Capítulo 8
- Mas é óbvio! É a única revista de que gosto. - Eu digo muito animado. - Havia uma foto de que eu realmente gostava. Era uma foto do violão que Elvis costumava tocar.
-Fui eu quem tirou essa foto.
- Você não toca? Cara, eu daria tudo para tocar aquele violão!
- Aparentemente, Greg encontrou um fã. - Disse o nerd com uma risada.
-Você toca violão, Daniela? - perguntou Mia.
- Sim. Você também toca?
- Não. Quem toca é o Oliver. -Ele disse e eu fiquei surpresa.
-Não o vejo tocar violão desde que fui morar com ele.
- Eu simplesmente não toco mais. E ele é bem reservado. - Ele diz isso um pouco baixinho.
Depois de um tempo, o garçom retorna com nossos pedidos e nos servimos. Em um momento ou outro, nós diríamos algo. Mas estávamos todos muito ocupados.
Depois que todos nós terminamos o almoço, o nerd começou a falar.
- Então... Como foi sua viagem?
-Foi maravilhosa. - Mia disse. - O Brasil é um lugar lindo.
-Sem dúvida alguma. - diz Greg. - Visitamos alguns lugares muito bonitos. Como o Rio de Janeiro e um lugar chamado Região dos Lagos. Onde há muitas praias.
- As férias deste mês foram muito boas. - disse Mia. - Você já visitou o Brasil, Daniela?
-Você pode me chamar de Nani e não, eu nunca visitei o Brasil. Na verdade, esta é minha primeira vez fora dos Estados Unidos.
- Por que está fazendo essa cara, Oliver? - Mia perguntou e olhou rapidamente para ele. E ele parecia estar drogado com limões. Ele olha para mim e pergunta:
-Por que eles podem chamá-lo de Nani e eu não?
-Porque eu gostava deles. - Digo isso com franqueza.
- Então você está jogando na minha cara que não gosta de mim?
- Sinceramente, achei que você fosse mais inteligente. Tanto que o chamo de nerd.
-Eu lhe disse para não me chamar assim.
Quando eu estava prestes a dizer algo, o nerd se virou para nós dois na nossa frente e perguntou:
- O que vocês dois estão cochichando tanto? - Estou me dirigindo a eles também.
- Estamos dizendo que vocês formam um casal bonito. - disse Mia com uma risada. Naquele momento, o nerd e eu olhamos um para o outro e dissemos em uníssono.
- Que nojo!
E o Greg e a Mia caíram na gargalhada. Então, Greg se levantou e começou a falar:
-Tenho que voltar ao trabalho. - Ele dá um beijo no rosto de Mia e depois olha para mim. - Foi um prazer conhecê-la, Nani. - Eu sorrio para ele, que se despede do nerd e vai embora.
- Nerd... quero dizer... Oliver - Ele olha para mim e faz um gesto para que eu continue falando. - Você pode me lavar para comprar um espelho?
- Você não o comprou naquele dia?
- Se estou pedindo para ir comigo comprar um, é porque eu não comprei. Duh. - Ele suspira e depois fala.
- Eu levo você.
- Deixe o Oliver. - Mia o interrompe. -Eu levo a Nani. Ainda estou de férias.
- Ainda estou de férias. Então a leve de volta para casa.
- Vou voltar ao trabalho.
- Estou voltando ao trabalho. Adeus para você. - Ele se levanta, dá um beijo na testa de Mia e sai.
Então é a nossa vez de sair. Ao sairmos do restaurante, Mia começa a falar.
- Há um lugar aqui chamado House of Mirrors (Casa dos Espelhos). Eles vendem espelhos de todas as formas e tamanhos. Acho que você vai gostar.
- É longe daqui?
- Não, é perto. Você pode ir a pé até lá.
E nós fomos a pé. E chegamos lá rapidamente. Ela estava certa. Nessa loja havia muitos espelhos. Se Angel entrasse aqui, ela ficaria louca.
Havia alguns espelhos com formatos estranhos, que me lembravam aquelas casas de espelhos chatas que você encontra nos circos. Deve ser aqui que eles compram esses espelhos.
Eu também tinha alguns espelhos bonitos.
Depois de dar uma boa olhada, decidi qual deles comprar. Comprei um espelho bem grande, mas ele não era para ser pendurado na parede. Era um daqueles tipos que ficavam na quadra.
Um funcionário da loja levou o espelho para o carro da Mia. Era um carro pequeno, mas bonito.
- Você vai dirigir o Nani? - Mia me perguntou e eu não entendi. - O quê? Não, eu nem tenho carteira de motorista.
-Então por que você vai estar do lado do motorista? - Olhei pela janela e vi que era o lado do motorista. Que vergonha.
- Estava errado. Esqueci que o banco do passageiro fica do outro lado.
- Está tudo bem. - Ele disse rindo. Depois disso, não tivemos mais nenhum outro erro. E chegamos ao apartamento muito rapidamente. Eu saí e ela me ajudou a carregar o espelho até o saguão do prédio.
- Você pode levar o espelho para o apartamento de Nani?
- Claro que sim.
-Então, vou embora agora. Adorei passar o dia com você.
- Eu também adorei.
- Olha, eu sei que é difícil para você morar em outro lugar com alguém que não conhece e às vezes parece chato. Mas não é. Por trás de sua raiva, há um bom rapaz. Preciso ir embora. Tchauzinho. Tchauzinho.
- Tchau. Tchau.
E ela vai embora. Eu me assusto quando alguém me chama.
-Daniela? - Olho para cima e vejo que é o Daniel.
- Olá, Daniela.
- Suas chaves. E o pessoal da entrega chegou. E eu esperei que eles montassem para ter certeza de que tudo ficaria bem.
- OK, obrigado. - Pego as chaves e vou até o elevador. Desta vez, não poderei subir as escadas. Entro no elevador e espero que ele não pare no meio do caminho.
Depois de alguns minutos, finalmente chego ao último andar.
Coloco as chaves na maçaneta e abro a porta.
Entro, fecho a porta e deixo o espelho no chão. Corro para o meu quarto para ver como ficou a mobília nova.
Cheguei ao meu quarto e vi que estava muito legal.
Os móveis estavam do jeito que eu queria. Joguei-me na cama e vi que dormiria muito bem durante a noite.
Fiquei deitado por um bom tempo. Levantei-me, fui até a sala de estar e peguei o espelho. Coloquei-o no único espaço vazio que tinha em meu quarto.
E ficou ótimo. Fui até a cozinha, peguei a comida do Bob e coloquei em seu prato.
- Bob, venha cá!
E ele veio correndo, sacudindo o ralo. Enquanto ele comia, eu o acariciava.
A campainha toca e eu vou abrir a porta. Abro a porta e me deparo com o Angel.
- Oi Nani, posso entrar?
- Claro que sim. - Ele entra e segura um pote de sorvete.
- Ele nos trouxe sorvete.
- Excelente! Vou pegar as colheres.
Corro para a cozinha e pego as colheres. Volto para a sala de estar e vejo a Angel sentada no chão, com o corpo descoberto.
Sento-me ao lado dela, passo-lhe uma colher e começamos a comer.
- Eu vim aqui mais cedo, mas você não estava.
- Fui almoçar com a irmã do nerd.
- Você gostou dela?
- Ela é ótima. - Eu digo e depois coloco uma colherada de sorvete de chocolate na boca.
- Hoje fui me matricular na universidade. Vou estudar em Cambridge.
- Isso é ótimo. Parabéns! - Estou muito feliz por ela. - O que você vai fazer?
- Medicina. Sempre achei que a profissão do meu pai, salvar a vida de outras pessoas, era muito bonita. Mas vou me especializar em pediatria. Eu realmente quero cuidar de crianças.
- Quero ver você dizer isso quando uma delas chutar sua perna e puxar seu cabelo. - Eu digo rindo.
- Você é muito pé no chão, Nani. - Ela diz fingindo estar irritada.
- Realista é meu terceiro nome.
- Por que terceiro?
- Meu nome é Daniela. O segundo é rebeldia e o terceiro é realista.
Ela riu e depois voltou a falar.
- Quando eu era rebelde, não era realista. São duas características que não combinam. - Ela disse seriamente.
- Comecei a ser realista quando vi que os contos de fadas não existem.
- Hmm. - Quando eu estava prestes a dizer algo, decidi mudar de assunto.
-Os móveis chegaram.
- Sério?! - Ela pergunta muito animada. - Estou indo para o seu quarto. - Ela se levanta rapidamente e vai até ele. Depois de alguns minutos, ela volta.
- Seu quarto está lindo!
- Eu sei, tenho muito bom gosto.
Ela riu novamente e se sentou ao meu lado.
- Então .... Algum motivo para o sorvete?
- Tive uma discussão com minha mãe ao telefone.
- Ah. - Eu disse, não muito surpreso. - O que aconteceu?
-Ela me convidou para passar o final de minhas férias com ela. Mas eu recusei. Eu vou para lá, para ficar sozinho o tempo todo.
- Onde ela mora?
- Na Escócia. Ela nunca foi uma pessoa muito notória quando morava comigo. Você pode imaginar agora? Ela nunca me liga e depois vem reclamar que eu não saio de férias com ela.
- Por que ela morava tão longe?
- Ela se casou com um cara que mora lá.
- Ah. - Eu não queria dizer nada. Eu entendo muito dessa coisa de mãe e filha. É óbvio por que eu não entendo.
Decidi mudar de assunto.
- Você conhece o Daniel, o neto do zelador surdo?
- O que há de errado com ele? - Ela disse rindo, provavelmente por causa do apelido do caseiro.
- Ele me convidou para ir ao ensaio de sua banda. Vamos comigo?
- Eu vou. A banda dele toca muito. Já assisti a uma de suas apresentações.
- Ah, sim? Onde?
- Em um bar a duas quadras daqui. Eles tocam todos os sábados.
- Hmm.
- Então... Há um ótimo filme na TV hoje.
- Legal? Qual deles? - Eu digo muito feliz, porque até hoje não vi nada de interessante naquela TV gigante.
- Um policial no jardim de infância.
- Não está jogando. - Eu digo decepcionado.
- Isso pode ser repetido. Mas é ótimo. E não me canso de ver.
- Vou fazer a pipoca. - digo com um sorriso no rosto e corro para a cozinha.
Passei a tarde inteira assistindo ao filme com Angel.
Depois tomei banho para ir ao ensaio da banda. Angel disse que me esperaria no saguão do prédio.
Saí do apartamento e, claro, subi as escadas. Cheguei ao saguão do prédio e encontrei o Angel.
- Finalmente um doce!
- Qual é a urgência? - disse ele gentilmente. - Onde fica o porão?
- Venha comigo. - Ela disse e eu fui atrás dela.
Eu já podia ouvir algum barulho. Mas não conseguia definir o que era.
Quando chegamos ao porão, vi algumas crianças tocando instrumentos.
Eram quatro garotos. E todos pareciam roqueiros. Só que Daniel não se encaixava nesse estilo.
Percebi que eles estavam tocando Patience, do Guns N' Roses.
E fiquei louco. Adoro essa música. Havia algumas cadeiras na frente dos rapazes. Angel e eu nos sentamos nelas.
Nós os ouvimos tocar e realmente me dei conta: ELES MATAM!
Angel e eu éramos um bom público. Cantamos e até dançamos.
Depois, eles cantaram Crazy, do Aerosmith, e, por fim, Imagine, de John Lennon. Quando eles terminaram, nós aplaudimos. Daniel veio até nós com os rapazes e nos apresentou.
- Pessoal, estas são a Nani e a Angel. As garotas de quem eu estava falando.
E todos nos cumprimentaram.
-Meninas, este é o Toddy, o baterista, ele era alto, muito magro e tinha cabelos pretos. - Ed - este era o tecladista, ele tinha muitas tatuagens no braço e era muito alto e magro também. Ele tinha olhos verdes. -E Derick. -Esse era o cantor e guitarrista. Ele era forte, alto e tinha cabelos castanhos.
