O CEO precisa de uma esposa

Roxanne estava no último ano, logo terminaria a escola e já tinha completado seus dezoito anos. Apesar de ter alguns amigos, ela não era uma das pessoas mais sociaveis, e tinha permitido a aproximação de garotos pouquíssimas vezes, talvez porque preferice homens mais velhos, e até então só tinha conhecido garotos da sua idade que para ela não eram tão atraentes. Roxy estava se arrumando para ir a escola, ela faria suas provas finais, para o quanto antes se livrar daquele mundo de adolescentes e livros de matemática.

A jovem de fios roxos estoura uma bolha de chiclete, ela estava na frente da escola esperando seus dois amigos mais próximos, para que os três entrassem na escola juntos. Logo a garota baixinha de cabelo avermelhado, e o rapaz de lindos cachos e óculos se aproximam dela. Anya era amiga de Roxy desde a infância, já Jess era seu amigo desde que tinham quinze anos. Eles eram um trio inseparável, e nem mesmo outras amizades os fizeram se afastar. O que mais animava a garota de fios coloridos era seu novo emprego, iria trabalhar na casa de uma família muito importante naquela pequena cidade, os planos para a faculdade infelizmente ficariam para depois já que ela precisava juntar dinheiro antes.

— Eu vou sentir saudades de vocês, não acredito que vão embora fazer faculdade tão longe daqui.

— Despedidas são tão tristes que eu quero chorar, Roxy — diz a menina fungando.

— Vamos fazer uma promessa aqui mesmo e agora, um dia iremos nos encontrar e vamos contar sobre nossas vidas, todos nós teremos algo legal para contar e festejar — Jess coloca e logo as outras duas também e firmando a promessa.

— Agora precisamos ir logo antes que a diretora reclame — a garota estava realmente triste em não ter seus amigos por perto.

Infelizmente com a distância muitas pessoas acabam se afastando, fazendo novas amizades e nunca mais se reunindo novamente, e esse era o grande medo de Roxy ao se despedir de seus amigos. Eles iriam estudar fora durante alguns anos, enquanto ela ficaria ali trabalhando e enquanto isso provavelmente eles arrumariam algum estágio, e após a faculdade teriam empregos e nunca mais voltariam. Ela volta para casa no fim do dia pensando sobre isso, se não fosse sua falta de dinheiro ela poderia estudar com eles, mas agora tarde e ela iria aproveitar a oportunidade de emprego, como iria morar na casa dos patrões, poderia guardar o salário e ir juntando para investir em seus estudos.

Roxy pega um vestido simples no armário e uma jaqueta jeans, ela se veste e calça um par de botas, seus fios ondulados são arrumados e presos numa trança. Ela era uma jovem bastante bonita com traços marcantes, mas uma auto estima que não ajudava muito. Após terminar de se arrumar Roxy segue caminhando até a casa da família Stone, ela estava extremamente feliz em finalmente começar a sua vida, afinal tinha passado os últimos anos presa a uma tia que não deixava nem sequer ela estudar direito, já tinha sido difícil lutar contra aquela mulher para terminar a escola, ela tinha a atrapalhado até em conseguir uma bolsa de estudos, mas agora a garota iria se dedicar bastante e conseguir muito mais do que perdeu.

A garota chega a casa linda com detalhes rústicos, que combinava muito com o ambiente do campo, uma senhora a recebe dizendo ser a governanta, logo ela adentra o local admirando cada detalhe da decoração. Era incrível como tudo era de extremo bom gosto e sofisticação, ao mesmo tempo que não era exagerado, quem decorou aquele lugar tinha realmente muito bom gosto. Ela observa um retrato que lhe chama atenção, um homem jovem segurando um diploma e sorrindo de maneira discreta, ele era realmente muito bonito. Logo o som de alguém descendo as escadas chama a atenção de Roxy, era o homem da foto que passa por ela sem falar nada, ele apenas conversa com a governanta que retornava após demorar um tempo.

— Me desculpe Ryan, mas sua mãe saiu e eu preciso orientar a nova empregada — ao ouvir tais palavras o homem se vira rapidamente encarando a garota.

— Essa pirralha vai trabalhar aqui? Minha mãe não deveria contratar adolescentes.

— A senhorita tem dezoito anos e é muito responsável, sua mãe a conhece e sei que a senhora tem muito bom senso.

— Com o tanto que ela não me irrite está tudo bem — ele a analisa dos pés a cabeça e da um sorriso de canto.

— Você bem que poderia ser mais como o seu irmão, ele jamais concordaria com o seu comportamento.

— O Ryan é um chato que só estuda, ele nem deve saber o que é uma mulher.

— Respeite a mim e a Roxy, é melhor você nos deixar a sós para que lhe explique sobre o trabalho.

— Roxy... Gostei bastante do nome dessa pirralha — ele sai dali com um sorriso irritante nos lábios.

— Não ligue para ele, o Adrian é um garoto bastante mimado, mas é boa pessoa e logo vai parar de pegar no seu pé.

— Boa pessoa... — murmura Roxy incrédula após notar o quanto aquele homem era insuportável.

— Agora venha comigo que eu vou te mostrar a casa, e também vou te explicar sobre o trabalho.

...

O quarto aonde Roxy ficaria era modesto porém muito melhor que o seu antigo, sua tia tinha ficado responsável por ela após a morte de seus pais, a mulher nunca foi boa com ela e queria que ela nunca conquistase nada, era terrível morar com aquela mulher, e a garota estava aliviada por morar em outro lugar e ter um trabalho, ela enfim ficaria longe da influência negativa de sua tia. A garota de fios roxos toma um banho e veste seu pijama, iria estudar naquele fim de tarde ao invés de jantar, finalmente ela tinha liberdade para se dedicar aos estudos, e aproveitaria cada momento para conseguir aprender mais. Nesse momento ela estava dedicada a aprender outro idioma, mesmo sozinha iria se aplicar para aprender e conseguir falar mais de um idioma.

Ele não tinha ido com a cara do tala Adrian, mas infelizmente teria que suportá-lo naquela casa, esperava que ao menos o tal irmão dele não fosse assim. Roxy só queria trabalhar em paz sem problemas, mas já era vacinada contra gente assim após viver a tanto tempo com a tia, e nada e nem ninguém iria fazê-la desistir de seus objetivos, afinal ela só tinha ela mesma e se não fizesse algo por si ninguém faria. Durante a noite ela acaba sentindo fome por ter pulado o jantar, a governanta tinha lhe explicado que se quisesse comer algo tinha que comer na cozinha, então ela veste um roupão e desce as escadas. A garota torcia para ninguém está acordado principalmente Adrian, ela segue sem fazer barulho e chega a cozinha aliviada por não ter ninguém, Roxy começa a preparar um sanduíche em silêncio.

— Então a pirralha veio assaltar a geladeira no meio da noite — ela escuta uma voz masculina e logo nota um Adrian sem camisa na sua frente.

— Eu não jantei e vim apenas preparar um sanduíche, a governanta disse que eu podia.

— Aqui a gente não nega comida aos empregados não, pode comer avontade — ele abre a geladeira.

— Eu sei que você é filho da minha patroa então não vou te importunar, mas se você puder não me chamar de pirralha e deixar eu fazer meu trabalho em paz.

— Não pretendo perder meu tempo com empregadas, mesmo que elas sejam muito bonitas.

— Não é adequado falar assim sobre uma empregada — ela fica corada.

— Mas ainda sim você ficou toda vermelha quando eu falei — ele passa por ela e sai da cozinha.

— Esse homem vai atrapalhar minha vida nessa casa — ela coloca o sanduíche no prato e pega um copo de leite.

No dia seguinte Roxy estava devidamente uniformizada, ela começa as primeiras tarefas do dia organizando os quartos, a garota de fios roxos tinha passado parte da noite pensativa, ela agora era empregada numa casa de família e tinha sido uma grande oportunidade, precisava se dedicar bastante para conseguir juntar dinheiro, e mais tarde entrar para uma faculdade e finalmente se formar. Ela ainda estava pensativa sobre qual curso escolheria, infelizmente com sua tia ela não tinha paz, e teve que usar todo seu tempo para pensar numa forma de sair de casa. Agora finalmente ela poderia focar em sua vida, analisar as possibilidades de cursos e escolher a melhor opção, não queria escolher qualquer um e no final acabar jogando dinheiro no lixo fazendo o curso errado.

Após terminar de organizar os quartos Roxy vai até a sala, ela começa a passar o aspirador no sofá, depois no chão e no tapete para tirar toda a sujeira. A garota de fios coloridos larga o aparelho de lado, ela ela pega um pano e começa a tirar a poeira dos móveis e enfeites, o trabalho para ela era satisfatório só de pensar em sua independência, e ela já estava acostumada a pegar no pesado só que agora seria remunerada. Após terminar com a sala ela guarda o aspirador, sua próxima tarefa seria alimentar o cachorro e os gatos. Roxy coloca ração nos potes e coloca para os animais, um gato preto de olhos verdes se esfrega em suas pernas ronronando, ela logo abre um sorriso e acaricia o felino que parece simpatizar com ela.

— O Venom gostou de você — ela escuta aquela mesma voz masculina.

— A gente tinha combinado que você não pegaria mais no meu pé.

— Mas eu acabei de chegar agora de manhã, nunca nem sequer tinha te visto.

— Não precisa debochar da minha cara eu não sou burra, Adrian — ela bufa impaciente.

— Acho que houve um equívoco aqui, eu não sou o Adrian, ele é meu irmão.

— Você vai mesmo ficar brincando comigo? Eu sou apenas uma empregada então deixa eu fazer o meu trabalho.

— Ryan? Estava com saudades do meu menino — a senhora o abraça e ele retribui.

— Você é a única que não confundi eu e o Adrian — ele encara Roxy que fica ruborisada.

— Desculpa... Eu não sabia que tinham dois de vocês — ela diz totalmente constrangida.

— As pessoas sempre confundem eu e o meu irmão, com o tempo você aprende a diferenciar.