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O Amor não tem Regras

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LuadMel
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Resumo

Max Oliver voltou para cidade depois de estudar por dois anos em Seant. Infelizmente, sua partida foi no meio do ano letivo, onde pegaria o colegial da sua cidade natal pelo meio também. No entanto, o garoto é bem vindo pelos antigos amigos, pela família, e por uma garota diferente que lhe toma o coração subitamente ao colocar seus olhos. Clara West era uma menina tímida, tinha medo de falar com as pessoas e ser rejeitada do mesmo modo que foi quando criança dentro do orfanato. Mas ao conhecer Max sua vida começa a ter mais cor, claro, depois que aprendeu a conviver com seu jeito divertido, quente, intenso, e amigável. Max lhe ensinaria um lado divertido da vida, um que ela evitou com medo das pessoas, mas que agora, não deixaria por nada.

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Cap. 1

Seant

Uma das melhores cidades para morar, tão cheia de vida e animada. As noites, a lua chegava até brilhar mais do que poderia naquele lugar onde a vida era vivida ao máximo que podia.

Max sabia disso, e depois de cinco anos longe de sua cidade preferida, ele estava voltando para recuperar todo o tempo perdido. O avião nem tinha pousado direito e seu coração estava acelerado, desesperado, sendo sincero. A saudade que sentia de sua mãe era enorme, nunca em sua infância esperou passar tanto tempo longe daquela mulher, mas a escolha de morar em outro país com seu pai fora sua, então não poderia mais reclamar.

Segurando a mala com força e a alça da mochila em seus ombros, o jovem moreno atravessou as portas de desembarque com um sorriso gracioso, poderia dizer que a vontade de chorar por está de volta ao seu país natal era grande, mas não mostraria isso para sua mãe quando a avistou ao longe com os olhos já marejados vindo em sua direção. Seu pai o havia ensinado que homens não choram, mas quando se viu dentro do aconchego dos braços de sua mãe, os olhos negros deixaram-se molhar deliberadamente, o suficiente para colocar para fora toda a felicidade que sentia em poder sentir o cheiro que tanto gostava, os braços que lhe fizeram muita falta em noites frias.

Ah, como sentira falta dos braços de sua mãe.

Afastou-se poucos segundos depois sendo revistados pelas mãos e olhos de Naomi que precisava ter certeza que seu filho mais novo estava bem. Chamadas de vídeos, mensagens, ligações, oh, nada disso resolvia o aperto em seu coração ao ter um filho do outro lado do mundo.

— Está mais magro do que quando saiu daqui. Seu não lhe dava o que comer? – Questionou autoritário, o olhando profundamente. — E está tão grande. O que o tempo não faz.

— Quando fui embora tinha só doze anos. É natural que crianças cresçam e se tornam homens bonitos demais. – Gabou-se e recebeu um olhar desconfiado e foi abraçado outra vez. — Onde está o Quinl? Achei que viesse me buscar no aeroporto já que quis saber todos os movimentos que fiz desde que sai de Beathan. Acha que não posso me cuidar sozinho?

— Você sabe que o Quinl não acorda cedo, isso sempre foi um problema desde que crianças. E sabe que horas são? Isso mesmo, seis da manhã. Com certeza quando chegar lá ele estará no segundo sono, embora eu tenha deixado à missão de acordá-lo com o Jerry antes que fosse trabalhar. – Max encarou sua mãe, um pouco mais sério que o normal. — Você não o conhece ainda, certo?

— Quinl disse que ele é um homem incrível, e que se apaixonaram há um bom tempo. Devia ter casado. – Naomi concordou com o filho e passaram a andar em direção a saída. — Papai se casou de novo, embora sua esposa não seja tão incrível quanto à senhora. – Tratou de dizer ao notar o olhar de canto, sugestivo esperando qualquer brecha para começar a falar mal do ex-marido.

— Nenhuma mulher na vida de seu pai será tão incrível quando eu. E não estou preparada para um novo relacionamento desta forma. Jerry é um homem muito legal sim e desde que o conheci tem me tratado muito bem. Só vou precisar de mais um tempo para que me acostume com a ideia de casar outra vez. – Chegaram ao estacionamento e a mulher mais velha, dentro de um vestido elegante usando saltos de grife, analisou com mais atenção o filho que teve que abrir mão. Nunca foi algo para que entendesse ou aceitasse, mas também não reclamou, apesar de infiel, seu ex-marido ainda era pai e dedicaria sim alguns anos de sua vida para cuidar perfeitamente do filho mais novo. — Eu senti muito a sua falta. – Chamou atenção do garoto que lhe sorriu voltando para um forte abraço.

O bairro onde viviam era calmo e refinado, nada exagerado para moradores de classe alta. Max conhecia cada rua ali, costumava fazer caminhadas antes de o sol nascer, corridas quando estava entre amigos e jogar futebol quebrando alguns vidros de carros e espelhos de casas, isso quando não estava metido em algum lugar fazendo bagunça com os colegas. Admirava cada casa com os olhos brilhando. Nem poderia imaginar a saudade que sentiu daquela quentura de Beathan, o país onde os climas trocam de turno sem parar.

A casa onde morava não havia mudado muita coisa, talvez uma tintura nova e um jardim em frente, um cercado menor com trilhas de pedras até a varanda de madeira com um banco de balanço. O seu verdadeiro lá.

— Vamos entrar, preparei um café especial para você. – Max sorriu. Claro que prepararia. Desde que contou que terminaria o ensino médio ao lado de seus amigos, Naomi fez de tudo para conseguir de volta uma vaga no mesmo colégio que o filho estudou e também na mesma turma. E faria até mais apenas pelo prazer de arrancar seu filho mais novo das garras de Calvin Oliver, o ex.

Antes de atravessar toda aquela estrada de pedras até a varanda, a porta foi aberta bruscamente, e nem precisaria olhar duas vezes para conhecer Quinl, o seu irmão mais velho. Mesmo que estivesse longe, a amizade daqueles dois nunca morreu. Não deixaram de se falar um dia sequer, eram seus melhores amigos e aquela parceria ninguém poderia tirar. Max foi o primeiro a correr para abraçar o mais velho que devolveu o abraço, apenas pelo calor do momento. Não durou mais de um minuto, se separaram dando socos um no ombro do outro.

— Que bom que está de volta. Não aguentava mais a mamãe se perguntando várias vezes ao dia se já havia comido ou não. – Cruzou os braços voltando para dentro da casa e fora seguido pelo irmão. — Não que essa preocupação não passasse pela minha cabeça, mas obviamente você não iria morrer de fome. Talvez de frio, mas de fome não.

— Adoro seu bom humor matinal, vai terminar de arrumar a mesa, antes que eu termine de quebrar seus dedos. – Naomi mandou, autoritária vendo mais velho mostrar seus dedos enfaixados e correr para a cozinha. — Nunca achei vantajoso seu irmão se meter em querer jogar futebol americano porque é a paixão do seu pai, e vendo que ele não tem jeito e além de chutar o próprio pé sem precisão e conseguir quebrar dois dedos sendo pisoteado após um brutamonte passar por cima dele, parei de reclamar, ele vai sair por si só.

— A senhora tem que parar de querer nos fazer desistir de tudo que o papai gosta. – A mulher parou na sala encarando não apenas aquelas palavras, como a expressão mais madura que Max havia trago daquele lugar. Ele não tinha mais doze anos, era um jovem que em poucos meses completaria a maior idade. Não era mais seu bebe, e estava certo também. — Ele ainda é o nosso pai e aprendemos a perdoa-lo.

— Não vamos falar de coisas triste, certo? – Se aproximou apertando as bochechas do moreno que além de fazer caretas, gemeu pela dor. — Venha que eu tenho uma surpresa para você.

Quando se passa cinco anos fora da sua cidade natal, onde cresceu ao lado de amigos incríveis com uma infância muito divertida, é essencial que nunca se esqueça de quem trouxe seus melhores momentos ali. Max não havia esquecido e seus melhores amigos também não. Mal havia atravessado a porta da cozinha quando escutou um sonoro “bem-vindo” gritado por alguns colegas, seus melhores amigos, aqueles que lhe ajudavam a quebrar alguns vidros e janelas, os mesmos que perturbavam seus vizinhos que não podiam chamar ninguém, porque no meio de tudo, seus filhos estavam também.

— Eu acho que não sobreviveria mais um ano se você não chegasse logo. – Gritou o famoso Francis, conhecido em todo bairro e também no colegial por ser o tipo de adolescente que poderia perder o amigo, mas nunca uma piada ou pegadinha, e que também havia ficado sem sua metade por muito tempo, mas estava pronto para começar as atividades assim que Max terminasse de tomar aquele café.

— Ah meu santo Deus – Sussurrou baixo ao ser agarrado pelo garoto que fingiu chorar por alguns segundos antes de dar espaço para sua irmã gêmea que se agarrou ao pescoço do garoto lhe dando um beijo estalado no rosto. Recebeu emocionado cada abraço dos amigos presentes e sentou para tomar café com cada um escutando algumas fofocas e todas as novidades que tinha perdido. O que não daria para contar tudo numa manhã apenas. — Amanhã eu já estou pensando em voltar para colégio.

— Você já perdeu muita coisa, mas podemos te passar a matéria – Avisou Francis já do lado de fora da casa, pronto para correr para sua na outra rua. — Mas vindo de Beathan aposto que não vai se perder. Só se passaram dois meses.

— Ah claro, só depois. Em dois meses não se dar para aprender nada. – Ironizou e os dois riram andando um pouco mais para a rua. — E como você está com a Janie? – Uma pergunta calma e normal proferida por lábios bem simples, contudo, o nome da garota repercutia de forma intensa nos ouvidos de Francis o deixando sem graça aonde quer que esteja. — O que foi?

— A gente não sabe se rola, ou não rola. Estamos juntos uma hora, depois não estamos. E agora ela está focada nos exames finais. Quer desesperadamente conseguir uma bolsa na faculdade mais longe de Seant. Já gritou com todas as letras que não pretende continuar aqui quando a escola acabar. – Contou com tristeza, enterrando as mãos dentro do bolso. — Nem todo mundo quer ficar aqui.

— É por isso que vim embora. Conheci pessoas muito legais por lá, mas acredite, eu senti falta de vocês, e resolvi de verdade vim terminar o ensino médio aqui. – Eles se olharam, um olhar de cumplices. Escutaram algumas risadas ao fundo e Max se surpreendeu ao ver o irmão sair de casa de mãos dadas com Fannie, à outra metade de Francis. Virou para o amigo que só revirou os olhos assistindo a cena com nojo.

— De um jeito ou de outro, a gente é família. A minha irmã tem um grande problema de visão, ela acha que o seu irmão é o homem mais bonito da terra e se apaixonou justamente por ele. – Contava enquanto os via se aproximar.

— Você tem o Max e eu tenho a Fannie, fica na sua. – Disse Quinl, claro, sensato e debochado. — A gente se ver depois. – Passou pelo irmão ali fora que não demorou muito para entrar. Precisava de um banho e também de uma bela noite de sono. Se no outro dia pretendia voltar às aulas, não voltaria com cara de cansado.

Seu quarto estava do jeito que deixou cinco anos atrás, sua mãe não comprou ou tirou nada, limpava sempre que podia deixando tudo organizado e preparado para a volta do filho. Uma volta que daria muito que falar.

Quando em fim se viu sozinho naquela casa, subiu diretamente para seu quarto, levou a mala e a bolsa nas costas. Nada tinha mudado quando adentrou naquele espaço que era completamente seu. Deixou a mala de um lado, jogou a mochila na cama e encarou todo o lugar com os olhos brilhando de felicidade por está novamente em casa.

O cômodo cheirava a produtos de limpeza e o perfume de Quinl, sorriu de canto com o carinho que sua mãe e irmão tinham por si. Expirou ainda com a mão na cintura e olhou para o lado esquerdo do quarto, avistou a janela com as cortinas azuis, ainda fechadas. Foi até a mesma e afastou a cortina para olhar a rua lá fora quando se deparou com outra janela aberta. Max estreitou os olhos e também abriu a sua.

Encarou o quarto a sua frente, extremamente feminino para seu gosto. Deduziu ser uma garota quando avistou também uma camisola branca jogada na cama. Deu de ombros voltando para o seu quarto. Não fechou a janela porque precisava de um pouco de ar. Iria organizar suas coisas naquela mesma noite. Queria se sentir em casa, mas do que já sentia.

Max finalmente tinha voltando.