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Nas Mãos do Dono do Morro

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Resumo

(+18) Amanda, uma garota virgem e durona, foi sequestrada pelo maior bandido da comunidade por vingança, ele a faria limpar a casa dele para fazê-la pagar... As coisas começaram a se complicar quando ele a flagrou se masturbando em cima da cama, gritando pelo nome ele.

mafiapaixaoromance

Capítulo 1

Amanda:

Eu sou uma garota de dezenove anos virgem que mora em uma comunidade perigosa e difícil de se viver. Um dos meus sonhos é dar o melhor pra minha família que precisa muito, desde que eu me conheço por gente a gente passa por dificuldades desumanas e eu quero muito mudar isso.

- Ô minina atentada! Por que ainda não foi fazê o que eu mandei? - minha mãe repete pela milésima vez nos últimos dez minutos.

- Já tô indo, muié! - respondo estressada, com vontade de dormir mais.

São só seis e vinte da manhã!

Eu só queria dormir por mais alguns minutos... Nunca vou me acostumar a acordar tão cedo.

Mas, ok! O dia ja começou, então bora pro corre porque a vida não facilita pra nego pobre: levanto da cama e vou escovar os dentes, lavar o rosto e amarrar o cabelo, tiro o baby-doll e visto um conjunto de moletom preto, quando vou passar um perfume eu me lembrei que o perfume acabou.

Que merda.

Vou até o quarto dos meus pais e espirro algumas gotas do perfume do meu pai, já que a minha mãe esconde o dela pra eu não passar, ela diz que eu tenho que ser mais econômica, pois eu gasto muito perfume. Ô muiezinha difícil.

Eu até comeria alguma coisa no café da manhã, se tivéssemos algo. Arg. Ô vida.

Meu pai já está na rua desde às cinco horas catando papelão, depois que perdeu o emprego em uma loja de móveis o pobre coitado nunca mais conseguiu um trabalho melhor apesar de nunca desistir de mandar currículo, infelizmente eu tenho certeza que é por ele ser negro... eu fico puta da vida com essas injustiças da sociedade.

Já a minha mãe, vende salgados, pães, doces e bolos. Eu sou parecida com ela, na aparência e no jeito de ser: ambas somos teimosas e explosivas, enquanto o meu pai é um doce e um molenga.

Pego a cesta carregada com pães caseiros e a ajeito na minha velha bike, hoje o dia vai ser corrido.

Logo eu coloco os meus planos em ação, daí a vida vai ficar mais fácil pra mim e pra minha família.

Felipe:

- Vai lá, novinha, a gente se vê pela quebrada - enfio a minha língua em um beijo de despedida na morena.

- Ah, fica mais um pouquinho aqui comigo, vai gostosão?

- Vai venu, levanta daí porque eu tenho que vazar e não vou te deixar aqui sozinha, né memu?

- Dá uma carona pelo menos, afinal você me trouxe aqui!

- Gatinha, eu adoraria te levar pra casa, mas realmente tô com muita pressa, tenho que resolver uns corre aí.

- Mas a sua promessa de patrocinar o meu clipe está de pé, né?

- Claro que sim, novinha, agora vai, rapa daí, depois o meu parceiro te liga, aí a gente resolve essas paradas do teu clipe, você vai ficar famosona e vai realizar os seus sonhos.

- O meu sonho é você, delícia - Marcela se levanta e corre pra cima de mim, tentando me beijar.

- Ô, é sério meu, vou vazar!

Me afasto dela e ando em passos apressados para a saída, não posso me demorar mais, eu combinei de estar às sete e cinquenta na padaria onde vou me encontrar com o comprador.

- Leve a mina daqui, depois vai me encontrar - instruo o Marquinho, meu braço direito.

Eu já estou em pé desde às seis e meia esperando pela vontade da preguiçosa acordar, acho que não vou mais ficar com ela, perdi a vontade.

Entro na minha camionete preta e ligo o som em um volume alto, tocando uma música de um Mc famoso, começo a dirigir em direção ao meu destino. Eu moro no topo da favela, de onde eu posso enxergar todo o império da pobreza e o império da riqueza, e eu conheço os meus objetivos, não vou parar enquanto não sair daqui, eu vou morar na zona Sul, vou viajar o mundo todo, e o melhor e mais importante: vou revolucionar a política, vou mudar a história da favela. Não importa se eu tiver que socar uns idiotas no meio do caminho, eu sei o que eu quero e realmente não vou medir esforços.

Amanda:

A comunidade está animada como sempre, apesar de ser cedo, consigo ouvir funk tocando por todos os lados, vendedores já se movimentando assim como eu. Entreguei alguns pães para os clientes de sempre e agora eu preciso retirar alguns pedidos para amanhã, minha mãe sempre faz doces para a padaria "Doces da Ju" e por isso eu preciso ir até lá para ver se a Ju vai querer algo. Espero que sim, pois aí vamos poder pagar a conta de luz que está atrasada, falta apenas alguns reais para inteirar o dinheiro. Ahh por que as coisas tem que ser tão difíceis? Eu preciso comprar um perfume e um par de tênis pra mim, o meu irmãozinho está sonhando, totalmente iludido com uma festa de aniversário e só faltam três meses pra ele completar nove anos... Tadinho dele, acho que nada vai mudar até lá, não sobra dinheiro nem mesmo para comprarmos um bilhete na loteria.

Estou quase chegando na padaria, mas estou cansada demais e por isso desço da bicicleta e empurro-a, passando em frente à um grupo de rapazes fumando e bebendo já cedo.

- E aí, gatinha, firmeza? cola lá em casa mais tarde... - ignoro quando um dos rapazes mexe comigo, fazendo gestos obscenos e colocando a mão lá em baixo.

Bando de filhos da puta!

Por que eles não estão trabalhando?

Como eles conseguem dinheiro para comprar os baseados e as bebidas?

Ah, eu já sei a resposta.

Estou prestes a chegar na padaria quando uma camionete tocando um som alto passa ao meu lado em uma alta velocidade, alguma coisa voou em mim:

- Mais que caralho! - começo a me analisar e tento limpar o líquido do meu braço - essa merda é leite? - percebo que a camionete estacionou em frente à padaria que eu estou indo.

Continuo o meu trajeto em passos mais rápidos dessa vez, eu estou cansada, mas a raiva me faz ter forças pra andar o mais rápido que eu consigo. Reparo que da camionete sai um rapaz alto vestindo uma camiseta azul larga e cumprida, percebo que o pescoço está carregando uma brilhante corrente que eu acredito ser de ouro puro, visto como a camionete é nova e chique, o rapaz usa um boné vermelho virado para trás, ele anda com uma pose de bandido e eu tenho certeza que é isso que ele é, é a única explicação para um rapaz rico na favela.

Ele já entrou para dentro, encosto a minha bicicleta próximo à porta e entro também.

Tudo está normal, como sempre um pequeno grupo de pessoas comprando pães, leites e sei lá mais o quê. Sinto a minha barriga roncar de fome e me lembro que não comi nada. Merda. E pra ajudar estou vendo vários salgados apetitosos na vitrine. Espero que a hora do almoço chegue logo.

Procuro pelo dono da camionete que derramou leite em mim para reclamar com ele, ele precisa tomar cuidado com as pessoas na rua, mas não o encontro, onde o vacilão se meteu?

Ah, esquece.