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Capítulo 5

“Porque quando ele ficar entediado, ele não vai querer mais você por perto”, Taylor me disse.

Eu ouvi essas palavras olhando para ela. Você está seriamente olhando para mim enquanto beija isso?

"E ele não iria querer você por perto, mesmo que se apaixonasse", Ronnie finalizou.

Carla

A manhã seguinte a uma ressaca é a pior. Eu precisava de um café e tirar esse cachorro chato das minhas costas.

—Mas quanto você pesa? — Acariciei sua cabeça e ele continuou me lambendo. - Estou acordado! —Quanto mais eu ria, mais animado ele ficava de felicidade. - Ok, você venceu! -

Eu saio da cama. Já era tarde, como todas as manhãs, então corri para abrir a loja na hora certa.

Depois de pronto, desci para morder uma maçã e vi meu pai lendo o jornal.

—Que horas você voltou ontem à noite? - igrejas.

— Não sei... — E era verdade, não lembrava.

Eu mastiguei enquanto ele franzia a testa para mim. —Esta tarde vou pescar com Thomas. -

Primeira pergunta que me fiz: pescar? Segundo: — Quem? -

“O vizinho”, ele apontou para a casa ao lado.

- Oh. —O pai de Elijah, então. Virei as costas para ele para pegar uma xícara e depois uma xícara de café. - Divirta-se então. —Como você o convenceu? Mordi outro pedaço de maçã.

— Eu gostaria que você viesse também. -

Exasperado, coloquei-o sobre a bancada para me servir de um café e me concentrar naquele líquido milagroso. - Porque? Não gosto de pescar”, respondi de boca cheia.

— Porque já faz um tempo que não passamos um tempo juntos. -

Eu me virei para olhar para ele. Engoli. Seu cabelo estava ficando grisalho. Os anos passam...

— Ok, vou trazer a Shell. -

—Ok, ele parece se dar bem com Elijah, certo? -

Esse cachorro se dá bem com todo mundo. —Parece que sim, por quê? - Posso imaginar isso.

—Ele virá também. -

Obviamente . - MMM. — Tomei meu café e comecei a trabalhar.

Eu esperava casa cheia já que meu pai tinha algumas coisas para fazer. Minha dor de cabeça sugeria que eu não bebia mais tanto nos dias agitados.

Nas horas vagas, ao invés de assistir a continuação da série de TV, assistia Elia treinando com seu treinador.

Foi bom, talvez bom demais. Ele surfava ondas altas e parecia não ter limites.

Eu pensava continuamente em suas cólicas nas panturrilhas toda vez que ele caía no mar, e me perguntava o que era aquela sensação de vazio e ansiedade toda vez que ele perdia tempo para se levantar. Eu não quero mais tentar.

Quando voltei para casa, uma noite entre pai e filha me esperava. Morávamos na mesma casa, trabalhávamos juntos, mas nunca tivemos momentos próprios. Eu por mim, ele por ele, há anos.

Portanto, ajudá-lo a colocar o equipamento de pesca em seu caminhão era algo raro.

Sentei-me na cama com Shell, esperando por Elia e seu pai. Eles saíram de casa lotada, então meu pai foi ajudá-los, enquanto eu cuidava do filho dele.

Elias

Segui o conselho da minha mãe: parar de tentar entender aquela menina, então, nos dias que se seguiram, foquei no motivo da minha mudança: o surf.

Conheci outros caras com a mesma paixão que eu e os achei interessantes, principalmente um australiano. A Austrália era o lugar perfeito para surfistas; na verdade, ele estava lá apenas para passar férias curtas.

Depois de dias, descobri que ele estava de férias com o irmão: aquele que aparentemente dormiu com Karla.

Chase era seu nome. Estávamos tomando uma cerveja juntos na praia quando ele chegou e se apresentou. Ele era meu oposto: cabelos escuros e olhos castanhos, assim como Zac, seu irmão.

—Hoje à noite vamos dar uma festa na casa que alugamos nos últimos dias, você está aí? - ele me convidou.

- Com muito prazer. -

“Pedi a Karla e seus amigos que viessem também”, disse Chase.

Obviamente . Tomei um longo gole de cerveja gelada enquanto o observava de perto.

— Vá de férias com seu irmão, você vai se divertir, me disseram — Zac brincou com seu grupo de amigos.

“Não há ninguém como ela na Austrália”, ele sorriu, roubando a cerveja do irmão para tomar um gole.

- Você exagera. -

— Talvez, mas sua companhia é agradável. -

"Eu acho", Zac ergueu as sobrancelhas.

“No final você conseguiu mesmo”, disse o loiro, ele não lembrava mais do nome dele, eu não falava muito com ele.

—Faça isso—, palavra comum para o gênero masculino. Admito que também já usei algumas vezes, mas ao me referir a ele me incomodou. Eu nem entendia os motivos: não sabia nada sobre ela.

— Aprenda esta lição: quando a mulher tem uma roupa combinando, é ela quem te leva para a cama, e não o contrário. —Ele bateu no vidro com a garrafa do amigo, rindo juntos.

Pena que ele estava pescando comigo e não deveria ter dormido com você. Olhei para o mar tentando me acalmar e diminuir meu desconforto.

— Você é vizinho dele, certo? -

Está falando comigo ? Sim, ele estava falando comigo. — Sim, mas não a conheço muito bem, estou aqui há quase duas semanas. -

“Você deveria vir para a Austrália, sério, você é bom demais para ficar aqui”, Zac insistiu. Ele não tinha me dito mais nada desde que me viu surfando, cinco dias antes.

- Obrigado. -

— Se um dia você decidir, me procure. — Trocamos números. —Então esta noite também manteremos contato. Você pode vir jantar se quiser. -

Aceitei e comemos todos juntos, descobrindo que eles também estavam de férias com alguns amigos.

Entre uma degustação de pizza e outra, Zac me mostrou fotos do local, conheceu os treinadores que o acompanharam e me contou sobre sua trajetória até se profissionalizar.

“Eu vi você surfando”, disse uma loira.

- Quanto mede? - acrescentou outra loira.

Os australianos...

— Um metro e . -

Eles se entreolharam com um olhar que eu já sabia interpretar. Eles conseguiram me entreter, até que outras pessoas chegaram, inclusive Karla.

Ela realmente era mais bonita, como Chase, que veio fazer as honras, dissera.

Ela usava um vestido laranja suave que abraçava suas curvas. Eu nunca gostei de laranja, mas pensando em como ficava nela, poderia se tornar minha cor favorita.

O irmão de Zac entregou-lhe uma bebida. Ela nem me notou e eu parei de prestar atenção nela e apontei para outro lugar, porque foi isso que eu havia decidido fazer.

—Elias! -

Talvez eu não tenha notado os gêmeos Miller porque estava prestando muita atenção neles.

- OLÁ! —Eles muitas vezes falavam em sincronia.

- Faz muito que não te vejo! Ronnie acrescentou.

— Eu sei, treinei muito. -

— Nós sabemos, Karla nos disse. -

Agora ela está me espionando?

Os australianos apareceram com os dois, mais Zac e seu grupo. Um deles, porém, focou em alguém próximo a mim, ocupado naquele exato momento.

Me virei também, embora já tivesse reconhecido o aroma de Karla: coco e frutas cítricas.

Ele acenou para mim e depois encostou os lábios no canudo do meu copo, que segurei firmemente entre os dedos, para tomar um gole.

Ela se endireitou e sorriu, me fazendo ser um completo idiota em sua presença. "Você não disse que não bebeu?" -

—Não tanto quanto você, mas eu bebo. -

"Mh", ele sorriu. — Tem laranjas? —Ele lambeu os lábios. - Bom gosto. —Ele imediatamente desviou o olhar para aquele grupo, apresentando-se às duas garotas. — Você fez amigos esses dias? —ele então disse em meu ouvido. Ele se afastou um pouco, tão pouco que ficou a um passo dos meus lábios. - Quão bem. -

Você já está bêbado? Ele me deu as costas, tocou a mão de Taylor e a retirou. Ronnie também desapareceu mais tarde.

Ela não podia estar bêbada. As bochechas não estavam vermelhas exceto pelo bronzeado, os olhos não brilhavam e não tinha gosto de álcool, mas logo, entre os drinques, ele remediou isso. E então parei de olhar para ela; Sua atitude me incomodou.

"Você não disse que não a conhecia?" — Zac riu.

— Não, na verdade, não a conheço muito. -

— Ele bebeu seu coquetel. -

Olhei para o meu copo. —Ele só gosta de me incomodar. -

Levei-o aos lábios e bebi daquele mesmo canudo. Meus olhos não puderam deixar de voltar para ela. Encontrei seus pais do outro lado da sala, mas ele imediatamente os dispensou e voltou a falar com Chase.

Eu não conseguia entendê-la. Ele queria ficar longe de mim ou queria atenção? Ele os queria de mim ou um era tão bom quanto o outro? Se sim, por que focar em mim se ele tinha seu hobby ao seu lado?

Prometi a mim mesmo, porém, que cuidaria da minha vida, então virei as costas para ele, pronto para decidir qual daqueles dois australianos poderia ser meu hobby. Escolhi aquela de olhos azuis que cheirava a morango, talvez por causa do protetor labial?

Depois de meia hora falando sobre seus estudos, com os quais não me importei nem um pouco, decidi usar minhas táticas habituais para silenciar os charlatões. Looks com doçura e um toque de sedução. Coloque uma mecha de cabelo atrás da orelha. Concentre-se nos lábios e finalmente, quando estiver perto o suficiente, beije.

Sim, o protetor labial dela tinha gosto de morango, era a minha língua que tinha gosto de laranja.

Motivado por não sei o quê, ou melhor, talvez soubesse, abri os olhos procurando os de Karla. Eu estava dançando com Chase. Ele estava atrás dela tocando seus quadris, mas ela estava olhando para mim sentado em uma poltrona com aquela garota sentada.

Você está fumando um cigarro? Você fuma?

Tentei prestar atenção na loira, fechando os olhos novamente, mas a única coisa que consegui pensar foi no meu objetivo: incomodar meu vizinho.

O australiano quebrou o beijo para sussurrar no meu ouvido. —Que tal você tomar dois coquetéis e subirmos para o meu quarto? -

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