-la para casa. -
— Não se preocupe, nós podemos fazer isso. — Taylor estava prestes a tirá-lo das minhas mãos mas eu a impedi porque os dedos de Karla não paravam de agarrar meu moletom encharcado.
—Você já fez o suficiente por esta noite. -
Esses dois me incomodaram. Eles não conseguiam entender o quão séria era a situação? Eles já pensaram que ela não precisava beber e dormir com pessoas aleatórias para se recuperar?
"Você está bêbado e chapado, então eu cuidarei dela", terminei.
Virei as costas para os gêmeos para que eles soubessem que não deveriam empurrar, mas eles estavam inconscientes o suficiente para me deixarem em paz.
Karla se aproximou, ela estava tremendo. Afastei o cabelo molhado do rosto e ela olhou para cima. Seus olhos estavam brilhando e suplicantes. "Eu quero ir para casa..." ele disse suavemente. - Você pode vir comigo? -
Essa foi a primeira vez que Karla Rivera me pediu ajuda.
A primeira vez que vi todo o mar revolto que havia dentro de mim.
A primeira vez pensei que nunca mais a deixaria sozinha.
Eu seria sua âncora quando quisesse, e não.
Deixei seu rosto para colocar meu braço em volta de seus ombros e caminhar com ela.
— Vamos... — Mas para minha casa.
— Você é muito perspicaz. Aparentemente você foi para Princeton. -
Ela entrou e eu saí, mas logo sua voz me atraiu para ela. Ela estava com o banho de espuma na mão. —É baunilha. Sou alérgico. -
- Oh. — Aproximei-me do armário embaixo da pia, me agachei e procurei alguma alternativa que pudesse dar, mas não encontrei nenhuma. — Vou até o outro banheiro por um momento e levo… —
Eu me virei para ela. Não olhei logo para o rosto dele porque suas longas pernas me chamaram a atenção, mas se eu tivesse menos atração física, teria descoberto rapidamente que ele estava me provocando.
"Estou brincando", disse ela satisfeita, apoiando-se no ladrilho com os braços cruzados sob os seios. —Eu queria saber se você foi realmente perspicaz. Você não passou no teste. -
Levantei-me para ficar no nível dele, embora estivéssemos a cerca de quinze centímetros de distância. — É a erva que te deixa tão engraçado? — Ou talvez você sempre tenha sido assim?
Ele encolheu os ombros, sorrindo e olhando para mim.
— Vanilla está bem então? - Eu perguntei a ela.
"Tudo bem", seu tom era baixo. Por mais que eu me importasse com ela, nem tinha percebido que o vestido que ela usava, ainda encharcado, era transparente. Descobri que Karla não estava usando sutiã. - Você pode ir agora. -
Parei meus pensamentos no meio do caminho. - Sim... -
Saí do banheiro e tirei minha calça jeans encharcada. Deitei na cama, procurando algo interessante para fazer no celular para manter minha mente ocupada.
Enquanto isso, ele fechou a porta. Você achou que eu poderia entrar sem o seu consentimento? Mas que tipo de cara você conhece?
Depois de alguns minutos (não demorou muito, talvez porque ele estava com vergonha de usar meu banheiro) ele saiu com minha camiseta preta, que era larga o suficiente para cobrir suas coxas.
— Onde está o secador de cabelo? - perguntado. Quando me levantei, meus olhos se arregalaram. — Você está de cueca. -
Eu a alcancei. —Mas vá. —Abri um armário e entreguei a ele.
—É normal ficar de cueca com pessoas que você mal conhece? -
— Parece que você não teve nenhum problema em gritar comigo da janela de sutiã alguns dias atrás. - Ele lembrou. —E então é como estar bem vestido. -
Ele mudou de assunto em um instante. "Seus pais vão me ouvir", afirmou ele, apontando para o secador de cabelo.
— Eles vão me ouvir, no máximo, porque você não está realmente aqui. -
Ele colocou os olhos brancos. — Ok, mas não quero que eles acordem por minha causa. -
- Meu. -
Ele ficou exasperado. — Vamos, fale sério. -
- Sou. O que você gostaria de fazer? Manter o cabelo molhado? — Peguei das mãos dele, liguei e liguei, apontando para o rosto dele.
Em resposta, recebi um soco no braço. Ele arrogantemente pegou o secador de cabelo e me empurrou em direção à porta. Eu não fiz nada além de rir de toda a sua explosão.
Por fim, secou apenas a pele, deixando as pontas úmidas. Continuei a me rebelar, ela continuou a insistir; ela era muito teimosa. Eu entreguei a ela, observando-a enquanto ela saía pela porta do banheiro depois que eu também entrei para me lavar.
Assim que terminei de tomar banho, coloquei uma calça leve de pijama e uma camiseta branca e saí, encontrando Karla encostada na mesa folheando um mangá. Ela ergueu os olhos das páginas quando a alcancei.
— Pegue se quiser. — Ele olhou para mim como se dissesse —sério? — — Você disse que não lê porque está muito ocupado, mas com isso você só precisa prestar mais atenção nas fotos. -
— Você não tem ciúmes das suas coisas? Conheço pessoas que nunca deixariam seus livros em outras mãos. -
Você está falando de mim? Nunca emprestei um, nem mesmo um, principalmente minha grande coleção de mangás, mas se isso pudesse me ajudar a ter um contato mais frequente com ela, eu teria aceitado de bom grado.
Porque uma vez terminado o primeiro volume, ele teria que me procurar para o segundo, o terceiro, o quarto, etc. Felizmente, o mangá tem muitos volumes.
"Pronto", disse ele, continuando a examiná-lo. Ela parecia encantada com isso. — Normalmente eu assisto animes, mas assistir desenhos parece algo completamente diferente. -
- É. Então me diga se você gostou. -
Ele assentiu, fechou-o e colocou-o sobre a mesa. Eu deveria ter me lembrado de dar a ele antes de partir.
Ela permaneceu pensativa. Ele suspirou, após colocar as mãos na madeira clara. "Sinto muito se assustei você de alguma forma agora, mas..." Ele baixou os olhos. —O mar me assusta muito, entendeu? -
Foi o suficiente para que seus alunos se concentrassem em mim para entender muitas coisas sobre ela sem sequer dizer uma palavra.
“Algo me diz que você não quer falar sobre sua mãe”, eu disse francamente. Eu não sabia se minha atitude estava certa ou errada, mas meias palavras sempre me incomodaram.
Karla fechou os olhos por um momento. — Exatamente, eu não quero. -
—Ok, então não vamos falar sobre isso. Mas você sempre teve medo de água? -
Ele balançou a cabeça negativamente enquanto brincava com uma mecha de cabelo molhado com o dedo indicador.
Imaginei tocar suas mãos e levá-la lentamente até a praia e depois guiá-la cada vez mais para longe, até molharmos seus joelhos, suas coxas, seu abdômen, seus cabelos. Talvez um dia eu conseguisse.
